Brasil 2 x 2 Inglaterra – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Se ainda não foi desta vez que o Brasil voltou a vencer um
Campeão do Mundo – feito que não consegue, com a Seleção principal, desde a
saída de Dunga do comando técnico – pelo menos apresentou, durante uma hora, um
futebol de gente grande.
No penúltimo amistoso antes da Copa das Confederações, Felipão
organizou a Seleção Brasileira no 4-2-3-1 com: Júlio Cesar; Daniel Alves,
Thiago Silva, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo e Paulinho; Oscar, Neymar
e Hulk; Fred. Segunda colocada no grupo H das Eliminatórias Europeias para a
Copa do Mundo, a Inglaterra foi esquematizada pelo treinador Roy Hodgson no
4-3-3 com: Hart; Johnson, Jagielka, Cahill e Baines; Carrick, Jones e Lampard;
Walcott, Milner e Rooney.
Peguem o período entre o apito inicial e o gol de Fred, o
primeiro oficial do novo Maracanã, aos 11 minutos do segundo tempo. Durante esta
quase hora inteira, o Brasil jogou um futebol como há muito tempo não se via. Em
termos ofensivos, a Seleção foi agressiva, dominante, profunda e, minuto após
minuto, fez a galera soltar aquele “uhhhhhh” característico do quase-gol. Ora
com as bolas longas de Thiago Silva e David Luiz – jogadas que, se não forem
confundidas com chutões sem direção, são extremamente eficientes –, ora com
passes curtos e dribles nos arredores da área inglesa, o Brasil tomou conta do
jogo e do quadro de “melhores momentos” do intervalo televisivo, já que a
Inglaterra, mesmo com três atacantes, testou as luvas do Júlio Cesar apenas uma
vez.
De maneira surpreendente até para o mais visionário dos
astrólogos, Felipão voltou para a etapa final com Marcelo e Hernanes nos
lugares de Filipe Luís e Luiz Gustavo, ou seja, sacou os dois únicos jogadores
de linha que não haviam produzido ofensivamente. O resultado veio num tijolo de
Hernanes que explodiu no travessão e sobrou livre para Fred “pegar” a
Inglaterra: um a zero. Daí em diante, o Brasil, numa mescla de relaxamento
psicológico após um gol conseguido e cautela para garantir uma vitória
importante, deixou os ingleses colocarem as manguinhas de fora e pagou o pato:
Chamberlain e Rooney, em dois golaços, viraram o placar. Aos 37, já sem
apresentar o ímpeto ofensivo que o fizera engolir a Inglaterra por 60 minutos,
o Brasil conseguiu o empate em jogadaça de Lucas e golaço de Paulinho. Empate
que se não foi o melhor dos resultados, também não foi o pior.
Por causa da primeira hora do embate, pode-se dizer, sem
dúvidas, que esta foi a melhor atuação após o retorno de Felipão, e que, com
este futebol, a Seleção tem tudo e mais um pouco para passar sem desespero pela
difícil fase de grupos da Copa das Confederações.
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