Santos 0 x 1 Corinthians – Vila Belmiro, Santos (SP)
Retaguarda sólida como rocha e golaço do Emerson “Sheik”
fazem Corinthians bater o Santos na Vila Belmiro.
O mais que imprevisível retorno de Ganso, após menos de 20
dias de uma artroscopia no joelho, era o que mais chamava a atenção no onze
inicial do Santos que Muricy Ramalho organizou no 4-3-1-2 com: Rafael;
Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan; Elano, Adriano e Arouca; Ganso; Neymar e
Alan Kardec. Novamente sem centroavantes de ofício, o Corinthians, dono de uma
defesa que iniciava a partida com apenas dois gols sofridos no torneio, foi
esquematizado pelo Tite no 4-4-2 com: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro
Castán e Fábio Santos; Jorge Henrique, Paulinho, Ralf e Emerson; Danilo e Alex.
O grande destaque do 1º tempo na “Vila Mais Famosa do Mundo”
não vestia uniforme nem calçava chuteiras. Foi um destaque abstrato, imaterial:
a dedicação tática corintiana. Sem nenhuma exceção, todos os jogadores do “Timão”
tinham o conhecimento profundo do seu papel em campo, o ofensivo e,
principalmente, o defensivo, e o executavam com imensurável vontade. Foi assim
que, durante a etapa inicial, o Corinthians não deixou o Santos se sentir em
casa na lotada Vila Belmiro e fez do jogo o seu jogo. Marcou no campo de ataque,
marcou no meio de campo, marcou no seu campo, e, aos 22 minutos, viu Emerson
completar com perfeição uma escapada do melhor volante do futebol brasileiro,
Paulinho. Para não dizer que o “Peixe” nada fez, o Elano cruzou um punhado de
bolas inofensivas na área rival e, aos 42, o Juan conseguiu um bom lance pela
esquerda.
Muricy Ramalho deve ter cuspido abelhas africanas no
vestiário, pois seus comandados voltaram bem mais ligados para a 2ª etapa. E
como o Corinthians recuou suas linhas de marcação, o Santos aproveitou para se
plantar no campo de ataque. Em 10 minutos, o substituto do Elano, Borges, por duas
vezes, e Durval quase empataram o placar, mas, logo após, o Corinthians voltou
a tirar a energia ofensiva do confronto. Energia que tinha tudo para voltar a partir
do minuto 31, quando Emerson, a única arma corintiana posicionada para os
contra-ataques, foi expulso. Ato quase contínuo, um cruzamento do Kardec e uma bomba
do Juan defendida pelo Cássio, que já havia evitado uma cabeçada do Castán
contra o prórpio patrimônio, fizeram o torcedor santista arredondar a boca para
gritar gol, mas, aí, a energia que acabou foi a dos refletores da Vila.
Após quase 20 minutos de pausa, a partida retornou sem
lances dignos de nota, e o apito final decretou o triunfo da organização tática
corintiana. Muitos vão gritar que o Santos, mesmo com Neymar e Ganso em jornadas
sem inspiração, merecia a vitória pela sua estratégia ofensiva. Contudo, para vencer no
futebol o que vale é a justiça dos gols, e o do Emerson “Sheik”, por sinal,
foi belíssimo.
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