Olá amigos do FUTEBOLA!
Espanha 1 x 0 Alemanha
“Perdendo ou ganhando, não mudamos nosso estilo”. Esta preciosa frase, dita por um amigo meu espanhol, representa fielmente o que foi o duelo entre as duas Seleções mais fortes da Copa do Mundo 2010. Sem mudar praticamente uma vírgula do que vem apresentando em todo Mundial – na realidade já vem apresentando este mesmo estilo de jogo faz um bom tempo – a Espanha engoliu a Alemanha e garantiu a vaga na tão sonhada final.
Do apito inicial até o suado gol da vitória, marcado aos 28 minutos da 2ª etapa, a Espanha dominou por completo as ações ofensivas do jogo. Contando desde o início com sua impecável capacidade para trocar passes no campo ofensivo, a “Fúria” – que não tem nada de furiosa, tamanha a tranquilidade que apresenta dentro das quatro-linhas – se postou integralmente no campo de ataque e com poucos minutos já deixava a partida ao seu feitio. Parecia que era a Espanha e não a Alemanha que buscava sua oitava final de Mundial, tamanha a autoridade com a qual os espanhóis dominaram a partida na 1ª etapa. As chances reais de abrir o placar foram poucas, uma com David Villa e outra com Puyol, porém a Espanha rondou os 45 minutos a área muito bem defendida pelo goleiro Neuer e pelos zagueiros Mertesacker e Friedrich. E a única coisa que a Alemanha conseguiu fazer neste 1º tempo foi mesmo se defender. Seria um exagero creditar a péssima atuação ofensiva alemã à ausência do suspenso Muller. A realidade é que Podolski, Schweinsteiger e Ozil, todos os três, não mostraram um pingo do futebol das partidas anteriores. A Alemanha não era nem sombra da grande equipe que sapecou 4 x 1 na Inglaterra e 4 x 0 na Argentina.
Assim como nos duelos diante de Portugal e Paraguai, respectivamente nas oitavas e quartas, a Espanha voltou para a 2ª etapa empatando em 0 x 0. Alguma mudança de estilo em relação aos primeiros 45 minutos? Não, nenhuma. O mesmo toque de bola e a mesma movimentação dos meias eram as armas espanholas para buscar a vitória. E em 13 minutos a Espanha criou nada menos do que cinco oportunidades de balançar as redes. Com o volante Xabi Alonso tendo toda a liberdade para atacar, já que a Alemanha estava compeltamente acuada e nem sonhava em produzir algo ofensivo, e Iniesta e Xavi, talvez a melhor dupla de meias do futebol Mundial, enfim jogando mais próximos, a “Fúria” não abriu o marcador por pouco. Vale destacar um ponto que favorece demais a Seleção Espanhola. Dos jogadores de meio-campo da equipe, Xabi Alonso, Busquets, Pedro, Xavi e Iniesta, apenas o primeiro não atua pelo Barcelona, ou seja, entrosamento é o que não falta na meiúca dos comandados de Vicente Del Bosque.
Somente aos 23 minutos a Alemanha resolveu dar sinal de vida, quando uma arrancada de Podolski pela esquerda terminou com um arremate de Kroos nas mãos de Casillas. Isso mesmo, o poderoso ataque alemão precisou de mais de uma hora para assustar a retaguarda espanhola. Entretanto, este lance não mudou a cara do jogo, não foi o início da postura ofensiva alemã. A Espanha continuou trocando passes, seguiu bem postada no campo de ataque e chegou ao tento da vitória em um córner cobrado por Xavi que Puyol cabeceou pro fundo do gol com grande estilo. Um prêmio à um dos melhores e mais raçudos zagueiros planeta. Para fazer justiça, vale dizer também que Piqué, parceiro de Puyol no Barcelona e também na Seleção, realizou mais uma bela partida. Em desvantagem, a Alemanha resolveu sair para o abafa e tentar o empate na base da tradição, da camisa. A Espanha, apesar de ter desperdiçado um grande contra-ataque com o jovem Pedro, até ficou um pouco perdida durante uns 10 minutinhos, mas mesmo assim segurou o desorganizado ataque alemão.
O apito final decretou, enfim, a Espanha como uma finalista de Copa do Mundo. E com todos os méritos possíveis. Agora teremos uma final de Mundial entre duas equipes que nunca levantaram o caneco, fato que não ocorre desde 1978 quando Argentina e Holanda se enfrentaram. Estou contando os minutos para este jogão que vai decir quem será o mais novo integrante do seleto grupo dos Campeões Mundiais.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- Os suecos Tore Keller e Nils Liedholm possuem dois recordes interessantes. O primeiro é o jogador mais velho (33 anos e 159 dias) a marcar 3 gols em uma mesma partida de Mundial, feito conquistado no duelo contra Cuba em 1938. Já Liedholm é o jogador mais velho (35 anos e 263 dias) a balançar as redes em uma final de Copa, marca alcançada diante do Brasil em 1958.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 - SEMI-FINAL
Olá amigos do FUTEBOLA!
Holanda 3 x 2 Uruguai
Em um jogo emocionante, como deve ser uma semi-final de Copa do Mundo, a Holanda bateu o Uruguai e chega em sua terceira final da competição mais importante do planeta.
Apenas dois minutinhos após o juiz apitar o início da partida, a Holanda já mostrava seu cartão de visitas, levando perigo ao goleiro Muslera com um arremate do Kuyt. Parece que este lance realmente serviu para assustar o Uruguai, que permanecia muito acuado e não chegava nem perto de acertar um contra-golpe. Aos 18 minutos, premiando a atitude mais ofensiva da Holanda, que se não chegava a pressionar o adversário pelo menos se mantinha postada no campo de ataque, o lateral-esquerdo van Bronckhorst acertou o mais belo chute desta Copa do Mundo e marcou um golaço. Após abrir o marcador, a Holanda mostrou sua outra face, que, diga-se de passagem, não me agrada. Assim como nos confrontos contra o Japão, na fase de grupos, e a Eslováquia, nas oitavas, a Holanda recuou excessivamente após sair em vantagem. Impressionante como depois do gol de van Bronckhorst a Holanda abdicou por completo das ações ofensivas. Por outro lado, o Uruguai passou a gostar do jogo, começou a rondar a área laranja e se postar mais ofensivamente. O resultado disto? Uma boa jogada de Forlán, aos 41 minutos, que terminou no fundo das redes após bobeada do goleiro Stekelenburg e fez com que o jogo fosse para o intervalo empatado.
