sábado, 31 de agosto de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - CORINTHIANS X FLAMENGO 1984

Corinthians 4 x 1 Flamengo

Campeonato Brasileiro de 1984 – Jogo de volta da fase quartas de final

Estádio Morumbi, São Paulo (SP)

Público: 115.002

Corinthians: Carlos; Édson, Mauro, Juninho e Wladimir; Paulinho, Sócrates (Wágner) e Zenon; Biro-Biro, Casagrande e Eduardo (Ataliba). Técnico: Jorge Vieira.

Flamengo: Fillol; Leandro, Figueiredo, Mozer e Júnior; Bigu, Élder (João Paulo) e Lico (Nunes); Adílio, Edmar e Bebeto. Técnico: Cláudio Garcia.

Gols: Biro-Biro (Corintians), aos 32’ do 1º tempo; Wladimir (Corintians), aos 38’ do 1º tempo; Édson (Corintians), aos 7’ do 2º tempo; Ataliba (Corintians), aos 14’ do 2º tempo e Paulinho (contra para o Flamengo), aos 21’ do 2º tempo.

Dois dos grandes esquadrões do futebol tupiniquim na primeira metade dos anos 80, Corinthians e Flamengo entraram em campo pelo jogo de volta das quartas de final do Brasileirão em situações distintas. O Rubro-Negro Carioca, já sem poder contar com Zico, vendido a Udinese, mas com Leandro, Júnior, Adílio e o garoto Bebeto, buscava seu terceiro título seguido de Campeonato Brasileiro e chegava ao Morumbi com a vantagem de ter vencido a ida, no Maracanã, por 2 a 0. Pelo lado do Alvinegro Paulista, então Bicampeão Estadual (82/83), o sonho era um inédito caneco nacional. Wladimir, Zenon, Sócrates e Casagrande eram não só os pilares de um timaço, mas também de um movimento que merece um capítulo à parte no livro que conta a luta contra a ditadura no país: a Democracia Corintiana. Com mais de 115 mil presentes no Morumbi – público que não surpreende em um “Clássico do Povo” – o Timão brindou sua fiel torcida com uma das mais sensacionais atuações de sua história e conseguiu mais do que a vitória por dois gols que precisava. Biro-Biro, Wladimir, Édson e Ataliba foram às redes e construíram a goleada por 4 a 1 (Paulinho, contra, fez para o Fla) que garantiu a vaga paulista na semifinal e uma festa daquelas que os corintianos fazem como poucos.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

NOME DOS ESTÁDIOS - DURIVAL DE BRITTO

Quando inaugurado, em 23 de janeiro de 1947, o Estádio Durival Britto e Silva – que o tempo e a vivacidade da língua acabaram por transformar em Durival de Britto – se colocava como o terceiro maior do país, atrás apenas de Pacaembu e São Januário. Uma das seis sedes da Copa do Mundo de 1950, o estádio foi construído para ser a casa do Ferroviário, então um dos maiores clubes paranaenses e que tinha estreita relação com a Rede de Viação Paraná-Santa Catarina. E esta relação está simbolizada não somente no nome do clube, mas também no do estádio, já que Durival Britto e Silva era o superintendente da Rede Ferroviária. Em 1971, o Ferroviário fundiu-se ao Britânia e o Palestra Itália para formar o Colorado, que, em 1989, se juntou ao Pinheiros para originar o Paraná, atual anfitrião do Durival de Britto. Popularmente, o estádio é conhecido como Vila Capanema. O motivo? Foi construído no antigo terreno da chácara do Marquês de Capanema.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

FUTEBOL É ARTE



















Através de suas obras repletas de cores, o autodidata José Antônio da Silva – nascido na cidade de Sales de Oliveira (SP), em 1909 – foi um dos destacados representantes das manifestações culturais populares brasileiras: festas no campo, ritos religiosos, trabalhos na lavoura e, por pelo menos uma vez, o futebol, como mostra a obra selecionada pelo “Futebol é Arte”. Trabalhador rural na infância, mudou-se para Ribeirão Preto em 1931 e teve sua primeira exposição apenas 1946. Em 1951, participou da I Bienal Internacional de São Paulo. Bienal que foi a responsável por uma das obras mais marcantes de sua vida. Não a Bienal de 1951, mas a de 1967, da qual não participou. Deixado de fora desta pelos jurados, encontrou na arte uma forma de extravasar sua decepção e pintou o “Enforcamento do Júri” como forma de protesto. Além de pintor, José Antônio da Silva, que viria a falecer em 1996, também publicou livros e gravou LPs contando histórias. Considerado do estilo primitivista pelos críticos, uma vez declarou: “Não admito que me chamem de primitivo, caipira ou ingênuo. Tem que me chamar de gênio. Já provei que sou.”

Futebol (1983)
José Antônio da Silva

Óleo sobre tela - 52x42cm

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

UMA IMAGEM













Gilmar e De Sordi. Assim começava a Seleção que mudou a história do futebol brasileiro. Muito obrigado e descansem em paz. 

domingo, 25 de agosto de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 16ª RODADA – ATLÉTICO PARANAENSE X BOTAFOGO









RESULTADOS
Flamengo 0 x 1 Grêmio
Ponte Preta 0 x 2 Cruzeiro
Santos 2 x 1 Vitória
Criciúma 2 x 1 Coritiba
Vasco 1 x 1 Corinthians
São Paulo 2 x 1 Fluminense
Bahia 2 x 0 Náutico
Atlético Mineiro 2 x 1 Portuguesa
Internacional 3 x 3 Goiás
Atlético Paranaense 2 x 0 Botafogo

ARTILHARIA
10 Gols – Éderson (Atlético Paranaense) e William (Ponte Preta)
8 Gols – Maxi Biancucchi (Vitória)

Atlético Paranaense 2 x 0 Botafogo – Estádio Durival de Britto, Curitiba (PR)

Botafogo cai diante de um poderoso Atlético Paranaense no infernal Durival de Britto e termina a rodada na vice-liderança do Brasileirão. Com a vitória maiúscula, Furacão chega ao G4.

Ostentando uma sequência de oito jogos sem derrotas no Brasileirão, o Atlético Paranaense entrou em campo organizado pelo Vagner Mancini no 4-2-2-2- com: Weverton; Jonas, Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Bruno Silva e João Paulo; Paulo Baier e Everton; Éderson e Dellatorre. Assim como o adversário da noite, o Botafogo também escutava o apito inicial sem sentir o gosto da derrota desde a sétima rodada. Para manter o ritmo, Oswaldo de Oliveira montou o time no 4-2-3-1 com: Jefferson; Gilberto, Bolívar, Dória e Lima; Marcelo Mattos e Gabriel; Vitinho, Seedorf e Lodeiro; Rafael Marques.

