domingo, 10 de junho de 2012

AMISTOSO - BRASIL X ARGENTINA



Brasil 3 x 4 Argentina – MetLife Stadium, Nova Jersey (EUA)


Em amistoso eletrizante, Brasil apresenta força ofensiva e vê sua retaguarda de papel ser destroçada pelo melhor da Terra.

Para o último dos quatros amistosos da gira preparatória para Londres, Mano Menezes, sem poder contar com o capitão Thiago Silva, manteve a base já conhecida pelo torcedor e organizou o Brasil no 4-3-2-1 com: Rafael Cabral; Rafael, Bruno Uvini, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo e Oscar; Neymar e Hulk; Leandro Damião. Em uma prova de que encarava a partida com seriedade, a Argentina entrou e campo com apenas uma alteração em relação ao time que goleou o Equador pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo e escalada pelo Alejandro Sabella no 4-2-2-2 com: Romero; Zabaleta, Fernández, Garay e Clemente Rodríguez; Gago e Mascherano; Di María e Sosa; Messi e Higuaín.

Os primeiros 30 minutos de futebol da Seleção foram ótimos, com toque de bola sem desespero, marcação no campo adversário e um sistema defensivo que não deixou o melhor jogador do planeta, Messi, sentir a bola. Diferente dos últimos amistosos, Neymar se encontrava mais centralizado, Hulk mais aberto pela esquerda e Oscar um pouco mais perto da dupla Sandro e Rômulo. E foi justamente este último, o Rômulo, o nome desta primeira meia hora. Roubou bola que deu início a um perigoso contra golpe mal finalizado pelo Hulk, sacudiu o barbante após cobrança de falta esperta do Neymar e ainda distribuiu bons passes. Tudo caminhava na mais tranquila das águas para o Brasil, quando surgiu o “tsunami” Messi. Em duas dormidas dignas de futebol de churrasco, a retaguarda verde-amarela permitiu que o até então sumido craque aparecesse duas vezes nas barbas do goleiro Rafael e, num estalar de dedos, virasse o escore para dois a um.

O Brasil sentiu os gols. Não em termos ofensivos, mas lá atrás. Sua cozinha ficou toda desarrumada. E assim, tanto no final do primeiro tempo, quanto no início do segundo, o jogo se transformou numa verdadeira roleta russa. Hulk, Zabaleta, Sandro, Hulk, Di María, Higuaín... as chances de gols não paravam de surgir, mas o placar só voltou a ser alterado após tabelinha colorada entre Damião e Oscar que o camisa 10 empurrou pro fundo do filó. Dez minutos e dois a dois. Nem mesmo o início das substituições a granel diminuíram o volume do jogo, e a entrada de Giuliano, por sinal, fez bem ao Brasil, que voltou a liderar o placar aos 26 minutos: Neymar cobrou córner, Romero soltou e Hulk marcou. Fim de papo? Que nada! A defesa brasileira ainda tinha muito a falhar, e Messi mais ainda a jogar. Primeiro, Bruno Uvini não subiu na marcação do também zagueiro Fernández e a igualdade novamente se fez presente. Depois... bom, depois o estratosférico Messi, que já é imarcável sem espaço, encontrou a liberdade necessária para arrancar e decidir o clássico com um chutaço perfeito.

Uma derrota como esta torna mais do que compreensível a escolha de Mano Menezes por três jogadores de defesa para as vagas acima de 23 anos para os Jogos Olímpicos. Foi bom em termos de ataque? Sim, mas a defesa mais frágil que caixa de papelão e uma nova derrota apagaram os destaques ofensivos.

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