Para os jogadores brasileiros, ser Campeão Mundial de Clubes
só é menos importante do que ser Campeão da Copa do Mundo com a Seleção
Brasileira. Para os torcedores, a glória clubística é ainda maior que a canarinho.
Daí ser compreensível o desconforto que o Atlético Mineiro apresentou diante do
Raja Casablanca, um desconforto que ainda foi potencializado pelo fato de ser a
estreia no torneio e de o clube não disputar uma partida a sério desde a final
da Libertadores, em julho. Tal desconforto, porém, não ameniza as críticas que
o Atlético merece por ter jogado um futebol tão medíocre na derrota para o Raja
Casablanca por 3 a 1.
Em 90 minutos mais acréscimos, o Galo apresentou apenas cinco
minutos de Ronaldinho – autor de um belíssimo gol de falta, seguido por uma
jogada tão linda quanto inofensiva, no meio-campo – e duas oportunidades que o
Jô não foi capaz de empurrar para o fundo das redes. Fora isso, a atuação
ofensiva do Atlético foi de uma pobreza franciscana.
Não apostou nem nos lançamentos nem na bola de pé em pé, não
marcou pressão nem contra-atacou, não foi dominante pelos flancos nem pela
meiúca, não driblou, não tabelou, não arrematou... Sequer testou as luvas do
goleiro Askri, herói da vitória diante do Monterrey. O deserto ofensivo foi tão
grande que nem mesmo alçar bolas na área para Jô, Réver e Leonardo Silva o
Atlético conseguiu.
Para piorar, soma-se à tamanha fraqueza ofensiva uma postura
defensiva que não passou segurança em momento algum. Os meias abertos Moutaouali
e Hafidi e, principalmente, o atacante Iajour, fizeram o diabo na retaguarda
alvinegra com muita velocidade e bola no chão. Assustador como, mesmo com um
excesso de conservadorismo e sem se lançar ao ataque na busca por exercer uma
pressão, o Atlético deixou buracos atrás.
É claro, lógico e evidente que perder faz parte do jogo,
assim como também foi cristalina a superioridade do Raja Casablanca, que merece
todos os aplausos pelo que já conquistou até o momento no Mundial. No entanto, após
quase cinco meses de preparação, o Atlético Mineiro tinha a obrigação de
apresentar um futebol de melhor nível técnico e tático no Marrocos. Podia até
perder, mas não com essa bolinha tão pequenininha...
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