Com direito a trocadilho, o Botafogo caiu no olho do furacão. Seria um equívoco enorme encontrar apenas uma justificativa – ou responsável – para a monstruosa atuação atleticana. Psicologicamente, o Rubro-Negro Paranaense conseguiu absorver toda a vibração e calor que vinha do pulsante Durival de Britto e fez Seedorf e companhia sentirem as mazelas de ser visitante num caldeirão. Taticamente, todos os atleticanos em campo não só sabiam o papel que deveriam exercer como o fizeram com concentração e aplicação. Fisicamente, os comandados de Vagner Mancini foram assombrosos. Ganharam praticamente todas as divididas, se multiplicaram para não deixar buracos e disputaram cada bola não como um prato de comida, mas como um rodízio de massas. Por fim, mas tão importante quanto as demais estruturas citadas – psicológica, tática e física – o quarteto ofensivo formado por Paulo Baier, Everton, Éderson e Dellatorre esteve tecnicamente impecável.

O Atlético pressionou o Bota por todo o primeiro tempo, quando criou, e não converteu, seis dos chamados “melhores momentos”, e durante 11 minutos do segundo, quando conseguiu, duas vezes com Éderson, fazer os gols que decidiram o confronto. Mas engana-se quem pensa que esta pressão de quase uma hora ocorreu na base do “bumba-meu-boi”. Nada disso, foi uma avalanche ofensiva que contou com passes curtos precisos e longos preciosos de Paulo Baier, com a velocidade e confiança de Everton, com os arremates e procura por espaços de Dellatorre e com o pandemônio causado pela movimentação e sede de gols de Éderson. Há tempos o Botafogo não se sentia tão dominado. E quando foi tentar se reconstruir do furacão que havia passado, já não tinha mais condições para colocar em prática seu estilo dinâmico. Tinha apenas vontade e o ímpeto de Vitinho – que terminaria expulso junto com Pedro Botelho.

A maneira como o Bota foi dominado pode deixar seu torcedor assustado, mas como Seedorf bem disse após o apito final, esta derrota não apaga a campanha alvinegra até o momento.

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!

- O Flamengo jogou tão mal, mas tão mal, que o Grêmio, mesmo abusando das bicudas para onde o nariz apontava e muito mais preocupado em se defender do que em atacar, poderia ter feito uns 3 a 0. Fez apenas um, que foi suficiente para conquistar a terceira vitória seguida fora de casa e se manter no G4.

- Se Dorival Júnior estava em busca de uma formação para chamar de titular, a que disputou o segundo tempo contra o Corinthians, no Mané Garrincha, mostrou potencial para tal. Enquanto o tanque de gasolina se encontrava cheio, Juninho Pernambucano e Pedro Ken auxiliaram Abuda na marcação e os garotos Marlone e Willie na armação. Garotos que tiveram uma atuação daquelas para ganhar confiança e embalar. Vejamos os próximos capítulos...


- O futebol, por sua imprevisibilidade que coloca os especialistas e os que o ignoram com iguais chances de ganhar na loteria esportiva, tem espaço em seu universo para explicações sustentadas por sorte, superstição, fé, forças do além... O sal-grosso são-paulino no Morumbi que nos diga...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - ATLÉTICO PARANAENSE X BOTAFOGO - 2004

Atlético Paranaense 1 x 1 Botafogo

Campeonato Brasileiro de 2004 – 46ª rodada

19 de dezembro de 2004

Estádio Arena da Baixada, Curitiba (PR)

Atlético Paranaense: Diego; Marinho, Rogério Corrêa e Marcão; Fernandinho, Alan Bahia, Fabiano (Pingo), Jadson e Ivan (Morais); Denis Marques e Washington. Técnico: Levir Culpi

Botafogo: Jefferson; Ruy, Gustavo, Scheidt e Jorginho Paulista; Fernando, Túlio, Valdo e Caio (Ricardinho); Schwenck (Tiago Xaver) e Alex Alves (Almir). Técnico: Paulo Bonamigo

Gols: Schwenck (Botafogo), aos 22’ e Washington (Atlético Paranaense), aos 33’ do 2º tempo


Última rodada do Brasileirão de 2004. A tensão na Arena da Baixada para o confronto entre Atlético Paranaense e Botafogo era palpável. Os objetivos em jogo eram extremamente diferentes, mas o nervosismo – e pode botar nervosismo nisso – de rubro-negros paranaenses e alvinegros cariocas se equivalia. O Furacão disputava o caneco ponto a ponto com o Santos, e apostava suas fichas nos gols do “Coração Valente” Washington, que viria a se consagrar como maior artilheiro de uma única edição do campeonato, com 34 gols. Já o Glorioso tinha uma batalha mais inglória: fugir do rebaixamento. Sem dúvidas uma verdadeira decisão infiltrada num campeonato por pontos corridos. Uma decisão onde os envolvidos, nas arquibancadas, poltronas, bares e até gramado, ainda tinham que manter a orelha de pé, para saber como se saiam, Brasil afora, seus adversários nas respectivas lutas. No fim, empate em um a um, gols dos atacantes Schwenck e Washington, resultado que, combinado os outros da rodada, salvou o Bota da degola e deixou o Furacão com o vice-campeonato. Vejam como é o esporte: o apito final na Arena da Baixada deixou o 20º colocado a sorrir e o segundo a lamentar.

UMA IMAGEM
















Franz Beckenbauer, Pelé e Giorgio Chinaglia no New York Cosmos

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Um dos antropólogos mais relevantes do país, Roberto DaMatta entende a importância social do futebol. Não só a entende como a coloca no papel, em obras tais quais “A bola corre mais que os homens”, onde, página após página, o leitor compreende a relevância do esporte e, também, da Seleção Brasileira na sociedade. Em outras palavras, ler este livro dará ao amigo uma infinidade de respostas quando este se encontrar diante da infame declaração de que o futebol é “somente 22 homens correndo atrás de uma bola”.



















