A expectativa era grande para voltar a assistir ao futebol de
Darío Conca, dois anos após sua saída do Fluminense. Como estariam sua canhota,
sua dinâmica e seus passes precisos e preciosos? Bom, amigos, na vitória do seu
Guangzhou Evergrande sobre o Al Ahly, na fase quartas de final do Mundial de
Clubes, o pequeno argentino voltou a mostrar o enorme futebol de seus melhores
dias.
Em um time que se esforça ao máximo para obedecer todas as
ordens do treinador Marcello Lippi, a criatividade fica por conta dos brasileiros
Muriqui e Elkeson e, principalmente, de Conca. Para tirar o máximo possível da
relação íntima entre Conca e a bola, Marcello Lippi o escala bem próximo ao único
volante do 4-1-4-1 chinês. Conca se posiciona na segunda linha de quatro, por
dentro, e é o encarregado de arredondar as saídas de bola. Este posicionamento,
porém, não lhe tira a liberdade de se aproximar dos homens de frente para
deixar sua criatividade aflorar. Em poucas palavras, Conca tem a missão de
iniciar, organizar e, às vezes, finalizar as tramas chinesas.
E, diante do Al Ahly, Conca fez isso tudo. Quando, na saída
de jogo, os chineses se encontravam naquela situação do “dá para quem sabe”, Conca
lá estava para ser aquele que sabe. Quando Muriqui, Elkeson e o participativo
Gao precisavam de companhia inteligente, Conca se apresentava. Quando a jogada
precisava daquele algo a mais para ser transformada em lance de perigo, Conca
descobria um passe. Foi assim que o Guangzhou, com um futebol bem melhor do que se esperava, fez dois a zero no Al Ahly (gols
de Elkeson e do próprio Conca) e se classificou para enfrentar o Bayern de Munique na fase semifinal.
A belíssima apresentação de Conca não é definitiva. Não
podemos nos precipitar e afirmar que o pequeno canhoto vai retornar ao
Fluminense, em 2014, com o mesmo protagonismo de antes. Porém, para quem estava
sem ver o seu futebol há mais de 800 dias, deu para matar a saudade.
Tomara que os alemães ficam pelo caminho.
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