Com o reinício da 2ª etapa foi possível perceber que, mesmo com a entrada do meia van der Vaart no lugar do volante De Zeeuw, a Holanda teria trabalho para furar a retaguarda celeste. Vale ressaltar aqui, mais uma vez, a qualidade defensiva do trio de volantes uruguaio, formado por Álvaro Pereira, Arévalo Ríos e Diego Pérez. A consciência tática para a ocupação de espaços e qualidade na marcação que estes jogadores possuem foi sem dúvida um dos pontos fortes desta histórica Seleção Uruguaia. Depois de chegar perto da virada com Álvaro Pereira, aos 5, e Forlán, em uma cobrança de falta aos 21, o Uruguai mostrava um futebol de quem queria muito chegar à decisão. Porém, de maneira repentina, a qualidade individual holandesa decidiu a partida. Entre 22 e 28 minutos, a técnica de Sneijder, Robben e cia provou que o talento ainda é muito relevante no futebol. Primeiro van Persie fez boa trama pela esquerda e van der Vaart quase balançou as redes. Em seguida, após ótima troca de passes da “Laranja Mecânica” no campo ofensivo, Snejder arrematou e contou com o desvio na defesa para marcar. O estádio ainda digeria o segundo gol holandês quando Kuyt arrancou pela esquerda e cruzou para Robben, de cabeça, ampliar a vantagem. Depois de passar um bom tempo sem visitar o campo de ataque, a Holanda precisou apenas de 6 minutos para retomar a dianteira.
O Uruguai sentiu os gols sofridos e perdeu muito de sua força. Porém, o jogo resolveu presentar os fãs do futebol com um final espetacular, quando o lateral-direito uruguaio Maxi Pereira acertou um chute de fora da área e diminuiu o marcador, aos 46 minutos. Daí até os 50, o Uruguai colocou a alma na ponta da chuteira, pois o coração ele já estava lá desde o apito inicial. A cada redonda alçada na área meu amigo botafoguense gritava para o Loco Abreu subir. E vou confessar que, do jeito que esse Abreu é iluminado, até acreditei no empate. Mas não deu. O apito final chegou e a Holanda tentará, mais uma vez, entrar para o seleto grupo dos Campeões Mundiais. Em minha opinião a Holanda pode sim conquistar o caneco. Porém, se sair na frente do placar e recuar excessivamente, como já fez diversas vezes neste Mundial, tem grandes chances de não conseguir retomar as rédeas da partida. Afinal, contra Espanha ou Alemanha o caldo é mais grosso.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- Apenas três jogadores conseguiram balançar as redes em cada partida de uma Copa do Mundo. O uruguaio Ghiggia, carrasco brasileiro, conseguiu tal feito no Mundial de 1950, quando se sagrou Campeão. Quem também foi Campeão no mesmo torneio que marcou gols em todos os jogos foi o brazuca Jairzinho, em 1970. Por último, o francês Just Fontaine sacudiu o filó em todas as partidas do Mundial de 1958, mas, diferentemente de Ghiggia e Jairzinho, não levantou o caneco.
Holanda 3 x 2 Uruguai
Em um jogo emocionante, como deve ser uma semi-final de Copa do Mundo, a Holanda bateu o Uruguai e chega em sua terceira final da competição mais importante do planeta.
Apenas dois minutinhos após o juiz apitar o início da partida, a Holanda já mostrava seu cartão de visitas, levando perigo ao goleiro Muslera com um arremate do Kuyt. Parece que este lance realmente serviu para assustar o Uruguai, que permanecia muito acuado e não chegava nem perto de acertar um contra-golpe. Aos 18 minutos, premiando a atitude mais ofensiva da Holanda, que se não chegava a pressionar o adversário pelo menos se mantinha postada no campo de ataque, o lateral-esquerdo van Bronckhorst acertou o mais belo chute desta Copa do Mundo e marcou um golaço. Após abrir o marcador, a Holanda mostrou sua outra face, que, diga-se de passagem, não me agrada. Assim como nos confrontos contra o Japão, na fase de grupos, e a Eslováquia, nas oitavas, a Holanda recuou excessivamente após sair em vantagem. Impressionante como depois do gol de van Bronckhorst a Holanda abdicou por completo das ações ofensivas. Por outro lado, o Uruguai passou a gostar do jogo, começou a rondar a área laranja e se postar mais ofensivamente. O resultado disto? Uma boa jogada de Forlán, aos 41 minutos, que terminou no fundo das redes após bobeada do goleiro Stekelenburg e fez com que o jogo fosse para o intervalo empatado.
Com o reinício da 2ª etapa foi possível perceber que, mesmo com a entrada do meia van der Vaart no lugar do volante De Zeeuw, a Holanda teria trabalho para furar a retaguarda celeste. Vale ressaltar aqui, mais uma vez, a qualidade defensiva do trio de volantes uruguaio, formado por Álvaro Pereira, Arévalo Ríos e Diego Pérez. A consciência tática para a ocupação de espaços e qualidade na marcação que estes jogadores possuem foi sem dúvida um dos pontos fortes desta histórica Seleção Uruguaia. Depois de chegar perto da virada com Álvaro Pereira, aos 5, e Forlán, em uma cobrança de falta aos 21, o Uruguai mostrava um futebol de quem queria muito chegar à decisão. Porém, de maneira repentina, a qualidade individual holandesa decidiu a partida. Entre 22 e 28 minutos, a técnica de Sneijder, Robben e cia provou que o talento ainda é muito relevante no futebol. Primeiro van Persie fez boa trama pela esquerda e van der Vaart quase balançou as redes. Em seguida, após ótima troca de passes da “Laranja Mecânica” no campo ofensivo, Snejder arrematou e contou com o desvio na defesa para marcar. O estádio ainda digeria o segundo gol holandês quando Kuyt arrancou pela esquerda e cruzou para Robben, de cabeça, ampliar a vantagem. Depois de passar um bom tempo sem visitar o campo de ataque, a Holanda precisou apenas de 6 minutos para retomar a dianteira.