A bola corre mais que os homens

Autor: Roberto DaMatta

Editora: Rocco

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

COPA DO BRASIL 2013 - OITAVAS DE FINAL - NACIONAL X VASCO

Nacional 0 x 2 Vasco – Estádio do SESI, Manaus (AM)

No pequeno e pulsante Estádio do SESI, Nacional faz jogo duro, mas gols do “Demolidor” Tenório no fim de cada tempo colocam Vasco bem próximo da vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. 

Depois de eliminar Coritiba e Ponte preta, o Nacional foi para um novo embate com um time de elite do futebol brasileiro organizado pelo treinador Léo Goiano no 4-2-2-2 com: Gilberto; Andrezinho, Emerson, Rafael Morisco e Wesley Bigú; Lídio e Dênis; Evandro e Danilo Rios; Felipe e Leonardo. Remendado como uma colcha de retalhos – Rafael Vaz, Juninho Pernambucano e André, os três destaques da equipe no Brasileirão, eram desfalques – o Vasco entrou em campo montado pelo Dorival Júnior no 4-3-1-2 com: Diogo Silva; Fagner, Jomar, Cris e Henrique; Fillipe Soutto, Abuda e Wendel; Pedro Ken; Eder Luis e Tenório.

Curto e sem ser grosso: em nenhum segundo do jogo disputado no Estádio do Trabalhador ficou evidente que duelavam em campo um time da primeira e um da quarta divisão do Campeonato Brasileiro. Se a defesa do Nacional paçocou em demasia, a do Vasco não ficou atrás. Se o goleiro Gilberto gastou as luvas, Diogo Silva também precisou trabalhar bastante. O fator determinante para a vitória vascaína foi que Tenório não pecou nas finalizações como os avantes amazonenses.

Os primeiros minutos de jogo foram tal qual uma roleta russa, com oportunidades de gols para ambos os lados: pelo amazonense, Leonardo teve gol bem anulado por impedimento e Felipe desperdiçou na cara de Diogo Silva, enquanto, pelo cruz-maltino, finalizações de Fillipe Soutto, Eder Luis e Pedro Ken morreram nas mãos de Gilberto. Depois de elétricos 10 minutos, o cenário frenético deu espaço a uma grande disputa nas intermediárias, até que, próximo ao intervalo, a fragilidade defensiva e o ímpeto ofensivo de ambos os lados voltaram a dar as caras.

Pelos pés de Leonardo, Evandro e Danilo Rios o Nacional voltou a pecar nas finalizações e viu o castigo chegar a cavalo: aos 43, Tenório cabeceou e contou com desvio de Morisco para fazer um a zero. O intervalo não fez muito bem ao Vasco, que, pouco a pouco, deixou o Nacional ganhar terreno e confiança para se lançar ao ataque sem se preocupar com a retaguarda – tanto que o treinador Léo Goiano realizou três substituições de caráter ofensivo. Com chutes potentes e bem colocados de Andrezinho, Felipe e Danilo Rios – este um camisa 10 que trata a pelota com certo refino e comanda o time – o empate amazonense esteve bem próximo, mas esbarrou em boas defesas de Diogo Silva.


Perto do apito final, quando o Cruz-Maltino já parecia se contentar com a vitória mínima fazia uns bons minutos, Eder Luis foi derrubado na área em lance que resultou não só na expulsão do zagueiro Morisco como em mais um gol do “Demolidor” Tenório. Dois a zero. Apesar do sufoco, a vaga cruz-maltina nas quartas está pra lá de encaminhada. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS














Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha,Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.


Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani.

domingo, 18 de agosto de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 15ª RODADA – FLAMENGO X SÃO PAULO








RESULTADOS
Náutico 0 x 1 Fluminense
Cruzeiro 5 x 1 Vitória
Vasco 2 x 3 Grêmio
Flamengo 0 x 0 São Paulo
Corinthians 1 x 0 Coritiba
Ponte Preta 0 x 1 Goiás
Portuguesa 1 x 3 Botafogo
Bahia 0 x 0 Santos
Internacional 0 x 0 Atlético Mineiro
Atlético Paranaense 2 x 1 Criciúma

ARTILHARIA
10 Gols – William (Ponte Preta)
8 Gols – Éderson (Atlético Paranaense) e Maxi Biancucci (Vitória)
7 Gols – Rafael Marques (Botafogo)

Flamengo 0 x 0 São Paulo – Mané Garrincha, Brasília (DF)

Felipe pega pênalti no fim e Flamengo e São Paulo não saem do zero no Mané Garrincha. Empate não deixa rubro-negros se aproximarem do G4 nem põe um the end no filme de terror que é a campanha tricolor.

Com uma boa sequência de oito pontos nos últimos quatro jogos, o Flamengo foi para a partida montado pelo Mano Menezes no 4-1-4-1 com: Felipe; Luiz Antônio, Chicão, González e João Paulo; Cáceres; Nixon, Elias, André Santos e Gabriel; Hernane. Sem uma vitória no Brasileiro desde o dia 29 de maio, o São Paulo foi organizado pelo Paulo Autuori no 4-2-3-1 com: Rogério Ceni; Douglas, Rodrigo Caio, Rafael Tolói e Reinaldo; Fabrício e Wellington; Osvaldo, Ganso e Jadson; Aloísio.

Em poucas palavras, o Flamengo foi mais presente no campo de ataque durante mais de uma hora e só conseguiu assustar o Rogério Ceni, de verdade, uma única vez, enquanto o São Paulo, dominante apenas nos 20 minutos finais, construiu seis claras oportunidades de colocar fim à sequência de 12 jogos sem vitória. Arremates sem direção daqui, poucas boas defesas acolá, chutes fracos de cá, pênalti telegrafado de lá e, no fim, o zero não saiu do placar.

Por praticamente toda a etapa inicial e mais os primeiros minutos após o intervalo, o Flamengo trabalhou melhor a bola e se manteve constantemente no campo de visão de Rogério Ceni. Não mostrou criatividade nem foi avassalador, mas esteve mais perto de inaugurar o marcador, principalmente em cabeçada de Nixon, e não deixou o Tricolor se sentir à vontade. Jadson e Ganso não trocavam passes, Osvaldo não usava, muito menos abusava, de sua velocidade, e o brigador Aloísio, fora um gol de mão bem anulado, apenas lutava.

