segunda-feira, 30 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - OITAVAS DE FINAL


A Holanda foi buscar dois gols contra o México no fechar das cortinas de um confronto sem trégua solar. Diante de uma Nigéria de peito aberto, a França cortou um dobrado por 79 minutos, até o goleiro elástico Enyeama cometer duas falhas imperdoáveis. A Alemanha encheu galões de suor para superar na prorrogação uma Argélia muito boa de bola. Se todos estes favoritos comeram o pão que o diabo amassou para avançar às quartas de final, por que a sensação é a de que o Brasil é quem digere a maior bisnaga infernal? A resposta se encontra no estilo de jogo. Ou na falta dele.

A Holanda pagou todos os seus pecados sob o sol cearense contra os confiantes mexicanos. Mas, mesmo ensopados de suor, os laranjas não deixaram de lutar ferozmente para fechar o meio-campo e, com a bola, de procurar o imparável Robben o mais rápido possível. Até quando partiram para a blitz final os holandeses não demonstraram desespero, tendo, inclusive, sacado o atacante van Persie.

Contra uma Nigéria cheia de ímpeto e de vontade de ser feliz, a França se viu diante de seu maior desafio até o momento. O encarou, porém, com muita bola nos pés dos meio-campistas e trocas de passes objetivas, além de sempre chamar o atacante Benzema para o jogo. Em outras palavras, venceu a Nigéria com as mesmas armas que apresentara na primeira fase.

Muito pelos sete jogadores do Bayern de Munique no onze inicial, a Alemanha já mostra um estilo Guardiola de ser. Schweinsteiger e companhia são menos pacientes e mais vigorosos e incisivos que os barcelonistas dos tempos de Guardiola, mas a bola de pé em pé em pé em pé em pé é o estilo da Alemanha. Foi assim que ela lutou e se entregou pela vitória contra a Argélia.

O Brasil foi o único a vencer nos pênaltis, levou uma bola na trave aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação e encharcou o gramado de lágrimas. No entanto, a vitória verde e amarela foi a mais dramática de todas porque o Brasil deu a impressão de que não tinha ideia do que precisava para triunfar, enquanto Holanda, França e Alemanha, mesmo nos momentos mais delicados, sabiam o que faziam.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
A Escócia é a seleção que mais participou da Copa do Mundo sem nunca ter passado para a segunda fase, com oito aparições. Na Copa do Mundo de 1974, por exemplo, a Escócia foi eliminada na fase de grupos de maneira invicta, após vencer o Zaire e empatar com Brasil e Iugoslávia.

domingo, 29 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 – OITAVAS DE FINAL


Aos míseros 22 anos, o colombiano James Rodríguez encanta os saudosistas. Quando a brazuca se acomoda em seus pés, o futebol parece retornar aos tempos clássicos. Às vezes a impressão é até a de que a imagem da TV ficou preta e branca. Não existe um tipo de passe que não conste em seu repertório. Lança e toca curto com a mesma categoria. Joga rápido e cadencia com a mesma beleza. Faz seu time rodar e o adversário tontear com a tranquilidade dos sábios.

Não satisfeito somente em comandar de forma sublime a orquestra colombiana, James Rodríguez se mostra um solista de raro brilho. Dos 11 gols cafeteros no Mundial, o camisa dez fez cinco e participou diretamente de outros cinco. Uma pena que a Colômbia não tenha um pintor em sua delegação para retratar em quadros a arte que James Rodríguez tem feito nos gramados. A vivida no peito e o arremate de bailarino que abriu o placar contra o Uruguai mereciam circular em museus pelo mundo.

Toda categoria que vive nos pés de James Rodríguez vira fogo nos pés de Robben. O carequinha holandês tem um estilo tão próprio de jogar que diante de uma partida da Laranja se tornou comum a pergunta: “Quantas arrancadas o Robben já deu?”. E que arrancadas! São rápidas até nas imagens televisivas em super slow motion. E mais impressionante é que no ápice de sua velocidade, mesmo que seus olhos enxerguem apenas vultos ao redor, ele consegue pensar. “Mas ele só corta para a esquerda”, vão gritar alguns. Não tem adiantado saber o que ele vai fazer.

O marcador do Robben é alguém que fica de skate, parado na esquina, à espera para perseguir uma Ferrari que com certeza vai fazer a curva. Os lances de Robben ignoram a lei da ação e reação. Robben age, mas seu marcador não consegue reagir a tempo. Quando ele parou na linha do fundo diante de Rafa Márquez, o mexicano sabia que ele iria cortar para a esquerda. Todo mundo sabia. E daí? Pênalti e vitória laranja. James Rodríguez e Arjen Robben. Tão futebolisticamente diferentes e tão brilhantemente iguais.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Capitanear a seleção de seu país em um Mundial deve ser muito honroso para um jogador. Na Copa de 1990, dois goleiros estabeleceram recordes em relação à braçadeira. Enquanto o norte-americano Tony Meola, com 21 anos e 109 dias, se tornou o mais jovem capitão em uma Copa, o inglês Peter Shilton, com 40 anos e 292 dias, sagrou-se o mais velho. Cabe ao argentino Maradona a marca de mais partidas como capitão na história do torneio: 16 jogos entre 1986 e 1994.

sábado, 28 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - OITAVAS DE FINAL - BRASIL X CHILE


A sensação após o sufocante triunfo nos pênaltis contra o Chile é a de desgaste extremo. A tremedeira retorna só de lembrar que levamos uma bola na trave aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação. Não foi só o coração que veio à boca, mas todos os órgãos pareceram trocar de lugar, tamanho rebuliço interior. Esperava-se muito dos chilenos, mas eles fizeram bem mais. Esperava-se mais do Brasil, mas nós fizemos bem menos, e precisamos que Júlio César nos lembrasse que já foi o melhor goleiro do planeta.  

Assim como os mexicanos na fase de grupos, os chilenos colocaram para fora todo o seu potencial, enquanto nós não passamos nem perto disso. O Chile jogou mais no Mineirão do que o muito que já havia jogado no Maracanã, na histórica vitória diante da Espanha. Além de uma capacidade mental que o deixou à vontade diante do turbilhão de emoções e da entrega máxima (o heroísmo de Medel lembrou a inesquecível atuação do paraguaio Gamarra, contra a França, em 1998), o Chile foi taticamente sublime. Os 30 primeiros minutos chilenos na etapa final foram os mais perfeitos em termos táticos de todo este Mundial, com uma marcação por pressão tão encaixada e intensa que obscureceu o Brasil.

Somente quando o gás chileno acabou que o Brasil conseguiu afrouxar a corda do pescoço e voltou a assumir a iniciativa de atacar, assim como fizera durante boa parte de um primeiro tempo em que foi superior, marcou adiantado, colocou o Neymar no jogo, fez um a zero (gol contra do Jara) e deu mole ao deixar Sánchez empatar. Nos melhores (mas não tão bons) momentos brasileiros no primeiro tempo e na prorrogação, faltou consistência. O Brasil atacou, mas não se impôs. Pressionou, mas não dominou. Cresceu, mas não se agigantou. Assustou, mas não atemorizou. Uma vez mais, o Brasil explodiu no hino, mas não explodiu no jogo. Ainda assim avançamos. Em enorme parte graças ao emocionado e emocionante guardião Júlio César.  

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Entre as Copas do Mundo de 1962 e 1994, a Bulgária ficou 17 partidas consecutivas sem sequer uma vitória. Por outro lado, o Brasil, somados os Mundiais de 2002 e 2006, triunfou 11 vezes seguidas.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - OITAVAS DE FINAL - PARTE 2


O primeiro dia em mais de duas semanas sem brazuca rolando amedronta: existirá vida após a Copa do Mundo? Veremos. Enquanto isso, é hora de seguir matutando sobre o bicho que certamente vai pegar nas oitavas de final.

