segunda-feira, 31 de maio de 2010

CAMPEONATO BRASILEIRO 5ª RODADA

Avaí 0 X 0 Vitória

Flamengo 1 X 1 Grêmio

Palmeiras 0 X 0 Prudente

Internacional 4 X 1 Atlético-PR

Guarani 0 X 0 São Paulo

Atlético-MG 1 X 3 Fluminense

Corinthians 4 X 2 Santos

Botafogo 1 X 1 Vasco

Ceará 1 X 0 Cruzeiro

Atlético-GO 1 X 3 Goiás

Olá amigos do FUTEBOLA!

Botafogo 1 x 1 Vasco – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Em um duelo bastante equilibrado, Vasco e Botafogo empataram em 1 x 1, resultado que não foi positivo para nenhuma das equipes em termos de melhora na tabela.

Os primeiros 10 minutos de partida foram quentes no Engenhão. Pelo lado do Glorioso, Herrera perdeu um gol cara a cara com o goleiro Fernando Prass após belo passe de Lúcio Flávio e, poucos minutos depois, o mesmo Lúcio Flávio preferiu se jogar para cavar um pênalti ao invés de concluir uma linda e veloz jogada. Entre as duas oportunidades botafoguenses, o volante Nílton iniciou e concluiu, de cabeça, uma boa trama, levando perigo ao arqueiro Jefferson. A partir destes 10 primeiros minutos, o Vasco se postou melhor ofensivamente, conseguiu neutralizar os ataques velozes do Fogão e, se aos 25 minutos assustou com uma bela jogada do meia Jeferson, abriu o placar no minuto seguinte após uma bela tabela entre Philippe Coutinho e Ernani, finalizada pelo último. Sem conseguir apresentar o futebol rápido dos primeiros minutos e com uma absurda falta de criatividade, o Botafogo só poderia mesmo produzir algum lance de perigo nas bolas paradas. E foi assim que após uma cobrança de escanteio a pelota resvalou no braço de Nílton e o juiz Carlos Eugênio Simon assinalou penalidade máxima. Na cobrança, Herrera bateu com convicção e empatou o placar. O mesmo Herrera ainda seria o protagonista do último lance de perigo da 1ª etapa, realizando boa jogada pela esquerda.

Após o intervalo, o duelo esfriou bastante. O equilíbrio era grande e os sistemas defensivos levavam a melhor sobre os ataques. A primeira metade da 2ª etapa transcorreu sem a criação de uma única jogada trabalhada e apenas Jefferson trabalhou em um longo chute do vascaíno Souza, aos 10 minutos. Porém, foi o Botafogo que esteve mais próximo de conquistar os 3 pontos quando construiu três boas oportunidades de sacudir o filó em 7 minutos. Comandado pelo meia-atacante Edno, presente nas três tramas perigosas citadas e que havia entrado no lugar do nada produtivo volante Túlio Souza, o Fogão viu o gol da vitória amadurecer entre os minutos 26 e 33, mas esbarrou na bela atuação do goleirão Fernando Prass. Em minha opinião, apesar de estar jogando um futebol de boa qualidade, o Botafogo começa a sentir falta de Loco Abreu, seu jogador-referência e comandante ofensivo. Já pelo lado Cruzmaltino, é clara e evidente a falta que Carlos Alberto faz. Com a ausência de seu capitão, o Vasco perde muito em criatividade ofensiva e Philippe Coutinho fica muito mais marcado.

Como citei anteriormente, o empate não foi bom para nenhuma das equipes. O Botafogo foi ultrapassado pelo Flu e já não é mais o melhor do Rio. E o Vasco perdeu a oportunidade de alcançar o 10º lugar na tabela, estando em 16º.

TRÊS TOQUES

- Com uma atuação de alto nível o Corinthians bateu o badalado Santos por 4 x 2 e se manteve na liderança do Brasileirão. Roberto Carlos voando pela lateral-esquerda, Elias voltando a atuar como volante, posição na qual viveu seu melhor momento, e uma estréia como titular excelente do meia Bruno César foram os destaques da importantíssima vitória do Timão, afinal era um clássico e um “jogo de 6 pontos”.

- Acreditava que o Fluminense, após a contratação do Muricy Ramalho, havia se tornado favorito para conquistar a Copa do Brasil, porém o Flu caiu cedo para o Grêmio. Se o trabalho do treinador tricampeão brasileiro não teve resultados imediatos, a evolução do Tricolor já pode ser vista a olho nu. A cada jogo que passa o time ganha a cara de seu comandante e se torna mais forte. A vitória sobre o Atlético Mineiro em pleno Mineirão e o fato de terminar a 5ª rodada em terceiro lugar são perfeitos exemplos da boa fase tricolor.

- Sem sentir o peso de retornar à 1ª divisão após 16 anos, o Ceará se mantém invicto e engolindo qualquer equipe que visite o Castelão. A vítima desta vez foi o Cruzeiro que com Kléber “Gladiador”, Thiago Ribeiro e cia não conseguiu segurar o “Vozão”. Vale ressaltar também que o Ceará possui a melhor defesa do Brasileiro, com apenas um golzinho sofrido. Ótima equipe!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

UMA IMAGEM...



Lado a lado, a felicidade e a tristeza. Roberto Baggio desperdiça sua cobrança de pênalti e dá ao Brasil o Tetra Mundial.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

CAMPEONATO BRASILEIRO 2010 - 4ª RODADA

Vitória 4 X 3 Atlético-MG
Grêmio 3 X 0 Avaí
Fluminense 2 X 1 Flamengo
São Paulo 1 X 0 Palmeiras
Cruzeiro 1 X 0 Botafogo
Santos 3 X 1 Guarani
Prudente 2 X 2 Corinthians

Oá amigos do FUTEBOLA!

Fluminense 2 x 1 Flamengo – Maracanã, Rio de Janeiro

No duelo que fechou o Maraca pelos próximos três anos, o Fluminense foi bastante superior ao Flamengo, provou que realmente está crescendo como equipe e conquistou importantíssimos três pontos.

Com poucos minutos de partida já era possível perceber duas equipes com posturas completamente diferentes. Enquanto o Flamengo se comportava como uma equipe pequena, repleto de jogadores defensivos e só com Vágner Love no comando de ataque, o Fluminense se postava no campo de ataque e mostrava grande qualidade ofensiva. Explorando principalmente o lado esquerdo do ataque, contando com o lateral Carlinhos e o meia Marquinho em grande noite, o gol do Fluzão era questão de tempo, tamanha a superioridade tricolor em campo. E não era só a dupla pela esquerda que estava inspirada. Mariano, Diguinho, Conca, Rodriguinho... todos jogavam uma bola redondinha. Se logo aos 4 minutos o goleiro rubro-negro Bruno conseguiu salvar uma cabeçada à queima-roupa do Fred, após cruzamento de Carlinhos, aos 10 ele não pode fazer nada quando Conca arrancou pela meiúca, com impressionante autoridade, e deixou Rodriguinho livre, leve e solto para sacudir o filó. No minuto seguinte, com a torcida tricolor ainda comemorando, Marquinho quase ampliou o placar. O Flamengo até tentou esboçar uma reação com um arremate cheio de categoria de Vágner Love e uma arrancada de Vinícius Pacheco, mas estes foram lances isolados que em momento algum afetaram a imensa superioridade que o Flu teve na 1ª etapa. Antes do intervalo, o Fluminense ainda assustou o torcedor rubro-negro em mais três oportunidades. Carlinhos, que estava voando pela esquerda e deixando Léo Moura de cabelo mais em pé ainda, acertou um belo chute e também cruzou uma bola perfeita para Rodriguinha marcar mais um gol, que foi corretamente anulado devido ao impedimento do atacante. Na terceira e última chance tricolor na etapa, Fred encontrou Rodriguinho na área e o atacante que jogou uma partida brilhante chutou por cima de Bruno. Fim do 1º tempo. Fim de 45 minutos de um massacre do Fluzão.

Após o intervalo, o Flamengo voltou com o meia Ramón e com o jovem atacante Diego Maurício, tentando melhorar o setor ofensivo, que, diga-se de passagem, não podia piorar. Se na 1ª etapa Vagner Love sofria tentando jogar sozinho, agora teria mais companhia. E o Flamengo até melhorou na partida, conseguindo se postar ofensivamente e manter a pelota em seu controle. Porém, aos 11 minutos, o craque tricolor novamente brilhou. Depois de boa jogada de Mariano pela direita e excelente atuação de pivô de Marquinho, Conca acertou um chute perfeito e balançou o véu da noiva. Esta era a sétima clara oportunidade de gol criada pelo Fluminense. O Conca participou de apenas duas delas. Deu uma linda assistência e marcou um golaço. Precisa de mais?