O Uruguai sentiu os gols sofridos e perdeu muito de sua força. Porém, o jogo resolveu presentar os fãs do futebol com um final espetacular, quando o lateral-direito uruguaio Maxi Pereira acertou um chute de fora da área e diminuiu o marcador, aos 46 minutos. Daí até os 50, o Uruguai colocou a alma na ponta da chuteira, pois o coração ele já estava lá desde o apito inicial. A cada redonda alçada na área meu amigo botafoguense gritava para o Loco Abreu subir. E vou confessar que, do jeito que esse Abreu é iluminado, até acreditei no empate. Mas não deu. O apito final chegou e a Holanda tentará, mais uma vez, entrar para o seleto grupo dos Campeões Mundiais. Em minha opinião a Holanda pode sim conquistar o caneco. Porém, se sair na frente do placar e recuar excessivamente, como já fez diversas vezes neste Mundial, tem grandes chances de não conseguir retomar as rédeas da partida. Afinal, contra Espanha ou Alemanha o caldo é mais grosso.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- Apenas três jogadores conseguiram balançar as redes em cada partida de uma Copa do Mundo. O uruguaio Ghiggia, carrasco brasileiro, conseguiu tal feito no Mundial de 1950, quando se sagrou Campeão. Quem também foi Campeão no mesmo torneio que marcou gols em todos os jogos foi o brazuca Jairzinho, em 1970. Por último, o francês Just Fontaine sacudiu o filó em todas as partidas do Mundial de 1958, mas, diferentemente de Ghiggia e Jairzinho, não levantou o caneco.
sábado, 3 de julho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 - QUARTAS-DE-FINAL
Olá amigos do FUTEBOLA!
Espanha 1 x 0 Paraguai
Em mais um jogaço de bola nesta Copa do Mundo, a Espanha teve trabalho, mas confirmou seu favoritismo e passou pelo Paraguai. Agora os fãs do futebol contam os minutos para o embate entre Espanha e Alemanha, valendo a vaga na grande decisão.
Os primeiros 45 minutos do jogo transcorreram como o esperado. A Espanha trocava passes e tentava furar o bloqueio armado pelas duas linhas de quatro paraguaias. Com Iniesta se movimentando pouco, estando parado na direita, Xavi sem a participação nos passes de sempre, David Villa sem ser acionado e Fernando Torres, para variar, complEtamente desligado, a Espanha só assustou o goleiro Villar em um chute longo do Xavi. Pelo outro lado, a produção ofensiva paraguaia, apesar de não ser muito grande, conseguiu levar perigo ao gol defendido por Casillas quando Valdez marcou um gol anulado pelo bandeira. Resumindo: a 1ª etapa foi bem morna. Após o intervalo a Espanha voltou com um pouco mais de ímpeto ofensivo e deixou o Paraguai mais acuado. Este era o panorama da partida quando ocorreram cinco minutos de tirar o fôlego. Córner paraguaio alçado na área e Piqué comete falta claríssima em Cardozo. O próprio Cardozo se encarrega da cobrança da penalidade e chuta mal, para defesa de Casillas. No lance seguinte, um rápido ataque espanhol, Villa é derrubado, também na área, pelo zagueiro Alcaraz gerando um pênalti que Xabi Alonso converteu mas o juiz mandou voltar a cobrança assinalando invasão. Na segunda batida, Alonso cobra mal, Villar defende e Sérgio Ramos chuta o rebote para Da Silva salvar em cima da linha paraguaia. Agora sim o jogo pegava fogo e era pura emoção.
Poucos minutos depois da penalidade desperdiçada, Fábregas encontrou Iniesta e por pouco a Espanha não abre o placar. Agora a Espanha, diferentemente da 1ª etapa, jogava melhor. Com a entrada de Fábregas no lugar de Fernando Torres e a consequente centralização do Villa, que jogava aberto pela esquerda, Iniesta passou a se movimentar mais pelo campo. Aos 29, tentando melhorar as jogadas pelos flancos do campo, o treinador espanhol Vicente del Bosque colocou em campo o jovem Pedro, no lugar do volante Xabi Alonso. Era inegável que a Espanha buscava mais o jogo do que o Paraguai. E esta busca deu resultado aos 37 quando um toque genial do Xavi e uma arrancada ainda mais genial do Iniesta conseguiram abrir a defesa paraguaia. Na conclusão da jogada, Pedro acertou a trave e o rebote parou nos pés de Villa, que chutou com categoria e a redonda bateu nas duas traves antes de beijar o filó. Que gol suado!
É de me encher os olhos a tranquilidade demonstrada pela Espanha diante de equipes que priorizam o sistema defensivo. Em alguns casos a estratégia até pode não dar certo, como diante da Suiça, mas como diria meu amigo espanhol “perdendo ou ganhando, não mudamos nosso estilo”. Agora vem o grande teste desta Seleção, talvez o maior teste da história da “Fúria”: a forte Alemanha com a faca entre os dentes para vingar a derrota na final da Euro 2008.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- A Itália e a Inglaterra são as Seleções que mais perderam disputas de pênaltis na história da Copa do Mundo, tendo saído de campo derrotadas em três oportunidades. Vale citar que nas três derrotas italianas Roberto Baggio esteve presente, mas só desperdiçou sua cobrança na decisão de 1994, diante do Brasil.
Espanha 1 x 0 Paraguai
Em mais um jogaço de bola nesta Copa do Mundo, a Espanha teve trabalho, mas confirmou seu favoritismo e passou pelo Paraguai. Agora os fãs do futebol contam os minutos para o embate entre Espanha e Alemanha, valendo a vaga na grande decisão.
Os primeiros 45 minutos do jogo transcorreram como o esperado. A Espanha trocava passes e tentava furar o bloqueio armado pelas duas linhas de quatro paraguaias. Com Iniesta se movimentando pouco, estando parado na direita, Xavi sem a participação nos passes de sempre, David Villa sem ser acionado e Fernando Torres, para variar, complEtamente desligado, a Espanha só assustou o goleiro Villar em um chute longo do Xavi. Pelo outro lado, a produção ofensiva paraguaia, apesar de não ser muito grande, conseguiu levar perigo ao gol defendido por Casillas quando Valdez marcou um gol anulado pelo bandeira. Resumindo: a 1ª etapa foi bem morna. Após o intervalo a Espanha voltou com um pouco mais de ímpeto ofensivo e deixou o Paraguai mais acuado. Este era o panorama da partida quando ocorreram cinco minutos de tirar o fôlego. Córner paraguaio alçado na área e Piqué comete falta claríssima em Cardozo. O próprio Cardozo se encarrega da cobrança da penalidade e chuta mal, para defesa de Casillas. No lance seguinte, um rápido ataque espanhol, Villa é derrubado, também na área, pelo zagueiro Alcaraz gerando um pênalti que Xabi Alonso converteu mas o juiz mandou voltar a cobrança assinalando invasão. Na segunda batida, Alonso cobra mal, Villar defende e Sérgio Ramos chuta o rebote para Da Silva salvar em cima da linha paraguaia. Agora sim o jogo pegava fogo e era pura emoção.