A Holanda é forte demais. Em todos os sentidos. São sete jogadores sólidos como chumbo e que fazem das tripas coração para recuperar a bola e a entregar rapidamente para um trio que sabe demais (Sneijder, van Persie e o imparável Robben). Pela frente, um México que às vésperas do Mundial era desconfiança pura e, hoje, caminha nas nuvens pela autoridade com que avançou, tendo batalhado em iguais condições – no campo e nas arquibancadas – com o Brasil.

Costa Rica era a seleção que ninguém se lembrava do grupo da morte e acabou por ser a mais mortífera de todas. A Grécia levou uma sapatada na estreia e mostrou disposição hercúlea para se recuperar. Nada parecia tão impossível para costarriquenhos e gregos do que chegar às oitavas. Agora, nada parece mais possível do que chegar às quartas. E a possibilidade de algo tão grande atemoriza. Será um duelo de francos atiradores receosos em atirar a primeira pedra.

O que pode pegar para a Argentina é que sua retaguarda não é lá estas coisas e alguns suíços, como Shaqiri e Drmic, sabem tratar a pelota. Porém, ao ver um Messi em estado de graça e louco para fazer história e uma defesa suíça tão esburacada quanto um queijo suíço (viva os trocadilhos!) é impossível não apontar os argentinos como favoritos.

A Bélgica e seu craque Hazard mostraram pouco do que podem, e este pouco foi suficiente para uma campanha 100%. É uma seleção com potencial para o estilo carrossel e com individualidades que resolvem. Os Estados Unidos possuem menos variantes táticas e técnicas, mas têm conseguido usar bem seu líder técnico, Dempsey, e mostraram alguns momentos de um futebol intenso e eficiente.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Em três oportunidades a Copa do Mundo viu uma vitória pela estratosférica diferença de nove gols. Em 1892, a Hungria sapecou 10 x 1 em El Salvador naquela é a maior goleada da história dos Mundiais. Nesta partida, o húngaro Lazslo Kiss se tornou o único reserva a conseguir marcou três em um mesmo jogo. A mesma Hungria, em 1954, chinelou 9 x 0 na Coreia do Sul, mesmo placar do triunfo da Iugoslávia sobre o Zaire, na Copa do Mundo de 1974.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - OITAVAS DE FINAL - PARTE 1


Chegou a hora de a cobra trocar o cigarro pelo charuto cubano. A hora em que cada seleção pode acordar na Copa do Mundo e ir dormir fora dela. A sexta-feira não terá bola rolando e, como disse uma vez Luis Fernando Veríssimo, “nada melhor para discutir futebol do que a ausência de futebol”. Assim, amigos, vamos conversar aqui sobre quatro dos duelos das oitavas de final. Na próxima postagem, papearemos sobre os outros embates.

O Brasil terá um meio mais sólido e fluido com Fernandinho, os zagueiros podem lançar a força de Hulk atrás dos pequeninos chilenos, a marcação por pressão promete dar resultado e Neymar sabe como encontrar espaços diante de um time que mais se preocupa em jogar do que em não deixar jogar. A dinâmica e as bolas de pé em pé do Chile atordoam e encantam, mas o Brasil tem poder de fogo e alternativas para vencer.

A punição ao vampiro Suárez torna o Uruguai a maior das incógnitas. Os celestes entrarão em campo sonolentos como diante da Costa Rica (quando Luisito não jogou) ou com sangue nos olhos por se sentirem injustiçados? Por parte da Colômbia, fica a expectativa em saber se a alegria do “armeration”, o esplendor de James Rodíguez e o assanhamento do Cuadrado darão as caras em uma partida que pode virar uma batalha encardida.

Nenhuma seleção produziu mais “melhores momentos” do que a França. Os laterais e os volantes azuis vão à frente simultaneamente e os avantes, liderados por Benzema, criam sozinhos e em conjunto. Mesmo que não queira, a Nigéria será acuada pela França e precisará defender a meta do bom goleiro Enyeama. O estilo de jogo francês e o receio de ser atropelado como a Suíça obrigarão a Nigéria a apostar nos contra-ataques.

Contra a Alemanha, a Argélia vai se agarrar ao direito que o mais fraco tem de se defender contra um adversário titânico, mas tem homens na frente (Feghouli, Brahimi e Slimani) que podem fazer fumaça quando se juntam ou em bolas paradas. Os alemães trocarão trilhões de passes, atacarão em massa, esbanjarão autoridade e buscarão um gol o mais rápido possível para repetir com os argelinos o que fizeram com os portugueses.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
A Espanha de 2010 foi a campeã mundial que menos vezes balançou as redes: apenas oito. Por outro lado, a Alemanha de 1954 conquistou o caneco tendo anotado 25 gols, a maior marca obtida por uma seleção campeã.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


Uma das ideias mais sem cabimento de todo o futebol é: “Se fulano não vai à Copa do Mundo, azar da Copa do Mundo”. Às vésperas deste magnífico Mundial com o qual nos deliciamos diariamente, o sueco Ibrahimovic´ e o galês Bale foram os principais fulanos da vez. Grandes jogadores, sem dúvida, mas não foram bem sucedidos como líderes técnicos de suas seleções e são eles que perdem por não disputar o Mundial.

Deixemos Neymar, Messi e Robben de fora desta discussão e vamos ficar apenas com as seleções que, assim como aconteceria com a Suécia de Ibra e o País de Galês de Bale, não chegaram à Copa do Mundo como protagonistas. Após o corte de Falcao Garcia, o camisa dez (e ele pode mesmo dizer que é um camisa dez) James Rodríguez assumiu com autoridade a função de líder técnico da Colômbia. Jogo após jogo Rodríguez esbanja o mais variado repertório de passes, arma seu time de tudo quanto é canto, anota gols e, de quebra, ainda faz isso com um quê de arte.

No dinâmico, fluido e entrosado Chile, todo mundo sabe jogar bola, mas ninguém tem jogado mais e chamado mais o jogo do que Sánchez, que demonstra uma maturidade que não era visível no Barcelona. Volta para organizar a saída de bola, sofre faltas em sequência, não se intimida, parte para cima, parte para os lados, parte em diagonal... Shaqiri foi decisivo e marcou três gols em Honduras quando a Suíça precisava de uma vitória ampla. O goleiro costarriquenho Keylor Navas não só não cometeu sequer uma falha até o momento como realizou defesas que mereciam ser emolduradas. Rafa Márquez, aos 35 anos, lidera o México como se fosse um Beckembauer azteca. Hazard ainda não jogou a bola redonda que sabe, mas os gols das duas vitórias belgas nasceram de suas assistências e inteligência.

Ao invés de se valorizar os que não estão no Mundial pelo que não fizeram dentro das quatro linhas, dizendo que a Copa tem azar por estas ausências, devemos elogiar efusivamente algumas brilhantes atuações de quem tem feito no Mundial o que de Ibrahimovic´ e Bale se esperava nas Eliminatórias.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO

O húngaro Sándor Kocsis (1954), o francês Just Fontaine (1958) e o alemão Gerd Müller (1970) são os únicos a terem conseguido dois hat-tricks em uma mesma edição da Copa do Mundo. O argentino Batistuta também chegou à marca de três gols em uma mesma partida em duas oportunidades, porém o fez uma vez no Mundial de 1994 e outra no de 1998.

terça-feira, 24 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


Pirlo e Balotelli de um lado, Suárez e Cavani de outro. Sem dúvida jogadores capazes de desequilibrar tecnicamente um embate tão decisivo quanto o Itália versus Uruguai que valia vaga nas oitavas da Copa do Mundo. No entanto, se tal confronto não primou pelo brilhantismo técnico, foi um prato cheio para análises táticas, psicológicas e físicas.