Com boa vantagem no placar o Flu diminui um pouco o ritmo e nem assim foi seriamente incomodado. O arisco Diego Maurício tentou algumas jogadas individuais e o Flamengo até rondou a meta defendida por Rafael. Entretanto, para se ter idéia de como o Flu foi melhor, mesmo sem buscar o ataque o Tricolor esteve mais perto do terceiro gol do que o Fla do primeiro. Aos 23 minutos, o volante Diguinho, que jogou muita bola e lembrou seu melhor período no Botafogo, deu excelente passe para o incansável Marquinho cabecear raspando o poste. Já nos acréscimos, o goleiro Bruno, mesmo sob sonora vaia, cobrou uma falta com perfeição e diminuiu o placar.

Não sou muito adepto do artifício de avaliar jogadores com notas, mas se tivesse que fazer isso após este duelo, todos os jogadores do Fluminense que iniciaram a partida, sem nenhuma exceção, receberiam notas maiores que sete. E amigos, quando isso ocorre dificilmente uma equipe é derrotada.

TRÊS TOQUES

- Os dois melhores goleiros do futebol brasileiro estiveram em noite de gala. Nas vitórias de suas equipes pelo apertado placar de 1 x 0, Rogério Ceni e Fábio foram de extrema importância ao defenderem cobranças de pênaltis. No caso do já lendário goleiro tricolor, o feito foi ainda mais comemorado, pois o adversário era ninguém menos que o rival Palmeiras.

- Coisas ilógicas do futebol: mesmo sem seus três principais jogadores ofensivos, Loco Abreu, Herrera e Caio, o Botafogo jogou um ótimo futebol no Mineirão, foi absurdamente superior ao Cruzeiro, criou ótimas oportunidades de gols e... foi derrotado.

- Conhecem aquele tipo de treinador que se caracteriza pela atitude do “eu venci, nós empatamos, eles perderam”? Pois vejam o comentário do treinador Vanderlei Luxemburgo após a derrota do Atlético Mineiro por 4 x 3 para o Vitória: “O que me incomodou foi a falta de atitude. Faltou atitude de campeão do time, faltou aquela vontade da vitória e isso eu gosto nos meus times, vontade dos jogadores. Você não ganha campeonato com jogador de futebol, atleta, você ganha campeonato com homem, que tem atitude, discernimento, que sabe assumir suas responsabilidades”.

domingo, 23 de maio de 2010

CAMPEONATO BRASILEIRO 2010 - 3ª RODADA

Botafogo 3 x 0 Goiás
Atlético-GO 1 x 2 Santos
Palmeiras 4 x 2 Grêmio
Corinthians 1 x 0 Fluminense
Atlético-MG 3 x 1 Atlético-PR
Internacional 0 x 2 São Paulo
Ceará 1 x 0 Vitória
Avaí 2 x 0 Vasco
Flamengo 3 x 1 Grêmio Prudente
Guarani 2 x 2 Cruzeiro

Olá amigos do FUTEBOLA!

Avaí 2 x 0 Vasco – Ressacada, Florianópolis (SC)

Na estréia do treinador Celso Roth, o Vasco perdeu para o bom time do Avaí e colocou mais uma pulga atrás da orelha de seus torcedores. O Cruzmaltino continua sem vencer uma partida no Brasileiro e se encontra na penúltima posição.

Os primeiros 25 minutos de jogo em Floripa foram de deixar qualquer vascaíno com um sorriso enorme. Com a escalação de quatro volantes armando uma muralha no meio-campo e a pelota chegando rápido aos pés de um inspirado Philippe Coutinho, o Vasco controlava a partida e dava um banho de bola nos mandantes. Léo Gago em uma espetacular cobrança de falta, Élton chutando de canhota após passe de P. Coutinho, e dois arremates do mesmo P. Coutinho, um que explodiu no travessão e outro após ele ter costurado toda a defesa catarinense em uma jogada magistral, são provas de como o Vasco estava infernal em campo. A presença de Nílton, Léo Gago, Souza e Rafael Carioca realmente deixam o Vasco sem muita inspiração, porém como eles soltavam a bola com muita velocidade e P. Coutinho parecia um poço de criatividade o Cruzmaltino funcionava perfeitamente. Foi então que, aos 28 minutos, na primeira chegada do acuado Avaí ao ataque, Nílton rebateu a pelota de qualquer maneira e a redonda terminou nos pés de Roberto e no fundo do gol. Uma falha individual grotesca, que foi sentida por toda a equipe vascaína. Pior do que estar em desvantagem no placar, foi o fato de trazer o até então encurralado Avaí para o jogo, como mostrou a trama entre Rudinei e David, aos 40 minutos, que terminou com uma linda defesa de Fernando Prass.

Nem mesmo o intervalo ajudou o Vasco à voltar para a partida. Os passes rápidos não saiam mais e P. Coutinho havia sumido e se entregado a marcação adversária. Em 15 minutos o Avaí poderia ter praticamente decidido a partida em jogadas da dupla de ataque Caio e Roberto, que fizeram Fernando Prass justificar a fama de bom goleiro. Quero fazer aqui um elogio à um jogador do Avaí em particular. O meia Rudinei apresentou nesta partida um futebol diferente, com passadas elegantes, refinado toque de bola e presença constante no sistema defensivo. Pode ter sido apenas uma noite inspirada, mas pode ser que esteja aparecendo uma das revelações do Brasileirão. Voltando ao jogo, o Avaí caiu na bobeira de recuar para segurar o resultado e o Vasco, mesmo com P. Coutinho sumidinho em campo, voltou a dominar as ações ofensivas. Rafael Coelho e o lateral Ramón perderam duas oportunidades de empatar o placar em menos de três minutos, sendo que a desperdiçada pelo atacante, aos 25 minutos, foi inacreditável. Daí em diante o Vasco tentou, mas esbarrou nas próprias limitações técnicas e em um fechado Avaí. Vale ressaltar aqui a grande atuação do jovem goleiro Renan, que com suas defesas, principalmente as realizadas na 1ª etapa, salvou sua equipe. Já nos acréscimos, aos 46 minutos, novamente Nílton bobeou ao não acompanhar o meia Róbson, que tabelou com Anselmo e fechou o caixão vascaíno.

É chover no molhado falar que Celso Roth terá trabalho e que o Vasco precisa de reforços, porém estamos ainda na 3ª rodada e se a torcida começar a jogar contra, desde agora, a situação vascaína ficará ainda mais complicada.

TRÊS TOQUES

- Após o término da 3ª rodada do Brasileirão, Avaí, Botafogo, Palmeiras e Ceará estão invictos e empatados com 7 pontos. Avaí e Ceará conquistam pontos que serão importantíssimos para o decorrer da competição. Já os gigantes Palmeiras e Botafogo superam, respectivamente, o momento conturbado e a ausência do principal jogador (Loco Abreu) e começam a se acostumar com o topo de tabela.

- O empurra-empurra entre Caio e Herrera, que acabou com a expulsão dos dois na belíssima vitória do Fogão, é realmente digno de punição. Porém, não vamos fazer tempestade no copo d’água. Tenho certeza que este episódio em nada influenciará no bom ambiente entre os comandados do “Papai” Joel.

- Tudo bem que o Corinthians conquistou mais três pontos e se manteve como o único 100% do Brasileirão. Porém, o Timão teve uma atuação apática e sem nenhuma inspiração contra um Fluminense que, apesar da derrota, começa a mostrar evolução. Fred voltou desperdiçando oportunidades que não costuma, mas claramente podemos perceber como ele será importante para o Flu no torneio. Para não falar que o Coringão só teve contras e nenhum ponto positivo, o Roberto Carlos está jogando uma bola redondinha, o Jorge Henrique, como diria meu amigo, corre mais que notícia ruim, e o Chicão bate falta que é uma beleza.

E NO VELHO CONTINENTE...

FINAL DA UEFA CHAMPIONS LEAGUE

Olá amigos do FUTEBOLA!

Internazionale 2 x 0 Bayern de Munique – Santiago Bernabéu, Madrid (ESP)

Apresetando um sistema defensivo que beirou a perfeição, a Internazionale bateu o Bayern de Munique e conquistou, depois de nais de quatro décadas, a UEFA Champions League. Com a conquista, o técnico José Mourinho, o herói Diego Milito e cia escreveram seus nomes na história deste que é um dos maiores clubes do mundo.

O duelo final da Champions League, apesar de algumas lindas jogadas, esteve longe de ser um jogo técnico. Entretanto, para aqueles que gostam da parte tética do futebol, como eu por exemplo, foi um prato cheio. Analisando o histórico dos jogadores, podemos dizer que a Inter veio a campo em um 4-3-3, já que possuía Milito centralizado e Pandev e Eto’o jogando pelas pontas. Porém, diante do trabalho defensivo mostrado pelo macedônio e pelo camaronês, muito bem realizado, diga-se de passagem, é mais correto afirmar que a Inter atuou em um 4-5-1. Se pelo lado do Bayern um tradicional 4-4-2 com Schweinsteiger de segundo volante, Robben e Altintop abertos e Muller e Ólic no comando de ataque, sugeria uma equipe com diversas alternativas ofensivas em campo, na realidade isto esteve longe de ocorrer. O motivo? A insistência em buscar sempre o holandês Robben. Durante a 1ª etapa, Robben até conseguiu uma boa jogada quando cruzou para o croata Ólic arrematar para fora, mas exceto este lance, a equipe alemã foi presa facílima para a muralha italiana. Com um toque de bola muito, mas muito lento, o Bayern não mostrava nenhuma criatividade e capacidade de ultrapassar os perfeitamente postados defensores italianos. Já ofensivamente, a Inter mostrava muito mais do que no histórico jogo semi-final contra o Barcelona, no Camp Nou, quando se defendeu por 90 minutos. Desta vez, a dupla Sneijder/Milito estava inspiradíssima e deu bastante trabalho ao goleiro Butt. Aos 34 minutos, Sneijder já havia acertado duas belas cobranças de falta mostrando que estava calibrado, quando o goleiro Júlio César deu um chutão pra frente buscando Diego Milito. Foi aí que se deu uma jogada de pura técnica. Com precisão cirúrgica, Milito ajeitou, de cabeça, a pelota para Sneijder que logo devolveu para o argentino ignorar a saída do goleiro Butt e balançar as redes. Golaço! Festa interista no Bernabéu. Decepção madrilenha por o Real ter dispensado o Sneijder, um jogador fora de série. Pouco tempo depois, um ótimo contra-ataque, novamente organizado por Sneijder e Milito, terminou com uma grande defesa de Butt após chute do holandês à queima-roupa. Fim da 1ª etapa e a Inter estava em vantagem. Era tudo que o Mourinho queria.

Os dois primeiros minutos após o intervalo, quando Altintop entrou pelo meio da muralha interista e deixou Muller na cara de Júlio César, que realizou sensacional defesa, e uma boa trama entre Milito e Pandev quase ampliaram o placar, deu mostras de que, na 2ª etapa, o Bayern iria sair para o jogo e a Inter não deveria se concentrar apenas no seu sistema defensivo. Puro engano. Os primeiros 20 minutos da etapa final foram totalmente dominados ofensivamente pelo Bayern. Com a posse de bola quase integral e a equipe postada quase que por completo no setor de ataque, o Bayern teve seu melhor momento na partida e três ótimas chances de empatar o placar. Altintop chutou de dentro da área e a pelota passou raspando o poste. Muller, também de dentrou da área, arrematou e Cambiasso, que esteve impossível em campo, protegendo a defesa como se fosse um guerreiro protegendo seu reino, salvou de cabeça. Por último, Robben realizou sua tão temida jogada, arrancando da ponta direita, cortando pra dentro e finalizando com toda a categoria do mundo. Mas para o seu azar a Internazionale tem o melhor goleiro do planeta e ele voou para buscar a redonda. Foram 20 minutos de superioridade e três chances que os alemães não aproveitaram. A Inter só precisou de um lance e alguns segundos. De Cambiasso para Eto’o no grande círculo; de Eto’o para Milito na direita; entortada magnífica, espetacular, sensacional, brilhante, do Milito no defensor Van Buyten; mais um golaço do argentino. Simples, como tudo parece ser para os craques. E amigos, o Milito é um cracaço. E mais! É decisivo. Na última rodada do Campeonato Italiano, a Inter bateu o Siena por 1 x 0 gol dele. Na final da Copa da Itália, a Inter conquistou o caneco com um vitória de 1 x 0 sobre a Roma com, novamente, gol dele. Agora, na final da Champions League, a Inter vence por 2 x 0 com dois gols dele. Não é pouca coisa.

Voltando ao jogo, do segundo gol do Milito até o final, serviu apenas para confirmar que o francês Ribéry, suspenso, fez muita falta ao Bayern, que tinha como única alternativa buscar o marcadíssimo Robben. Até o apito final, foram 20 minutos de Bayern de Munique batendo numa defesa intransponível. Depois de eliminar Chelsea e Barcelona, é impossível falar que a Internazionale não mereceu o troféu. O treinador José Mourinho conseguiu mesclar, com excelência, um dos melhores sistemas defensivos da história, um ataque de gigante eficiência e um sistema tático perfeito.

PARABÉNS, INTERNAZIONALE!

sábado, 22 de maio de 2010

UMA IMAGEM...



Os irmãos Jack Charlton (à esquerda), que atuou toda sua vida pelo Leeds United, e Bobby Charlton, para muitos o maior jogador da história do futebol inglês e do Manchester United, se enfrentam em campo. Em 1966, ambos se sagraram Campeões da Copa do Mundo com a Seleção Inglesa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA 2010 - QUARTAS-DE-FINAL

Olá amigos do FUTEBOLA!

Universidad de Chile 1 x 2 Flamengo – Santa Laura, Santiago (CHI)

Após perder por 3 x 2 no Maracanã, o Flamengo precisaria, para alcançar a fase semi-final da Copa Libertadores, jogar sua melhor partida na competição. Jogou. E não se classificou.

Diante de um acanhado e lotado estádio, com uma torcida que estava absurdamente empolgada, o Flamengo, assim como no duelo do Maracanã, quase colocou tudo a perder no início da partida. Aos 3 minutinhos, em uma bola alçada na área, o terror do Flamengo em 2010, a Universidad quase abriu o placar com uma cabeçada de Fernández que o Bruno defendeu. A partir daí, o 1º tempo transcorreu bastante equilibrado e, até os últimos 10 minutos, sem o aparecimento de claras oportunidades de gols. O motivo? Enquanto pelo lado chileno o meia Montillo, líder técnico da equipe, não se mostrava muito presente, pelo Fla ficava difícil saber quem entre Kléberson e Michael estava pior em campo. O Rubronegro apresentava tanta, mas tanta falta de criatividade, que a cena mais comum de se ver era o Adriano recuando para buscar o jogo. Aos 35, Montillo deu as caras e mostrou toda sua qualidade ao acertar um balaço no travessão. Impressionante o fato de o Flamengo enfrentar a “La U” pela quarta vez e, mesmo assim, dar liberdade para o craque Montillo jogar. Qualquer um que tenha assistido aos duelos entre as equipes sabe que é o meia camisa 10 a principal arma chilena.

Se o Fla não mostrava um pingo de criatividade, falhava defensivamente e ainda dava espaços para o principal jogador adversário, você deve estar pensando por qual motivo eu disse, algumas linhas atrás, que a equipe fez sua melhor partida na competição. Bom, tenho duas explicações para o fato. A primeira é que, excetuando alguns momentos dos confrontos contra o Corinthians, o Flamengo não teve uma grande atuação no torneio. Segundo, a partir dos 40 minutos da 1ª etapa o futebol do Hexacampeão Brasileiro apareceu. Em 5 minutos Adriano deu lindo passe para Michael arrematar com perigo, Léo Moura acertou um dinamite no travessão do goleiro Pinto e Adriano, de bicicleta, assistiu Vagner Love que cabeceou para o fundo das redes. Ir para o intervalo vencendo era tudo que o Flamengo precisava.

Na volta do intervalo Rogério decidiu sacar o inoperante Michael e colocar Petkovic. E aos 6 minutos o gringo quase escreveu mais uma página na sua gloriosa história pelo Flamengo quando tocou a pelota por baixo das pernas do seu marcador, entrou na área e chutou cruzado para fora. Apesar de levar um susto em um chute do uruguaio Oliveira, aos 10 minutos, o Flamengo voltou muito bem do intervalo. Atacando principalmente pela esquerda e levando perigo também nas bolas paradas, o Fla conseguia se manter bem postado ofensivamente e não sofria um único contra-golpe. Na melhor das oportunidades criadas durante a primeira metade da 2ª etapa, Adriano quase encobriu Pinto com uma cabeçada, obrigando o goleiro chileno a realizar linda defesa. A superioridade rubronegra podia ser percebida pelo silêncio presente no estádio. Porém, aos 20 minutos, a incopetência flamenguista na marcação ao Montillo foi castigada. O camisa 10 da “La U” pegou a bola à quilômetros da meta defendida por Bruno e, sem ser incomodado, foi caminhando, caminhando, caminhando... até dar um magnífico toque para encobrir o goleiro do Fla. Golaço de craque. Craque que devia ser vigiado de perto, muito perto.

O gol sofrido até abalou um pouco as estruturas rubronegra e, para piorar, trouxe o torcedor chileno de volta para o jogo. Somente um gol marcado rapidamente manteria o sonho do Flamengo de se classificar. E ele veio após plástica jogada entre Léo Moura e Adriano pela meiúca da defesa chilena. Um passe de calcanhar do Adriano, uma saída completamente equivocada do goleiro Pinto, um toque de letra do Léo Moura e a finalização precisa do “Imperador” colocaram o Fla de volta na partida. A entrada de Viníciusa Pacheco no lugar de Toró e a saída de Montillo mostrava como seria o final da partida, ou seja, pressão total rubronegra. E assim foi. Com uma chuva de bolas alçadas na área chilena, o Flamengo teve sua melhor chance em uma cabeçada do Adriano após bola cruzada pelo Petkovic. A Universidad tentava segurar a pelota e gastar o tempo. Aos 44, depois de, sem nenhuma intenção, acertar o rosto do adversário, Willians foi expulso. Nos últimos segundos da partida, a chance de ouro do Flamengo apareceu. Vinícius Pacheco entrou na área pela esquerda, tinha a possibilidade de chutar para gol ou de cruzar para o meio da área, onde a melhor dupla de ataque do Brasil se encontrava. O que ele fez? Tentou cavar um pênalti. Do jeito que as coisas andam, não está longe de chegar o tempo onde os garotos deixarão de sonhar em marcar o gol ou dar uma passe para o gol do título... O sonho será cavar o pênalti do gol do título.

Após o apito final, logo apareceu uma questão em minha cabeça: Por que o Flamengo não joga sempre assim? Será que precisa estar em situação difícil ou o treinador adversário chamar alguém de gordo para a equipe se entregar em campo? O fato de jogar por um clube Hexacampeão Nacional e de maior torcida do país não é o suficiente para que os jogadores atuem sempre desta maneira?

TRÊS TOQUES

- Contando novamente com o espetacular trio Hernanes/Dagoberto/Fernandão para decidir o jogo, o São Paulo bateu o Cruzeiro por 2 x 0 e se classificou para a fase semi-final da Libertadores. Em minha opinião, com mais de um mês para entrosar Fernandão e ajustar a equipe, o Sampa é o favorito ao caneco.

- O Vitória atropelou o Atlético Goianiense com uma goleada por 4 x 0 e chegou a final da Copa do Brasil. A equipe baiana terá agora um bom tempo para treinar e tentar realizar uma missão das mais difíceis: bater o Santos. Chegou ao ponto de termos que andar de dicionário perto para encontrar elogios para a equipe santista. Maravilhoso, espetacular, magnífico... esses já não servem mais. A cada partida que passa os “Meninos da Vila” conseguem jogar um futebol mais bonito e competitivo. A vitória por 3 x 1 sobre o forte Grêmio foi a maior demonstração de poder que o Santos deu no ano. O detalhe: foram três golaços!

- Já faz algum tempo que eu tenho gostado muito do futebol mostrado pelo meia do Internacional Andrezinho, colocando-o entre os meus jogadores brasileiros preferidos. Numa partida duríssima na Argentina, o Estudiantes vencia por 2 x 0, resultado que o classificava, e se defendia com qualidade. Além de uma belíssima cobrança de falta, Andrezinho deixou em boas condições de sacudir o filó o Alecsandro, o Walter e o Giuliano. Para felicidade do torcedor vermelho, Giuliano acertou um arremate perfeito e o Internacional se classificou. Amigos, não é para qualquer um eliminar o Estudiantes na Argentina. O Inter vem forte.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Gênios das Palavras - Carlos Drummond de Andrade

Olá amigos do FUTEBOLA!

Hoje está estreando aqui no nosso blog mais uma nova coluna. Agora, o leitor do FUTEBOLA terá a honra de poder estar em contato com as palavras dos maiores nomes da nossa literatura. Armando Nogueira, Nélson Rodrigues, Mário Filho, Paulo Mendes Campos...

Para iniciar com o pé direito, aqui está aquela que é, em minha opinião, a melhor crônica feita por ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade sobre futebol. Saboreiem cada palavra desta obra-prima.

MANÉ E O SONHO

A necessidade brasileira de esquecer os problemas agudos do país, difíceis de encarar, ou pelo menos de suavizá-los com uma cota de despreocupação e alegria, fez com que o futebol se tornasse a felicidade do povo. Pobres e ricos param de pensar para se encantar com ele. E os grandes jogadores convertem-se numa espécie de irmãos da gente, que detestamos ou amamos na medida em que nos frustram ou nos proporcionam o prazer de um espetáculo de 90 minutos, prolongado indefinidamente nas coversas e mesmo na solidão da lembrança.

Mané Garrincha foi um desses ídolos providenciais com que o acaso veio ao encontro das massas populares e até dos figurões responsáveis periódicos pela sorte do Brasil, ofertando-lhes o jogador que contrariava todos os princípios sacramentais do jogo, e que no entanto alcançava os mais deliciosos resultados. Não seria mesmo uma indicação de que o país, despreparado para o destino glorioso que ambicionamos, também conseguiria vencer suas limitações e deficiências e chegar ao ponto de grandeza que nos daria individualmente o maior orgulho, pela extinção de antigos complexos nacionais? Interrogação que certamente não aflorava ao nível da consciência, mas que podia muito bem instalar-se no subterrâneo do espírito de cada patrício inquieto e insatisfeito consigo mesmo, e mais ainda com o geral da vida.

Garrincha, em sua irresponsabilidade amável, poderia, quem sabe?, fornecer-nos a chave de um segredo de que era possuidor e que ele mesmo não decifrava, inocente que era da origem do poder mágico e de seus músculos e pés. Divertido, espontâneo, inconsequente, com uma inocência que não excluía espertezas instintivas de Macunaíma – nenhum modelo seria mais adequado do que esse, para seduzir um povo que, olhando em redor, não encontrava os sérios heróis, os santos miraculosos de que necessita no dia-a-dia. A identificação da sociedade com ele fazia-se naturalmente. Garrincha não pedia nada a seus admiradores; não lhes exigia sacrifícios ou esforços mentais para admirá-lo e segui-lo, pois de resto não queria que ninguém o seguisse. Carregava nas costas um peso alegre, dispensando-nos de fazer o mesmo. Sua ambição ou projeto de vida (se é que, em matéria de Garrincha, se pode falar em projeto) consistia no papo de botequim, nos prazeres da cama, de que resultasse o prazer de novos filhos, no descompromisso, afinal, com os valores burgueses da vida.

Não sou dos que acusam dirigentes do esporte, clubes, autoridades civis e torcedores em geral de ingratidão para com Garrincha. Na própria essência do futebol profisional se instalam a ingratidão e a injustiça. O jogador só vale enquanto jogo, e se jogar o fino. Não lhe perdoam a hora sem inspiração, a traiçoeira indecisão de um segundo, a influência de problemas pessoais sobre o comportamente na partida. É pago para deslumbrar a arquibancada e a cadeira importante, para nos desanuviar a alma, para nos consolar dos nossos malogros, para encobrir as amarguras da Nação. Ele julga que entrou em campo a fim de defender o seu sustento, mas seu negócio principal será defender milhões de angustiados presentes e ausentes contra seus fantasmas particulares ou coletivos. Garrincha foi um entre muitos desses infelizes, dos quais só se salva um ou outro predestinado, de estrela na testa, como Pelé.

A simpatia nacional envolveu Mané em todos os lances de sua vida, por mais desajustada que fosse, e isso já é alguma coisa que nos livra de ter remorso pelo seu final triste. A criança grande que ele não deixou de ser foi vitimada pelo germe de autodestruição que trazia consigo: faltavam-lhe defesas psicológicas que acudissem ao apelo de amigos e fãs. Garrincha, o encantador, era folha ao vento. Resta a maravilhosa lembrança de suas incríveis habilidades, que farão sempre sorrir a quem as recordar. Basta ver um filme dos jogos que ele disputou: sente-se logo como o corpo humano pode ser instrumento das mais graciosas criações no espaço, rápidas como o relâmpago e duradouras na memória. Quem viu Garrincha atuar não pode levar a sério as teorias científicas que revêem a parábola inevitável de uma bola e asseguram a vitória – que não acontece.

Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um dos seus delegados incubidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho.

