Um encontro com Carlos Roberto, meio-campista botafoguense no
inesquecível time do final dos anos 60 e, atualmente, treinador, rendeu um
precioso bate-papo, onde o craque comentou momentos-chave de sua carreira
dentro das quatro linhas. Espero que os amigos aproveitem...
Os treinos nas
categorias de base nos anos 60, quando o preparo físico ganha espaço e
relevância.
Depois da Copa do Mundo de 1966 o futebol mudou muito, virou
o “futebol força”. Para nós, brasileiros, porém, foi uma maravilha, pois
conseguimos aliar a habilidade à força. Ficamos com uma condição física mais
evoluída sem abdicar das qualidades técnicas. Hoje em dia, não vemos mais isso,
e sim a pura força física, o que é ruim para o futebol brasileiro. O DNA do
nosso futebol é a ginga, a malícia, a alegria, sem deixar de ser competitivo.
A mescla da experiência
e da prata-da-casa para formar um grande esquadrão.
Aquele time do Botafogo, Campeão da Taça Brasil de 1968,
Bicampeão da Taça Guanabara 67/68, Bicampeão Carioca 67/68, e que excursionava
sempre, foi todo formado na escolinha, nas divisões de base do clube. A espinha
dorsal do time tinha o Manga no gol, o Leônidas na zaga e o Gérson, que viera
do Flamengo. Os demais eram jogadores feitos no próprio clube.
Gérson, Roberto
Miranda, Paulo Cézar Caju, Jairzinho, Rogério... os craques do ataque ajudavam
na marcação ou você corria por eles?
Quando falamos em time, falamos do entendimento entre defesa,
meio-campo e ataque. Apesar de grandes jogadores, existia também muito
entrosamento, que permitia um futebol que sabia a hora de defender e de atacar,
sem deixar de ser vistoso e bonito, como fazia o Botafogo daquela época.
Ausência na Copa do
Mundo de 1970
Era um parte da Seleção Brasileiro no ano de 1968. Depois,
quando o Zagallo assumiu o cargo de treinadores, pensei que estaria dentro da
lista. Porém, tive uma contusão a um mês da Copa do Mundo que me atrapalhou
bastante. Fiquei na expectativa, entrei na relação inicial de 40 nomes, mas não
aconteceu. Mas o Brasil foi muito bem representado pelo Piazza, que depois foi
para a zaga, e pelo Clodoaldo.
A chegada ao Santos, em
1976, pós-Era Pelé
A saída do Pelé do Santos foi o divisor de águas. Todos
sentiram muito, os torcedores, os diretores, e a confiança de alguns ficou
abalada. Não a minha, pois estava de chegada do Rio de Janeiro, mas, apesar de
bons nomes (Clodoaldo e Aílton Lira, por exemplo), não peguei uma fase boa. A
cobrança era muito pesada e alguns jogadores não suportaram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário