Nem Parreira, nem Mano Menezes, nem Felipão. Dos últimos
treinadores que tiveram a nada fácil missão de comandar a Seleção Brasileira,
ninguém foi mais criticado do que Dunga. Por torcedores-não-jornalistas e
torcedores-jornalistas, afinal, todo mundo é torcedor no Brasil. E uma maneira corriqueira
de espetar o Dunga era dizer que a Seleção Brasileira vencedora das Copas
América e das Confederações e invicta contra adversários Campeões do Mundo era
montada pelo auxiliar Jorginho, e que ele, Dunga, se colocava apenas como um
motivador. Bem, após esta recente passagem de Jorginho pelo Flamengo, pode-se
dizer que esta hipótese foi por água abaixo.
E a grande diferença entre Dunga e Jorginho, que acabou se
refletindo nos trabalhos do ex-volante, na Seleção, e do ex-lateral, no
Flamengo, é a convicção para tomar decisões. Um dos exemplos da convicção de
Dunga nas suas escolhas foi a convocação para a Copa do Mundo de 2010 de Doni,
Kléberson, Grafite e Júlio Baptista, nomes que não se encontravam em um momento
tecnicamente positivo, mas tinham sua confiança. Dunga era tão convicto – tão
convicto! – de suas escolhas, que a falta de maleabilidade talvez tenha sido
seu grande equívoco.
Jorginho, por sua vez, se mostrou um técnico de convicções
descartáveis. Se não, vejamos. Na quarta rodada da Taça Rio, quando o Flamengo
tinha um único e pífio ponto em três jogos, Jorginho decidiu barrar o
centroavante Hernane. Começou o jogo com Nixon e, antes do intervalo, já sacara
o garoto para a volta do então artilheiro do torneio. Atitudes semelhantes
repetiram-se em sequência. Às vésperas do Brasileirão, o técnico afirmou que
daria um voto de confiança ao mesmo Hernane e o escalou como titular. A
confiança, porém, durou apenas 45 minutos, e, para o segundo tempo do jogo
contra o Santos, Marcelo Moreno já fazia sua estreia.
Diante do Atlético Paranaense, Renato Abreu e Rafinha,
sempre presentes no onze inicial rubro-negro, foram barrados. No jogo seguinte,
contra o Náutico, voltaram a ser titulares. Definitivamente, convicção é algo
que o Jorginho não demonstrou em sua passagem pelo Flamengo. E com sua queda,
cai junto a sua supervalorizada importância na Seleção Brasileira da Era
Treinador Dunga.
Chega a ser algo inusitado, para não dizer burrice, ver o time iniciar um campeonato tão importante e disputado como é o Brasileiro e na quarta rodada demitir o técnico.
ResponderExcluirSinceramente... Não entendo!
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