Jornal do Brasil
22/01/1983
retirado do livro "Quando é dia de futebol" da editora Record

domingo, 16 de maio de 2010

CAMPEONATO BRASILEIRO 2010 - 2ª RODADA

Fluminense 1 x 0 Atlético-GO
Grêmio Prudente 4 x 0 Atlético-MG
Vitória 1 x 1 Flamengo
Santos 1 x 1 Ceará
Grêmio 1 x 2 Corinthians
Goiás 2 x 3 Internacional
São Paulo 1 x 2 Botafogo
Vasco 0 x 0 Palmeiras
Cruzeiro 2 x 2 Avaí
Atlético-PR 2 x 2 Guarani

Olá amigos do FUTEBOLA!

São Paulo 1 x 2 Botafogo – Morumbi, São Paulo (SP)

O São Paulo novamente colocou um time misto em campo no Brasileirão provando que, para ele, o que realmente importa é a Libertadores. O Fogão, que não tem absolutamente nada com isso, realizou uma belíssima partida no Morumbi e garantiu três pontos que serão muito importantes no decorrer do torneio.

Nos primeiros 10 minutos de partida, o São Paulo conseguiu se postar muito bem no meio-campo e dominou o Botafogo por completo. Um excelente lançamento do volante Jean, que Washington não sou aproveitar, e um cruzamento do Jorge Wagner que Léo Lima, livre, leve e solto, completou de cabeça para o fundo das redes, são as provas de como o Tricolor era superior em campo. Porém, o Bota não se abateu muito com o gol sofrido e aos poucos foi igualando a partida, conseguindo até um gol de cabeça com Antônio Carlos, que foi bem anulado pela arbitragem pois o mesmo cometeu falta sobre o Alex Silva. Aos 25 minutos, o São Paulo poderia dar um golpe que, esse sim, seria muito sentido pelo adversário. Cléber Santana encontrou Washington na entrada da área alvi-negra e o “Coração Valente” arrematou para fora. Não sou daqueles que acreditam ser o Washington um péssimo atacante, pelo contrário, o acho um bom atacante. Porém, depois de uma atuação técnica primorosa que o Fernandão teve, no meio da semana contra o Cruzeiro, não tem como a torcida não pegar no pé do Washington. Pode até ser que o Fernandão não mantenha o ritmo, mas sua chegada, em minha opinião, decretou o fim da carreira do Washington no Morumbi. Voltando ao jogo, o Botafogo conseguiu empatar o placar na sua principal arma. Lúcio Flávio alçou a pelota na área e Antônio Carlos usou a cabeça para sacudir o filó. Impressionante como mesmo na ausência do uruguaio Loco Abreu o Bota é forte nas bolas aéreas.

Após o intervalo, o duelo se manteve bastante equilibrado. O São Paulo assustou o goleiro Jefferson com dois chutes longos, um do Cléber Santana e outro do Léo Lima, nos primeiros 20 minutos. Buscando novas alternativas ofensivas, Ricardo Gomes colocou Fernandinho e Cicinho e campo, tirando, respectivamente, Washington e Wellington. E foram justamente os dois que quase viraram a partida para o Sampa. Primeiro Fernandinho fez ótima jogada pela esquerda e cruzou para a área, que não contava com um tricolor sequer para completar o lance. Cinco minutos mais tarde, aos 33, Cicinho arriscou chute longo e levou perigo ao gol do Botafogo. A resposta que Joel Santana deu às alterações do Sampa havia sido a entrada do Edno no lugar do volante Sandro Silva, que não esteve nada bem em campo. Apesar de uma boa jogada do Edno que o Herrera quase empurrou para o gol, a alteração no Fogão que decidiria a partida seria a entrada do Renato Cajá no lugar do cansado Lúcio Flávio. Em dois lances de muita beleza o meia Renato decidiu a partida. Primeiro, aos 37 minutos, ele pegou um rebote de fora da área e mandou uma bomba para linda defesa de Rogério Ceni. Depois, aos 42, partindo da esquerda, Renato tabelou com Herrera, que soube utilizar muito bem o corpo para bater o zagueiro Alex Silva, e completou com muita categoria para virar o jogo. É de conhecimento geral que o Herrera vem jogando muita bola em 2010, agora, se o Renato Cajá conseguir manter atuações como esta ao longo do Brasileiro, será uma importantíssima alternativa para Joel Santana mudar o andamento de algumas partidas.

Atuando sem Loco Abreu, seu jogador referência, o Botafogo superou minhas espectativas e conseguiu uma boa vitória. O Fogão parece arrancar com tudo para realizar nesta primeira parte do torneio, as sete primeiras rodadas antes da Copa do Mundo, um ótimo papel.

TRÊS TOQUES

- Pode ser até “chover no molhado”, mas é impossível não citar novamente o equilíbrio presente no Brasileirão. Após duas rodadas, apenas uma equipe conseguiu vencer dois jogos: o Corinthians. Por sinal, enquanto potenciais candidatos ao caneco nacional se preocupam com Copa do Brasil e Copa Libertadores, o Timão vai fazendo seu papel com total eficiência.

- O jogo Vasco 0 x 0 Palmeiras em São Januário, até foi divertido. Foi bom assistir o duelo entre o Pierre e o jovem Philippe Coutinho, claramente vencido pelo volante palmeirense, e um bom 1º tempo do Vasco. Porém, a falta de técnica apresentada por praticamente todos os jogadores foi incrível. Foram inúmeros lances dignos de comédia, com destaque para uma trombada entre Cleiton Xavier e o goleirão Marcos além de um chute do vascaíno Caique que saiu pela lateral.

- O jovem atacante do Internacional Walter vem se mostrando um ótimo jogador em 2010. O Goiás vencia o Inter por 2 x 0 no Serra Dourada quando Walter resolveu a partida para o Colorado. Com dois gols, sendo o segundo um golaço, e um pênalti sofrido, que o meia Giuliano converteu, Walter foi a peça principal da vitória gaúcha por 3 x 2, de virada. Sem exercer qualquer tipo de comparação com Nilmar e Alexandre Pato, parece que o Internacional está lançando mais um grande atacante.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

UMA IMAGEM...



O astro africano Roger Milla comemora mais um gol marcado na Copa do Mundo de 1990. Assim como a campanha de Camarões entrou para a história das Copas, suas comemorações também nunca serão esquecidas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA 2010 - QUARTAS-DE-FINAL

Olá amigos do FUTEBOLA!

Flamengo 2 x 3 Universidad de Chile – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Mais uma vez o Flamengo realizou uma péssima partida no Maracanã e agora precisará jogar uma bola que raramente jogou em 2010 para vencer o Universidad lá no Chile.

Os primeiros 25 minutos de jogo no Maracanã talvez tenham sidos os piores que o Flamengo jogou na Libertadores. Se levarmos em consideração que o Fla teve mais momentos ruins do que bons na competição, isto se torna ainda mais relevante. Com apenas 4 minutinhos de partida o volante Rômulo já havia “paçocado” na saída de bola e dado um contra-ataque de presenta para “La U”. Se o Montillo, após receber passe do Iturra, não completou o contra-golpe com qualidade, o escanteio que ele conquistou acabou resultando no primeiro gol chileno. Se o sistema defensivo do Flamengo bobeou no lance? Sim, assim como em todo o ano de 2010. Fernandez alçou a pelota na área, a zaga rubro-negra se complicou toda para tirar uma bola fácil e o zagueiro Victorino empurrou para o fundo das redes. Sem se espelhar na atitude da maioria das equipes brasileiras, que quando possuem o resultado positivo recuam demasiadamente, a Universidad permaneceu levando perigo ao goleiro Bruno. Aos 16 e 21 minutos, Oliveira, o homem referência da “La U”, perdeu duas excelentes oportunidades. Porém, aos 24, o Flamengo não escapou de levar o segundo tento quando Montillo cobrou falta na área e o defensor Olarra subiu junto com Bruno para marcar de cabeça. Os flamenguistas reclamaram falta do Olarra sobre o Bruno, mas, em minha opinião, o lance foi legal. O zagueiro chileno sobe apenas verticalmente, sem intenção de acertar o Bruno que, pelo contrário, subia na diagonal, em direção ao adversário.