A primeira etapa foi uma ilustração mais clara impossível de como esquemas táticos podem ser iguais nos números da prancheta e completamente diferentes em estilo. A Itália e o Uruguai tinham três zagueiros, dois alas, um tripé de meio-campistas e uma dupla de ataque. Em números, um 3-5-2 pra lá e outro pra cá. Em conteúdo, porém, era uma Itália de troca de passes e de cadencia e um Uruguai de marcação cerrada e de busca rápida ao ataque. Estilos tão diferentes quanto o do arquiteto italiano Pirlo e o do doberman uruguaio Arévalo Ríos.

O Uruguai conhece tanto o seu estilo próprio de jogo que mesmo obrigado a vencer possui a mente no lugar para não se lançar ao ataque como se não houvesse amanhã. Os celestes só tomaram a iniciativa com uma hora de partida, após a expulsão do italiano Marchisio. A partir daí, chamou a atenção a fraqueza física italiana, que pagou caro por ter de encarar seus três jogos na região norte-nordeste, sendo dois deles à uma hora da tarde. O Uruguai soube se impor e coube ao zagueiro Godín marcar mais um gol consagrador em sua carreira.

Todo refinamento técnico ausente na peleja entre os campeões mundiais esteve nos pés de James Rodríguez, que não deixa Robben e Neymar monopolizarem a briga pelo posto de craque da Copa. O camisa dez colombiano entrou no intervalo contra o Japão, quando o escore apontava um a um, e desfilou seu repertório de passes curtos e longos, lentos e rápidos, rasteiros e flutuantes. Deu duas assistências de visionário e fez um gol tão lindo que deu dó do zagueiro nipônico Yoshida. Dos nove gols colombianos no Mundial, Rodríguez anotou três e participou diretamente de outros cinco. Isso que é liderança técnica!

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Ao entrar em campo para os minutos finais contra o Japão, nesta terça-feira, o goleiro colombiano Mondragón, com 43 anos e três dias, se tornou o jogador mais velho a disputar um jogo de Copa do Mundo. O antigo detentor do recorde era o atacante camaronês Roger Milla (42 anos e 39 dias), que, no entanto, segue como o mais velho a ter marcado um gol no torneio.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS - BRASIL X CAMARÕES


A vitória levemente encardida sobre Camarões nos trouxe uma boa velha e uma boa nova. A boa velha é que Neymar segue sendo o melhor jogador de seleção do mundo. A boa nova é que a entrada de Fernandinho e a centralização de Oscar começam a dar mais cara de time ao time.

Falar que o Brasil chega pressionado pelo favoritismo em uma Copa do Mundo é lugar comum. Nunca, porém, o peso foi tão grande quanto é agora. Nem em 1950, até porque muito da atual pressão se dá pelo dolorido gol de Ghiggia. Como já está claro há anos o quão dependente esta seleção é de Neymar, nada mais lógico do que depositarem sobre os ombros do camisa dez a maior parte das esperanças e, consequentemente, da pressão. E sabem o que é mais surreal de tudo isso, amigos? É que o Neymar não mudou o seu jogo. Repete neste Mundial todos os seus muitos acertos e até os seus raros tropeços.

Assim como diante da Croácia, quando o caldo começou a engrossar contra Camarões foi ele quem nos trouxe paz e alegria. Paz com dois gols que colocaram para dentro as manguinhas que os camaroneses estavam botando para fora, principalmente após Matip empatar em um a um. A alegria veio com dribles e toques da mais refinada plasticidade. No meio da tensão do difícil embate, era possível ver sorrisos com a arte de Neymar.

No primeiro tempo, a salvação precisou vir pela genialidade de Neymar porque, mais uma vez, o Brasil não conseguiu encaixar seu jogo. Marcou pressão com eficiência por um período, usou e abusou dos lançamentos originados pelos zagueiros (arma que pode ser útil, mas não pode ser a única, contra os pequeninos chilenos) e voltou a ser frágil no meio-campo. A volta do intervalo com Fernandinho no lugar de Paulinho e com Oscar deslocado do flanco para o centro mudou o cenário. Pela primeira vez na Copa nosso meio-campo foi sólido.

Nem o maior defensor da entrada de Fernandinho podia imaginar que o volante se sentiria tão à vontade. Desarmou, arrancou, passou, encostou, fechou, participou do gol de Fred e arrematou de maneira certeira para transformar a vitória em goleada. Estamos encontrando nosso time. E temos Neymar.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
O treinador com mais vitórias na história da Copa do Mundo é o alemão Helmut Schön, que comandou a Alemanha Ocidental em todos os Mundiais de 1966 até 1978, com 25 vitórias. Já o único técnico que conquistou dois títulos é o italiano Vittorio Pozzo, feito alcançado com a própria Itália em 1934 e 1938. Quando o assunto é número de vitórias consecutivas, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, possui 11 triunfos seguidos: sete com o Brasil de 2002 e quatro com Portugal de 2006.

domingo, 22 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS

Está na moda usar o termo “previsibilidade” para culpar o insucesso de certas equipes. A Espanha desmoronou em duas rodadas porque seu estilo ficou previsível. O Brasil, alvo de intensos estudos após a conquista da Copa das Confederações, estaria se tornando previsível. Amigos, talvez “previsível” não seja a palavra mais adequada para exemplos como estes dois. As estratégias espanhola e brasileira se tornaram conhecidas, não previsíveis. Previsível é a seleção russa.

Tecnicamente, todos os jogadores russos parecem incapazes de jogar no improviso, por instinto. Não existe coelho na cartola dos russos. Assim, qualquer imprevisibilidade deveria vir da estrutura tática da equipe, e é aqui, neste ponto, que entra em questão o trabalho do italiano Fabio Capello, simplesmente o treinador mais bem pago dentre os 32 presentes na Copa do Mundo.

Sem condições técnicas para surpreender na individualidade, a Rússia deveria desestruturar o rival com inversões entre os meias que jogam aberto, recuo do centroavante para abrir espaço, avanço dos volantes, aproximações aos laterais, entradas em diagonal... Opções táticas não faltam, mas o que se vê são russos como se fossem bonecos de totó, sempre na mesma posição. A Rússia é um exemplo didático do que é um time previsível, e muito por causa disso caiu diante da Bélgica, que, se não é brilhante, improvisa movimentos táticos e surpreende com o talento de um Hazard ou um Mertens.

Diferente da Rússia, os Estados Unidos fizeram da imprevisibilidade tática sua principal arma contra os portugueses. É verdade que Portugal lutou muito e na individualidade e na estratégia do boi-bumbá (seriam os ares da Amazônia?) conseguiu empatar no finalzinho, mas em momento algum os patrícios foram capazes de neutralizar os norte-americanos. O meia Bradley flutuou por todo o gramado, o volante Jones soube a hora certa de se aproximar da área rival, o lateral Johnson aproveitou o corredor e o centroavante Dempsey não parou quieto. Todos os estadunidenses sabiam as suas funções e a dos seus companheiros. Seria um equívoco não enxergar aí o dedo do treinador Klinsmann.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO

Enquanto a Suíça foi eliminada da Copa do Mundo de 2006 sem sofrer sequer um golzinho em quatro jogos, o goleiro Hong Duk-Yung, da Coreia do Sul, buscou a bola nas redes nada menos do que 16 vezes em apenas duas partidas no Mundial de 1954. A Suíça de 2006 e a Coreia do Sul de 1954 são, respectivamente, as seleções que menos e mais sofreram gols em uma única edição do Mundial.

sábado, 21 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


Os olhos brasileiros são induzidos a buscar sempre a arte no futebol. Um drible desconcertante, uma tabela no instinto, um toque de classe, uma matada que dá vida à bola e, claro, gols em profusão. Para estes olhos sedentos por poesia, a Copa do Mundo tem sido o maior dos colírios. Mas não apenas para eles. Existem também os olhos que anseiam por jogadas tão viris quanto leais, por duelos táticos que dão um quê de xadrez ao jogo, por almas deixadas em campo. Também para estes olhos desejosos de intensidade, o Mundial tem sido capaz de curar qualquer miopia.