Poucos minutos depois da penalidade desperdiçada, Fábregas encontrou Iniesta e por pouco a Espanha não abre o placar. Agora a Espanha, diferentemente da 1ª etapa, jogava melhor. Com a entrada de Fábregas no lugar de Fernando Torres e a consequente centralização do Villa, que jogava aberto pela esquerda, Iniesta passou a se movimentar mais pelo campo. Aos 29, tentando melhorar as jogadas pelos flancos do campo, o treinador espanhol Vicente del Bosque colocou em campo o jovem Pedro, no lugar do volante Xabi Alonso. Era inegável que a Espanha buscava mais o jogo do que o Paraguai. E esta busca deu resultado aos 37 quando um toque genial do Xavi e uma arrancada ainda mais genial do Iniesta conseguiram abrir a defesa paraguaia. Na conclusão da jogada, Pedro acertou a trave e o rebote parou nos pés de Villa, que chutou com categoria e a redonda bateu nas duas traves antes de beijar o filó. Que gol suado!
É de me encher os olhos a tranquilidade demonstrada pela Espanha diante de equipes que priorizam o sistema defensivo. Em alguns casos a estratégia até pode não dar certo, como diante da Suiça, mas como diria meu amigo espanhol “perdendo ou ganhando, não mudamos nosso estilo”. Agora vem o grande teste desta Seleção, talvez o maior teste da história da “Fúria”: a forte Alemanha com a faca entre os dentes para vingar a derrota na final da Euro 2008.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- A Itália e a Inglaterra são as Seleções que mais perderam disputas de pênaltis na história da Copa do Mundo, tendo saído de campo derrotadas em três oportunidades. Vale citar que nas três derrotas italianas Roberto Baggio esteve presente, mas só desperdiçou sua cobrança na decisão de 1994, diante do Brasil.
COPA DO MUNDO 2010 - QUARTAS-DE-FINAL
Olá amigos do FUTEBOLA!
Alemanha 4 x 0 Argentina
Simplesmente sensacional! Com mais uma atuação de gala a Alemanha chegou a sua terceira partida, de cinco disputadas, tendo marcado quatro gols. A vítima desta vez foi a Argentina, que sai da Copa do Mundo provando ter somente bons valores individuais e uma gigante "messidependência".
Esta Copa do Mundo, antes mesmo de chegar ao seu final, já serviu para eu adotar um novo conceito de assistir futebol. Agora, a meu ver, uma boa equipe deve possuir quatro “poderes” igualmente relevantes: técnico, tático, físico e psicológico. Quando um deles se sobressai negativamente sobre os outros, raramente uma equipe consegue sair vencedora. Um exemplo? A total desestabilidade emocional da Seleção Brasileira diante da Holanda foi responsável direta pelo fim do sonho do Hexa. Vale citar que esta falta de controle também já havia aparecido diante de Costa do Marfim e Portugal.
Falando agora de Alemanha e Argentina, encontro nesta divisão dos quatro “poderes” a explicação pela fácil vitória alemã, que não me surpreendeu. Salvo uma atuação monumental de Lionel Messi, o que é algo totalmente plausível, seria muito difícil a Argentina triunfar diante da equilibradíssima Alemanha. Um amigo meu foi perfeito em sua análise da Seleção Argentina: “É o melhor time de pelada do Mundo”. Não há nenhuma dúvida de que a Argentina possui jogadores qualificados, porém é uma das equipes mais desorganizadas taticamente que vi neste Mundial. A retaguarda é idêntica à um queijo suiço, tamanha a quantidade de buracos – fator que também deve ser creditado à péssima qualidade técnica de seus defensores. E tem mais. A frente da defesa encontra-se um único volante, Mascherano, que se já é violento e comete muitas faltas atuando pelo Liverpool, uma equipe mais bem arrumada defensivamente, imaginem tendo que proteger uma fraca defesa quase que sozinho. Porém, apesar de todos os problemas defensivos – e são muitos – a Argentina tem seu principal foco de desorganização tática no ataque. Com jogadores do nível de Di María, Tévez, Higuaín e Messi, a Argentina poderia apresentar um excelente cardápio ofensivo. Porém, tabelinhas pelo meio da defesa adversária, ultrapassagens pelos flancos, entradas em diagonais de quem está pela ponta, utilização do centroavante como pivô, entre outras jogadas, raramente, para não dizer nunca, foram utilizadas pelos comandados de Maradona. A estratégia era a do cada um por si. Ora Messi, ora Tévez, ora Di Mária, as jogadas individuais foram a tônica da Argentina neste Mundial. Estava dando certo até encontrar um rival que não se desesperasse diante de tantos jogadores ofensivos e tivesse calma para explorar seus inúmeros pontos fracos.
