A Copa do Mundo em solo tupiniquim encanta pelos mais
variados motivos. Dentre tantos, temos gols em profusão e para todos os gostos,
técnica individual refinada, jogo coletivo encaixado, entrega emocional completa,
dedicação física sem pensar no amanhã e atuações memoráveis de goleiros. Na vitória
holandesa sobre a Costa Rica, nos pênaltis, o espetáculo proporcionado pelos
arqueiros Tim Krul e Keylor Navas não só foi uma homenagem a todas as defesas
dignas de moldura já vistas neste Mundial, como também um tributo aos que têm a
missão de impedir a pelota de beijar o barbante.
Há uns 20 anos, o joguinho futebolístico de videogame então
em moda permitia um macete através do qual o goleiro se tornava
instransponível. As finalizações vinham de todas as direções, formas e
distâncias e nada de bola na rede. Suspeita-se que os costarriquenhos
descobriram como aplicar este macete na vida real, pois o que fez o arqueiro
Keylor Navas nesta Copa foi desequilibrador. Fora uma única mísera caçada de
borboleta, Navas não cometeu um equívoco sequer em todo o torneio. Sofreu apenas
dois golzinhos: um de pênalti, do Uruguai, e outro da Grécia, que veio em
rebote de uma defesa sensacional sua. Em cinco jogos, fez no mínimo 15
defesaças. Após tudo o que pegou contra a Holanda, não falta mais nada para colocá-lo
ao lado de David Luiz, James Rodríguez, Messi e Robben como os maiores nomes do
Mundial até este momento.
O anoitecer na Fonte Nova, porém, não foi do macetado Navas,
o grande responsável pelo placar mudo. Foi de Tim Krul, goleiro reserva
holandês. Um reserva que entrou somente aos 120 minutos de bola rolando para decidir
a disputa por pênaltis. Krul pode não ostentar a maior altura deste Mundial,
mas sua confiança era tamanha que ele parecia ter que ficar de cócoras para
caber sob o travessão. Com todos os seus metros e uma técnica sublime para
catar tiros da marca da cal, Krul acertou o lado de todas as cobranças
costarriquenhas, pegou duas delas e a Holanda vai encarar a Argentina por uma
vaga na final.
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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Ao ser escalado para arbitrar o embate entre Holanda e Costa
Rica, o uzbeque Ravshan Irmatov se tornou, com nove partidas, o juiz que mais jogos
apitou na história do Mundial. Outro recorde de Irmatov, este estabelecido em
2010, é o de mais partidas arbitradas em uma única edição da Copa do Mundo:
cinco, assim como o mexicano Benito Archundia (2006) e o argentino Horacio
Elizondo (2006).
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