Que roteiro o de Argentina versus Irã! Os alvicelestes avançavam pela esquerda com Rojo e Di María e nada. Os zagueiros e atacantes subiam para tentar na bola parada, e nada. Messi tentava e não conseguia se desvencilhar do mar vermelho. Os iranianos se postavam tão bem atrás da linha da bola que gerava dúvidas se realmente eram apenas onze em campo. Aí, de repente, quando tudo apontava para mais Argentina em busca de saídas, ou melhor, de entradas, o Irã se enche de valentia, coloca de lado o direito do mais fraco de se fechar contra o time do Messi, e transforma o arqueiro argentino Romero no melhor homem em campo. Uma postura iraniana que ninguém esperava. E quando não se esperava mais nada da Argentina, Messi, de quem mais se espera, assumiu o protagonismo e decretou a vitória azul e branca.

Mal havíamos tido tempo de aliviar a cabeça da intensidade proporcionada por argentinos e iranianos no Mineirão e alemães e ganeses já botavam fogo no Castelão. A necessidade da vitória tirou de Gana qualquer temor em atacar, postura que desgovernou um pouco os alemães. O fogo do primeiro tempo virou incêndio no segundo. Gol da Alemanha. Gol de Gana. Gol de Gana. Gol da Alemanha. Este de Klose, agora maior artilheiro da história da Copa do Mundo com 15 gols, ao lado de Ronaldo. A chuva de bolas nas redes durou 25 minutos, mas os 20 restantes foram tão espetaculares quanto, mesmo sem alterações no placar. Impossível saber quem desejava mais a vitória, em outro jogo de fase de grupos com cara de mata-mata. Que vida tem essa tal de Copa do Mundo.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
O inglês Peter Shilton e o francês Fabian Barthez são os goleiros que mais partidas disputaram sem sofrer gols em Mundiais: 10 jogos intransponíveis. Já o italiano Walter Zenga passou 517 minutos seguidos sem ser vazado na Copa do Mundo de 1990, o recorde quando o assunto é tempo consecutivo sem buscar a bola no fundo das redes.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


Em dois jogos a Costa Rica deixou para trás seis títulos mundiais – dois do Uruguai e quatro da Itália. Um exemplo precioso de que o futebol leva em consideração não só o “ser”, mas também o “estar”. Se Itália, Uruguai e Inglaterra são campeões do Mundo e casa de jogadores lendários, nenhum dos três esteve, até agora, melhor do que a já classificada Costa Rica.

Não existe apenas uma explicação para o alto nível do futebol apresentado pela Costa Rica até o momento. O que temos, amigos, é uma mescla de força física, talento, organização tática e concentração total. Já era esperado, desde o dia do sorteio dos grupos, que a Itália fosse comer o pão que o diabo amassou no embate com os costarriquenhos em Recife e à uma hora da tarde. E não deu outra. Enquanto os italianos começaram o jogo poupando energia e terminaram sem nada do que haviam poupado, Umaña, Díaz, Borges e companhia pareciam em condições de jogar um terceiro tempo.

E se Costa Rica é recheada de carregadores de piano, tem também seus pianistas, que podem não ser virtuosos capazes de esbanjar um Mozart ou um Beethoven, mas têm intimidade. Bolaños bate com capricho as bolas paradas, Ruiz sabe encontrar seu espaço e como tratar a criança e Campbell é um potente azougue. E todos os chicos, carregadores de piano ou pianistas, sabem e exercem suas funções táticas com concentração ímpar, o que torna o 5-4-1 do treinador Jorge Luis Pinto uma sólida barreira. No grupo da morte, a Costa Rica deixa claro para a Copa e para o mundo que é quando a bola rola que a história se desenrola.

É claro que o magnífico desempenho francês não surpreende tanto quanto o costarriquenho, mas é impossível esconder um certo espanto com o futebol triturador que os Bleus tem jogado. Somados os massacres contra Honduras e Suíça, foram nada menos do que 26 claras oportunidades de gols criadas e oito bolas nas redes. Com raciocínio rápido, pés rápidos e passes rápidos, a França é avassaladora quando toma a iniciativa e mais ainda quando contra-ataca. Perguntar não ofende: não era para o Ribéry estar fazendo falta?

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Apenas dois confrontos já se repetiram em finais de Copa do Mundo. Brasil e Itália se encontraram nas decisões de 1970 e 1994, e os brasileiros levaram a melhor em ambas as oportunidades: primeiro, em 1970, goleou magicamente por 4 x 1, e, depois, em 1994, levou o caneco após disputa por pênaltis. Já Alemanha e Argentina duelaram pelo título em 1986, quando Maradona comandou a vitória alviceleste por 3 x 2, e em 1990, quando os alemães deram o troco com o tento único de Brehme.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


Os amantes do futebol estão em êxtase. Como não bastasse a alegria proporcionada por uma Copa do Mundo com média de quase três gols por partida e repleta de jogos que enchem de tensão até os que não torcem por nenhuma das seleções envolvidas, muitos craques jogam aqui, em gramados tupiniquins, a fina flor de seu futebol. O alemão Müller detonou Portugal, o italiano Pirlo deu um concerto em Manaus e o francês Benzema acabou com Honduras. E se o holandês Robben parece um passo à frente quando o assunto em questão é o craque do Mundial, dois jogadores que entraram em campo nesta quinta-feira já estão fungando o cangote do carequinha holandês: James Rodríguez e Luís Suárez.

Basta observar um punhado de minutos do belo futebol do colombiano James Rodríguez para saber que ele só pode ter o número dez às costas. Para a alegria dos saudosistas, é um clássico camisa dez. Arma seu time de trás com lançamentos valiosos, arma seu time na frente com passes açucarados, arma seu time ao acionar os pontas (principalmente o fogoso Cuadrado) e arma seu time em contra-ataques com uma velocidade de ação tão rápida quanto a de raciocínio. Para completar, ainda aparece na grande área com finalizações letais, como fez ao abrir o triunfo diante de Costa do Marfim que classificou Los Cafeteros.

Enquanto Rodríguez é um clássico camisa dez, o uruguaio Luís Suárez não é o que se pode chamar de clássico camisa nove. Não é alto, não joga fixo entre os zagueiros e não exige bolas aéreas forçadas. E daí? Nenhuma destas ausências o impede de ser bárbaro. Talvez estas ausências o fazem bárbaro. É bárbaro na sua inquietude, na sua movimentação, ao não crer em bolas perdidas, no seu posicionamento, no seu instinto, no seu arremate certeiro e no seu exalar de emoção após decidir com dois gols a “Batalha de Itaquera” contra a Inglaterra. O Uruguai parecia morto após a derrota na estreia. “A Costa é tão Rica que já comprou a passagem de volta dos uruguaios”, brincavam alguns. Suárez não havia jogado... a Celeste vive.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO

A Suíça é a Seleção que possui o recorde de mais partidas consecutivas em Mundiais sofrendo ao menos um gol e o recorde de mais minutos consecutivos sem sofrer gols. Entre as edições de 1934 e 1994 da Copa do Mundo, a Suíça sofreu ao menos um golzinho em 22 partidas seguidas. Porém, se contarmos o próprio Mundial de 1994, o de 2002 e o de 2006, a Suíça passou um total de 559 minutos consecutivos sem buscar a redonda no fundo das redes.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


O Brasil derrubou na final da Copa das Confederações. A Holanda matou na estreia do Mundial. O Chile esfolou nesta quarta-feira. Os que estiveram no entupido Maracanã presenciaram o fim de uma das maiores seleções que o Planeta Bola já viu. Aquela Espanha que encurralava e desesperava qualquer adversário com trocas de passes intermináveis, aquela Espanha que ignorava salas de troféus e se agigantava diante de Itálias e Alemanhas, aquela Espanha que durante anos acreditamos ser imbatível, aquela Espanha, amigos, virou história.