Linhas acima utilizei o termo equilibradíssima para caracterizar a Alemanha. E é realmente gigantesco o equilíbrio mostrado pelos comandados do técnico Joachim Loew. Abrindo parênteses, queria dizer o quanto sou fã deste treinador. Durante a temporada européia de 2008/2009 escolhi a Bundesliga para acompanhar de maneira intensiva e fiquei impressionado com o número de jogos que Loew assitia do próprio estádio. Em alguns dias, ele conseguia marcar presença em dois jogos. Como todos os seus convocados atuam na própria Bundesliga, nem é preciso falar que ele os conhece perfeitamente. Voltando a comentar sobre o equilíbrio alemão, me encanta assitir uma equipe que possui jogadores de grande qualidade técnica, apresenta uma organização tática irretocável e conta com enorme frieza para explorar os pontos fracos rivais, vide as goleadas diante de Inglaterra e Argentina. Com estas qualidades, a Alemanha conseguiu apresentar um futebol ofensivo infinitamente superior ao da Argentina, que era cantada aos quatro cantos como o futebol mais ofensivo da Copa, como se o fato de ter mais atacantes estivesse relacionado com produção ofensiva. Vejamos como o poder ofensivo alemão é imensamente superior ao argentino. Logo aos 2 minutos do 1º tempo, Schweinsteiger cobra falta na cabeça de Muller que havia se antecipados à toda a zaga argentina e abre o placar. Na metade da 2ª etapa, Muller, caído no chão, espera a passagem de Podolski, dá lindo passe e a jogada termina com Klose livre, leve e solto empurrando pro fundo das redes. Pouco tempo depois, Schweinsteiger, o melhor jogador em campo e um forte candidato à melhor do Mundial, costura três marcadores e rola para o zagueiro Friedrich marcar o terceiro. Aos 44 minutos veio a cartada final. Aproveitando todos os buracos possíveis na defesa argentina, Podolski abre a jogada com Ozil que cruza para Klose marcar seu 14º gol em Mundiais. Só falta um para ele se igualar com o recordista Ronaldo. Resumo da ópera: Enquanto a peladeira argentina forçava jogadas individuais e tentava, no abafa, furar a boa defesa alemã, Schweistenger e cia davam um show de variação ofensiva. Gols de bola parada, ultrapassagens pelo flanco, jogadas individuais, contra-ataque, gol de zagueiro, gol de cabeça... Uma atuação alemã que merecia ser assistida de terno e gravata.
Depois da vitória diante do México, nas oitavas, havia dito que “se apresentar um futebol do mesmo nível diante dos alemães serão mínimas as chances de a Argentina chegar mais longe no Mundial” e “os comandados de Maradona precisarão de mais solidez defensiva e organização ofensiva diante de uma Alemanha que vem forte”. Bom, acredito que os comandados do competente Joachim Loew sabiam que não teriam um bicho de sete cabeças pela frente e tiveram tranquilidade para dar um verdadeiro espetáculo.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- Três finais de Copa do Mundo terminaram com uma diferença de três gols para o Campeão e em todas elas o Brasil esteve presente. Se nos Mundiais de 1958 e em 1970 os shows foram nossos, com a vitória de 5 x 2 e 4 x 1 sobre, respectivamente, Suécia e Itália, em 1998 sofremos ao sermos derrotados pela França de Zinedine Zidane por 3 x 0.
Alemanha 4 x 0 Argentina
Simplesmente sensacional! Com mais uma atuação de gala a Alemanha chegou a sua terceira partida, de cinco disputadas, tendo marcado quatro gols. A vítima desta vez foi a Argentina, que sai da Copa do Mundo provando ter somente bons valores individuais e uma gigante "messidependência".
Esta Copa do Mundo, antes mesmo de chegar ao seu final, já serviu para eu adotar um novo conceito de assistir futebol. Agora, a meu ver, uma boa equipe deve possuir quatro “poderes” igualmente relevantes: técnico, tático, físico e psicológico. Quando um deles se sobressai negativamente sobre os outros, raramente uma equipe consegue sair vencedora. Um exemplo? A total desestabilidade emocional da Seleção Brasileira diante da Holanda foi responsável direta pelo fim do sonho do Hexa. Vale citar que esta falta de controle também já havia aparecido diante de Costa do Marfim e Portugal.
Falando agora de Alemanha e Argentina, encontro nesta divisão dos quatro “poderes” a explicação pela fácil vitória alemã, que não me surpreendeu. Salvo uma atuação monumental de Lionel Messi, o que é algo totalmente plausível, seria muito difícil a Argentina triunfar diante da equilibradíssima Alemanha. Um amigo meu foi perfeito em sua análise da Seleção Argentina: “É o melhor time de pelada do Mundo”. Não há nenhuma dúvida de que a Argentina possui jogadores qualificados, porém é uma das equipes mais desorganizadas taticamente que vi neste Mundial. A retaguarda é idêntica à um queijo suiço, tamanha a quantidade de buracos – fator que também deve ser creditado à péssima qualidade técnica de seus defensores. E tem mais. A frente da defesa encontra-se um único volante, Mascherano, que se já é violento e comete muitas faltas atuando pelo Liverpool, uma equipe mais bem arrumada defensivamente, imaginem tendo que proteger uma fraca defesa quase que sozinho. Porém, apesar de todos os problemas defensivos – e são muitos – a Argentina tem seu principal foco de desorganização tática no ataque. Com jogadores do nível de Di María, Tévez, Higuaín e Messi, a Argentina poderia apresentar um excelente cardápio ofensivo. Porém, tabelinhas pelo meio da defesa adversária, ultrapassagens pelos flancos, entradas em diagonais de quem está pela ponta, utilização do centroavante como pivô, entre outras jogadas, raramente, para não dizer nunca, foram utilizadas pelos comandados de Maradona. A estratégia era a do cada um por si. Ora Messi, ora Tévez, ora Di Mária, as jogadas individuais foram a tônica da Argentina neste Mundial. Estava dando certo até encontrar um rival que não se desesperasse diante de tantos jogadores ofensivos e tivesse calma para explorar seus inúmeros pontos fracos.
