Brasil 2 x 1 Uruguai – Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Em clássico onde a tensão e o nervosismo foram protagonistas
– como quase todo Brasil versus Uruguai – gols de Fred e Paulinho colocam o a
Seleção na decisão da Copa das Confederações.
Sem desfalques por lesão ou suspensão, Felipão pôde mandar a
campo seu time ideal. Assim, o Brasil foi para o jogo com no 4-2-3-1: Julio
César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo e
Paulinho; Hulk, Oscar e Neymar; Fred. Com nove nomes que estiveram na última
Copa do Mundo, o Uruguai foi montado pelo Óscar Tabárez no 4-3-3 com: Muslera;
Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Arévalo Ríos, Álvaro González e Cristian
Rodríguez; Forlán, Cavani e Luis Suárez.
Talvez por respeito à rivalidade, o Brasil não iniciou a
partida com a blitz que caracterizou suas últimas atuações. Pelo contrário.
Tímido, viu o Uruguai impor uma forte marcação no meio-campo e só não
abrir o placar porque Julio César, aos 13, voou no canto para buscar um
pênalti batido por Forlán. Difícil saber quem exalava mais nervosismo: David
Luiz, ao agarrar Lugano dentro da área como se fosse um judoca, ou Forlán, cujo
rosto antes da cobrança era o símbolo da tensão. O Brasil realmente não estava
à vontade em campo e nem mesmo o pênalti defendido o ligou. Num
cenário onde os canarinhos trocavam passes inférteis e os celestes aguardavam a
chance para o bote letal, veio a luz da criatividade no Brasil: Paulinho
lançou, Neymar dominou magistralmente no peito e finalizou para defesa de
Muslera. No rebote, Fred “pegou” os uruguaios. Um a zero.
Aí, depois de 15 minutos no vestiário arquitetando como se
deveria jogar com a vantagem, David Luiz, por excesso de grosseria, e Thiago
Silva, por falta de grosseria, bobearam no meio da área e Cavani igualou tudo logo aos 2. Um
parêntese sobre Thiago Silva e Cavani. Enquanto o zagueiro brasileiro,
desligado e sem vibração, fez uma de suas piores partidas com a camisa da
Seleção, o avante uruguaio deixou a alma em campo. Nem mesmo o leão Lugano se entregou
mais que ele. Com o um a um no placar e todo o segundo tempo por jogar, o Brasil
seguiu com a bola, mas sem inspiração, enquanto o Uruguai se defendia com unhas
e dentes e aguardava uma oportunidade pegar o rival de calças arriadas. Na
busca por mais vivacidade, Felipão lançou Bernard e Hernanes. O Brasil cresceu,
mas não o suficiente para assustar o arqueiro Muslera.
A Celeste, que jogava por uma bola para decidir, teve duas:
primeiro Thiago Silva quase marcou contra e, depois, o incansável Cavani mandou para
fora. Quando a prorrogação já batia na porta, Neymar cobrou escanteio e
Paulinho, o volante-artilheiro-decisivo, aproveitou dormida de Cáceres para
colocar o Brasil na decisão da Copa das Confederações. Se inegavelmente esta
foi uma atuação inferior às anteriores, vale lembrar que um time vencedor também
se constrói com triunfos sem inspiração.
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