Brasil 3 x 4
Argentina – MetLife Stadium, Nova Jersey (EUA)
Em amistoso eletrizante, Brasil apresenta força ofensiva e vê
sua retaguarda de papel ser destroçada pelo melhor da Terra.
Para o último dos quatros amistosos da gira preparatória para Londres, Mano
Menezes, sem poder contar com o capitão Thiago Silva, manteve a base já conhecida pelo torcedor e organizou o Brasil no 4-3-2-1 com: Rafael
Cabral; Rafael, Bruno Uvini, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo e Oscar; Neymar e
Hulk; Leandro Damião. Em uma prova de que encarava a partida com seriedade, a
Argentina entrou e campo com apenas uma alteração em relação ao time que goleou
o Equador pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo e escalada pelo Alejandro Sabella
no 4-2-2-2 com: Romero; Zabaleta, Fernández, Garay e Clemente Rodríguez; Gago e
Mascherano; Di María e Sosa; Messi e Higuaín.
Os primeiros 30 minutos de futebol da Seleção foram ótimos,
com toque de bola sem desespero, marcação no campo adversário e um sistema
defensivo que não deixou o melhor jogador do planeta, Messi, sentir a bola. Diferente
dos últimos amistosos, Neymar se encontrava mais centralizado, Hulk mais aberto
pela esquerda e Oscar um pouco mais perto da dupla Sandro e Rômulo. E foi
justamente este último, o Rômulo, o nome desta primeira meia hora. Roubou bola
que deu início a um perigoso contra golpe mal finalizado pelo Hulk, sacudiu o
barbante após cobrança de falta esperta do Neymar e ainda distribuiu bons
passes. Tudo caminhava na mais tranquila das águas para o Brasil, quando surgiu
o “tsunami” Messi. Em duas dormidas dignas de futebol de churrasco, a retaguarda verde-amarela permitiu que o até então sumido craque aparecesse duas vezes nas
barbas do goleiro Rafael e, num estalar de dedos, virasse o escore para dois a
um.
O Brasil sentiu os gols. Não em termos ofensivos, mas lá
atrás. Sua cozinha ficou toda desarrumada. E assim, tanto no final do primeiro tempo, quanto no início do segundo, o jogo se transformou numa verdadeira roleta
russa. Hulk, Zabaleta, Sandro, Hulk, Di María, Higuaín... as chances de gols
não paravam de surgir, mas o placar só voltou a ser alterado após tabelinha
colorada entre Damião e Oscar que o camisa 10 empurrou pro fundo do filó. Dez
minutos e dois a dois. Nem mesmo o início das substituições a granel diminuíram
o volume do jogo, e a entrada de Giuliano, por sinal, fez bem ao Brasil, que voltou
a liderar o placar aos 26 minutos: Neymar cobrou córner, Romero soltou e Hulk
marcou. Fim de papo? Que nada! A defesa brasileira ainda tinha muito a falhar,
e Messi mais ainda a jogar. Primeiro, Bruno Uvini não subiu na marcação do
também zagueiro Fernández e a igualdade novamente se fez presente. Depois...
bom, depois o estratosférico Messi, que já é imarcável sem espaço, encontrou a
liberdade necessária para arrancar e decidir o clássico com um chutaço
perfeito.
Uma derrota como esta torna mais
do que compreensível a escolha de Mano Menezes por três jogadores de defesa para
as vagas acima de 23 anos para os Jogos Olímpicos. Foi bom em termos de ataque? Sim, mas
a defesa mais frágil que caixa de papelão e uma nova derrota apagaram os
destaques ofensivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário