quinta-feira, 6 de junho de 2013

A QUEDA

Nem Parreira, nem Mano Menezes, nem Felipão. Dos últimos treinadores que tiveram a nada fácil missão de comandar a Seleção Brasileira, ninguém foi mais criticado do que Dunga. Por torcedores-não-jornalistas e torcedores-jornalistas, afinal, todo mundo é torcedor no Brasil. E uma maneira corriqueira de espetar o Dunga era dizer que a Seleção Brasileira vencedora das Copas América e das Confederações e invicta contra adversários Campeões do Mundo era montada pelo auxiliar Jorginho, e que ele, Dunga, se colocava apenas como um motivador. Bem, após esta recente passagem de Jorginho pelo Flamengo, pode-se dizer que esta hipótese foi por água abaixo.

E a grande diferença entre Dunga e Jorginho, que acabou se refletindo nos trabalhos do ex-volante, na Seleção, e do ex-lateral, no Flamengo, é a convicção para tomar decisões. Um dos exemplos da convicção de Dunga nas suas escolhas foi a convocação para a Copa do Mundo de 2010 de Doni, Kléberson, Grafite e Júlio Baptista, nomes que não se encontravam em um momento tecnicamente positivo, mas tinham sua confiança. Dunga era tão convicto – tão convicto! – de suas escolhas, que a falta de maleabilidade talvez tenha sido seu grande equívoco.

Jorginho, por sua vez, se mostrou um técnico de convicções descartáveis. Se não, vejamos. Na quarta rodada da Taça Rio, quando o Flamengo tinha um único e pífio ponto em três jogos, Jorginho decidiu barrar o centroavante Hernane. Começou o jogo com Nixon e, antes do intervalo, já sacara o garoto para a volta do então artilheiro do torneio. Atitudes semelhantes repetiram-se em sequência. Às vésperas do Brasileirão, o técnico afirmou que daria um voto de confiança ao mesmo Hernane e o escalou como titular. A confiança, porém, durou apenas 45 minutos, e, para o segundo tempo do jogo contra o Santos, Marcelo Moreno já fazia sua estreia.


Diante do Atlético Paranaense, Renato Abreu e Rafinha, sempre presentes no onze inicial rubro-negro, foram barrados. No jogo seguinte, contra o Náutico, voltaram a ser titulares. Definitivamente, convicção é algo que o Jorginho não demonstrou em sua passagem pelo Flamengo. E com sua queda, cai junto a sua supervalorizada importância na Seleção Brasileira da Era Treinador Dunga. 

Um comentário:

  1. Chega a ser algo inusitado, para não dizer burrice, ver o time iniciar um campeonato tão importante e disputado como é o Brasileiro e na quarta rodada demitir o técnico.
    Sinceramente... Não entendo!
    www.assuntodofutebol.com.br

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