Diz o ditado que a derrota necessita ser explicada, mas a
vitória não pede teorias. Ora bolas, como não teorizar a conquista desta
impecável Alemanha? Seria um desperdício imperdoável não buscar entender o que
fez este time de jogadores grandiosos se tornar um grandioso time de jogadores.
Podemos começar pelo primor técnico dos alemães. Neuer é um
absurdo de goleiro, dono de posicionamento e visão de jogo que beiram o
perfeito. Atualmente volante, Lahm precisou apenas de três jogos para mostrar
que ainda é o melhor lateral-direito do mundo. O sublime Schweinsteiger rouba a
bola e a deixa com quem mais sabe: ele mesmo. Kroos passa, lança e chuta como
se tivesse uma régua presa às chuteiras. Klose nasceu para jogar Copa do Mundo.
Thomas Müller, para dar sequência ao legado de Klose.
Ainda tem Hummels, Boateng, Khedira, Özil, Schürrle e o autor
do gol histórico, Götze... É muita gente boa. Gente que tem inteligência tática
para mesclar o estilo da bola de pé em pé em pé em pé em pé do Bayern de
Munique com muita potência ofensiva e letalidade nas jogadas aéreas. O cardápio
ofensivo montado pelo chef Joachin
Löw tem muitas páginas, e os que estão em campo têm todas elas decoradas.
As supostas adversidades climáticas a Alemanha a chutou para
escanteio. Jogou toda a primeira fase no Nordeste (com duas partidas às 13h e
uma média de 28 graus), voou longe para Porto Alegre para vencer a Argélia e o
choque térmico causado por uma sensação de cerca de 10 graus e, depois, foi ao
Rio de Janeiro para eliminar a França sob outro sol de uma da tarde. Com tudo
isso, ainda destroçou fisicamente o Brasil e teve gás para conquistar o mundo
na prorrogação.
Ao lado da Holanda, a Alemanha foi a seleção que mais se
sentiu em casa no Brasil fora de campo. Mas não foi só. Dentro das quatro
linhas, exceto alguns poucos minutos de instabilidade, Schweinsteiger e
companhia primaram pela atenção, concentração, autoridade, capacidade de
imposição de estilo, compreensão do que o jogo pedia...
O futebol não tem uma única receita para a vitória. No
entanto, quando um time reúne estruturas técnica, tática, física e psicológica
tão bem desenvolvidas, o caminho para a glória se torna bem menos pedregoso.
PARABÉNS, ALEMANHA!
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