sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

FLUMINENSE E UNIMED – NADA RESTOU APÓS O FIM


Quando a Unimed chegou ao Fluminense, o clube vivia – meio como um morto-vivo, é verdade – o pior momento desde que Oscar Cox reunira seus companheiros e o fundara, lá em 1902. O Fluminense, amigos, disputava a Terceira Divisão, e, por isso, uma olhada rápida poderia dar a entender que a enorme diferença entre o momento da chegada da Unimed, em 1999, e da sua saída, em 2014, significa que a parceria de 15 anos foi um sucesso. Pelo lado do Tricolor, não vejo assim.

Em sua carta de despedida, como em quase todas as cartas de despedida, a Unimed buscou lembrar os pontos positivos do relacionamento e se focou nos títulos que o Fluminense conquistou com o seu nome estampado no peito. Poderia ter lembrado, também, os craques que trouxera para o clube, de Romário a Conca. E só... Alguns troféus e alguns craques.

Em 15 anos, a parceria foi incapaz de render ao Fluminense um centro de treinamento à altura de um clube cuja folha salarial dos jogadores ultrapassa os cinco milhões de reais mensais. A construção de um CT de boa qualidade – não precisa ser algo interplanetário como o que o Manchester City acabou de inaugurar – era algo perfeitamente cabível em mais de uma década de casamento.

O exemplo dado acima foi o de um CT, mas poderíamos incluir aqui um departamento médico de última geração (ainda mais se levarmos em conta a área de atuação da Unimed), uma reforma no Estádio das Laranjeiras, a construção de um museu digno da riquíssima história tricolor, um centro para honrar a tradição olímpica do clube...

Mais por culpa do Fluminense do que da Unimed, pois cabia ao clube entender a necessidade de se estruturar enquanto recebia um volumoso aporte financeiro, muitos torcedores tricolores se encontram, agora, mesmo após o fim do casamento, rezando para que a Unimed siga pagando os jogadores que trouxe. Ou seja, para ela seguir fazendo o único de bom que fez em 15 anos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PRÊMIO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014



CRAQUE FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014

FUTEBOLA DE OURO – RICARDO GOULART (CRUZEIRO)

FUTEBOLA DE PRATA – ÉVERTON RIBEIRO (CRUZEIRO)

FUTEBOLA DE BRONZE – D’ALESSANDRO (INTERNACIONAL)

SELEÇÃO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014

GOLEIRO – FÁBIO (CRUZEIRO)

O menos vazado do torneio foi o gremista Marcelo Grohe. O melhor goleiro do país, quando falamos dos 90 minutos de jogo, segue sendo o botafoguense Jefferson. Porém, como um todo, o grande arqueiro do Brasileirão foi, assim como em 2013, o cruzeirense Fábio. Além de dar sequência a sua excelente fase que já parece durar milênios, o sempre sereno Fábio também foi essencial em termos psicológicos para a vitoriosa campanha azul. O Cruzeiro caiu na Libertadores, perdeu três partidas seguidas para o rival Atlético Mineiro (duas no Brasileiro e a primeira da final da Copa do Brasil) e viveu uma baita má fase em outubro. Em todos os casos, porém, o time mostrou concentração para superar os obstáculos e retomar o caminho rumo ao Bi nacional. Neste ponto, o capitão Fábio tem muitos méritos.

LATERAL-DIREITO – MAYKE (CRUZEIRO)

Aos 22 anos, Mayke ainda tem muito a evoluir até seu destino mais do que provável de lateral da Seleção Brasileira. Mesmo se considerarmos que do campeonato passado, quando revelou-se uma ótima opção ofensiva pelos flancos, para este, sua evolução já foi grande. O estilo ofensivo do Cruzeiro faz um bem enorme a Mayke, assim como Mayke faz um bem enorme ao estilo ofensivo do Cruzeiro. Com muita velocidade, precisão nos cruzamentos e oito passes para gols (o melhor assistente do torneio fora os meio-campistas) não é exagero colocá-lo como uma das principais armas do poderoso campeão.