E a queda espanhola se torna ainda mais marcante pela monumental apresentação do Chile, que nem esperou o apito inicial para sair na frente. O futebol é tão complexo que o Chile se favoreceu pelo fato de seu hino ter letra, enquanto o espanhol, não. Os onze chilenos em campo e os milhares nas arquibancadas cantaram o hino com tamanha alma que energizaram o Maracanã. Já os espanhóis, com um hino “não-cantável”, não puderam extravasar a tensão pré-jogo e se inflar da mesma maneira.

Com a bola rolando, pelos olhos de qualquer tipo de análise, o Chile foi superior. Ocupou os espaços como se conhecesse todos os atalhos do campo; alternou com eficiência uma marcação por pressão com uma mais recuada; aumentou a velocidade do jogo para fazer um a zero (gol de Vargas) em belíssima troca de passes; foi eficiente para chegar ao segundo tento com o multi-homem Aránguiz; trocou passes ao som do “Olé” quando precisou tirar o calor do jogo; chegou junto e com vigor do início ao fim (Medel foi raça pura); esbanjou técnica (mais uma grande atuação de Sánchez)... E se em alguns momentos, principalmente no final do embate, a Espanha conseguiu ameaçar, o goleiro Bravo foi bravíssimo e pegou tudo.

Sem dúvida uma tarde inesquecível para os classificadoschilenos. E, por motivos diferentes, para os eliminados espanhóis. A Espanha caiu. Pilares como Casillas, Puyol, Xavi e David Villa não durariam para sempre. E se é difícil substituir cada um deles, será quase impossível substituir todos de uma só vez.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO


Apenas dois jogadores conseguiram marcar ao menos 5 gols em duas edições da Copa do Mundo. O peruano Cubillas alcançou esta marca balançando as redes nos Mundiais de 1970 e de 1978. Já o alemão Klose realizou o feito de marcar 5 gols nas Copas de 2002 e 2006.

terça-feira, 17 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS - BRASIL X MÉXICO


Brasil 0 x 0 México – Castelão, Fortaleza (CE)

Impressionante como os mexicanos realmente passaram a se inflar de uma confiança que somente Uruguai, Argentina e Itália pareciam ter diante de nós. Não é aquele “sí se puede” que simboliza as missões quase impossíveis, mas algo do tipo “nós sabemos que podemos”. E puderam mais uma vez, pois o empate sem gols deixa um delicioso gosto de nachos crocantes na boca dos mexicanos e de feijoada estragada na dos brasileiros.

Os mexicanos marcaram como se não houvesse o amanhã (o “Capitão Azteca” Rafa Márquez foi gigante), se dedicaram de corpo e alma às funções táticas, não abdicaram de atacar em momento algum e apresentaram um arsenal poderoso de arremates, com seis chutes longos perigosíssimos. Também cometeram erros, é verdade, mas aí foi a vez de aparecer Ochoa, que com defesas tão milagrosas quanto maravilhosas foi não só o melhor em campo como colocou um goleiro na lista das melhores atuações individuais deste Mundial.

A opção por falar primeiro dos méritos mexicanos se deu para deixar claro que não existe aquilo de que o Brasil só perde (ou empata, no caso) para ele mesmo. Mas se empatamos contra uma carne de pescoço, por que o gosto ruim? Porque, além dos motivos históricos que nos obrigam sempre a vencer, o México jogou o seu máximo, enquanto o Brasil deixou a desejar. Não foi uma apresentação decrépita a verde e amarela, mas o time dependeu muito do Neymar, que, diga-se de passagem, aceitou a responsabilidade, foi para cima, driblou, apanhou e parou em Ochoa duas vezes. Isso tudo sem um pingo de ajuda de Ramires, Paulinho (já tá na hora do Fernandinho), Oscar e Fred. Bernard entrou com ímpeto e escapa desta lista.

Ao lado do frágil jogo coletivo de ataque, nosso principal problema foi a falta de solidez do meio-campo (principalmente quando Bernard entrou para abrir o jogo), que mais uma vez obrigou o incansável Luiz Gustavo a se multiplicar e exigiu demais de Thiago Silva (enfim um monstro) e David Luiz. Amigos, é justamente esta fragilidade na meia-cancha, mostrada também contra a Croácia, a responsável por boa parte das pulgas que saltitam em nossas orelhas.

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho; Ramires (Bernard), Neymar e Oscar (Willian); Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

México: Ochoa; Rodríguez, Márquez e Moreno; Aguilar, Herrera (Fabián), Vázquez, Guardado e Layún; Giovani dos Santos (Jiménez) e Peralta (Chicharito). Técnico: Miguel Herrera.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
O mexicano Antonio Carbajal e Mohamed Al-Deayea, da Arábia Saudita, são os goleiros que mais sofreram gols na história dos Mundiais, com 25 gols sofridos. Carbajal disputou cinco edições da Copa do Mundo (1950-1966), dividindo o recorde de Copas jogadas com o alemão Lothar Matthaüs (1982-1998) e com o italiano Gianluigi Buffon (1998-2014). Já Al-Deayea participou de quatro Mundiais (1994-2006).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


O que intimidou no passeio alemão sobre Portugal não foi apenas a chinelada de quatro a zero, mas a naturalidade com o qual esta foi alcançada. Enquanto ainda creditamos boa parte das razoáveis atuações brasileira e argentina ao fato de estas terem sido estreias, a Alemanha ignorou os sintomas negativos que os primeiros chutes em uma Copa proporcionam e jogou livre, leve e solta na Fonte Nova. Amigos, somente uma equipe consciente de seu enorme potencial é capaz de tamanha naturalidade diante de uma estreia que se desenhava tão complicada.

É verdade que parte da complicação de se enfrentar Portugal virou fumaça depois de um pênalti cometido cedo por João Pereira e de mais uma expulsão inconsequente do descontrolado beque Pepe. A outra parte da complicação se esvaiu pela técnica monstruosa e tática afinada dos alemães. Hummels, Lahm, Kroos e Götze jogaram o fino da bola e Müller detonou: frieza, presença de área e três gols.

Ótimo jogador com a camisa de seu clube (Bayern de Munique), Müller cresce ainda mais quando defende a Alemanha, assim como já acontece há alguns anos com os hoje reservas Klose e Podolski. Para nós, brasileiros, acostumados a criticar ferrenhamente jogadores que não atuam tão bem com a amarelinha como em seus clubes, esta evolução de alguns alemães com o uniforme da seleção chama atenção.

Por incontáveis motivos que não necessitam ser listados, a naturalidade e a imponência dos alemães não existem na seleção do Irã, que, justamente por isso, passou 90 minutos segurando um empate mudo contra a Nigéria. Para os olhos artísticos, o jogo dos iranianos foi de uma feiura de doer, mas eles, por se sentirem mais fracos, têm todo o direito de jogar para não perder, até porque meteram o pé apenas na bola, e não nos nigerianos.

