Por ordem alfabética: André, Barcos, Borges, Diego Tardelli, Emerson
“Sheik”, Fred, Forlán, Guerrero, Jô, Kléber “Gladiador”, Leandro Damião, Luis
Fabiano, Pato, Rafael Sóbis e Scocco. Uns pelo que jogaram recentemente e outros
pelo que já fizeram num passado mais distante, mas qualquer um destes nomes não
causaria espanto e surpresa se chegasse a este fim do mês de outubro como o
grande atacante do momento. No entanto, os dois homens que brigam por este posto
não se encontram nesta lista. A esta altura, creio que o amigo leitor já sabe
que falo do rubro-negro Hernane e do esmeraldino Walter.
Se você quer alguém para trabalhar jogadas de pivô, prender a
redonda enquanto os meias não chegam, ajudar a valorizar a posse de bola ou abrir
espaços para quem vem de trás, não conte com o Hernane. Agora, se você quer
alguém que consegue transformar qualquer jogada em gol, seja ela bem tramada ou
cadavérica, aí é só chamar o Brocador. No instinto, no reflexo, sem nem arrumar
o corpo, com uma confiança que chega a ser visível, bem posicionado – mas, às
vezes, até mesmo na hora errada e no lugar errado –, Hernane não para de
balançar as redes. E sempre de primeira, como se isso fizesse seus adversários
sentirem menos dor. Aquela história do “puxa rápido o esparadrapo que dói menos”.
Walter é um poço de técnica. Tem tanta, mas tanta categoria,
que seus companheiros lhe mandam granadas, jacas, tijolos e, com um domínio que
parece mais simples que desenhar a bandeira do Japão, Walter transforma tudo em
flores, pedaços de algodão e doce suspiro. Aos seus pés a bola parece cumprir
ordens, sejam estas a de ir dormir no fundo das redes ou de encontrar um esmeraldino
na cara do gol. Mas o futebol de Walter, amigos, é bipolar. De repente, quando
ninguém espera, ele descobre um chute certeiro, violento, cheio de veneno e sem
misericórdia, deixando a própria bola sem entender nada.
O rústico e refinado Walter e o letal e cirúrgico Hernane comandam
Goiás e Flamengo nesta reta decisiva da temporada. Cada um a sua maneira, mas
com uma semelhança que é o que mais importa: o destino final da bola.
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