ZAGUEIRO CENTRAL – RHODOLFO (GRÊMIO)

Todos sabemos que um sólido sistema defensivo – e o do Grêmio foi o mais sólido do campeonato – não depende só dos defensores. Goleiro, volantes, meias e até atacantes são fundamentais para uma retaguarda forte. Este conhecimento, porém, não diminui em nada o grande Brasileiro realizado pelo capitão gremista Rhodolfo, que retribuiu com muita seriedade e segurança toda a confiança que o treinador Felipão, ato contínuo a sua chegada, depositou sobre ele.

QUARTO ZAGUEIRO – GIL (CORINTHIANS)

Gil impressiona pela constância. Enquanto o cruzeirense Dedé participou de apenas 21 partidas no campeonato e o atleticano mineiro Léo Silva de somente 24 (ambos também candidatos ao posto de melhor zagueiro do país), Gil esteve presente em nada menos do que 34 jogos do Corinthians. E ainda vale lembrar que, em 2013, quando também fez parte da Seleção FUTEBOLA, Gil atuou em 36 partidas. E mais... Além de constante, o zagueiro corintiano consegue aliar potência física e jogo limpo, tendo cometido apenas 20 faltas em todo o Brasileiro.

LATERAL-ESQUERDO – ZÉ ROBERTO (GRÊMIO)

Impossível não se assustar e se admirar com a fluência e inteligência do quarentão Zé Roberto para atuar na lateral. Felipão chegou ao Grêmio na 14ª rodada e, logo na seguinte, Zé Roberto seria escalado como titular na lateral-esquerda, sua posição quando no início de carreira, nos anos 90. Até o final do torneio, o Grêmio disputaria mais 24 partidas, sendo que em 22 delas Zé Roberto esteve em campo para lecionar verdadeiras aulas de como se atuar na lateral. E o melhor, sem perder um pingo da sua habitual categoria de meio-campista.

VOLANTE – SOUZA (SÃO PAULO)

Solidez na marcação, bons passes curtos para iniciar a transição defesa-ataque, ocupação de espaços no meio-campo e, até, surpreendentes aparições ofensivas para marcar gols (três) e dar assistências (também três). Tudo isso esteve no cardápio do ótimo volante Souza, que ao lado do seu companheiro Denilson, foi essencial para que o São Paulo pudesse atuar com o badalado quarteto ofensivo formado por Ganso, Kaká, Alan Kardec e Pato (depois Luís Fabiano).

VOLANTE – LUCAS SILVA (CRUZEIRO)

Lucas Silva é um dos raros volantes brasileiros capaz de lançar, passar, chutar e marcar. Ao final do Brasileiro de 2013, quando também foi escolhido para a Seleção FUTEBOLA, esperava-se que o ainda jovem cruzeirense evoluísse a ponto de realizar um ano de 2014 estupendo. Bom, se Lucas Silva não cresceu tanto assim, pode-se afirmar que ele novamente fez um excelente campeonato. O interesse do Real Madrid em seu futebol que nos diga.

MEIA DIREITA – ÉVERTON RIBEIRO (CRUZEIRO)

É verdade que Éverton Ribeiro não foi tão espetacular em 2014 quanto havia sido em 2013. Porém, também é verdade que ele continua fazendo barbaridades e que o Cruzeiro depende – e muito! – do seu futebol. Driblador, impetuoso, inquieto e ótimo passador, ninguém no futebol brasileiro cria tantas oportunidades de gols para seus companheiros como ele, que não somente foi o líder de assistências do torneio (11 passes para gol) como o jogador que mais passes deu para finalização e o segundo que mais cruzamentos sobre a área acertou.  

MEIA ESQUERDA– D’ALESSANDRO (INTERNACIONAL)

Como deixar fora da Seleção de um campeonato um jogador que as estatísticas apontam como um dos dez melhores nos quesitos passes certos, assistências para gol, assistências para finalização, dribles, faltas recebidas e viradas de jogo certas? Pois este é D’Alessandro, o líder técnico, tático e psicológico do Internacional. Um Craque de bola – assim mesmo, com “C” maiúsculo – que chama o jogo para si a todo o momento e nunca se esconde em campo. Sem dúvidas o maior responsável pela boa campanha colorada.