Este foi o cenário do confronto até a entrada do garoto Ademílson no São Paulo, aos 23 minutos do segundo tempo. Enquanto as opções lançadas por Mano Menezes – Paulinho, Marcelo Moreno e Adryan – não deram força ofensiva ao Fla, Ademílson mudou por completo a história da partida. Ligado no 220 Volts, o garoto atropelou os experientes González e Chicão, driblou pela direita, se infiltrou pela meiúca, arrematou a gol – mal, é verdade, mas já foi muito para um time que só conseguira finalizar com a mão – e ainda sofreu o pênalti de Luiz Antônio que Jadson, aos 42, bateu anemicamente para o arqueiro Felipe confirmar sua boa jornada.

Foi um zero a zero disfarçado, pois emoção e agito não faltaram. Em termos de tabela, no entanto, foi um péssimo resultado tanto para rubro-negros quanto para tricolores.

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO

- As piadas em relação ao botafoguense Rafael Marques, cada vez menos frequentes, e ao goiano Walter, pelo seu físico peculiar, fazem parte do universo do futebol. No entanto, estas não podem esconder que os dois fazem um Brasileirão de mão cheia.

- Uma vitória sobre um adversário forte, como o Grêmio, num São Januário com mais de 15 mil cruz-maltinos traria ao Vasco mais do que apenas os três pontos que o aproximariam do G4. Traria uma confiança no próprio taco que será essencial para os próximos dois duríssimos  confrontos pelo torneio, contra Corinthians e Cruzeiro.

- Um dos principais motivos da eliminação do Fluminense na Libertadores foi acreditar muito no espírito guerreiro e esquecer de jogar bola. O Internacional de Dunga caminha pela mesma estrada. Um elenco com Alex, D’Alessandro, Forlán, Scocco e Leandro Damião não pode se destacar mais pela gana do que pelo “jogo jogado”. É claro que tem que ter vontade, mas o bom futebol, que não apareceu contra Grêmio, Botafogo e Atlético Mineiro, também precisa dar as caras.


- Coisas do Brasileirão: no dia 14 de julho, o Coxa venceu o Atle-Tiba, terminou a sétima rodada na liderança, e afundou o grande rival ainda mais na zona de rebaixamento. Hoje, pouco mais de um mês depois, o Furacão coroa uma sequência invicta de oito jogos ultrapassando o mesmo Coritiba na tabela e encostando no G4. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - VASCO X GRÊMIO - 1984

Vasco 3 x 0 Grêmio

Campeonato Brasileiro de 1984 – Segundo jogo da semifinal

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

12 de maio de 1984

Público: 110.877 pagantes

Vasco: Roberto Costa; Edevaldo, Ivan, Daniel González (Nenê) e Aírton; Pires, Arturzinho e Mário (Geovani); Mauricinho, Roberto Dinamite e Marquinho. Técnico: Edu Antunes.

Grêmio: João Marcos; Raul, Baidek, De León, Paulo César; China, Bonamigo (César), Luís Carlos e Osvaldo; Renato e Caio. Técnico: Carlos Froner.

Gols: Marquinho (Vasco), aos 10’ do 1º tempo; Roberto Dinamite (Vasco), aos 19’ e 38’ do 2º tempo.

Marquinho, Mauricinho e Arturzinho. Todos pequeninos no nome. E também no tamanho, assim como Mário. Mas que foram gigantes no Brasileirão de 1984. Assim como Roberto Dinamite. Todos os cinco responsáveis pelo avassalador ataque vascaíno que marcou 51 gols numa competição onde nenhum outro time passou dos 40. Nos dois jogos contra a Portuguesa na fase quartas de final, por exemplo, foram nada menos do que nove gols – cinco de Dinamite e três de Arturzinho, que terminariam a competição como os dois artilheiros, com, respectivamente, 16 e 14 gols. Era esta a força cruz-maltina para reverter a derrota por um a zero no jogo de ida da semifinal para o Grêmio, no Olímpico. Grêmio de De León e Renato Gaúcho, que era, então, simplesmente, o Campeão do Mundo. E no ritmo de mais de cem mil vascaínos em um pulsante Maracanã, os gols de Marquinho e Dinamite deram uma vitória maiúscula ao Gigante da Colina e garantiram a vaga na final do Brasileiro. 


VITINHO, O "GAROTO FAÍSCA"


Após o empataço em 3 a 3 no Maracanã entre Botafogo e Internacional, dois tópicos se candidatam a “assunto do dia”: o retorno do Fogão à liderança do Brasileiro e a síndrome alvinegra de sofrer gols nos acréscimos – antes do Colorado, Flamengo e Atlético Mineiro impediram o Bota de ganhar três pontos no fechar das cortinas. No entanto, como anuncia o título desta coluna, vejo um assunto se sobrepondo aos citados: a explêndida fase de Vitinho, o “Garoto Faísca”.

“Garoto Faísca?” – pode indagar o amigo. Pois explico o motivo do apelido. Hoje, o Botafogo é o time mais organizado ofensivamente do futebol brasileiro. Mais até que o Atlético Mineiro, que, desde o três a zero sobre o rival Cruzeiro, na primeira partida decisiva do Mineiro, no longínquo 12 de maio, venceu jogos e a Libertadores mais na base do “um por todos e todos por um”. No Fogão, Lodeiro, Rafael Marques e, principalmente, Seedorf, mesclam um incessante trocar de posições com passes qualificados que, juntos, dão ao time uma fluidez ofensiva bonita de se ver. Porém, para o agradável estilo de jogo alvinegro se tornar mais produtivo e letal precisa-se de uma faísca. Precisa-se de individualidade, espontaneidade e ímpeto. E é aí que entra o Vitinho.

Quando a saída de Fellype Gabriel, um dos grande nomes da conquista do Carioca 2013 e ponto fundamental na dinâmica do time alvinegro, foi confirmada, temeu-se pela boa fase botafoguense. Mas há males que vêm para o bem. Vitinho ganhou a vaga e não só ajuda a manter intocável o estilo de jogar do time como lhe acrescenta uma gama de alternativas. Dribla, voa pelos flancos – ações que se esperam de um menino que joga pelas beiradas – arranca pela meiúca, passa bem a redonda e chuta com potência e precisão. Contra o Inter, só para ficarmos no exemplo mais próximo, fez dois golaços de fora da área. Um com cada perna.

