Últimos dias antes da fase final de um importantíssimo
torneio de judô. Entre os quatro finalistas, três ostentam uma portentosa faixa
preta amarrada na cintura. Um não. Este, historicamente, ainda não possui
certos requisitos para falar de igual para igual com aqueles. Ele tem tudo para
se sentir inferior, mas um pensamento conforta, ou pelo menos tenta, suas
noites de sono: como um mantra, ele repete em silêncio que chegou até ali por merecimento, com sua própria força, e as faixas pretas rivais
não poderão, sozinhas, ganhar vida e lhe aplicar um ippon.
Antes que os amigos pensem que o blog trocou de esporte, explico
as linhas introdutórias. Às vésperas da fase semi final da EURO 2012, a Seleção
de Portugal deve se sentir exatamente como o judoca sem a faixa preta do
parágrafo acima, já que os adversários que se colocam em seu caminho rumo
ao inédito título continental são os mais laureados e vitoriosos. Enquanto
os lusos nunca disputaram uma decisão de Copa do Mundo e tem o vice da Eurocopa
2004 como melhor resultado no “Velho Continente”, Alemanha, Itália e Espanha,
juntas, totalizam nada menos oito canecos mundiais e seis continentais.
Realmente é de assustar!
Contudo, assim como o judoca que está diante de três faixas
pretas, Portugal não pode pensar no passado. Se lembrar de lendas como Luis
Suárez, Dino Zoff e Beckembauer, terá pesadelos inenarráveis. É melhor focar-se
no futuro. Primeiro, em como dar um fim à posse de bola eterna da Espanha, no duelo
ibérico válido pela semi final. É óbvio que as linhas seguintes não trarão a
resposta, pois os maiores treinadores do planeta já tombaram nesta missão, porém, é certo que os espanhóis não podem entrar no piloto automático. Comandados pela velocidade, habilidade e impetuosidade de
Cristiano Ronaldo, os portugueses têm que “tumultuar” o jogo – as aspas são para
indicar um tumulto no bom sentido, com a bola nos pés –, pois se a Espanha
conseguir impor seu ritmo...
Caso tenham sucesso em impedir a Espanha de seguir seu
caminho rumo ao histórico trio de títulos, Euro 08 – Mundial 10 – Euro 12, será
a hora de Portugal não perder um segundo da briga de cachorro gigante que será a
outra semi, entre Alemanha e Itália. Os alemães com o “Rei Midas” Özil, que
toda bola que toca transforma em ouro, e os italianos do primeiro volante mais
poético do futebol mundial, Pirlo, cujo fato de ser o responsável por estar à
frente da dupla de zaga não o impede de realizar lançamentos que são verdadeiras
notas musicais.
Fisicamente, Portugal não se encontra nem muito à frente, nem
muito atrás do trio de rivais. Taticamente, sua interessante linha de quatro
meias a fazer a ponte entre o volante e o centroavante dá ótimos resultados
ofensivos e defensivos. Tecnicamente, conta com um punhado de nomes que não
agridem a bola e um intimidante Cristiano Ronaldo pegando fogo. Psicologicamente... bem,
quanto ao psicológico, só o futuro dirá se as faixas pretas intimidaram os
portugueses.
Las influencias Joduquisticas enriquecen, y facilitan las metaforas!!! Bravo Diano !!creciendo en el arte de expresarse con claridad y de forma amena . pardiez que me place !
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