PONTA DE LANÇA – RICARDO GOULART (CRUZEIRO) – PRÊMIO FUTEBOLA DE OURO

Após dar adeus à Libertadores, no dia 14 de maio, o Cruzeiro precisava rapidamente levantar a cabeça com o Brasileiro já em andamento. E foi aí que Ricardo Goulart entrou em ação pela primeira vez. Dos oito jogos após a queda na Libertadores, o Cruzeiro venceu sete, com Goulart marcando pelo menos um gol em todos os triunfos. O campeonato seguiu com os celestes firmes e fortes na liderança, até que, entre as rodadas 25 e 31, o time viveu sua única má fase no torneio. A conquista do Bi passaria, obrigatoriamente, por um mês de novembro vitorioso. E foi aí que Ricardo Goulart voltou a entrar em ação, anotando gols em quatro dos cinco triunfos seguidos que culminaram na antecipada conquista cruzeirense. Assim, por ter sido o protagonista nos dois momentos mais cruciais da campanha do Bi, Ricardo Goulart leva o Prêmio FUTEBOLA de Ouro 2014.

CENTROAVANTE – GUERRERO (CORINTHIANS)

Que Guerrero gosta de jogos importantes nós já temos certeza desde que ele marcou os únicos dois gols da campanha que deu ao Corinthians o Mundial de Clubes de 2012. E, neste Brasileiro de 2014, o peruano voltou a mostrar seu poder de decisão em partidas relevantes. Se não, vejamos. De seus 12 gols no torneio, nove ocorreram contra rivais estaduais ou adversários na briga por vaga na Libertadores. E mais... Sete destes gols ajudaram o Corinthians a sair de campo com os três pontos. Amigos, não é pouca coisa o que o Guerrero fez neste Brasileirão.

TÉCNICO – MARCELO OLIVEIRA (CRUZEIRO)

Em 2013, o grande mérito de Marcelo Oliveira foi o de conseguir transformar, rapidamente, quase 20 contratações em um time de muita consciência tática. Neste Brasileirão, porém, o treinador cruzeirense aqui está, como o melhor do campeonato, por outros motivos: conseguir realizar alterações numa equipe cuja espinha dorsal estava pronta e manter o alto rendimento após algumas derrotas relevantes, tanto no Brasileiro como em outros torneios. A titularidade assumida pelo lateral Mayke e pelo volante Henrique, assim como o rápido encaixe de Marcelo Moreno no comando do ataque e as ótimas utilizações dos atrevidos Alisson e Marquinhos foram alguns dos tiros certeiros de Marcelo Oliveira neste torneio.



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

COPA SUL-AMERICANA 2014 – RIVER PLATE CAMPEÃO!


 
River Plate 2 x 0 Atlético Nacional – Monumental de Nuñez, Buenos Aires (Argentina)

Com dois gols nascidos de milimétricos escanteios cobrados por Pisculichi, River Plate vence o Atlético Nacional e conquista a Copa Sul-Americana.

Existem jogos dominados por um time do início ao. Existem jogos nos quais um time controla as ações ofensivas na primeira etapa e vê o adversário ganhar as rédeas da partida após o intervalo. E existem, também, os jogos multifacetados, repleto de alternâncias e de imprevisibilidades. Pois assim foi o duelo em que o River Plate superou o Nacional para levantar a Sul-Americana.

O início do jogo viu um domínio dos donos da casa, com muitas bolas alçadas sobre a área e ótimas aparições do volante Sánchez pelo lado direito. Porém, o passar do relógio e o aumento do número de faltas cometidas pelo River ajudaram o Nacional a acalmar o estádio e esfriar a partida.

Foi então que, de repente, perto do minuto 30, os argentinos adiantaram os volantes Rojas e Ponzio, forçaram a marcação no campo colombiano e começaram a construir uma chance de gol atrás da outra. Em um período de menos de cinco minutos, o atacante Teo Gutiérrez, que já havia parado uma vez nas mãos do goleiro Armani, finalizou mais três bolas para ótimas defesas do arqueiro do Nacional.