Comentaristas de rádio, TV, jornais e esquinas já o criticaram – e ainda o criticarão – por ser individualista. Pois penso diferente. Se for tolhido de sua individualidade, Vitinho perderá muito. É claro que muitas vezes desperdiça um bom lance por apostar no próprio taco quando poderia ter pensado em uma jogada coletiva. No entanto, é justamente pelas vezes que ele acerta ao apostar no próprio taco que o Botafogo não vê ninguém a sua frente na tábua de classificação. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 14ª RODADA – GOIÁS X FLAMENGO

Goiás 1 x 1 Flamengo – Serra Dourada, Goiânia (GO)

Em jogo onde esmeraldinos e rubro-negros buscaram sempre a vitória, golaços do letal Walter e do estreante Chicão decretam o empate no Serra Dourada.

Eron e Renan Oliveira eram as mudanças no Goiás em relação ao onze inicial que conseguiu um bom empate diante do Botafogo, no último fim de semana. Assim, Enderson Moreira organizou o time no 4-2-3-1 com: Renan; Vítor, Ernando, Rodrigo e Eron; David e Amaral; Tartá, Paulo e Renan Oliveira; Walter. No Flamengo, a estreia de Chicão e a escolha de Cáceres foram as novidades no time que venceu o Fla-Flu, e Mano Menezes montou o time no 4-1-4-1 com: Felipe; Léo Moura, Chicão, Wallace e João Paulo; Cáceres; Nixon, Elias, André Santos e Gabriel; Hernane.

“Saída estratégica pela direita”, diria o carismático personagem dos desenhos animados Leão da Montanha. Este foi o ponto forte do Goiás para dominar ofensivamente a etapa inicial no Serra Dourada. O sempre impetuoso lateral Vítor, o meia Tartá – que de tartaruga só tem a aparência – e o cada dia mais perigoso Walter fizeram o diabo pelo lado direito de ataque e levaram vantagem sobre a retaguarda rubro-negra lance sim, outro também. O lateral-esquerdo do Fla, João Paulo, “pagou todos seus pecados”. Foi por lá que nasceram as jogadas onde Paulo quase inaugurou o placar de cabeça, Walter marcou um golão – aos 14 minutos – e Vítor por pouco não ampliou. Enquanto isso, o Flamengo esbarrava na forte marcação esmeraldina, que se posicionava da meiúca para trás, quase sempre com todos seus homens, e encontrava enormes dificuldades para chegar próximo ao goleiro Renan.

Se com a bola rolando estava ruim para o Rubro-Negro se encontrar, Chicão mostrou a importância de ter um expert nas bolas paradas: logo aos 4 minutinhos do segundo tempo, o estreante acariciou com os pés a redonda que, após uma bitoca na trave, foi dormir de mansinho no fundo do barbante. A partir daí, goianos e flamenguistas partiram em busca da vitória – postura refletida até nas substituições realizadas por Enderson e Mano. Porém, nem os verdes conseguiam repetir a fertilidade dos primeiros 45 minutos, nem os rubro-negros a criatividade do último Fla-Flu. A vontade de vencer, o ímpeto de atacar, o desejo dos três pontos foram suficientes apenas para Vítor soltar uma bomba de fora da área, que Felipe defendeu, e Hernane, instantes antes de uma finalização que prometia, ser desarmado pelo zagueiro Rodrigo. Rodrigo que, por sinal, tomou conta do “Brocador” e esteve em jornada impecável.

Com o empate, Fla e Goías terminam a rodada idênticos na tábua de classificação, com 18 pontos, quatro vitórias, seis empates e quatro derrotas.

   

terça-feira, 13 de agosto de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - CORINTHIANS X FLUMINENSE - 1984

Corinthians 0 x 2 Fluminense

Campeonato Brasileiro 1984 – Primeira partida da semifinal

13 de maio de 1984

Estádio Morumbi, São Paulo (SP)

Público: 90.560

Fluminense: Paulo Victor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei (Leomir) e Assis; Romerito (Renê), Washington e Tato. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Corinthians: Carlos, Edson, Mauro, Juninho Fonseca e Wladimir; Eduardo Amorim, Zenon (Dicão), Sócrates e Biro-Biro; Casagrande e Ataliba.

Gols: Assis (Fluminense), aos 39’ do 1º tempo; Tato (Fluminense), aos 36’ do 2º tempo.

Para o torcedor verde, branco e grená, era a oportunidade de vingar a eliminação da “Máquina Tricolor” no Brasileiro de 1976. Para o alvinegro, uma nova chance de ver a “Democracia Corintiana” na decisão do principal torneio nacional. Difícil saber quem chegava para a semifinal com mais cartaz. O Flu vinha de uma sonora goleada por cinco a zero em cima do Coritiba, enquanto o Timão... Bom, o Timão acabara de sapecar 4 a 1 no Flamengo de Zico, então Bicampeão Brasileiro. Mais de 90 mil torcedores entupiam o Morumbi para o jogo de ida da semifinal. De um lado, o carioca, os garotos Ricardo Gomes e Branco, o craque paraguaio Romerito e o “Casal 20” Washington e Assis. Do outro, o paulista, Dr. Sócrates comandava um esquadrão que contava com Carlos, Wladimir, Biro-Biro, Zenon, Casagrande... Prometia ser uma batalha encardida. Foi uma aula de futebol. Em jornada pra lá de inspirada, o Fluzão realizou uma das mais espetaculares apresentações de sua história e, com gols de Assis e Tato, venceu por dois a zero e encaminhou a sua classificação para a finalíssima, que seria confirmada com um empate mudo na semana seguinte.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

UMA IMAGEM
















Será que este clássico entre Manchester United e Arsenal foi quente?

Foto de H.F. Davies

domingo, 11 de agosto de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 13ª RODADA – FLUMINENSE X FLAMENGO







RESULTADOS
Botafogo 1 x 1 Goiás
Náutico 0 x 0 Atlético Mineiro
Fluminense 2 x 3 Flamengo
Corinthians 2 x 0 Vitória
Cruzeiro 0 x 0 Santos
Coritiba 0 x 1 Vasco
Bahia 0 x 3 Grêmio
Internacional 2 x 2 Atlético Paranaense
Ponte Preta 3 x 1 Criciúma
Portuguesa 2 x 1 São Paulo

ARTILHARIA
9 Gols – William (Ponte Preta)
8 Gols – Maxi Biancucchi (Vitória)
7 Gols – Éderson (Atlético Paranaense)

Fluminense 2 x 3 Flamengo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Na volta do Fla-Flu ao Maracanã, Hernane “Brocador” faz dois gols, dá assistência e comanda a vitória rubro-negra.