Gana arrematou ou cabeceou um total de 21 bolas contra a meta do ótimo goleiro Howard. Os Estados Unidos finalizaram apenas oito vezes. O placar final? Dois a um para os norte-americanos. Até que este Mundial demorou um pouco para nos lembrar que a justiça que vale no futebol é a justiça dos gols.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Três finais de Copa do Mundo terminaram com uma diferença de três gols para o Campeão, e em todas elas o Brasil esteve presente. Se nos Mundiais de 1958 e em 1970 os shows foram nossos, com a vitória de 5 x 2 e 4 x 1 sobre, respectivamente, Suécia e Itália, em 1998 sofremos com a derrota por 3 x 0 para a França de Zinedine Zidane.

domingo, 15 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


Estariam as seleções contagiadas pelos ares do país que consagrou o futebol-arte? Se desde 1958 uma Copa do Mundo não termina com média de gols superior a três por jogo, estamos nos esbaldando em bolas nas redes. E se um alto índice de gols não é necessariamente um indicativo de bom futebol, estamos nos banhando prazerosamente em ótimas partidas. Este domingo levantou tantos assuntos que vamos seguir a cronologia dos embates para não embolar o meio de campo.

Se tem um lance que merece entrar naqueles DVDs de videoaula este foi proporcionado pelo suíço Behrami. Acréscimos da etapa final. Um a um no placar. Equador dentro da área para finalizar e... Behrami desliza em carrinho de rara perfeição, raciocina rápido para iniciar o contragolpe, leva uma traulitada digna de expulsão, rola no chão, se levanta, e solta a bola limpinha para os avantes. Resultado: gol da virada e vitória da Suíça.

Na sapecada de três a zero da França em Honduras, Benzema lavou a égua e o meio-campo francês flutuou como se jogasse sobre algodão. O destaque, porém, ficou por conta da garantia tecnológica recebida pelo juiz Sandro Meira Ricci para confirmar que a bola ultrapassara a linha no segundo gol azul. Em lances de não-interpretação, como este, a tecnologia é mais do que necessária e só traz justiça, pois ninguém gosta de debater uma jogada que a TV já deu o veredicto. Discussões boas são as geradas em lances de interpretação. Falando nisso, José Roberto Wright, Luís Fernando Veríssimo e Maradona afirmam ter sido pênalti em Fred.

E a Argentina? Bom, a Argentina destoou das atuações empolgantes do torneio, foi de uma pobreza franciscana na etapa inicial e abusou de desperdiçar os espaços oferecidos na etapa final. Um gol contra no início e outro nascido no único brilho de Messi foram suficientes para garantir um suado triunfo que quase foi para o brejo quando a Bósnia diminuiu no fim. Seria exagerado descer a lenha na atuação argentina. Foi apenas a estreia, a Bósnia não é nenhuma teta e Messi até fez um salseiro de leve depois do intervalo, quando recuou para a posição de armador e teve Higuaín e Agüero a sua frente.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO

Com três derrotas cada, Itália e a Inglaterra são os países que mais perderam disputas de pênaltis na história da Copa do Mundo. Vale citar que Roberto Baggio esteve presente nas três derrotas italianas, porém desperdiçou sua cobrança apenas na decisão do Mundial de 1994. 

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


A vitória italiana sobre a Inglaterra não foi somente um jogo eletrizante. Foi um jogo eletrizante aditivado por um duelo de estilos. A Azzurra – pasmem! – tratou a bola com doçura e valorizou seus ataques com pacientes trocas de passes. A Inglaterra – pasmem! – foi leve, veloz, sem buscar o contato corporal e com volantes e avantes mais técnicos do que físicos. A sede de vitória e uma certa fragilidade defensiva de ambos, somadas ao calor desgastante de Manaus, abriram o duelo e resultaram em 17 melhores momentos, dando a sensação de que um gol italiano ou inglês estava sempre maduro.

O bom jogo coletivo de ataque por parte de Itália e Inglaterra deve ser ressaltado, mas o que encantou mesmo foi a atuação de gala de Pirlo. Que facilidade para domar a sempre rebelde e imprevisível bola. E a visão de jogo? Às vezes parecia que seus olhos estavam em uma torre de iluminação, enxergando todo o campo. O corta-luz para o gol do Marchisio merece ser emoldurado.

E se o assunto é show individual no sábado, Pirlo não está sozinho. O que o costarriquenho Campbell jogou no histórico triunfo por 3 a 1 diante de um Uruguai sonolento e sem sal foi de esbugalhar os olhos. Potência, agilidade, chutes certeiros, gol do empate, assistência, movimentação, faltas sofridas... Destroçou Lugano, Godín e companhia e entra na briga com o holandês Robben pelo prêmio de melhor atuação individual da Copa.

No contundente três a zero colombiano sobre a Grécia, James Rodríguez retribuiu aos torcedores toda a emoção proporcionada no canto do hino nacional. Na ausência de Falcão, chamou a responsabilidade de ser o líder técnico, não se escondeu em momento algum, armou a trama do primeiro gol com lançamento primoroso e corta-luz estupendo, cobrou o córner que resultou no segundo tento e ainda fez o terceiro.

Para fechar grandiosamente um sábado de grandiosas atuações individuais, o centroavante Drogba saiu do banco aos 16 da etapa final, quando seu time perdia por um a zero para o Japão, inflou seus companheiros e torcedores e em menos de cinco minutos a Costa do Marfim já vencia por dois a um. Depois disso, deu uma aula de proteção de bola, armou contra-ataques e quase anotou dois belos gols.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO

Os suecos Tore Keller e Nils Liedholm possuem dois recordes interessantes. O primeiro é o jogador mais velho (33 anos e 159 dias) a marcar 3 gols em uma mesma partida de Mundial, feito conquistado no duelo contra Cuba em 1938. Já Liedholm é o jogador mais velho (35 anos e 263 dias) a balançar as redes em uma final de Copa, marca alcançada diante do Brasil em 1958.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS


Poderíamos falar de como a arbitragem dificultou a vida do México ao anular dois gols legais de Giovani dos Santos na vitória por um a zero diante de Camarões. De como o veterano Rafael Márquez esbanjou conhecimento de como ser zagueiro da sobra. De como o Brasil precisará ter cuidado com o ala mexicano Layún às costas de Daniel Alves. De como Camarões provou que não basta porte físico e empacotamento de jogadores para se formar uma sólida retaguarda. Porém, amigos, temos que falar mesmo é da falta de misericórdia holandesa contra a Espanha.

Se antes do apito inicial esperava-se equilíbrio, bola nos pés da Espanha e saídas letais por parte da Holanda, o primeiro tempo veio para reforçar esta crença. Em alguns (poucos) momentos, Xavi, David Silva e Inista deixaram a criatividade aflorar e o jogo espanhol se soltou. Em outros, os holandeses acionaram o trio Sneijder, van Persie e Robben e provaram que não precisam de muito tempo com a redonda para chegar lá. A reedição da última final foi para o intervalo com o placar empatado em um gol (Xabi Alonso, em pênalti cavado pelo vaiado Diego Costa, e van Persie, em magistral peixinho) e a promessa de um segundo tempo no mesmo estilo.

Promessa feita é promessa cumprida, certo? Errado. Sedenta por revanche, a Holanda conseguiu levar à perfeição o estilo de jogo que propunha e fez história. Marcação pesada e forte, ocupação de todos os espaços defensivos, saída de bola em altíssima velocidade e muita – muita! – técnica do trio de ataque. Sneijder foi o homem de passes curtos, longos, rasteiros e altos e deu assistência para dois gols (de Vrij e Robben). Van Persie fez o diabo, tornou simples as mais difíceis finalizações e foi outra vez às redes. E Robben...

