Discordâncias, maracutaias e preços criminosos de
construção à parte, o cenário do futebol brasileiro já passa por consideráveis
transformações com a chegada das novas arenas. E neste cenário, o Flamengo se
vê diante de uma oportunidade única para se tornar ainda mais brasileiro.
Apenas dois jogos do Rubro-Negro em Brasília levaram mais
de cem mil pessoas ao Mané Garrincha. Isso com o nível técnico do time mais pra
lá do que pra cá. Além dos benefícios de jogar sempre com casa cheia –
psicológico, para o time, financeiro, para o clube, e emotivo, para os
torcedores – ainda existe a influência direta sobre o recém-criado programa de
sócio-torcedor. Com apaixonados distribuídos por todo este país-continente, o
Flamengo poderá crescer ainda mais em cidades como Cuiabá, Manaus, Natal...
Mas o “plano de viagens” deve ser feito com toda atenção. É
na frequência com a qual irá visitar os novos palcos Brasil afora que se
encontra o ponto onde a diretoria rubro-negra precisará ter a maior
sensibilidade. Arena Pantanal, Arena Amazônia, Estádio das Dunas e outros devem
ser “casas de veraneio” do Flamengo. Não só pelo fato de que o elenco pode
sentir o ritmo forte de viagens – o próprio goleiro Felipe já demonstrou sua
insatisfação com os jogos no Mané Garrincha –, mas, antes de tudo, porque o
torcedor rubro-negro carioca não pode ser prejudicado.
E neste exato momento, com as obscuras situações de
Engenhão e Maracanã, é justamente o que vem ocorrendo. Desde o dia 6 de abril,
há mais de três meses, quando empatou com o Duque de Caxias, em Moça Bonita , que o Flamengo
não disputa uma partida na cidade do Rio de Janeiro. É compreensível que o
clube busque alternativas fora do estado, mas estas não podem o impedir de
adotar uma posição ativa e protagonista para resolver, principalmente, a
situação com o Maracanã, onde ele se sente, realmente, em casa.
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