Ainda em fase inicial de trabalho, Luxemburgo organizou o Fluminense para o seu primeiro Fla-Flu pelo lado tricolor no 4-3-1-2 com: Diego Cavalieri; Igor Julião, Digão, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Felipe; Eduardo; Rafael Sóbis e Fred. Há mais tempo no comando do Flamengo, mas ainda longe de ter um time base, Mano Menezes esquematizou a equipe no 4-1-4-1 com: Felipe; Léo Moura, Wallace, González e João Paulo; Luiz Antônio; Gabriel, Elias, André Santos e Nixon; Hernane.

O histórico recente mostrava que a probabilidade de as retaguardas tricolor e rubro-negra falharem individualmente ou coletivamente no clássico era considerável, e a primeira grande bobeada veio através de Wallace, que, aos 16, rebateu um cruzamento nos pés de Sóbis: um a zero, Fluminense. Até então, o Flamengo era mais forte e, com movimentação, passes e ultrapassagens, tinha conseguido criar jogadas perigosas e refinadas, que foram finalizadas por André Santos e Léo Moura. Pouco após a abertura do placar, o Fla voltou a se mostrar mais consistente e não tardou a aproveitar os pecados tricolores: aos 25, em contra-ataque, Hernane, com um toque sutil, deixou Elias com o caminho livre para empatar. Logo depois, aos 30, foi a vez do “Brocador” aproveitar magnífico drible de Léo Moura por baixo das pernas de Eduardo, tomar a frente de Digão e, de letra, virar o escore.

Uma defesa estranha de Felipe em chute longo de Eduardo e uma cabeçada de Edinho, ainda na primeira etapa, mostraram que, apesar de um Flamengo mais criativo, o clássico ainda estava aberto. O intervalo não mudou muito o cenário da partida, que voltou com um Fla consciente no ataque e um Flu bastante zoneado, mas que assustava o Felipe, como num chute longo do Jean. Luxemburgo tentou, com substituições, dar um padrão a sua equipe que o onze inicial não tivera, mas, mesmo com três atacantes – Fred, Sóbis e Kenedy –, o Nense não deslanchou e foi o Mengo que, já postado para contra-golpear, conseguiu um gol crucial aos 34: Hernane aproveitou a muvuca na grande área e, de leve, empurrou a redonda pro fundo das redes. Ainda havia tempo para mais um falha e, aos 47, Sóbis chutou da entrada da área e Felipe aceitou.

André Santos estreou bem, Léo Moura lembrou seus melhores dias, Elias deu sequência à ótima fase e Hernane fez bem mais do que se espera de um centroavante. Assim o Flamengo dominou e venceu um Fluminense no qual o instinto de Rafael Sóbis não foi capaz de superar a zona no meio-campo montado pelo Luxemburgo e o apagão de Fred.

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!

- No Mané Garrincha, com seu melhor público no ano sem contar clássicos, o Botafogo não conseguiu superar um arrumado time do Goiás. Arrumado e que conta com um jogador que merece um olhar especial. Walter tem se mostrado um atacante de mão cheia. Domina qualquer tijolada, passa com inteligência, se posiciona nos espaços que os zagueiros não deveriam deixar e pega na bola com precisão. Lembra bastante as características do paraguaio Cabañas, até pelo falatório em relação ao seu físico pouco convencional para um jogador.

- A chegada de Juninho Pernambucano é a principal responsável pela mudança do Vasco da água para a água mineral. Mas, sejamos justos, Dorival Júnior merece reconhecimento por, em um mês cheio, dar ao Cruz-Maltino um mínimo de padrão. Coisa que Autuori não conseguiu em três meses vazios pelo tempo disponível com eliminação precoce no Carioca e as “férias” da Copa das Confederações. A vitória sobre um Coritiba, que tinha um retrospecto de cinco vitórias e um empate no Couto Pereira, não veio por acaso.


- E o São Paulo continua cavando o poço que parece não ter fim.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - FLUMINENSE X FLAMENGO - 1989

Fluminense 0 x 5 Flamengo

Campeonato Brasileiro de 1989 – 7ª rodada da segunda fase

2 de dezembro de 1989

Estádio Municipal de Juiz de Fora, Juiz de Fora (MG)

Público: 13.783 pagantes

Fluminense: Ricardo Pinto; Carlos André, Edson Mariano, Alexandre Torres e Marcelo Barreto; Donizete, Vitor, João Santos (Dedei) e Vander Luís; Franklin (Marcelo Henrique) e Sílvio. Técnico: Telê Santana

Flamengo: Zé Carlos; Josimar, Rogério, Júnior e Leonardo (Marcelinho Carioca); Aílton, Luís Carlos, Zico (Uidemar) e Zinho; Renato Gaúcho e Bujica. Técnico: Valdir Espinosa

Gols: Zico (Flamengo), aos 22 minutos do primeiro tempo; Renato Gaúcho (Flamengo), aos 4, Luís Carlos (Flamengo), aos 22, Uidemar (Flamengo), aos 31, e Bujica (Flamengo), aos 43 minutos do segundo tempo.


O Fla-Flu pela penúltima rodada da segunda fase do Brasileirão de 1989 não valia nada em termos de tabela. Já em importância histórica... Era a despedida oficial do maior ídolo flamenguista de todos os tempos, Zico. O palco não era o Maracanã, onde o “Galinho de Quintino” viveu a maior parte de seus momentos inesquecíveis, mas o Estádio Municipal de Juiz de Fora. E, aos 36 anos, Zico mostrou que ainda era pura categoria. Abriu o placar com um maravilhoso gol de falta, deu precioso lançamento para Renato Gaúcho arrancar e decidiu o jogo para o Flamengo. Em poucas palavras, fez o que foi rotineiro na sua brilhante trajetória. Após ser substituído, Zico ainda viu seus companheiros darem sequência à festa – se é que se pode chamar de festa a sua despedida oficial do Fla. Luís Carlos, Uidemar e o garoto Bujica fecharam a goleada em 5 a 0 e tornaram um pouco mais feliz o dia 2 de dezembro de 1989 para o torcedor rubro-negro. O dia do adeus de seu mais adorado craque. 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS



















Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha,Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.


Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 12ª RODADA – ATLÉTICO MINEIRO X BOTAFOGO


Atlético Mineiro 2 x 2 Botafogo – Independência, Belo Horizonte (MG)

Novo empate nos acréscimos, desta vez contra o Atlético Mineiro, tira o Botafogo da liderança do Brasileirão.

