Uns vão o chamar de louco, outros tantos de vendido, alguns
mais de apátrida. Todos, porém, vão concordar: Diego Costa é um corajoso.
Sem muitos floreios, apenas o preto no branco, Diego Costa disse não à Seleção
Brasileira e sim à Seleção Espanhola, às vésperas de uma Copa do Mundo que será
realizada no Brasil.
Diz a história que a maior vaia que já se escutou em gramados
tupiniquins foi direcionada a Julinho Botelho, em um amistoso entre Brasil e
Inglaterra, no Maracanã, logo após a Copa do Mundo de 1958. Todos os milhares
de presentes queriam ver Garrincha, mas foi Julinho quem entrou em campo com a
camisa sete, barrando o Anjo das Pernas Tortas. O estádio quase virou pó,
tamanha a vaia, mas Julinho, como grande craque que sempre foi, deu um show de
bola e saiu de campo aplaudido. Agora, com a decisão de Diego Costa, este “recorde”
de Julinho está com os dias contados.
Não importa em qual dos superfaturados estádios da Copa de
2014 a Espanha jogar, a aversão ao atual artilheiro do Campeonato Espanhol será
maior do que a qualquer outro participante do Mundial. Existe fortemente no
Brasil a ideia de que a Seleção é a “Pátria de Chuteiras” – expressão criada
por Nelson Rodrigues –, e o crescimento do sentimento patriótico com
aproximação da Copa, crescimento este que já foi visto e ouvido na última Copa
das Confederações, fará com que todos vejam Diego Costa como alguém que negou
não só a Seleção Brasileira, mas que negou o Brasil.
Diego Costa não foi o primeiro (e nem será o último) nascido
no Brasil a defender as cores de outra Seleção. Porém, foi o primeiro a receber
dois convites simultaneamente e, com toda a imprensa e atenção sobre ele, negar
a camisa amarela para vestir outra. Os motivos que o levaram a tal escolha
dizem respeito apenas ao próprio e aos seus familiares, mas, agora, ele terá de
arcar com as consequências, pois sua decisão de defender a Fúria será
retribuída com muita fúria por parte dos torcedores brasileiros.
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