Foi de arrepiar o que Robben fez. “Que se dane que a Copa do Mundo acontece logo após o fim da temporada europeia”, ele pensou. E voou. Voou alto. Acabou com o jogo. Fez o gol da virada e o que fechou a goleada. Este em arrancada divina. Acreditem, amigos, foi ele quem fez chover em Salvador.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO

Ao entrar em campo para enfrentar Camarões, o zagueiro Rafael Márquez não somente se tornou o jogador que mais vezes defendeu o México na história da Copa do Mundo (13 partidas), mas também o primeiro jogador a ser capitão de sua Seleção em quatro Mundiais. 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

COPA DO MUNDO 2014 - FASE DE GRUPOS - BRASIL X CROÁCIA

Brasil 3 x 1 Croácia – Arena Corinthians, São Paulo (SP)

Foi difícil demais! Deu azia, soltou a bexiga, secou a boca... Em nós e nos jogadores. Júlio César e Thiago Silva estavam tão tensos que antes mesmo de começarem a deixar o suor em campo já haviam deixado lágrimas. Para dobrar os sintomas descritos acima, a vibração coletiva do hino nacional não resultou naquela blitz inicial que marcou as atuações na Copa das Confederações. E para triplicar o mal-estar, Marcelo, aos 10, empurrou a pelota contra o próprio patrimônio para fazer Croácia um a zero.

Com qualidade nos passes, os croatas dominavam o meio de campo, que às vezes não tinha uma alma vestindo amarelo, pois Oscar estava pregado ao lado direito, Hulk ao esquerdo e Paulinho, exceto uma boa infiltração, não preenchia o setor. Como os laterais estavam péssimos tecnicamente e Fred precisa que a bola chegue, o Brasil parecia ter uma única saída: a individualidade de Neymar, o melhor jogador de Seleção do mundo. Aos 21, o camisa dez arrancou pela direita e Oscar finalizou para linda defesa de Pletikosa. Depois, aos 29, a arrancada da Joia foi pelo meio e culminou em arremate no cantinho para igualar.

O gol fez bem ao Brasil, que terminou a etapa com forte marcação por pressão, cenário que se manteve no princípio do segundo tempo, apesar da Croácia sempre encontrar espaços no setor de Daniel Alves, em jornada horripilante à frente e pior atrás. Com o passar dos minutos o jogo encaixotou e nenhum dos goleiros tinha suas luvas testadas. Foi neste cenário que, aos 24, Fred recebeu bola de Oscar, caiu sozinho como um saco de batatas, o juiz Nishimura assinalou pênalti e Neymar colocou o Brasil em vantagem.

Vantagem que a Seleção fez das tripas coração para segurar. Oscar, Luiz Gustavo e David Luiz se matavam e, mesmo assim, a Croácia encontrava buracos para levar perigo, como nos chutes de Modric e Perisic. A paz verde e amarela só chegaria nos acréscimos, quando Oscar – jogou e se entregou demais! –, de biquinho, decretou o triunfo por 3 a 1 e nos fez soltar aquele “ufa”.

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho (Hernanes); Oscar, Neymar (Ramires) e Hulk (Bernard); Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Croácia: Pletikosa; Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko; Perisic, Modric, Rakitic e Olic; Kovacic (Brozovic) e Jelavic (Rebic). Técnico: Niko Kovac.

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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO

A Alemanha chega ao Mundial de 2014 como o país que mais jogos disputou na história da competição. Ao todo, os alemães já entraram em campo 99 vezes, com o retrospecto de 60 vitórias, 19 empates e 15 derrotas.



terça-feira, 10 de junho de 2014

APOIAR QUEM PRECISA DE APOIO E PROTESTAR CONTRA QUEM MERECE OS PROTESTOS


Júlio César não é o culpado pelo fato dos cofres públicos terem bancado 83% dos 25,6 bilhões de reais gastos com a Copa do Mundo.

Daniel Alves não é o culpado por o Brasil ter sido escolhido como sede do Mundial em 30 de outubro de 2007 e não ser capaz de entregar sequer a metade do legado inicialmente prometido.

Thiago Silva não é o culpado pela promessa quebrada (destroçada!) de não se utilizar recursos públicos na construção e reforma dos estádios.

David Luiz não é o culpado da escolha de 12 cidades-sede e não oito por “questão de ajustes políticos”, segundo declaração da FIFA.

Marcelo não é o culpado de todos os aeroportos que deveriam estar reformados serem, em maior ou menor grau, verdadeiros canteiros poeirentos de obras.

Luiz Gustavo não é o culpado pela conclusão de apenas um terço das obras previstas de mobilidade urbana.

Paulinho não é o culpado por apenas um dos sete projetos portuários ter ficado pronto.

Hulk não é o culpado por não existir nem sombra do trem-bala que deveria ligar São Paulo ao Rio de Janeiro neste julho de 2014.

Oscar não é o culpado pelas obras nos estádios terem reforçado o já inadmissível índice de acidentes fatais na área da construção civil.

Neymar não é o culpado de a Matriz de Responsabilidade do Governo Federal para a Copa do Mundo prever gastos de aproximadamente cinco bilhões com os estádios e ultrapassar a marca dos oito bilhões.

Fred não é o culpado pelos milhares de ingressos custando milhares de reais nas mãos dos cambistas.

Na Copa do Mundo, vamos apoiar quem precisa do nosso apoio e protestar contra quem merece nossos protestos.

E se alguém pretende torcer contra a Seleção Brasileira porque a conquista do Hexa poderia levar ao esquecimento de todas as atrocidades supracitadas, vale lembrar que os jogadores também não têm culpa de alguns brasileiros terem uma memória tão curta quanto a consciência política.

domingo, 8 de junho de 2014

AMISTOSO - ITÁLIA X FLUMINENSE

Itália 5 x 3 Fluminense – Estádio da Cidadania, Volta Redonda (RJ)

Fluminense dá pane, sofre três gols em um intervalo de três minutos e perde amistoso agitado para a Itália. Artilheiro Immobile faz três gols, dá duas assistências e pede passagem.

Diante da bruxaria que rola solta às vésperas da Copa do Mundo, Fluminense e Itália fizeram um amistoso surpreendentemente eletrizante. Repleto de reservas, a Azzurra iniciou na busca por se impor, mas, comandado por Conca, o Flu realizava boas trocas de passes e não permitia uma possível pressão italiana.

Os gols começaram a sair em profusão a partir do minuto 20, tanto por culpa da falta de atenção defensiva (o que pode ser creditado ao fato de ser um amistoso), como por falta de qualidade individual e coletiva de ambas as retaguardas.

Aos 22, Parolo encontrou uma cratera na defesa do Flu e rolou para Immobile deixar Insigne na cara do gol. Três minutos depois, Conca girou para onde quis nos arredores da área e iniciou jogada que Chiquinho completou para empatar. A Itália voltou à liderança aos 30, quando Immobile subiu sozinho para cabecear. Aos 37, ao som dos gritos de “Olé!”, Carlinhos tabelou com Walter e deixou tudo igual em um frangaço do arqueiro Perin.

Foram quatro gols em falhas defensivas, mas nada comparado ao que a retaguarda do Flu iria aprontar no segundo tempo. Entre os minutos oito e 11, o goleiro Felipe Garcia errou saída de bola, a defesa inteira dormiu no ponto e Chiquinho entregou a paçoca. Resultado: dois gols e uma assistência (novamente para o Insigne) do centroavante Immobile.

