RESULTADOS
Botafogo 0 x 1 Grêmio
São Paulo 3 x 2 Vitória
Flamengo 1 x 1 Vasco
Internacional 1 x 0 Fluminense
Náutico 1 x 4 Cruzeiro
Atlético Mineiro 0 x 0 Corinthians
Atlético Paranaense 2 x 1 Coritiba
Bahia 1 x 1 Ponte Preta
Goiás 1 x 1 Criciúma
Portuguesa 3 x 0 Santos
ARTILHARIA
15 Gols
Éderson (Atlético Paranaense)
13 Gols
Gilberto (Portuguesa)
William (Ponte Preta)
Flamengo 1 x 1 Vasco – Mané Garrincha, Brasília (DF)
Flamengo e Vasco empatam em partida de nível técnico sofrível
e mostram em campo o que suas posições dizem na tabela.
Pelas deficiências técnica e tática das retaguardas
rubro-negra e cruz-maltina, o duelo em Brasília poderia ter sido repleto em
lances de gols. Poderia, não fosse a infertilidade dos sistemas ofensivos de
ambos os quadros. Em outras palavras, os fracos ataques pouco se aproveitaram
da horripilância das defesas no Clássico dos Milhões.
Nos primeiros 45 minutos, o Vasco se viu perdido na ideia de
Dorival de jogar sem um centroavante e sequer chegou a rondar a área defendida
por Paulo Victor. Nem mesmo Juninho Pernambucano – visivelmente desgastado
fisicamente – parecia lúcido. O Flamengo, por sua vez, muito longe de qualquer
brilhantismo, tinha nos pés rápidos de Paulinho e nos pés sedentos de Hernane o
seu plano de ataque. Foi assim que o “Brocador” quase abriu o placar, aos 30, e
o abriu, três minutinhos depois, em falha acrobática de Cris.
Com 6 minutos do segundo tempo, Chicão, de falta, quase
ampliou a vantagem do Fla. No entanto, as substituições promovidas no intervalo
(Willie e André entraram nos lugares de Juninho e Edmilson) deram nova vida ao
Vasco. Mais consciente ofensivamente, o Cruz-Maltino chegou ao empate na jogada
mais bem trabalhada do clássico: Fillipe Soutto e Marlone iniciaram, Jhon Cley
intermediou, João Paulo falhou e Willie finalizou. O relógio apontava 8 minutos
e, pela situação em que se encontram na tabela, criou-se uma esperança de que o
jogo poderia ganhar em emoção.
Não ganhou. A bola continuou a mais sobrevoar o gramado do
que a rolar por ele e, fora um contra-golpe flamenguista, em nova paçocada de
Cris, e uma ultrapassagem do vascaíno Yotún pela esquerda, nenhum torcedor teve
motivos para se levantar da poltrona, cadeira de bar ou arquibancada. O apito
final decretou um empate ruim para os dois rivais, mas pior ainda para o Vasco,
que começa a semana na inglória zona da degola.
Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura, Chicão, Wallace e João
Paulo; Amaral, Elias e André Santos (Gabriel); Carlos Eduardo (Luiz Antônio) e
Paulinho (Rafinha); Hernane. Técnico: Jayme de Almeida.
Vasco: Diogo Silva; Fagner, Cris, Jomar e Totún; Pedro Ken,
Fillipe Soutto e Juninho Pernambucano (Willie); Edmilson (André), Marlone e Jhon
Cley (Wendell). Técnico: Dorival Júnior.
CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO
- Torcedor ferrenho do Grêmio, o jornalista e escritor
Eduardo Bueno insiste que para vestir a camisa tricolor é necessário, acima de
tudo, se entregar em campo, e reverencia nomes da antiga como o do uruguaio
Hugo De León e o do “Cangaceiro dos Pampas” Dinho. De maneira até cômica, cita
que Airton Pavilhão, zagueiro histórico dos anos 50 e 60, se tornou um dos
maiores ídolos da história gremista apesar de seu refino. Pois Bueno deve estar
encantado com o atual time do Grêmio, que faz de cada jogo uma guerra e
consegue vitórias maiúsculas com um futebol de raça, disposição, luta, batalha,
suor...
- Volto mais no tempo e de Eduardo Bueno chego ao
incomparável Nelson Rodrigues, que, lá nos anos 50, disse: “Cuida-se das
canelas, mas ninguém se lembra de preservar a saúde interior, o delicadíssimo
equilíbrio emocional do jogador”. É claro que o desgaste físico –
principalmente o de Seedorf – tem sua parcela de culpa na queda de rendimento
do Botafogo. No entanto, o grande responsável por o Alvinegro passar a jogar um
futebol irreconhecível da noite para o dia – diria até da noite para a
madrugada, tamanha a instantaneidade do declínio – é a estrutura psicológica.
Em campo, o Bota parece um time anêmico, sem forças, sem ímpeto, sem confiança.
De um minuto para o outro deixaram de acreditar no que podem render, e, isto,
não é por motivos físicos.
- Na tarde que Paulo Baier decide o Atle-Tiba descobrimos que
os dirigentes do Furacão não desejam que ele atue a próxima temporada com a
camisa do clube. Qualquer dia os cartolas brasileiros vão entender que, às
vezes, um “quarentão” é muito mais importante que um “vintinho”.
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