Atlético Mineiro 2 x 0 Olimpia (4 x 3 nos pênaltis) –
Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Na fé, na raça e no futebol! Atlético Mineiro vence Olimpia
por 2 a 0 com a bola rolando e conquista, nos pênaltis, a primeira Libertadores
de sua história.
Além do Olimpia, que se defenderia com unhas e dentes durante
todos os minutos, assim como já fizera quando foi visitante contra Fluminense e
Santa Fé, o Atlético Mineiro precisaria superar adversários invisíveis para sentir
o gosto de vencer uma Libertadores.
Precisaria superar a dificuldade de jogar no Independência,
pois se é verdade que o lotado Mineirão estava lindo e pulsante, também é
verdade que este Galo, de Cuca, Ronaldinho, Bernard e companhia, joga em casa
mesmo é no Independência. Precisaria superar o estigma de azarado. Ou melhor,
os estigmas. O seu e o de Cuca, pois até mesmo o mais racional dos analistas de
futebol fica menos cético diante da fama de pé-frio do clube e do treinador. Fama que acaba se refletindo na cabeça dos jogadores.
Precisaria superar o desejo incontrolável de reafirmação e
comprovação de nomes como Victor, Jô, Tardelli e Ronaldinho – até ele! –, que pelo
menos em algum momento de suas respectivas carreiras quase chegaram ao fundo do
poço. E por último, mas não menos difícil,
precisaria superar o tempo, que sem dúvidas correria mais rápido para os
mineiros do que para os paraguaios.
Diante de tamanha carga psicológica, não se poderia esperar
um Atlético calmo, tranquilo, a trocar passes em busca dos espaços que o
Olimpia insistiria em não oferecer. Logo no apito inicial, um chutão para
frente do Réver deu a tônica da decisão. O triunfo atleticano, se viesse, teria
que ser na base do “Eu acredito!” da torcida, da camisa religiosa e
supersticiosa de Cuca, da raça, do abafa, da pressão, da bola direta para Jô
guerrear entre os defensores. Os primeiros 45 minutos serviram apenas para dar
mais drama à situação mineira, pois além de a pressão ofensiva não funcionar, o
Olimpia ainda chegou perto das redes por duas vezes.
Após o intervalo seria tudo ou nada. Foi tudo! Jô parou de
receber dinamites dos companheiros e passou a receber bolas mais arredondadas,
Rosinei deu mais vida ao lado direito e Junior César se mandou pela esquerda,
Bernard trocou o nervosismo e as cusparadas pela “alegria nas pernas”, Leonardo
Silva virou referência nas bolas aéreas, que antes apenas sobrevoavam a área
paraguaia. Os gols necessários vieram no início, com Jô, e no final, com
Leonardo Silva, da etapa. No meio deles, o centroavante Ferreyra, com Victor
fora do gol, poderia ter fechado o caixão atleticano. Tropeçou.
Se o pênalti que Victor defendera diante do Tijuana e o gol
que Guilherme marcara contra o Newell’s Old Boys não serviram para por fim aos
estigmas de azarado, o tropeção de Ferreyra o fez. Foi graças a ele que o
Atlético fez o dois a zero que precisava, foi perfeito nos pênaltis e escreveu
uma das páginas mais belas e sofridas de sua história.
PARABÉNS,
GALO FORTE E VINGADOR!!!
O que iria mudar o impacto causado pelos traumas marcados na historia do Galo, seria a ATITUDE de querer mudar! E a ATITUDE desse time era maior que o fracasso, o talento, a habilidade e circunstâncias! http://www.assuntodofutebol.com.br/
ResponderExcluirBelas palavras, Diano. Realmente o enredo do Galo na Libertadores foi digno de um filme intitulado "O Galo Vingador"
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