Com cinco a dois no placar, o treinador Prandelli colocou suas feras em campo. Veio Pirlo, veio De Rossi, veio Cassano, veio Balotelli... Muita gente boa, sem dúvida, mas fria e diante de um adversário aquecido que se recuperou da avalanche e voltou a atacar. Aos 18, Matheus Carvalho acertou um lindo chute de fora da área para mostrar que o Flu estava vivo no amistoso.

E vivo seguiu até o apito final, criando chances, marcando pressão, buscando dribles, chutando de longe e levando contra-ataques. Se a Itália queria um bom amistoso, teve. Se queria uma boa vitória, conseguiu. Se queria mostrar solidez ofensiva, não passou nem perto.

Itália: Perin (Mirante); Abate (De Sciglio), Paletta (Barzagli), Ranocchia (Bonucci) e Darmian; Thiago Motta (De Rossi), Aquilani (Pirlo) e Parolo (Candreva); Cerci (Cassano), Insigne (Marchisio) e Immobile (Balotelli). Técnico: Cesare Prandelli.

Fluminense: Felipe Garcia; Bruno, Gum, Fabricio e Carlinhos; Jean e Diguinho; Gustavo Scarpa (Matheus Carvalho), Conca e Chiquinho (Biro Biro); Walter. Técnico: Cristovão Borges.

sábado, 7 de junho de 2014

DESCANSE EM PAZ, FERNANDÃO

















Seja no dicionário ou no dia a dia, a palavra surpresa perdeu, hoje, muito de sua positividade. Descanse em paz, “Homem das Cavernas Colorado”. 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - BAHIA X SPORT - 1988


Bahia 0 x 0 Sport

Campeonato Brasileiro 1988 – Quartas de Final

Estádio Fonte Nova, Salvador, (BA)

01de Fevereiro de 1989

Público: 58.429

Bahia: Ronaldo; Tarantini, Paulo Robson, João Marcelo e Claudir; Gil Sergipano, Paulo Rodrigues, Gil e Bobô (Dico Maradona); Zé Carlos, Charles (Osmar) e Sandro. Técnico: Evaristo de Macedo.

Sport: Flávio; Betão, Wágner, João Pedro e Marco Antônio (Ailton); Dinho, Ribamar e Zico (Neco); Robertinho, Nando e Edson. Técnico: Carlos Gainete.

Um mata-mata nordestino foi um dos grandes momentos do Brasileirão de 1988. De um lado o Bahia, que havia sido o terceiro colocado no somatório geral dos dois turnos iniciais, mas, pelo regulamento, só conseguiu se classificar porque o Vasco vencera o seu grupo nestes dois turnos, abrindo, assim, uma vaga. Do outro, o Sport, que vinha numa crescente empolgante e chegava às quartas de final com a credencial de vencedor do seu grupo no segundo turno.

Depois de empatarem em um gol no jogo de ida, na Ilha do Retiro, Bahia e Sport prometiam muita emoção para o duelo na Fonte Nova. Tanta emoção que dentre os quase 60 mil presentes estava Sebastião Lazaroni, então treinador da Seleção Brasileira. O Tricolor de Aço avançaria em caso de empate no tempo normal e na prorrogação. Ao Leão restava buscar incessantemente a vitória.

E apesar de Lazaroni ter afirmado que “houve um predomínio maior sempre da marcação”, as chances de gols apareceram para ambos os lados. Somente na etapa inicial, o centroavante baiano Charles participou de três dos chamados melhores momentos. O Sport, até pela obrigatoriedade da vitória, não ficou atrás, mas suas grandes oportunidades surgiram apenas na prorrogação.


Foram duas as chances, ambas finalizadas pelos pés do atacante Nando Lambada e defendidas pelas mãos do goleiro Ronaldo, a segunda já no último minuto do segundo tempo da prorrogação. Foi a defesa da classificação. A defesa que até hoje os tricolores baianos não esqueceram. E os rubro-negros pernambucanos também não.  

terça-feira, 3 de junho de 2014

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Perder a Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, em um Maracanã tão cheio que uma agulha espremida não mais caberia, foi para Nelson Rodrigues uma tragédia nacional maior do que a de Canudos. Para muitos outros foi uma derrota que mostra porque os uruguaios e argentinos (que venceram as edições dos Mundiais em que foram anfitriões) são mais raçudos do que nós. Para outros tantos, foi um grande momento, talvez o maior até então, do futebol brasileiro, com vitórias esmagadoras sobre europeus e um revés para um fortíssimo rival no jogo derradeiro. Existem várias formas de se tentar entender o Maracanazo, e conhecer o depoimento de todos os jogadores brasileiros que estiveram em campo naquele 16 de julho de 1950 é essencial nesta busca por compreensão. Por isso a obra Dossiê 50, que contém estes depoimentos, é tão essencial.

Dossiê 50
Autor: Geneton Moraes Neto
Maquinária Editora



domingo, 1 de junho de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 9ª RODADA – CRUZEIRO X FLAMENGO


Cruzeiro 3 x 0 Flamengo – Parque do Sabiá, Uberlândia (MG)

Sem nem ideia de como se defender e ainda mais incapaz de atacar, Flamengo é atropelado pelo líder Cruzeiro e termina o período pré-copa na zona da degola.

Amigo, pegue qualquer pedaço de cinco minutos de duração da partida. Do primeiro ou do segundo tempo, do início ou do final do jogo, e estes cinco minutos bastarão para mostrar o quanto os que vestiram azul foram superiores aos que vestiram vermelho e preto. O Cruzeiro fez o que quis com Flamengo. Quando quis trabalhar a bola, trabalhou-a bem. Quando quis se postar com todos seus homens em seu campo, dificultou ainda mais a vida do limitado ataque rubro-negro. E quando quis avançar a marcação para pressionar e acelerar o ritmo, fez da vida flamenguista um inferno.

Além de Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, que jogaram a mesma bola redondinha que de seus melhores momentos em 2013, o volante Henrique foi o senhor do meio de campo, marcando com vigor e atacando com dinâmica. Estes três foram os grandes destaques individuais mineiros, mas os laterais Mayke e Egídio também avançaram bem, Borges deixou sua marca, Nilton ajudou na solidez da meiúca e os zagueiros Bruno Rodrigo e Léo pouco trabalharam. Menos ainda trabalhou o quíper Fábio.

Os gols cruzeirenses foram todos marcados na etapa inicial. Aos 15, depois de muita bola de pé em pé, Ricardo Goulart entrou livre e abriu o placar. Dois minutos depois foi a vez de Éverton Ribeiro aproveitar roubada e passe de Henrique e ampliar. O terceiro tento, e que fechou de vez um caixão que já parecia ter começado lacrado, nasceu em linda trama de Egídio, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart que Borges completou. No segundo tempo, o Cruzeiro não pisou no freio, apenas acelerou menos, pois as chances de gols seguiram e a vitória esteve muito próxima de se tornar uma goleada.

Para falar do Flamengo não precisamos de muito. Uma atuação precária em termos táticos (com improvisos e alterações de estratégia quase aleatórias), físicos (como é possível ver nas diversas perdas de divididas), psicológicos (um time entregue em campo) e técnicos (apenas um “melhor momento” foi criado em 90 minutos). Em resumo, uma atuação que espelha a posição do time na tabela.

Cruzeiro: Fábio; Mayke, Léo, Bruno Rodrigo e Egídio; Henrique e Nilton; Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart (Luan) e Marlone (Élber); Borges (Júlio Baptista). Técnico: Marcelo Oliveira.

Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura, Chicão, Wallace e Samir (João Paulo); Amaral (Gabriel) e Márcio Araújo; Negueba, Luiz Antônio e Paulinho; Alecsandro (Mugni). Técnico: Ney Franco.