Aí, quando o gol argentino estava madurinho, o trio ofensivo colombiano formado por Cardona, Berrío e Ruiz passou a transformar a vida dos defensores do River em um verdadeiro inferno, construindo três ótimas chances de gols antes do fim do primeiro tempo, que só terminou após Teo Gutiérrez, mais uma vez, parar em Armani.

O imprevisível embate voltou do intervalo para apresentar a todos a qualidade sobrenatural do meia argentino Pisculichi para cruzar bolas na área: em dois escanteios, um aos 9, outro aos 13, Piscu foi certeiro para encontrar Mercado e, depois, Pezzella. Dois a zero River. E o Nacional desabou...

Com o River Plate tranquilo e muito bem postado em campo, as ligações diretas alviverdes, única estratégia na transição defesa-ataque em todo o jogo, não funcionaram uma vez sequer nos mais de 30 minutos que a equipe tinha para buscar um empate. Desta forma, depois de uma hora de um jogo eletrizante, o River Plate não encontrou problemas para segurar a vantagem e garantir o caneco.

¡Congratulaciones, River Plate!

River Plate: Barovero; Mercado, Pezzella, Funes Mori e Vangioni; Ponzio (Kranevitter), Sánchez, Rojas e Pisculichi (Driussi); Mora e Teo Gutiérrez (Cavenaghi). Técnico: Marcelo Gallardo.

Atlético Nacional: Armani; Bocanegra, Nájera (Murillo), Henríquez e Valencia; Mejía, Bernal e Díaz (Guisao); Cardona, Berrío (Cárdenas) e Ruiz. Técnico: Juan Carlos Osorio.

domingo, 7 de dezembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 38ª RODADA – PALMEIRAS X ATLÉTICO PARANAENSE


Palmeiras 1 x 1 Atlético Paranaense – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Incapaz de vencer o Atlético Paranaense em casa, Palmeiras apenas empata e precisa da ajuda do Santos para escapar do rebaixamento.

O cronômetro nem havia atingido o minuto dez e aqueles que acreditavam em um Atlético Paranaense sem ambição provavelmente já tinham mudado de opinião, pois este foi o período necessário para Dellatorre arrematar com perigo, Nathan ver sua finalização ser salva sobre a linha e, por fim, aos 9, o zagueiro Ricardo Silva subir alto para abrir o placar.

Logo aos 18, porém, para alívio dos alviverdes, veio o empate: Gabriel Dias chutou, a bola bateu no braço de Dráusio, o juiz marcou pênalti e Henrique converteu. Mesmo com a igualdade no placar, a única alternativa palmeirense era atacar, postura que deixou sua fragilíssima defesa completamente exposta.

O cenário era o seguinte: o Palmeiras, comandado por um capenga Valdívia – que mesmo mancando é de longe o mais técnico dos alviverdes –, fazia um esforço enorme para tentar criar ações ofensivas, enquanto o ágil ataque atleticano não encontrava dificuldades para infernizar Lúcio e companhia.

Até a chegada do intervalo, qualquer lado poderia ter voltado às redes. Pelo Atlético, mais intenso e perigoso, Nathan, duas vezes, e Douglas Coutinho fizeram Prass comer o pão que o diabo amassou. Já pelo Palmeiras, esforçado e limitado, Renato e Wesley deram trabalho a Weverton.

O lá e cá do primeiro tempo não se repetiu na etapa final, pois o Atlético perdeu potência de contra-ataque e passou a exagerar nos chutões para frente. Como os resultados parciais dos rivais Bahia e Vitória não garantiam nada ao Palmeiras, a busca pelos três pontos seguia. Como que se rastejando em campo pela contusão, Valdívia acertava passes brilhantes e mantinha o Alviverde no campo de ataque.

O tempo passava, o Palmeiras atacava sem muita infiltração (apenas os argentinos Mouche e Cristaldo assustaram Weverton) e as atenções começavam a se voltar para Salvador, onde qualquer gol do Vitória rebaixaria o Alviverde. Ato contínuo ao apito final que decretou o empate em São Paulo veio o gol em Salvador. Porém, este foi do Santos, contra o Vitória. E o Palmeiras, enfim, se livrou...