Linhas acima utilizei o termo equilibradíssima para caracterizar a Alemanha. E é realmente gigantesco o equilíbrio mostrado pelos comandados do técnico Joachim Loew. Abrindo parênteses, queria dizer o quanto sou fã deste treinador. Durante a temporada européia de 2008/2009 escolhi a Bundesliga para acompanhar de maneira intensiva e fiquei impressionado com o número de jogos que Loew assitia do próprio estádio. Em alguns dias, ele conseguia marcar presença em dois jogos. Como todos os seus convocados atuam na própria Bundesliga, nem é preciso falar que ele os conhece perfeitamente. Voltando a comentar sobre o equilíbrio alemão, me encanta assitir uma equipe que possui jogadores de grande qualidade técnica, apresenta uma organização tática irretocável e conta com enorme frieza para explorar os pontos fracos rivais, vide as goleadas diante de Inglaterra e Argentina. Com estas qualidades, a Alemanha conseguiu apresentar um futebol ofensivo infinitamente superior ao da Argentina, que era cantada aos quatro cantos como o futebol mais ofensivo da Copa, como se o fato de ter mais atacantes estivesse relacionado com produção ofensiva. Vejamos como o poder ofensivo alemão é imensamente superior ao argentino. Logo aos 2 minutos do 1º tempo, Schweinsteiger cobra falta na cabeça de Muller que havia se antecipados à toda a zaga argentina e abre o placar. Na metade da 2ª etapa, Muller, caído no chão, espera a passagem de Podolski, dá lindo passe e a jogada termina com Klose livre, leve e solto empurrando pro fundo das redes. Pouco tempo depois, Schweinsteiger, o melhor jogador em campo e um forte candidato à melhor do Mundial, costura três marcadores e rola para o zagueiro Friedrich marcar o terceiro. Aos 44 minutos veio a cartada final. Aproveitando todos os buracos possíveis na defesa argentina, Podolski abre a jogada com Ozil que cruza para Klose marcar seu 14º gol em Mundiais. Só falta um para ele se igualar com o recordista Ronaldo. Resumo da ópera: Enquanto a peladeira argentina forçava jogadas individuais e tentava, no abafa, furar a boa defesa alemã, Schweistenger e cia davam um show de variação ofensiva. Gols de bola parada, ultrapassagens pelo flanco, jogadas individuais, contra-ataque, gol de zagueiro, gol de cabeça... Uma atuação alemã que merecia ser assistida de terno e gravata.
Depois da vitória diante do México, nas oitavas, havia dito que “se apresentar um futebol do mesmo nível diante dos alemães serão mínimas as chances de a Argentina chegar mais longe no Mundial” e “os comandados de Maradona precisarão de mais solidez defensiva e organização ofensiva diante de uma Alemanha que vem forte”. Bom, acredito que os comandados do competente Joachim Loew sabiam que não teriam um bicho de sete cabeças pela frente e tiveram tranquilidade para dar um verdadeiro espetáculo.
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- Três finais de Copa do Mundo terminaram com uma diferença de três gols para o Campeão e em todas elas o Brasil esteve presente. Se nos Mundiais de 1958 e em 1970 os shows foram nossos, com a vitória de 5 x 2 e 4 x 1 sobre, respectivamente, Suécia e Itália, em 1998 sofremos ao sermos derrotados pela França de Zinedine Zidane por 3 x 0.
COPA DO MUNDO 2010 - QUARTAS-DE-FINAL
Olá amigos do FUTEBOLA!
Uruguai (4) 1 x 1 (2) Gana
Provando que a Copa do Mundo não termina com a eliminação do Brasil, poucas horinhas depois de a Holanda nos tirar o sonho do Hexa, Gana e Uruguai realizaram o melhor jogo do Mundial. Equilíbrio, qualidade técnica, organização tática, drama, emoção... teve de tudo neste inesquecível duelo que colocou os uruguaios na semi-final de uma Copa depois de 40 anos.
Os primeiros 45 minutos de jogo no Soccer City podem ser perfeitamente divididos em duas partes. Na primeira delas, do apito inicial até os 25 minutos, o Uruguai conseguiu controlar qualquer tentativa de Gana de assustar o goleiro Muslera e dominou completamente as ações ofensivas. Com Luis Suárez, para variar, infernizando a retaguarda adversária e Forlán não tão bem como em partidas anteriores, mas sempre um incômodo, a “Celeste” criou três chances de sacudir o filó, mas não obteve êxito. Já na segunda metade deste 1º tempo, de maneira repentina, Gana assumiu o controle ofensivo do embate. Com Prince Boateng mostrando novamente ser um dos destaques do torneio e o atacante Gyan “avisando” que deve ser marcado de perto, as “Estrelas Negras” reverteram a cara do jogo. Nos acréscimos, aos 46 minutos, o meia Muntari, acertou um belo arremate longo, o goleiro Muslera saltou mal e Gana abriu o placar.
O jogo voltou do intervalo com Forlán enfim provando sua importância. Se na 1ª etapa ele só havia aparecido bem em um único lance, dando bom passe para o Cavani, agora ele estava com tudo. Logo aos 9 minutos ele cobrou bem uma falta, contou com a contribuição do goleiro ganês Kingson e empatou o escore. Depois disso ainda participou diretamente de mais duas boas tramas ofensivas que Luis Suárez não concluiu com sucesso. O Uruguai ainda realizou uma linda jogada pela esquerda, com Fucile e Lodeiro, que o mesmo Luis Suárez chutou para bela defesa de Kingson. Entretanto, diferentemente do 1º tempo, que teve cada parte dominado por uma equipe, desta vez Gana não ficou parada olhando o rival atacar. Enquanto Luis Suárez não conseguia levantar o véu da noiva pelo lado azul, Gyan e Muntari assustaram o goleiro Muslera. Apesar de algumas falhas técnicas, como as dos goleiros, a partida apresentou um ótimo nível e muita tensão. A qualquer momento um jogador como Forlán, Luis Suárez, Gyan ou Muntari, só para citar os que, a meu ver, eram os jogadores com maior poder de decisão em campo, poderia colocar a redonda pra dentro e decidir o duelo.
O tempo normal terminou, mas a prorrogação continuou tensa e imprevisível, principalmente na 2ª etapa. Apesar de a primeira boa chance no tempo extra ter sido uruguaia, com Forlán, Gana se utilizou de sua maior força física para buscar mais o ataque. Adiyah e Boateng, duas vezes, passaram perto de decidir a partida. Porém, ninguém contou com a chance que Gyan teve em seus pés. Faltando poucos minutos para o final do 2º tempo da prorrogação Gana teve a chance de alçar a pelota na área em uma cobrança de falta. Pantsil colocou a redonda no pagode e o que se seguiu foi inacreditável. Boateng desviou de cabeça, Muslera rebateu a pelota que sobrou para Appiah chutar da pequena área e Luis Suárez tirar com os pés em cima da linha. No rebote, Adiyah cabeceou para garantir a classificação de Gana, mas Luis Suárez novamente evitou a consagração africana. Entretanto, desta vez Suárez salvou com as mãos. Pênalti para Gana e o atacante Gyan, que já havia convertido duas penalidades neste Mundial, tinha nos seus pés a chance de colocar, pela primeira vez na história, uma Seleção Africana entre as quatro melhores do mundo. E isso na Copa da África! Porém, Gyan desperdiçou esta chance única e a partida foi para a decisão nos pênaltis.