Sem vencer no Brasileiro desde que se consagrou Campeão da Libertadores, o Atlético Mineiro foi montado pelo Cuca no 4-2-3-1 com: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Josué e Pierre; Luan, Ronaldinho e Diego Tardelli; Jô. Com a decisão de última hora de poupar o líder técnico, tático e psicológico do time, Seedorf, o Botafogo foi para o jogo organizado pelo Oswaldo de Oliveira no 4-2-3-1 com: Jefferson; Gilberto, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos e Gabriel; Vitinho, Rafael Marques e Lodeiro; Elias.

O confronto entre Botafogo e Atlético Mineiro gerava expectativa por ser não só o duelo entre os atuais Campeões Estaduais de Rio e Minas ou entre o time que iniciara a rodada como líder do Nacional e o Campeão Continental, mas, principalmente, por colocar, frente a frente, os dois times que jogam o futebol mais refinado do país neste ano de 2013. O Galo o fez durante boa parte do primeiro semestre. O Fogo o faz neste primeiro terço de Brasileirão. No entanto, apesar da intensidade vista no gramado do Independência, o confronto de alvinegros não foi um colírio para os olhos que apreciam o futebol-arte.

Logo após o apito inicial um contra-ataque bem puxado e mal finalizado por Lodeiro indicou a estratégia botafoguense de apostar na velocidade como forma de suprir a ausência de Seedorf. Estratégia que ficou ainda mais clara depois que Elias, aos 14, abriu o placar de cabeça. A partir daí, porém, pouco a pouco, o Bota atravessou a linha tênue que separa a postura de atrair o adversário para sair rapidamente da de se defender com unhas e dentes. Foi neste cenário que Ronaldinho, que já havia obrigado Jefferson a grande defesa, cobrou falta com maestria e fez um a um.  

Depois de o Galo passar os 15 minutos finais da etapa inicial no campo de ataque, foi o Bota que voltou do intervalo com mais sede de vitória. Vitinho, muito sumido até então, mais ainda para um time que apostava as fichas nos contra-golpes, se fez mais presente, finalizou perigosamente e foi importante para o crescimento botafoguense que culminou com um belo gol de Lodeiro, aos 13. O que se viu, então, foi uma repetição do primeiro tempo.


O Atlético se lançou à frente na base do ímpeto, sem querer saber de trabalhar a bola, criou oportunidades, principalmente com Jô e Leo Silva nas bolas aéreas, e, já nos acréscimos, quando zagueiros atleticanos já tinham virado atacantes e atacantes botafoguenses sido substituídos por zagueiros, Luan aproveitou um balão e decretou o empate. Empate que, assim como ocorrera contra o Flamengo, deixa um gosto amargo para o torcedor da Estrela Solitária. 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - CORINTHIANS X SANTOS - 2005

Corinthians 7 x 1 Santos

Campeonato Brasileiro 2005 – 37ª rodada

Estádio Pacaembu, São Paulo (SP)

6 de novembro de 2005

Público: 21.918 pagantes

Gols: Rosinei, a 1’ , Geílson aos 8’ , Tevez aos 20’ e aos 36’ do primeiro tempo; Tevez aos 8’ , Nilmar aos 12’ e aos 32’ e Marcelo Mattos aos 45’ do segundo tempo

Corinthians: Fábio Costa; Eduardo Ratinho, Wendel, Marinho e Hugo; Marcelo Mattos, Bruno Octávio (Wescley), Rosinei (Dinélson) e Carlos Alberto, Nilmar e Tevez (Jô). Técnico: Antônio Lopes

Santos: Saulo; Paulo César, Halisson (Wendell), Rogério e Kléber; Fabinho (Mateus), Heleno, Giovanni e Ricardinho; Geílson e Luizão (Basílio). Técnico: Nelsinho Baptista.

Quando Corinthians e Santos escutaram o apito inicial no dia 6 de novembro de 2005, no Pacaembu, seria difícil imaginar um clássico que desse mais o que falar do que o anterior, quando os corintianos venceram por 3 a 2 um jogo que foi realizado novamente devido ao escândalo conhecido como “Máfia do Apito”, que anulara o triunfo santista por 4 a 2. No entanto, uma jornada pra lá de inspirada da dupla Tévez e Nilmar fez o embate válido pela 37ª rodada se tornar não só um dos mais emblemáticos daquele campeonato como de toda a história corintiana. Depois de um início lá e cá que deixou o placar em 1 a 1 antes mesmo de o relógio chegar ao décimo minuto, o Timão engatou a sexta marcha e começou marcar gols incessantemente. Dois, três, quatro, cinco, seis, sete! Sete peixes na rede do Peixe e uma goleada que, a cinco rodadas do fim, deixou o caneco ainda mais próximo do Parque São Jorge.


BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Poucas seleções são lembradas pelo torcedor brasileiro com tanto carinho como a que disputou a Copa do Mundo de 1982. Ao mesmo tempo, são raros os momentos tão doloridos do nosso futebol como a derrota deste símbolo do futebol-arte para a Itália. Quando o craque Falcão decide escrever um livro para tentar explicar a “Tragédia do Sarriá” que reúne o depoimento de todos os brasileiros que estiveram em campo no inesquecível confronto (Zico, Sócrates, Toninho Cerezo, Júnior...), além de um texto de abertura do carrasco Paolo Rossi, fica fácil usar a palavra imperdível.


















Brasil 82 – O time que perdeu a Copa e conquistou o mundo

Autor: Paulo Roberto Falcão

Editora AGE  

domingo, 4 de agosto de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 11ª RODADA – VASCO X BOTAFOGO







RESULTADOS

São Paulo 1 x 2 Bahia
Cruzeiro 1 x 0 Coritiba
Flamengo 3 x 0 Atlético Mineiro
Grêmio 1 x 1 Internacional
Ponte Preta 1 x 1 Fluminense
Criciúma 0 x 2 Corinthians
Atlético Paranaense 2 x 0 Goiás
Vasco 2 x 3 Botafogo
Vitória 2 x 1 Portuguesa
Santos x Náutico – adiado

ARTILHARIA
7 Gols
Maxi Biancucchi (Vitória)
William (Ponte Preta)
6 Gols
Alex (Coritiba)
Éderson (Atlético Paranaense)

Vasco 2 x 3 Botafogo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

O clássico alvinegro carioca foi tudo o que se esperava. O Botafogo viveu momentos de brilhante movimentação e bola de pé em pé. O Vasco foi forte na frente e lutou até o apito final. No fim, melhor para o Fogo, líder do Brasileirão.