Palmeiras: Fernando Prass; João Pedro, Lúcio, Nathan (Victorino) e Victor Luis; Gabriel Dias e Renato; Wesley (Cristaldo), Valdívia e Mazinho (Mouche); Henrique. Técnico: Dorival Júnior.

Atlético Paranaense: Weverton; Mário Sérgio, Dráusio, Ricardo Silva e Lucas Olaza; Otávio e Paulinho Dias; Douglas Coutinho e Nathan (Matteus) e Marcos Guilherme; Dellatorre (Pedro Paulo). Técnico: Claudinei Oliveira.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

PONTOS CORRIDOS COM CONFRONTOS DIRETOS


Chegamos à última rodada do Brasileirão 2014. Se a briga de Palmeiras, Bahia e Vitória pela permanência na Série A e a de Corinthians e Internacional para se classificar diretamente à fase de grupos da Libertadores nos permitem esperar algo de emoção, é válido dizer que a rodada derradeira poderia ser bem mais eletrizante.

A esta altura do campeonato, os críticos do formato de pontos corridos devem estar inflados e inflamados pelo fato de o último domingo de futebol do ano não contar com nenhum jogo envolvendo dois pretendentes a alguma coisa. Dito de outra maneira: cinco confrontos envolvem dois times que já estão de férias, enquanto outros cinco colocam, frente a frente, um time sem nada a disputar e um com a faca entre os dentes.

Seria possível evitar tal cenário desanimador sem ser pela inclusão de uma fase de mata-mata na competição? Evitar, não, mas diminuir as chances de que isso ocorra, sim. Existe uma forma de manter viva a essência dos pontos corridos (todos contra todos em ida e volta) e oferecer aos torcedores uma possibilidade (não a certeza) de confrontos diretos na reta final do torneio.

Sendo o Brasileirão realizado em dois turnos, o primeiro deles ocorreria normalmente, como de costume, com 19 rodadas. A tabela do segundo turno, porém, ao invés de repetir a ordem dos jogos, seria montada de acordo com a classificação do primeiro turno, de forma que os melhores classificados se enfrentem nas últimas rodadas, assim como os piores.

Se tal formatação tivesse sido utilizada neste Brasileiro de 2014, teríamos, por exemplo, Cruzeiro, São Paulo, Internacional, Corinthians, Fluminense, Grêmio e Atlético Mineiro se encarando, todos contra todos, nas últimas sete rodadas. De forma semelhante, a briga para não ser degolado envolveria embates diretos entre Botafogo, Chapecoense, Palmeiras, Criciúma, Coritiba, Bahia e Vitória, os sete piores classificados ao fim do turno inicial.

Arrancadas e derrocadas são comuns e pode ser que algum clube que terminou o primeiro turno no topo não brigue por nada nas últimas rodadas da competição. Porém, tal formatação sugerida aumentaria – e muito! – o caráter decisivo das últimas rodadas. E sem a necessidade de um mata-mata adicional.

COPA SUL-AMERICANA 2014 – FINAL – ATLÉTICO NACIONAL X RIVER PLATE


 
Atlético Nacional 1 x 1 River Plate – Atanasio Girardot, Medellín (Colômbia)
 
Em jogo de dois tempos bem distintos, Nacional e River Plate empatam na primeira partida decisiva da Copa Sul-Americana.
 
Uma das grandes dificuldades em ser mandante no jogo de ida de uma final é encontrar o equilíbrio para atacar sem muito se expor e defender sem muito ser cauteloso. Pois o grande mérito do Nacional na primeira etapa foi justamente este, pois o Alviverde não somente conseguiu impedir que os perigosos avantes adversários fossem acionados como dominou as ações ofensivas durante os primeiros 45 minutos.
 
Este domínio inicial colombiano se deu principalmente porque seu camisa 10, Cardona, que aos 5 minutos já havia acertado a trave em cobrança de falta, não viu problemas para se desmarcar dos volantes rivais e distribuir seus passes precisos e preciosos. Aos 34, em um destes passes, Cardona achou o possante ponta Berrío, que finalizou cruzado para abrir o placar. Pouco depois, aos 38, o mesmo Berrío, imparável pela direita, quase ampliou a vantagem alviverde.
 
