Conhecem aquela criança que não sabe brincar e quando começa
a perder no videogame aperta o reset
para começar tudo de novo? Ou aquele rapazola que na primeira discussão com a
nova namorada já decide chutar o balde? Pois assim se comportaram os dirigentes
do Fluminense ao demitirem Abel Braga. Na verdade, assim são todos os cartolas tupiniquins,
capazes de demitir incríveis 10 técnicos em apenas nove rodadas disputadas do
Brasileirão. A vida de treinador é um verdadeiro salve-se quem puder.
Mas falemos exclusivamente de Abel Braga. No comando do
Tricolor desde junho de 2011, Abelão montou o time que se sagrou Campeão
Brasileiro no ano passado com apenas cinco derrotas em 38 jogos, sendo duas delas
após já ter conquistado o caneco. Neste ano, com os mesmos nomes de 2012, mas
não o mesmo futebol, o Flu não conseguiu confirmar o seu favoritismo na
Libertadores e, já sem poder contar com Wellington Nem e Thiago Neves, emplacou
uma sequência de cinco derrotas consecutivas após a volta das “férias” da Copa
das Confederações. Na zona de rebaixamento do Brasileiro, era a hora de
dirigentes, comissão técnica e jogadores sentarem para uma conversa séria. Hora
de botar a cabeça para funcionar e consertar os problemas.
Problemas que ocorrem com os jogadores – vide as seguidas
paçocadas de Diego Cavalieri, a piora do sistema defensivo que nunca foi lá
essas coisas, a estúpida expulsão de Fred contra o Vasco e a ausência de Deco,
que ocorre até quando ele se faz presente – e com o treinador. Sim, por mais
desnecessária que possa parecer esta afirmação, Abel Braga também pode passar
por períodos ruins, fazer escolhas que não funcionam, estar psicologicamente em
baixa...
No entanto, Abelão não teve tempo para se reencontrar, para
buscar diferentes formas de se motivar e de motivar seus comandados, novas
alternativas táticas ou remontar seu elenco. Já chegou Luxemburgo. Ao mesmo
tempo com o status de salvador da pátria e a corda no pescoço, pois, no Brasil,
todo treinador é interino, mesmo que se prove o contrário.
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