Apesar de toda a coragem de Gyan, que foi o primeiro a cobrar uma penalidade na decisão e o fez com muita qualidade, Gana desperdiçou duas cobranças e deixou a última bola cair nos pés de ninguém menos que Loco Abreu. Amigos, a cada dia que passa cresce mais minha admiração por este centroavante. Não vem ao caso elogiar no momento sua enorme qualidade nas bolas aéreas ou sua liderança sobre os companheiros, fatores que muito admiro nele, mas é impossível não se assustar com tamanha calma nos momentos decisivos. Depois de ser responsável direto pelo Botafogo conquistar o Campeonato Carioca diante do Flamengo, ao cobrar um pênalti com a maior categoria do planeta quando estava diante do goleiro Bruno, reconhecidamente um expert em defender penalidades, Loco Abreu foi mais longe. Diferente de Gyan, Abreu não sentiu o peso de entrar para a história e com uma cobrança de pênalti fenomenal, onde somente acariciou a redonda, colocou o Uruguai na semi-final. Vai ter frieza assim lá na África do Sul!
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- O mexicano Antonio Carbajal e Mohamed Al-Deayea, da Arábia Saudita, são os goleiros que mais sofreram gols na história dos Mundiais, com 25 gols sofridos. Carbajal disputou cinco edições da Copa do Mundo, dividindo o recorde de Copas jogadas com o alemão Lothar Matthaüs. Já Al-Deayea participou de quatro Mundiais.
Uruguai (4) 1 x 1 (2) Gana
Provando que a Copa do Mundo não termina com a eliminação do Brasil, poucas horinhas depois de a Holanda nos tirar o sonho do Hexa, Gana e Uruguai realizaram o melhor jogo do Mundial. Equilíbrio, qualidade técnica, organização tática, drama, emoção... teve de tudo neste inesquecível duelo que colocou os uruguaios na semi-final de uma Copa depois de 40 anos.
Os primeiros 45 minutos de jogo no Soccer City podem ser perfeitamente divididos em duas partes. Na primeira delas, do apito inicial até os 25 minutos, o Uruguai conseguiu controlar qualquer tentativa de Gana de assustar o goleiro Muslera e dominou completamente as ações ofensivas. Com Luis Suárez, para variar, infernizando a retaguarda adversária e Forlán não tão bem como em partidas anteriores, mas sempre um incômodo, a “Celeste” criou três chances de sacudir o filó, mas não obteve êxito. Já na segunda metade deste 1º tempo, de maneira repentina, Gana assumiu o controle ofensivo do embate. Com Prince Boateng mostrando novamente ser um dos destaques do torneio e o atacante Gyan “avisando” que deve ser marcado de perto, as “Estrelas Negras” reverteram a cara do jogo. Nos acréscimos, aos 46 minutos, o meia Muntari, acertou um belo arremate longo, o goleiro Muslera saltou mal e Gana abriu o placar.
O jogo voltou do intervalo com Forlán enfim provando sua importância. Se na 1ª etapa ele só havia aparecido bem em um único lance, dando bom passe para o Cavani, agora ele estava com tudo. Logo aos 9 minutos ele cobrou bem uma falta, contou com a contribuição do goleiro ganês Kingson e empatou o escore. Depois disso ainda participou diretamente de mais duas boas tramas ofensivas que Luis Suárez não concluiu com sucesso. O Uruguai ainda realizou uma linda jogada pela esquerda, com Fucile e Lodeiro, que o mesmo Luis Suárez chutou para bela defesa de Kingson. Entretanto, diferentemente do 1º tempo, que teve cada parte dominado por uma equipe, desta vez Gana não ficou parada olhando o rival atacar. Enquanto Luis Suárez não conseguia levantar o véu da noiva pelo lado azul, Gyan e Muntari assustaram o goleiro Muslera. Apesar de algumas falhas técnicas, como as dos goleiros, a partida apresentou um ótimo nível e muita tensão. A qualquer momento um jogador como Forlán, Luis Suárez, Gyan ou Muntari, só para citar os que, a meu ver, eram os jogadores com maior poder de decisão em campo, poderia colocar a redonda pra dentro e decidir o duelo.
O tempo normal terminou, mas a prorrogação continuou tensa e imprevisível, principalmente na 2ª etapa. Apesar de a primeira boa chance no tempo extra ter sido uruguaia, com Forlán, Gana se utilizou de sua maior força física para buscar mais o ataque. Adiyah e Boateng, duas vezes, passaram perto de decidir a partida. Porém, ninguém contou com a chance que Gyan teve em seus pés. Faltando poucos minutos para o final do 2º tempo da prorrogação Gana teve a chance de alçar a pelota na área em uma cobrança de falta. Pantsil colocou a redonda no pagode e o que se seguiu foi inacreditável. Boateng desviou de cabeça, Muslera rebateu a pelota que sobrou para Appiah chutar da pequena área e Luis Suárez tirar com os pés em cima da linha. No rebote, Adiyah cabeceou para garantir a classificação de Gana, mas Luis Suárez novamente evitou a consagração africana. Entretanto, desta vez Suárez salvou com as mãos. Pênalti para Gana e o atacante Gyan, que já havia convertido duas penalidades neste Mundial, tinha nos seus pés a chance de colocar, pela primeira vez na história, uma Seleção Africana entre as quatro melhores do mundo. E isso na Copa da África! Porém, Gyan desperdiçou esta chance única e a partida foi para a decisão nos pênaltis.
Apesar de toda a coragem de Gyan, que foi o primeiro a cobrar uma penalidade na decisão e o fez com muita qualidade, Gana desperdiçou duas cobranças e deixou a última bola cair nos pés de ninguém menos que Loco Abreu. Amigos, a cada dia que passa cresce mais minha admiração por este centroavante. Não vem ao caso elogiar no momento sua enorme qualidade nas bolas aéreas ou sua liderança sobre os companheiros, fatores que muito admiro nele, mas é impossível não se assustar com tamanha calma nos momentos decisivos. Depois de ser responsável direto pelo Botafogo conquistar o Campeonato Carioca diante do Flamengo, ao cobrar um pênalti com a maior categoria do planeta quando estava diante do goleiro Bruno, reconhecidamente um expert em defender penalidades, Loco Abreu foi mais longe. Diferente de Gyan, Abreu não sentiu o peso de entrar para a história e com uma cobrança de pênalti fenomenal, onde somente acariciou a redonda, colocou o Uruguai na semi-final. Vai ter frieza assim lá na África do Sul!