A curiosidade para saber qual seria o cenário da etapa final não durou muito, pois o River Plate não precisou de muitos minutos para deixar claro que a postura acanhada não se repetiria. Se antes do intervalo foi Cardona quem mandou prender e soltar no Atanasio Girardot, após a pausa de 15 minutos foi o camisa 10 argentino, Pisculichi, quem esbanjou categoria. Sob a batuta de Piscu, o River Plate não só ganhou terreno como começou a dar trabalho ao arqueiro Armani, que por duas vezes impediu o empate, mas, aos 20, pulou atrasado em arremate longo do próprio Piscu e viu a bola beijar o barbante.
 
Nos quase 30 minutos restantes, com Carmona cansado e Berrío substituído, o Nacional não reencontrou o ímpeto da etapa inicial, tanto que sua única oportunidade de gol após o intervalo veio em uma cabeçada na trave do Pérez, aos 16, quando o time ainda estava em vantagem. O River Plate, por sua vez, já sem a liderança técnica de Piscu, também sacado por desgaste, se mostrou satisfeito com a igualdade e abraçou a cautela. Assim, o apito final veio para decretar o empate e deixar tudo para ser decidido no Monumental de Nuñez.
  
Atlético Nacional: Armani; Bocanegra, Henríquez, Murillo e Díaz; Bernal (Guerra), Mejía e Cardona; Berrío (Guisao), Ruiz e Copete (Pérez). Técnico: Juan Carlos Osorio.
 
River Plate: Barovero; Mammana (Solari), Pezzella, Funes Mori e Vangioni; Ponzio, Sánchez, Rojas e Pisculichi (Kranevitter); Mora (Cavenaghi) e Gutiérrez. Técnico: Marcelo Gallardo.
 
 

domingo, 30 de novembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 37ª RODADA – SANTOS X BOTAFOGO



Santos 2 x 0 Botafogo – Vila Belmiro, Santos (SP)

Sem criar sequer uma única chance de gol durante 90 minutos, Botafogo perde para o Santos na Vila e é rebaixado para a Segunda Divisão.

Para não voltarmos ao início do Brasileiro, podemos dizer que a atuação diante do Santos ilustra de forma quase perfeita o que foi este tenebroso mês de novembro para o Botafogo, um mês de seis derrotas em seis jogos e apenas um mísero gol marcado. Disse de forma quase perfeita pois o futebol jogado pelo Bota na Vila conseguiu ser ainda pior do que o apresentado nas partidas anteriores.

Absurdamente superior tecnicamente e sem o peso de um jogo de vida ou morte nas costas, o Santos não encontrou problemas para se infiltrar pela esburacada, nervosa e atabalhoada retaguarda alvinegra e construir diversas oportunidades de gols. Atacou pela direita com o lateral Daniel Guedes, pela esquerda com o lateral Caju e o ponta Thiago Ribeiro, pelo meio com Robinho e Lucas Lima e por todos os cantos com o imparável Gabriel.

No primeiro tempo, foram cinco ótimas chances praianas, com David Braz perdendo da pequena área, Robinho parando em Jefferson e Gabriel acertando o poste. O massacre seguiu após o intervalo com mais sete dos chamados “melhores momentos”, mas, nesta etapa, para a amargura dos botafoguenses, Leandro Damião esteve em campo para transformar a superiodade santista em gols: o primeiro foi marcado aos 3 minutos e, o segundo, aos 44.

O Botafogo, destroçado psicologicamente, desarrumado taticamente e paupérrimo tecnicamente, não foi capaz de dar trabalho ao goleiro Aranha nem quando se postou recuado e esperou espaços para contra-atacar, nem quando precisou se abrir mais, nem quando se lançou à frente de qualquer maneira. Claro que o Botafogo cai para a Segundona pelo que não fez durante todo o torneio, mas a inoperância ofensiva nestes últimos jogos foi determinante para que o time não conseguisse aproveitar as muitas sobrevidas que os adversários lhe deram.

Agora, vivendo uma hecatombe política, econômica e administrativa, o Glorioso precisará, mais do que nunca em sua história, do verdadeiro torcedor, pois, sem este, o clube jamais conseguirá se reerguer das cinzas.

