A inimizade entre futebol e lógica e a ainda recente
façanha do Mazembe não nos permitem colocar o Atlético Mineiro na decisão do
Mundial de Clubes antes do apito final do duelo contra o Raja Casablanca. Vamos
papear, então, sobre o melhor caminho para que este apito final não traga
nenhuma surpresa desagradável ao Galo Mineiro.
Sem mistérios e indo direto ao ponto, adotar uma marcação
por pressão intensa tornaria a vida dos atleticanos bem mais fácil diante dos
anfitriões do Mundial. Todos os pontos fortes que o Raja Casablanca apresentou
nas duas vitórias conquistadas neste Mundial – contra os neozelandeses do
Auckland City e os mexicanos do Monterrey, ambas por 2 a 1 – virariam cinzas diante
de uma marcação adiantada por parte dos mineiros. Se não, vejamos.
O Raja Casablanca possui apreço pela posse de bola. Tanto
nas saídas de jogo quanto na criação das tramas de ataque, a aposta é na troca
de passes. O capitão Moutouali, que joga aberto pela direita no esquema
4-4-1-1, e Chtibi, o ponta-de-lança, são os marroquinos com maior qualidade
técnica da equipe.
Uma marcação pressão atleticana dificultaria que a bola
chegasse a estes dois e, o que é ainda melhor, a deixaria mais tempo com os
jogadores defensivos, de enorme limitação técnica – que nos diga a trombada à la Trapalhões dos
zagueiros Benlemaalem e Oulhaj, que resultou no gol do Auckland City, e os
enormes espaços que o Monterrey encontrou e não soube aproveitar.
O grande benefício que uma marcação por pressão traria ao
Atlético, entretanto, seria esfriar o ímpeto da torcida local. No embate contra
o Monterrey, os marroquinos lutaram com unhas e dentes por cada bola e demonstram
uma entrega que dificilmente seria possível sem a energia emanada pelas
arquibancadas. Sufocar o Raja Casablanca desde o primeiro giro do relógio será
essencial para não deixá-lo ganhar confiança.
Com Marcos Rocha, Fernandinho, Diego Tardelli, Ronaldinho
e Jô, é inegável que o Galo tem uma baita força ofensiva. Porém, o caminho para
uma classificação tranquila à decisão do Mundial passa, também, pelo que estes
serão capazes de fazer sem a redonda em seus pés.
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