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CONHECENDO MAIS DA COPA DO MUNDO...
- O mexicano Antonio Carbajal e Mohamed Al-Deayea, da Arábia Saudita, são os goleiros que mais sofreram gols na história dos Mundiais, com 25 gols sofridos. Carbajal disputou cinco edições da Copa do Mundo, dividindo o recorde de Copas jogadas com o alemão Lothar Matthaüs. Já Al-Deayea participou de quatro Mundiais.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 - BRASIL X HOLANDA
Olá amigos do FUTEBOLA!
Brasil 1 X 2 Holanda
Difícil, pra não dizer impossível, esquecer o lado torcedor neste momento. E sou daqueles que realmente torce pelo Brasil, mais até do que pelo meu clube. A meu ver, o símbolo mais forte da história do futebol é nossa camisa canarinho. Enquanto algumas Seleções possuem apelidos como “Leões Indomáveis”, “Azzurra” ou “Laranja Mecânica”, o fato de sermos conhecidos como “A Seleção” já é suficiente para mostrar o respeito que existe para com nossa equipe.
Algumas vezes, torcedores ignoram o peso de nossa Seleção por motivos até, acredito eu, compreensíveis. Não vejo nenhuma heresia em escutar alguém dizendo “nesta Copa eu vou torcer pela Espanha, pois ela sim joga um futebol bonito” ou “queria que o futebol ofensivo da Argentina vencesse, e não esse futebol feio do Brasil”, porém não consigo pensar assim. Sabem aquele brasileiro que é mais brasileiro em época de Copa do Mundo? Pois então, sou assim. Sinto frio na barriga antes dos jogos, me arrepia escutar o hino e fico triste quando me cai a sensação de que nada do que torci adiantou, nenhuma superstição valeu a pena, as promessas foram inúteis. De que adiantou sentar sempre no mesmo lugar, usar sempre a mesma cueca, tocar sempre a mesma vuvuzela?
Se alguns torcedores conseguem torcer por outras Seleções – repito que não vejo problemas nisso, apenas não consigo – também existe o caso de jogadores que abandonam a camisa canarinho. As vezes até a estão vestindo, mas para ele é apenas um pedaço de pano qualquer, que o diferencia dos adversários. Quase como coletes, daqueles que ao final da pelada são jogados no chão para que a esposa da vez os lave e na próxima semana eles estejam de volta. Não me serve de consolo, pelo menos ainda não, o fato de esta Seleção Brasileira não contar com jogadores assim. Pode ter fatado técnica, organização tática, controle psicológico... podem ter faltado infinitas qualidades, mas em nenhuma momento abandonaram a camisa ou desrespeitaram a Seleção. Em minha opinião, mais do que representar o país, os brasileiros que atuam em uma Copa do Mundo representam um símbolo, representam “A Seleção”. E estes jogadores o fizeram com o coração. Se jogaram um futebol bonito ou não, isso é relativo. Alguns, como este que vos escreve, não enxerga beleza apenas no futebol ofensivo.
Antes de ontem, ao final de uma palestra sobre a Copa do Mundo, estava conversando com um famoso jornalista esportivo. Do alto de seus 78 anos ele me disse que não estava nem aí para a possibilidade de o Brasil perder a Copa. Ganhar ou perder não influenciaria seu humor. Ainda não consigo pensar assim. Como também não consigo fazer análises técnicas e táticas neste momento.
Brasil 1 X 2 Holanda
Difícil, pra não dizer impossível, esquecer o lado torcedor neste momento. E sou daqueles que realmente torce pelo Brasil, mais até do que pelo meu clube. A meu ver, o símbolo mais forte da história do futebol é nossa camisa canarinho. Enquanto algumas Seleções possuem apelidos como “Leões Indomáveis”, “Azzurra” ou “Laranja Mecânica”, o fato de sermos conhecidos como “A Seleção” já é suficiente para mostrar o respeito que existe para com nossa equipe.
Algumas vezes, torcedores ignoram o peso de nossa Seleção por motivos até, acredito eu, compreensíveis. Não vejo nenhuma heresia em escutar alguém dizendo “nesta Copa eu vou torcer pela Espanha, pois ela sim joga um futebol bonito” ou “queria que o futebol ofensivo da Argentina vencesse, e não esse futebol feio do Brasil”, porém não consigo pensar assim. Sabem aquele brasileiro que é mais brasileiro em época de Copa do Mundo? Pois então, sou assim. Sinto frio na barriga antes dos jogos, me arrepia escutar o hino e fico triste quando me cai a sensação de que nada do que torci adiantou, nenhuma superstição valeu a pena, as promessas foram inúteis. De que adiantou sentar sempre no mesmo lugar, usar sempre a mesma cueca, tocar sempre a mesma vuvuzela?
Se alguns torcedores conseguem torcer por outras Seleções – repito que não vejo problemas nisso, apenas não consigo – também existe o caso de jogadores que abandonam a camisa canarinho. As vezes até a estão vestindo, mas para ele é apenas um pedaço de pano qualquer, que o diferencia dos adversários. Quase como coletes, daqueles que ao final da pelada são jogados no chão para que a esposa da vez os lave e na próxima semana eles estejam de volta. Não me serve de consolo, pelo menos ainda não, o fato de esta Seleção Brasileira não contar com jogadores assim. Pode ter fatado técnica, organização tática, controle psicológico... podem ter faltado infinitas qualidades, mas em nenhuma momento abandonaram a camisa ou desrespeitaram a Seleção. Em minha opinião, mais do que representar o país, os brasileiros que atuam em uma Copa do Mundo representam um símbolo, representam “A Seleção”. E estes jogadores o fizeram com o coração. Se jogaram um futebol bonito ou não, isso é relativo. Alguns, como este que vos escreve, não enxerga beleza apenas no futebol ofensivo.
Antes de ontem, ao final de uma palestra sobre a Copa do Mundo, estava conversando com um famoso jornalista esportivo. Do alto de seus 78 anos ele me disse que não estava nem aí para a possibilidade de o Brasil perder a Copa. Ganhar ou perder não influenciaria seu humor. Ainda não consigo pensar assim. Como também não consigo fazer análises técnicas e táticas neste momento.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
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