Foram 25 minutos de show de bola de Montillo e cia enquanto o Flamengo, com exceção de uma cabeçada do Vágner Love, não andou em campo. Com o passar do tempo, o Flamengo começou a abafar a “La U” e cruzar bolas na área. Vale ressaltar que o Fla não realizava boas jogadas pelos flancos e as finalizava cruzando a pelota na área, mas sim alçava a redonda de qualquer maneira. E foi assim que o Mengão voltou pro jogo. Kléberson pegou um rebote, cruzou a bola na área e Adriano cabeceou fortemente para diminuir. Eram 38 minutos da 1ª etapa e o gol do “Imperador” fez os minutos antes do intervalo pegarem fogo. O Flamengo enfim conseguiu colocar a bola no chão, Kléberson apareceu em campo e Vágner Love e Adriano perderam duas chances inacreditáveis de empatar a partida. Entre estas duas chances perdidas, a Universidad mostrou que não estava morta e, após ótimo contra-ataque puxado por Montillo, Vargas também perdeu claríssima chance. Porém, logo depois, o meio-campo chileno Iturra cometeu falta infantil, recebeu o segundo cartão amarelo e foi mais cedo pro chuveiro. O 2º tempo prometia muita emoção.

O Flamengo voltou do intervalo com Petkovic no lugar de Maldonado, que diga-se de passagem sofreu para acompanhar o Montillo na 1ª etapa. A torcida do Flamengo, novamente lotando o Maraca, acreditava no empate e até na virada. Foi aí que, logo aos 2 minutos, o sistema defensivo voltou a falhar quando o lateral-esquerdo Rojas chegou à linha de fundo e cruzou a pelota para Fernandez receber livre sacudir o filó. Um verdadeiro banho de gelo no Flamengo. Ao contrário do que muitos afirmam, a equipe chilena é bastante qualificada, apesar de possuir um sistema defensivo frágil, principalmente nas bolas aéreas. Fernandez e Vargas aberto pelas pontas e o excelente Montillo fazem a equipe ter um ataque rápido e mortal. Voltando ao jogo, do terceiro gol chileno até o final da partida o que se viu foi a Universidad se defendendo com unhas e dentes e um Flamengo precipitando chutes e cruzando bolas na área de qualquer maneira. Em nenhum momento da 2ª etapa o Rubro-Negro colocou a bola no chão e tentou explorar a superioridade numérica, preferindo atacar de qualquer maneira. Aos 43 minutos, o lateral Juan, que assim como Vágner Love não havia acertado sequer uma jogada durante toda a partida, arrematou de longe e o goleiro Pinto falhou. Placar final: Organização 3 x 2 Bagunça.

Apesar de em três duelos nesta edição da Libertadores o Flamengo ainda não ter vencido a Universidad, acredito que o placar pode ser revertido. Na partida de volta a equipe chilena atuará sem cinco jogadores, que formam a espinha da equipe e estarão servindo suas respectivas Seleções na preparação para a Copa do Mundo. Porém, o Flamengo terá que mostrar um futebol que ainda não mostrou em 2010.

TRÊS TOQUES

- Uma defesa intransponível, que atingiu a marca de não ter sofrido gols em 8 dos 9 jogos que disputou na Libertadores. Hernanes novamente jogando de volante e tendo uma atuação digna daquelas que o fez ser o melhor jogador do país. Fernandão estreando, participando dos dois gols da vitória e tendo uma atuação gigante. Resumo da ópera: pela Libertadores o São Paulo venceu o Cruzeiro por 2 x 0, em um lotado Mineirão, com uma atuação de encher os olhos. Se manter o nível vira favoritíssimo para conquistar o Brasileirão e a Libertadores.

- Ainda sobre São Paulo x Cruzeiro. Enquanto o lateral tricolor Junior César era substituído, uma câmera de tv mostrava Marlos chegando perto de Dagoberto. Tinha tudo pra ser uma imagem comum, entre dois companheiros conversando, não fosse a notícia que o Marlos levava consigo. O meia chegou ao lado de Dagoberto e disse: “Quarto gol do Grêmio”. Isso mesmo. Grêmio e Santos duelavam pela Copa do Brasil, partida sem nenhuma relação com o Sampa, e mesmo assim os tricolores acompanhavam o jogão. Sensacional!

- Para quem quer criticar: Assim como não passou pelo Atlético Mineiro no Mineirão, o Santos também perdeu para o Grêmio no Olímpico, na Copa do Brasil. Para quem quer elogiar: Esse time do Santos é demais até quando perde. Em um Mineirão lotado perdeu de 3 x 2 para o Galo e foi para a Vila Belmiro precisando de uma simples vitória. Agora, contra o Grêmio, perdeu de 4 x 3 em um entupido Olímpico e novamente precisa de uma simples vitória na Vila.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

FUTEBOLA CONVOCA A SELEÇÃO BRASILEIRA PARA A COPA DO MUNDO!

Olá amigos do FUTEBOLA!

Exercício de imaginação. Forças ocultas retiraram a dupla Dunga/Jorginho do comando da Seleção Brasileira e o FUTEBOLA foi chamado para, um mês antes da Copa do Mundo, convocar a equipe que irá até a África do Sul. Se tivesse mais tempo para treinar, a convocação seria completamente diferente, porém como estamos distantes apenas um mês do Mundial a base escolhida pelo Dunga será preservada, afinal, com exceção dos Jogos Olímpicos de Pequim, o cara cumpriu todos seus objetivos.

Gostaria muito de contar com a ajuda de todos os leitores. Critiquem, concordem, opinem... afinal esta é a graça do futebol. Vamos à convocação do FUTEBOLA.

GOLEIRO
Júlio César (Internazionale – ITA)
Hélton (Porto – POR)
Fábio (Cruzeiro)

LATERAL-DIREITO
Maicon (Internazionale – ITA)
Daniel Alves (Barcelona – ESP)

LATERAL-ESQUERDO
Roberto Carlos (Corinthians)
Marcelo (Real Madrid – ESP)

ZAGUEIRO
Lúcio (Internazionale – ITA)
Juan (Roma – ITA)
Luisão (Benfica – POR)
Thiago Silva (Milan – ITA)

MEIO-CAMPO
Gilberto Silva (Panathinaikos – GRE)
Josué (Wolfsburg – ALE)
Elano (Galatasaray – TUR)
Hernanes (São Paulo)
Ramires (Benfica – POR)
Kaká (Real Madrid – ESP)
Paulo Henrique Ganso (Santos)
Ronaldinho Gaúcho (Milan – ITA)

ATACANTE
Luís Fabiano (Sevilla – ESP)
Robinho (Santos)
Nilmar (Villareal – ESP)
Grafite (Wolfsburg – ALE)

E aqui vai a escalação dos 11 titulares que o FUTEBOLA colocaria em campo na estréia contra a Coréia do Norte.

1 – Júlio César
2 – Maicon
3 – Lúcio
4 – Juan
5 – Gilberto Silva
6 – Roberto Carlos
7 – Robinho
8 – Hernanes
9 – Luís Fabiano
10 – Kaká
11 – Ramires





domingo, 9 de maio de 2010

CAMPEONATO BRASILEIRO 2010 - 1ª RODADA

Botafogo 3 x 3 Santos
Atlético- GO 0 x 0 Grêmio
Palmeiras 1 x 0 Vitória
Flamengo 1 x 1 São Paulo
Atlético-MG 2 x 1 Vasco
Internacional 1 x 2 Cruzeiro
Corinthians 2 x 1 Atlético-PR
Ceará 1 x 0 Fluminense
Guarani 1 x 0 Goiás
Avaí 6 x 1 Grêmio Prudente

Olá amigos do FUTEBOLA!

Ceará 1 x 0 Fluminense – Castelão, Fortaleza (CE)

O Fluminense estreou no Brasileirão com uma atuação de baixíssimo nível e comprova, a cada jogo que passa, que o treinador Muricy Ramalho terá muito trabalho se quiser se manter na parte de cima da tabela.

O jogo no Castelão esteve longe de ser recheado de oportunidades de gols. O Fluminense, completamente cauteloso, contava com André Lima isolado no ataque e dependia muito de um nada inspirado Conca. Pela meiúca, Diguinho, Marquinhos e Willians em nada auxiliavam na criação de jogadas e, para piorar a situação do Flu, nem mesmo o ala-direito Mariano, melhor arma ofensiva da equipe em 2010, conseguia algo de produtivo. Pelo lado do Ceará, pelo menos havia velocidade. O ex-flamenguista Erick Flores e o veterano Geraldo tentavam levar o “Vovô” ao ataque, apesar de o primeiro prender a bola em demasia, e o atacante Misael não parava de se movimentar em nenhum momento. O gol cearense que decidiu a partida só poderia ter sido originado com bastante velocidade. Aos 32 minutos, após roubada de bola na meiúca, o volante Michel, que diga-se de passagem realizou excelente partida, encontrou Geraldo que foi derrubado na área pelo zagueiro tricolor Cássio. Por ser o último homem, o defensor foi expulso e tornou ainda mais complicada a situação do Flu. Geraldo cobrou a penalidade com paradinha e o Rafael defendeu, mas o bandeira acusou que o goleiro havia se adiantado e Geraldo ganhou mais uma chance. Na segunda tentativa o camisa 10 do Ceará abdicou da paradinha e sacudiu o filó.

