Figueirense 0 x 2 Flamengo – Orlando Scarpelli, Florianópolis
(SC)
Em jogo surreal, que teve até beijo do Loco Abreu no escudo
do Botafogo, Flamengo mostra evolução após 10 dias de treino sob o comando de
Dorival Júnior e, com dois gols do libertado Vagner Love, afunda ainda mais o
lanterna Figueirense.
Repleto de modificações em relação aos onzes escalados pelo
Joel Santana e às próprias últimas partidas, o Flamengo foi para o duelo
esquematizado pelo Dorival Júnior no 4-3-3 com: Felipe; Léo Moura, Thiago
Medeiros, González e Ramón; Cáceres, Luiz Antônio e Renato; Negueba, Thomás e
Vagner Love. Sem apertar a mão da vitória desde a primeira rodada, o Figueirense
escutou o apito inicial organizado pelo Hélio dos Anjos no 4-3-3 com: Wilson;
Léo, Fred, Anderson Conceição e Marquinho; João Paulo, Jackson e Claudinei;
Ronny, Caio e Loco Abreu.
Em tempos olímpicos, vale a comparação do 1º tempo com uma
corrida de 100 metros rasos, de tão eletrizante. Expulsões foram duas, uma para
cada lado: Anderson Conceição recebeu o segundo amarelo aos 34 e Léo Moura o
vermelho, direto, aos 47. Vale aqui uma observação: a maioria dos jogadores não
consegue identificar, com o jogo em andamento, o critério de um juiz, e repetem,
seguidamente, faltas merecedoras de cartão. No assunto oportunidades de gols, o
Fla, com o Negueba em noite de “Capeta em Forma de Guri” e boa estreia de
Cáceres, criou mais, porém Love e o próprio Negueba não conseguiram passar pelo
goleiro Wilson e um arremate do Luiz Antônio beijou a trave. Já o Figueira,
mesmo sem ter sido capaz de colocar sequer uma pelotinha na cabeça do Loco
Abreu, assustou o Felipe em chutes longos e em uma tabelinha entre o uruguaio e
o Ronny que este desperdiçou.
A 2ª etapa iniciou com uma certa cautela, mas o ritmo de
corrida de fundo acabaria aos 17 minutos, quando Adryan cobrou córner na cabeça
de Vagner Love e o “Artilheiro do Amor” colocou fim ao jejum de oito jogos sem
sacudir o barbante. Aí, como já era de se esperar devido ao menor número de
homens nas quatro-linhas, ao consequente esvaziamento dos setores de meio-campo,
e à busca do Figueirense por, pelo menos, um empate, os espaços vazios se
proliferaram. Os catarinenses chutaram de tudo quanto foi canto. De dentro e de
fora da área, da esquerda e da direita, além de um potente “chute” de cabeça do
Loco Abreu que explodiu no poste. Porém, foi o Flamengo que alterou o placar,
novamente através dos pés do agora sem uma bigorna nas costas Vagner Love, aos
42 minutos.
Quando as cortinas já começavam a se fechar, Loco Abreu
protagonizou uma cena que nunca mais será esquecida e terá seu lugar em todos
os livros do futebol carioca. Vaiado, apupado e buzinado pela torcida
flamenguista, o uruguaio foi até a linha de fundo, levantou seu uniforme,
beijou um escudo do Botafogo que carregava na camisa de baixo e, com as mãos,
imitou histórica cavadinha que deu o Cariocão de 2010 ao “Glorioso”. Coisa de “Loco”!
Nenhum comentário:
Postar um comentário