Tal qual um jogador de poker em modo “nada a perder”
coloco todas as minhas cartas à mesa: uma mudança no calendário do futebol
brasileiro é urgente e os jogadores devem usar até de greves para tal; os
Estaduais precisam ser enxugados, mas nunca exterminados; não sou a favor de
uma adequação do nosso calendário ao europeu; a Copa do Brasil não ficou legal
com oito meses.
Craques não rendem o suficiente por desgaste físico, jogadores
que, de maneira louvável, não conseguem não se doar por inteiro passam mal a
cada apito final; cartões amarelos são forçados e viram alternativas para
poupar os extenuados; todo segundo tempo de uma peleja é imensamente inferior em
qualidade e intensidade ao primeiro; times cogitam escalar os juniores e
juvenis para disputar os Estaduais; convocações para a Seleção Brasileira
desfalcam os que brigam na parte nobre da tabela e dão direito ao torcedor de
ter raiva do Escrete Nacional... E 2014 ainda é ano de Copa do Mundo! Amigos, qualquer um que tenha apreço pelo
futebol jogado aqui no país consegue enxergar a urgência de mudanças no calendário
nacional.
A primeira alteração gritada por muitos tem os Campeonatos
Estaduais como alvo. Utilizemos o Carioca 2013 como exemplo de incoerência. É
um absurdo reservar mais de 20 datas para um campeonato no qual sete dos 16
times sequer participam quarta divisão nacional. Dez ou doze times seriam
aceitáveis. O que não é aceitável, porém, é o fim dos Estaduais.
Tradicionalmente, o torcedor brasileiro, seja ele de qualquer canto, valoriza
as vitórias e conquistas sobre os grandes rivais. Além de que, em um país
repleto de clubes que se consideram grandes, triunfos contra adversários
históricos inflam o ego de maneira positiva.
Os defensores do fim dos Estaduais se posicionam com a
comparação de que estes não existem na Europa. Ora, não é porque Londres, Milão
ou Madrid não possui torneio regional que devemos fazer igual. Assim como não é
essencial uma adequação total e completa ao calendário do “Velho Mundo”.
Podemos desocupar as datas-FIFA, contar com pré-temporadas mais volumosas e conseguir
período de excursões de uma maneira tupiniquim. É muito precipitado acreditar
que só o fato de não estarmos em meio de temporada enquanto a janela de
transferências estiver aberta irá melhorar o nível do futebol por aqui.
Por fim, mas não menos importante, a questão da Copa do
Brasil. Espaçar o agora único torneio mata-mata de caráter nacional ao longo de
todo o ano tira muito do seu calor. A distância de um mês entre a ida e volta
da fase quartas de final desta edição é um exemplo pontual. Fora o fato de que,
quanto mais longo for a Copa do Brasil, mas difícil será o aparecimento das
surpresas, uma das maiores graças desta competição – os amigos recordam os
títulos de Criciúma (1991), Santo André (2004) e Paulista (2005), todos times
que não eram da Série A, certo?
Claro, lógico e evidente que não tenho a pretensão de ser
definitivo. As alternativas de mudanças são as mais variadas, e estas são
apenas opiniões de quem é apaixonado pelo futebol brasileiro e só lhe deseja o
melhor, mesmo sendo conhecedor da incompetência dos que o administram.
Penso que a Copa do Brasil, está em sua melhor fase. Já os Estaduais, devem ser encarados como torneio de verão, ou seja tiro curto, apenas aquecimento para as grandes competições, como: Brasileirão e Copa do Brasil. Claro, que a história dos Estaduais deve ser preservada, honrada e respeitada.
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