A volta de Juninho Pernambucano e a estreia de Guiñazu eram as novidades no Vasco, que foi escalado pelo Dorival Júnior no 4-3-1-2 com: Diogo Silva; Nei, Renato Silva, Rafael Vaz e Yotún; Sandro Silva, Juninho Pernambucano e Guiñazu; Pedro Ken; Eder Luis e André. Para retomar a liderança perdida no sábado, Oswaldo de Oliveira repetiu pela quarta vez seguida o mesmo onze inicial e o Botafogo foi para o clássico no 4-2-3-1 com: Jefferson; Gilberto, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos e Gabriel; Vitinho, Seedorf e Lodeiro; Rafael Marques.

No primeiro tempo, a precisão de Juninho Pernambucano nas bolas paradas levou perigo ao goleiro Jefferson e resultou até em gol de cabeça do André, anulado por um impedimento difícil de decretar até pela televisão. No entanto, na base do dinamismo, do entrosamento e de uma forte marcação, ora com chutes longos, ora com penetrações pela meiúca, o Glorioso foi mais fértil e não só chegou ao dois a zero – gols de Rafael Marques e Seedorf – como criou mais outras boas oportunidades.

O Vasco bem poderia ter se abalado pela saída do Guiñazu por contusão e pelo placar em desvantagem, mas esta não parece ser a atitude deste time e, com certeza, não é a de Juninho, que, além do espírito de líder, joga uma barbaridade. Aos 44, o Pernambucano, num movimento de fazer inveja aos mais brilhantes bailarinos soviéticos, girou por entre Bolívar e Gilberto e deixou André livre para diminuir. Era o que o Vasco precisava para ter um intervalo na base do “eu acredito”. Acreditou e empatou logo aos 2 minutos com André – que começa a repetir seus melhores dias de Santos.

 O Botafogo, porém, não tardou a mostra sua força de líder. Logo no minuto seguinte, Rafael Marques deixou Nei perdido e marcou um golaço. Sem tirar o pé do acelerador, o Fogo, mais veloz do que antes, teve mais três chances nos cerca de dez minutos seguintes. Não as transformou em gols e deixou um leonino Vasco vivo até o apito final, mesmo com Juninho debilitado e sem poder ser substituído.

A jornada inspirada de Rafael Marques e a categoria rara de Seedorf sem dúvida foram essenciais para a vitória botafoguense. No entanto, foram três garotos, que não somam nem 60 anos, os grandes pilares do maiúsculo triunfo. Dória ignora seus 18 anos, sabe mesclar categoria com seriedade e já merece ser pensado para a Seleção Brasileira. Gabriel não só marca ferozmente como adquiriu o gosto pelas assistências. Vitinho não deixa Fellype Gabriel fazer falta e dá velocidade e individualidade ao time. Há tempos o Fogão não tinha meninos tão promissores!

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO

- Brigado, discutido, guerreado, com cerca de 50 faltas, um milhão de reclamações, três expulsões... Tudo isso é compreensível num Gre-Nal, mas esperava-se muito mais qualidade ofensiva em uma partida com jogadores como Elano, Kleber, Barcos, D’Alessandro, Forlán, Leandro Damião e Scocco.

- Sem os reforços que os torcedores esperavam junto com a chegada de Mano Menezes, o Flamengo segue na montanha-russa. Um time que é capaz de ser dominado por completo no primeiro tempo contra o Botafogo e massacrar o rival após o intervalo. Depois, leva uma chinelada de três do Bahia e, logo em seguida, sapeca os mesmos três no Atlético Mineiro.


- Parece que o Brasileirão começou para o Corinthians, sem dúvidas um dos favoritos ao caneco. Será que vai começar para o Atlético Mineiro?

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - FLAMENGO X ATLÉTICO MINEIRO - 1980

Flamengo 3 x 2 Atlético Mineiro

Campeonato Brasileiro de 1980 – Segundo jogo da final

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Público: 154.355

Flamengo: Raul; Toninho, Manguito, Marinho e Júnior, Andrade, Paulo César Carpegiani (Adílio) e Zico, Tita, Nunes e Júlio César. Técnico: Cláudio Coutinho.

Atlético Mineiro: João Leite; Orlando (Silvestre), Osmar, Luisinho (Geraldo) e Jorge Valença, Chicão, Toninho Cerezo e Palhinha, Pedrinho, Reinaldo e Éder. Técnico: Procópio.

Gols: Nunes (Flamengo) aos 7’ do 1º tempo; Reinaldo (Atlético-MG) aos 8’ do 1º tempo; Zico (Flamengo) aos 44’ do 1° tempo; Reinaldo (Atlético-MG) aos 21’ do 2º tempo e Nunes (Flamengo) aos 37’ do 2° tempo.

Não existe votação que se proponha a eleger o melhor jogo do Campeonato Brasileiro que não tenha a final de 1980 como candidata. Não era somente o duelo entre o então Tri Carioca contra o Tri (futuro Hexa) Mineiro. Era o embate entre duas equipes repletas de craques. De um lado, Júnior, Andrade, Carpegiani e Zico. Do outro, Luisinho, Toninho Cerezo, Éder e Reinaldo. E para tornar o confronto ainda mais apimentado, o jogo de ida – vitória do Galo por 1 a 0, no Mineirão – tinha sido pra lá de quente. Os mais de 150 mil presentes ao Maracanã presenciariam uma verdadeira guerra. E uma chuva de gols. Com menos de 10 minutos, Nunes e Reinaldo já haviam ido às redes: 1 a 1. No fim da primeira etapa, Zico colocou o Fla na frente. Ainda tinha muita água para rolar. Aos 20 do segundo tempo, um momento que os antigos adoram contar: Reinaldo sofria para andar em campo por causa de uma contusão – o Atlético já realizara as duas substituições permitidas –, mas, sob os gritos de “Bichado! Bichado!”, usou todo seu instinto de goleador para empatar e endereçar o caneco para Minas. Minutos depois, o “Rei Atleticano” seria expulso por catimba e, junto com ele, por reclamação, toda a comissão técnica atleticana. Os minutos passavam e os arquibaldos e geraldinos não tinham mais unhas para roer quando veio o lance histórico: Nunes recebeu a redonda na esquerda, deixou o zagueiro Silvestre sem pai nem mãe e a colocou para dormir no canto direito do João Leite. Era o gol do primeiro título nacional do Mengão. E o início de uma das maiores rivalidades interestaduais do nosso futebol.