segunda-feira, 17 de junho de 2013

COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2013 - ILUMINADOS E ILUMINADORES

Dentro do seleto grupo de craques, existem aqueles, raros, que além de brindarem os torcedores com lances plasticamente encantadores e relevantemente decisivos, fazem os companheiros renderem melhor. O fim de semana de Copa das Confederações mostrou que Pirlo e Iniesta são assim. Gigantes da bola cuja luz própria ilumina o time como um todo.

Aos 34 anos, Pirlo parece jogar no modo “piloto automático”. Flutua pelos espaços vazios do campo com a naturalidade de quem sai do quarto e vai à cozinha para beber uma água. Em sua cabeça, as opções se tornam decisões em um estalar de dedos. Está na defesa para não permitir que os zagueiros rifem a bola – e, assim, eles, os zagueiros, parecem menos brutos e limitados. Quando na meiúca, Pirlo facilita a vida dos meio-campistas ao ser sempre a opção mais fácil. Sabem aquele famoso “toca pra quem sabe”? Pois então, Pirlo, “o que sabe” está sempre ali, a poucos metros, para ajudar o “que não sabe”. E se adentra o campo ofensivo, Pirlo tem uma capacidade sobrenatural de antever a movimentação dos avantes, o que quase sempre resulta em passes açucarados e “melhores momentos”.

Iniesta não volta tanto à defesa para ajudar a saída de bola quanto Pirlo o faz. Não volta porque não precisa, pois no estilo de jogar dos espanhóis a bola já sai redonda. E não fosse Iniesta em campo, a bola da Espanha ficaria “redondando” de um lado para o outro ainda mais tempo do que já fica. O pequenino camisa seis não só não erra passes como é o principal responsável por dar mais fúria à troca de bola “ad infinitum” de sua equipe. É ele, Iniesta, quem puxa o gatilho, quem vira a chave, quem faz a mágica acontecer. E sua importância está não somente em ser o espanhol com maior criatividade ofensiva, mas em saber, com precisão cirúrgica, a hora em que a retaguarda rival perdeu a paciência e deixou aquele espaço que não poderia.


 A vitória da Itália sobre o México rendeu a Pirlo, autor de um golaço de falta, o prêmio de melhor em campo. A da Espanha no Uruguai, premiou Iniesta. No entanto, mais do que comerem a bola, estes dois gênios fizeram seus companheiros jogarem um futebol mais refinado, se sentirem mais craques.

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