O gol do Ceará ocorreu aos 37 minutos da 1ª etapa e, acreditem, até o final da partida somente uma chance de gol foi criada. Durante todo o 2º tempo o Ceará preferiu se dedicar a segurar o resultado ao invés de explorar a vantagem de um jogador a mais. Uma equipe que, como citei anteriormente, tem a velocidade como principal arma, poderia ter aproveitado os espaços que o adversário deixava com mais qualidade. Enquanto Ceará se contentava com a vitória parcial, o Fluminense não conseguia sequer um lance criativo. Sem tabelinhas, sem tramas pelos flancos, sem chutes longos, sem jogadas de bola parada... o Tricolor não conseguiu produzir nada de útil até o apito final. A única oportunidade que o Flu teve de empatar o jogo surgiu de uma cobrança de lateral que André Lima chutou cruzado para fora.

O Fluminense de Muricy Ramalho chegou a sua terceira derrota consecutiva. Sei que a ausência do contundido Fred é muito prejudicial à equipe e que reforços devem chegar após a Copa do Mundo. Porém, ficar apenas esperando a volta do artilheiro e a chegada de um salvador podem comprometer muito a campanha do Flu.

TRÊS TOQUES!

- Nos dez jogos que abriram o Brasileirão ocorreu apenas um empate. Dos nove jogos com vitoriosos, oito terminaram com a diferença de apenas um golzinho. A exceção? O Avaí que impiedosamente sapecou 6 x 1 no Grêmio Prudente e deixa no ar a sensação de que, assim como em 2009, realizará uma boa campanha no Brasileirão.

- A rodada inaugural não foi nada agradável para os cariocas. Os mandantes Flamengo e Botafogo não passaram de empates e os visitantes Fluminense e Vasco foram derrotados. O saldo de nenhuma vitória no fim de semana fará o Rio amanhecer mais chateado.

- Sou suspeito para falar do atacante cruzeirense Kléber, pois sou um grande fã de seu futebol. Porém, começa torneio, acaba torneio e o “Gladiador” continua sacudindo o barbante. Na vitória sobre o Internacional, em pleno Beira-Rio, ele marcou duas vezes.Gostaria muito de vê-lo atuar com a camisa da Seleção Brasileira algum dia. Imaginem a garra que ele mostraria em campo.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA 2010 - OITAVAS-DE-FINAL

Olá amigos do FUTEBOLA!

Corinthians 2 x 1 Flamengo – Pacaembu, São Paulo (SP)

Em um dos grandes jogos da história do setentão Pacaembu, o Flamengo sofreu uma doce derrota para o Corinthians e se classificou para a fase quartas-de-final da Libertadores.
Podemos dizer sem exagerar nem um pouco que o Flamengo não entrou em campo para os primeiros 45 minutos da partida. Mais recuado impossível, a equipe carioca não conseguia trocar três passes, acertar um contra-ataque e nem mesmo impedir o Corinthians de se postar completamente no campo ofensivo. Levar perigo ao goleiro Felipe então, só no fim da primeira etapa e mesmo assim muito pouco. Já o Timão, com espírito de jogo decisivo e totalmente ligado, realizou um 1º tempo no mínimo excelente. Desde a Copa do Brasil que conquistou no ano passado que o Corinthians não jogava tanta bola. E tenho a certeza que o motivo desta semelhança com as boas atuações da Copa do Brasil está diretamente relacionado com a escalação do trio Dentinho/Ronaldo/Jorge Henrique. Juro que não consigo entender o fato do treinador Mano Menezes abandonar a tão bem sucedida formação com três atacantes para poder escalar mais um volante, desde o início do ano.

Apoiado pela torcida e buscando a vitória desde o apito inicial, o Coringão jogava um futebol dinâmico, atacava pelos dois flancos, chutava de longe e infernizava a vida do sistema defensivo flamenguista. Só na 1ª etapa foram nada menos do que oito chances de sacudir o barbante, sendo que duas destas realmente o sacudiram. Uma boa finalização após passe de Danilo e um arremate de longa distância, em apenas 20 minutos, mostravam um Ronaldo 100% diferente do da partida do Maracanã. Jorge Henrique e Dentinho ignoravam o fato de serem pontas opostos e criavam jogadas em dupla. Por duas vezes, uma aos 5 minutos e outra aos 20, eles realizaram boa trama e quase abriram o marcador. Sem precisar se preocupar em levar bola nas costas, já que o Flamengo se mostrava completamente incapaz de chegar ao campo de ataque, Roberto Carlos se postava ofensivamente e assustou Bruno em duas portunidades. Resumo da ópera: o Timão era só pressão. O Flamengo conseguiu se segurar até a segunda parte do 1º tempo. Aos 27 minutos Danilo alçou a pelota, o zagueiro rubro-negro David desviou contra o próprio patrimônio e inaugurou o placar. Aos 39, um perfeito cruzamento do ótimo e raçudo Dentinho encontrou Ronaldo sozinho na área. Se o fato de deixar qualquer atacante livre para cabecear já seria motivo de crítica para a defesa rubro-negra, o que dizer sobre esta após deixar Ronaldo livre? Com o gol do “Fênomeno” o Corinthians foi para o intervalo com 2 x 0, resultado que o classificava.

A situação do Flamengo se tornava dificílima. Não pelo placar adverso, pois um gol classificaria o Fla pelo critério dos gols fora de casa, mas sim pela postura mostrada na 1ª etapa. O treinador Rogério Lourenço teria os 15 minutos do intervalo para corrigir inúmeros erros rubro-negros. O Flamengo deveria voltar para campo com mais atitude, menos nervosísmo, mais toque de bola, menos insegurança defensiva... E amigos, acreditem, tudo isso ocorreu. Se na súmula do jogo a única alteração realizada no intervalo foi a entrada de Kléberson no lugar de Vinícius Pacheco, dentro de campo o Flamengo parece ter mudado os 11 jogadores. Ou melhor, o Flamengo enfim entrou em campo. Vale ressaltar que não quero dizer que o Corinthians conquistou a vantagem de dois gols na 1ª etapa somente pela péssima atuação do Fla. O Timão jogou muito, mas a horrível atuação do adversário ajudou.

Com apenas 4 minutos do 2º tempo Kléberson justificou sua entrada em campo ao dar bela assistência para Vágner Love, que mostrou o motivo de ser o melhor jogador do Fla em 2010 e balançou as redes. Em 4 minutinhos a vantagem do Corinthians ia por água abaixo. Automaticamente uma pergunta ecoava na cabeça dos torcedores rubro-negros: “Será que o time cairá na asneira de recuar novamente e apenas se defender?”. O jogo mostrou que não, que o Fla não repetiria os mesmos equívocos do 1º tempo. Com o sistema defensivo apresentando uma qualidade incomum no ano de 2010, com destaque para o volante Rômulo que vem se mostrando uma acertadíssima escolha do Rogério Lourenço, e sem abdicar do ataque em nenhum momento, o Flamengo teve, até o apito final, uma grande atuação. Para sustentar os argumentos da ótima postura do Mengão na 2ª etapa vale dizer que entre 20 e 40 minutos o Rubro-Negro teve quatro oportunidades de gols, a melhor delas após uma milimétrica assitência de Léo Moura que Love tocou com muita categoria para fora, e o Corinthians nenhuma. Isso mesmo, mesmo necessitando de mais um tento o Coringão não conseguia furar o agora eficiente bloqueio do Fla e ainda sofria com as investidas de Kléberson, Léo Moura e cia.

Os minutos finais do grande duelo foram ainda mais dramáticos. Aos 43 minutos Kléberson não aproveitou mirabolante jogada do “Imperador” pela ponta esquerda que poderia ter fechado o caixão paulista. Apesar de ter passado longe de uma boa atuação, Adriano mostrou, principalmente após o intervalo, que é essencial para o Fla. Para tornar a partida ainda mais sensacional o Corinthians conseguiu uma falta para o expert Chicão cobrar aos 46 minutos. O estádio inteiro parou. Era impossível saber qual das duas maiores torcidas do Brasil estava mais nervosa. Chicão foi para a cobrança. O arremate veio perfeito. O goleiro Bruno voou com mais perfeição ainda. O Flamengo estava salvo.

Após terminar a fase de grupos no 14º lugar geral, conquistando a vaga na fase de mata-mata com muito sufoco, o Rubro-Negro enfim provou ser um dos favoritos para conquistar o caneco da Libertadores. Porém, concordo totalmente com o “Imperador” Adriano quando ele disse, depois do apito final, que o Flamengo ainda tem muito pra melhorar.

JOGADA RÁPIDA!

Com uma excelente vitória de 3 x 1 sobre o Atlético Mineiro e a classificação para as semi-finais da Copa do Brasil o Santos continua imparável. O confronto contra o Grêmio, que eliminou o Fluminense com facilidade e também vem tendo um excelente 2010, será de altíssimo nível.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

UMA IMAGEM...


O gênio Alfredo di Stéfano e os cinco canecos da Copa dos Campeões da Europa que ele conquistou com o Real Madrid. Quem o viu jogar diz que ele supera Maradona e é o melhor jogador argentino de todos os tempos.

domingo, 2 de maio de 2010

CAMPEONATO PAULISTA - FINAL

Olá amigos do FUTEBOLA!

Santos 2 x 3 Santo André – Pacaembu, São Paulo (SP)

Simplesmente sensacional! Em uma final emocionante do primeiro ao último minuto, sem nenhum exagero, o Santos se sagrou Campeão Paulista de 2010. A partir de hoje, qualquer livro sobre a história do futebol paulista deverá ter um capítulo para destacar este jogo, um dos melhores que já assisti.

A entrada do time do Santos em campo foi acompanhada de uma euforia gigantesca nas arquibancadas. O torcedor santista tinha todos os motivos do mundo para aplaudir efusivamente sua equipe, que iniciava a partida com a vantagem de perder por um gol e uma mão no caneco. Porém, mostrando o motivo de o futebol ser tão apaixonate, o Santo André abriu o placar com trinta segundos de jogo. Isso mesmo, antes do primeiro minutinho de partida O Santo André sacudiu o filó após Branquinho dar um passe magistral para Cicinho, que encontrou o centroavante Nunes livre, leve e solto. Um gol no início do jogo era tudo que a equipe do ABC precisava, mas eles não contavam com o fato dos “Meninos da Vila” não acusarem nem um pouquinho o golpe sofrido. Aos 8 minutos, Marquinhos deu ótimo passe para Robinho que de forma encantadora tocou de letra para Neymar. O que fez a jóia rara santista? Foi abrindo caminho com imensa categoria até encontrar espaço para marcar um golaço.

“Pronto! Tudo está tranqulizado agora que empatamos”, pensou o torcedor do Peixe. Doce ilusão... Em pequeno intervalo, entre os 15 e 20 minutos, o Santo André mandou uma bola na trave, em arremate do meia Branquinho, teve um gol de cabeça do Rodriguinho pessimamente anulado pela bandeira e empatou o jogo com o volante Alê, também de cuca, após cobrança de córner. Era impossível tirar os olhos da tela da tv, tamanha a intensidade da partida. Intensidade esta que invadiu o gramado e causou uma confusão geral, culminando com a expulsão de um jogador de cada lado: Nunes pelo Santo André e Léo pelo Santos. Vale ressaltar aqui o motivo inicial de toda a confusão. Tudo começou após os jogadores do Santo André reclamarem que o santista Neymar estava simulando muito, se atirando no chão a todo momento. Apesar de eu discordar da maneira agressiva como ocorreram as reclamações, é impossível negar que Neymar passou o jogo inteiro se jogando no chão. Acredito que ele ganhou alguns pontos negativos com o treinador canarinho Dunga por esta atitude, pois se fizesse isso em um jogo de Copa do Mundo... Voltando ao jogo, mais espaços surgiram após as expulsões e quem melhor soube aproveitá-los foram os santistas. Em uma trama mágica, lúdica, de outro mundo, Robinho tocou para Ganso que de maneira magnífica deixou Neymar na cara do gol para empatar a partida. Sabem aqueles gols que dá vontade de assistir o replay inúmeras vezes? Esse foi um deles.

Tudo isso descrito até o momento ocorreu em 32 minutos de jogo. Amigos, acreditem, o 1º tempo ainda teria muitas emoções. Logo após o Santos empatar a partida, o sempre sóbrio meia alvi-negro Marquinhos perdeu a cabeça e deu uma entrada criminosa e desnecessária no meio-campo e também foi mais cedo pro chuveiro. Resultado desta infantilidade? O Santo André se postou ofensivamente, retomou a vantagem no marcador e quase ampliou-a. Aos 43 minutos, Branquinho, Bruno César e Carlinhos organizaram um contra-ataque perfeito e Branquinho marcou o terceiro gol de sua equipe. Foi uma trama daquelas dignas de video-aula, algo do tipo “Como organizar um contra-ataque”. A dupla de meias do Santo André Branquinho e Bruno César jogaram uma barbaridade nesta 1ª etapa, principalmente o primeiro. Otimamente posicionado no meio-campo, com muita qualidade nos passes e constantemente apoiando o ataque, Branquinho foi, em minha opinião, o nome do 1º tempo. Sua participação nas jogadas que resultaram o primeiro e o terceiro gol mostraram que ele entende do assunto. E teve mais! Aos 46 minutos, em jogada realizada por Carlinhos e Rodriguinho, o Santo André quase assinala seu quarto tento.

Após o intervalo, se o torcedor santista estava apreensivo com o fato de ter que iniciar a 2ª etapa com um homem a menos, ficou muito mais. Aos 5 minutos, Bruno César, com um milimétrico passe, deixou Rodriguinho na cara do gol, mas o atacante, após driblar o goleiro Felipe, chutou fraco e Arouca salvou quase na linha. Foi um susto e tanto para o Santos, que logo percebeu que ficar recuado até o fim do jogo seria tolice. Mesmo com 9 jogadores em campo, Robinho e cia foram ao ataque e quase empataram a partida em duas oportunidades. Primeiro Neymar fez boa jogada pela esquerda e Robinho levou perigo ao goleiro Júlio César. Depois, já aos 20 minutos, Ganso tabelou com André, que havia entrada no lugar de Robinho, e por pouco não sacudiu o barbante. O Santo André não estava aproveitando a vantagem de ter um jogador a mais, porém o volante santista Roberto Brum, que substituira Neymar, resolveu colaborar, cometeu falta duríssima e recebeu cartão vermelho. Foi aí que ocorreu uma cena inesquecível. Já transformado em melhor jogador da decisão por sua capacidade imensurável de segurar a bola no campo ofensivo e impedir que o Santo André pressionasse, Paulo Henrique Ganso descobriu que seria substituído pelo zagueiro Bruno, acabando com a única arma que o Santos tinha para não ficar apenas na defesa. A postura do jovem meia foi sensacional. Ganso olhou para o treinador Dorival Junior e se negou a sair de campo. Percebendo a expressão de Ganso, claramente se via que não era um ato de insubordinação, mas sim uma atitude coerente que o treinador logo acatou. E lá continuou Ganso como um exército de um homem só. A estratégia do Santos podia se chamar “se vira Ganso”. Até escanteio para ninguém ele cobrou, buscando ganhar mais tempo. Com dois homens de vantagem e diante de um adversário com 8 jogadores em campo, o Santo André conseguiu mandar uma bola na trave, que fez todos os espectadores, presentes no Pacaembu ou sentados na poltrona, prenderem a respiração. E graças a Paulo Henrique Ganso, foi a única chance andreense.

Em um dos jogos mais lendários da história do futebol brasileiro, o “Fla-Flu da Lagoa”, que decidiu o Campeonato Carioca de 1941, o placar apontava 2 x 2, resultado que dava o título ao Fluminense. O genial jornalista Mário Filho contou assim uma das armas utilizadas pelo Flu para segurar o resultado: “E então Romeu Pelliciari, o careca que jogava de gorro na cabeça, foi para o vai-mas-não-vai. Pegava a bola, fingia que ia, não ia, acabava indo e não a largava, prendendo-a, caminhando, correndo com ela, dando voltas, alongando caminhos, avançando, recuando, tomando pela direita, descambando pela esquerda. Não o preocupava outra coisa senão gastar o tempo e, realmente, a bola nos pés de Romeu fazia o tempo andar. E ele não precisava correr. O importante era ter a bola nos pés, dominada, dócil, escondê-la, prendê-la”. Pedindo licença ao lendário Mário Filho, estas palavras são perfeitas para descrever o que fez Paulo Henrique Ganso nos minutos finais da decisão.

Para os que sempre criticavam o Santos com a frase “eles ainda não ganharam nada”, o que é uma incoerência, pois o Paulista era o primeiro torneio disputado pela equipe, aí está o primeiro caneco dos “Meninos da Vila”.

PARABÉNS, SANTOS!!!