Recém-contratado para salvar o Flamengo do fundo do poço sem
fundo, Vanderlei Luxemburgo comentou a decisão da Copa do Mundo pelo canal de
TV Fox Sports. Ao escalar um treinador como analista, espera-se uma leitura
tática do jogo, mas Luxemburgo encontrou um problema enorme pela frente: ele
não conseguia falar Schweinsteiger. Tentou a primeira vez e não saiu. Tentou a
segunda, e nada. Na terceira, optou por chamar o craque alemão de “o camisa
sete”.
O ponto aqui não é exigir que os treinadores brasileiros
sejam poliglotas, o que, diga-se de passagem, até que seria excelente para que
eles pudessem se manter em dia com o que rola pelo Planeta Bola. Se Luxemburgo
não conseguisse pronunciar nomes bósnios, iranianos, sul-coreanos e até de
muitos outros alemães não teria um pingo de problema.
A questão é que ao demonstrar não ter nenhuma familiaridade
com o nome do Schweinsteiger, Luxemburgo deu indícios de que este meio-campista
impecável e atualmente inigualável não faz parte de suas conversas cotidianas.
Ora bolas, que treinador atual pode se dar ao luxo de não conversar sobre o que
Schweinsteirger faz em campo? Que futebol ele assiste?
Um técnico de futebol não ter familiaridade com
Schweinsteiger demonstra a mesma falta de capacidade profissional de um expert
em filmes de ação que gagueja ao falar de Arnold Schwarzenegger, de um
estudioso de Formula 1 que se enrola para dizer Schumacher ou um garçom
veterano que não sabe pedir um Steinhaeger ao barman.
Muitos levaram o embolar de língua de Luxemburgo para o lado
cômico, algo como o inglês de Joel Santana, mas tem um ponto muito sério no
fato de um dos treinadores mais renomados do país não conseguir falar
Schweinsteiger. Este é mais um exemplo de que os nossos técnicos não assistem,
não debatem e não estudam o futebol que se joga nos principais centros do
mundo. E podem incluir o Dunga nesta lista...
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