terça-feira, 1 de outubro de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - FLUMINENSE X BOTAFOGO - 1977

Fluminense 0 x 1 Botafogo

Campeonato Brasileiro 1977 – Segunda Fase

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

11 de dezembro de 1977

Fluminense: Renato; Edevaldo, Edinho, Tadeu e Marinho Chagas; Pintinho, Cléber (Rubens Galaxe) e Gilson Gênio; Cafuringa, Zezé e Doval. Técnico: Pinheiro.

Botafogo: Zé Carlos; Perivaldo, Osmar Guarnelli, Renê e Rodrigues Neto; Luisinho, Bráulio e Mendonça (Mário Sérgio); Gil, Paulo Cézar Caju e Nilson Dias. Técnico: Danilo Alves.

Gol: Gil (Botafogo), aos 41’ do 2º tempo


O famoso troca-troca realizado pelo Presidente do Fluminense Francisco Horta dera vida à Máquina Tricolor, que, no biênio 75/76, sagrara-se Bicampeã Carioca e duas vezes semifinalista do Brasileiro. Da mesma forma que trocas haviam sido realizadas no elenco entre 1975 e 1976, o time tricolor para 1977 também teria novidades para atuar ao lado de cracaços como Edinho, Pintinho, Rivellino e Doval. A mais badalada destas novidades era o lateral-esquerdo Marinho Chagas, uma das obsessões de Horta, que, para tê-lo, cedeu Rodrigues Neto, Paulo Cézar Caju e “Búfalo” Gil ao Botafogo. Falando em Botafogo, o Alvinegro, com a chegada deste trio, montou um time poderoso, pois também contaria com o futebol de Renê, Mário Sérgio, Mendonça, Manfrini e Nilson Dias. Uma reunião muitos talentos e alguns antepassados não condizentes com o padrão de jogador-modelo, que fizeram o jornalista Deni Menezes criar o apelido Time do Camburão. Pois a Máquina Tricolor e o Time do Camburão se enfrentaram pela segunda fase do Brasileirão de 1977 numa situação em que, pelos ruins resultados anteriores obtidos por ambos, uma derrota seria quase um adeus ao torneio. E como o futebol é um palco onde a ironia adora dar as caras, o Clássico Vovô foi decidido no apagar das luzes com uma falha homérica de Marinho Chagas – justamente “a menina dos olhos” do Presidente Horta – e gol de Gil. Após o triunfo, o Fogo não chegou ao caneco, mas deu sequência a uma série invicta só interrompida em julho de 1978, com 52 jogos, um recorde nacional até hoje. Pelo lado verde, branco e grená, não seria exagero dizer que o Flu vivenciou, nos dias seguintes à derrota, o fim de uma Era. A eliminação decretada pouco depois do empate junto ao Botafogo de Ribeirão Preto, no jogo seguinte, e a saída de Rivellino fizeram parar as engrenagens da Máquina Tricolor. E o choro de Marinho Chagas no vestiário do Maracanã, após a falha decisiva no Clássico Vovô, acabou como um símbolo do fim de um período de glórias nas Laranjeiras.

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