segunda-feira, 23 de julho de 2012

FUTEBOL COM HISTÓRIA - O FUTEBOL NOS JOGOS OLÍMPICOS - PARTE 1


Quando torneios como Copa América, Eurocopa e Copa do Mundo ainda começavam a florescer como pensamentos na cabeça de alguns idealizadores, já existia uma competição de futebol que reunia selecionados mundiais para apresentar a arte com a bola nos pés. Eram os Jogos Olímpicos.

Apesar de disputado nas edições de 1900 e 1904 – ambas contaram com apenas três participantes cada e foram vencidas por equipes representantes de Grã-Bretanha e Canadá, respectivamente – o futebol olímpico começaria a caminhar mais fortemente a partir das Olimpíadas de 1908, já sob o manuseio da FIFA. Daí em diante a caneta que escreve a história do futebol olímpico passou por diversas mãos.

Em Londres (1908) e Estocolmo (1912) os “Pais do Futebol” mostraram a mesma classe com a qual seus clubes deliciavam torcedores em viagens ao redor do mundo e a Grã-Bretanha terminou com a medalha dourada. Após a ausência do evento em 1916, devido à I Guerra Mundial, a Bélgica fez valer o fator casa e conquistou os Jogos da Antuérpia, em 1920. As últimas duas edições de Olimpíadas pré-Copa do Mundo de futebol, em 1924 (Paris) e 1928 (Amsterdã), ficariam marcadas pelos triunfos uruguaios e o brotar de um dos maiores esquadrões que o Planeta Bola já viu: a “Celeste Olímpica” de Nazassi, Andrade, Cea e outros ótimos mais.

Los Angeles, em 1932, não contou com o futebol em seu programa olímpico – umas fontes “culpam” o nascimento da Copa do Mundo em 1930 e outras a vontade dos Estados Unidos de valorizar o Futebol Americano –, mas o “esporte bretão” voltaria em 1936, em Berlim, numa das edições mais comentadas dos Jogos. E com o futebol não seria diferente, tanto pela eliminação da Alemanha para a Noruega, com a presença de Adolf Hitler no estádio, como pela surpreendente virada peruana sobre a forte Áustria (4 a 2) que seria anulada.

Os austríacos reclamariam e por questões claramente políticas – apesar de as justificativas pelo cancelamento terem sido a invasão de campo por torcedores do Peru, maus tratos dos jogadores peruanos perante os austríacos e dimensões do campo menores do que as oficiais – outro duelo foi marcado, desta vez, com portões fechados. A Seleção Peruana não só se negou a participar da nova partida como toda a delegação do país abandonou os Jogos. E mais, a delegação colombiana, em apoio, fez o mesmo.

A medalha dourada em Berlim terminaria com a Itália do treinador Vittorio Pozzo, comandante da Azzurra que conquistara o Mundial de 1934 e também levantaria, em um futuro próximo, o de 1938. A ganância por poder que já dava sinais de força nas Olimpíadas de Berlim chegaria ao ápice com a II Guerra Mundial e, consequentemente, a não realização dos Jogos de 1940 e 1944. O retorno em Londres, no ano de 1948, viria com a consagração de um trio de ouro, chamado, carinhosamente, Gre-No-Li. Gunnar Gren, Gunnar Nordahl e Nils Liedholm levariam a Suécia à glória máxima e, mais tarde, colocariam, juntos, seus nomes na galeria de ídolos do italiano Milan.

Um comentário: