Fluminense 0 x 1 Botafogo
Campeonato Brasileiro 1977 – Segunda Fase
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
11 de dezembro de 1977
Fluminense: Renato; Edevaldo, Edinho, Tadeu e Marinho
Chagas; Pintinho, Cléber (Rubens Galaxe) e Gilson Gênio; Cafuringa, Zezé e Doval.
Técnico: Pinheiro.
Botafogo: Zé Carlos; Perivaldo, Osmar Guarnelli, Renê e
Rodrigues Neto; Luisinho, Bráulio e Mendonça (Mário Sérgio); Gil, Paulo Cézar
Caju e Nilson Dias. Técnico: Danilo Alves.
Gol: Gil (Botafogo), aos 41’ do 2º tempo
O famoso troca-troca realizado pelo Presidente do
Fluminense Francisco Horta dera vida à Máquina Tricolor, que, no biênio 75/76, sagrara-se
Bicampeã Carioca e duas vezes semifinalista do Brasileiro. Da mesma forma que
trocas haviam sido realizadas no elenco entre 1975 e 1976, o time tricolor para
1977 também teria novidades para atuar ao lado de cracaços como Edinho, Pintinho,
Rivellino e Doval. A mais badalada destas novidades era o lateral-esquerdo
Marinho Chagas, uma das obsessões de Horta, que, para tê-lo, cedeu Rodrigues
Neto, Paulo Cézar Caju e “Búfalo” Gil ao Botafogo. Falando em Botafogo, o
Alvinegro, com a chegada deste trio, montou um time poderoso, pois também contaria
com o futebol de Renê, Mário Sérgio, Mendonça, Manfrini e Nilson Dias. Uma
reunião muitos talentos e alguns antepassados não condizentes com o padrão de
jogador-modelo, que fizeram o jornalista Deni Menezes criar o apelido Time do
Camburão. Pois a Máquina Tricolor e o Time do Camburão se enfrentaram pela
segunda fase do Brasileirão de 1977 numa situação em que, pelos ruins resultados
anteriores obtidos por ambos, uma derrota seria quase um adeus ao torneio. E
como o futebol é um palco onde a ironia adora dar as caras, o Clássico Vovô foi
decidido no apagar das luzes com uma falha homérica de Marinho Chagas –
justamente “a menina dos olhos” do Presidente Horta – e gol de Gil. Após o
triunfo, o Fogo não chegou ao caneco, mas deu sequência a uma série invicta só
interrompida em julho de 1978, com 52 jogos, um recorde nacional até hoje. Pelo
lado verde, branco e grená, não seria exagero dizer que o Flu vivenciou, nos dias
seguintes à derrota, o fim de uma Era. A eliminação decretada pouco depois do
empate junto ao Botafogo de Ribeirão Preto, no jogo seguinte, e a saída de
Rivellino fizeram parar as engrenagens da Máquina Tricolor. E o choro de
Marinho Chagas no vestiário do Maracanã, após a falha decisiva no Clássico Vovô,
acabou como um símbolo do fim de um período de glórias nas Laranjeiras.
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