Quem está próximo dos 30 anos
sentirá algo estranho ao olhar para o banco de reservas do Manchester United a
partir da próxima temporada europeia. Lá não mais estará um ícone: Sir Alex
Ferguson, que após mais de 26 anos no clube se aposentará como técnico de
futebol.
Na realidade, chamar Ferguson
de técnico é pouco. Longe de querer menosprezar a árdua função de treinar um
time de futebol, mas o Sir foi bem mais do que isso. Ele adubava, plantava,
regava, podava cultivava e, aí sim, no momento certo, colhia os frutos. E que
frutos! Os mais suculentos os das safras de 1999 e 2008, que conquistaram a
Europa. O primeiro na histórica virada sobre o Bayern de Munique. O segundo,
nos pênaltis contra o rival Chelsea. Depois, ainda viria o Mundo.
No entanto, o mais
impressionante, o que tornou Ferguson realmente único, foi a sua capacidade de
reformular seus elencos e de se reformular. O tempo o fez ver grandes símbolos vermelhos
– de Cantona a Beckham a Cristiano Ronaldo – deixarem Old Trafford e, assim, o
obrigou a buscar novas alternativas. Incrivelmente, sempre as encontrou. As 34
taças levantadas sob seu comando apenas comprovam tal sucesso.
No Brasil, onde todos os
treinadores são interinos e poucos deles – para não dizer nenhum – possuem a
capacidade para ter mais responsabilidades do que as de campo, Sir Alex Ferguson
se apresenta como um profissional de outro planeta. Vai fazer muita falta no
banco de reservas, mas, para a alegria dos vermelhos de Manchester, diz, aos 71
anos, que está ansioso pelo futuro como diretor e embaixador do United.
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