Santos: Aranha; Daniel Guedes, Edu Dracena, David Braz e Caju; Alison e Renato; Gabriel (Serginho), Lucas Lima e Thiago Ribeiro (Diego Cardoso); Robinho (Leandro Damião). Técnico: Enderson Moreira.

Botafogo: Jefferson; Régis, Dankler, André Bahia e Junior Cesar; Airton, Gabriel, Andreazzi (Murilo) e Ronny (Gegê); Yuri Mamute e Bruno Corrêa (Maikon). Técnico: Vágner Mancini.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ATLÉTICO MINEIRO – CAMPEÃO DA COPA DO BRASIL 2014


Cruzeiro 0 x 1 Atlético Mineiro – Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Superior do primeiro ao último minuto, Atlético Mineiro não dá chances ao Cruzeiro, volta a vencer o rival e conquista a Copa do Brasil pela primeira vez em sua história.

Se tem um time no Brasil que sabe como anular o poderoso Cruzeiro este chama-se Atlético Mineiro. Depois de enjaular o rival na primeira partida decisiva, desta vez o Galo foi além. Não no placar, pois marcou apenas uma vez, mas na atuação. Uma atuação maravilhosa de quase todos os pontos de vista.

A missão de não deixar o Cruzeiro iniciar de forma avassaladora pelo apoio das arquibancadas e pelo recente título do Brasileirão o Atlético tirou de letra. Tanto que, com menos de 15 minutos, Diego Tardelli, por duas vezes, e Luan já haviam despediçado chances de inaugurar o placar.

Na verdade, o Galo estava tão dono do jogo que a Raposa, mesmo com o placar ainda mudo, já se mostrava abatida. E olha que um dos grandes méritos do Cruzeiro na conquista do Brasileiro foi a capacidade de não se abalar diante de derrotas importantes.

Quando, aos 30, Luan saiu contundido, pouco depois de Tardelli perder outra clara oportunidade de gol, imaginou-se uma queda no ritmo alvinegro. Que nada! Maicosuel entrou ligado e se juntou a Dátolo e o próprio Tardelli (que não perde o ímpeto nunca) para infernizar ainda mais os azuis. O resultado veio aos 46, na conclusão em gol do livre, leve e solto Tardelli.

A jornada cruzeirense foi de tanta falta de inspiração e intensidade que mesmo tirando o pé do acelerador na etapa final o Atlético ainda assustou o Fábio mais algumas vezes, como numa bomba do Dátolo que, aos 30, explodiu no travessão. Agora, sejamos justos, o fato de Victor não ter tido trabalho em momento algum do confronto não se deve apenas à infertilidade celeste.

Além do jovem zagueiro Jemerson (o melhor homem em campo), Léo Silva, Marcos Rocha e Leandro Donizete (que manchou um pouquinho sua apresentação com a tola expulsão no fim) formaram uma verdadeira fortaleza em branco e preto.

Apito final, jogo terminado, só temos a aplaudir a memorável campanha atleticana. Uma campanha que honrou o “forte e vingador” presente em seu hino tanto ou até mais do que a da Libertadores de 2013.

PARABÉNS, GALO!!!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A SEGUNDONA E A MURCHADA DOS PONTOS CORRIDOS


Como já foi levantado aqui algumas vezes, um dos mais calorosos e agradáveis debates do nosso futebol é aquele que coloca em questão se o Campeonato Brasileiro deve ser por pontos corridos ou ter uma fase final de mata-mata. Pois bem, amigos, a última rodada da Segundona é um prato cheio, ou melhor, uma entrada de graça no rodízio de massas, para os críticos dos pontos corridos. Se não, vejamos.

Dos dez jogos da derradeira rodada, apenas um conta com dois times que ainda brigam por algo: o Oeste quer escapar da Terceira e enfrenta o Joinville, que sonha com o título. Por outro lado, teremos também um duelo que não tem nenhum valor em termos de tabela (Vila Nova versus Portuguesa, ambos já degolados).

Fora estes dois embates, todos os outros oitos confrontos envolvem uma equipe já de fériais e outra a todo vapor, esteja esta na luta pelo caneco (Ponte Preta), pelo acesso (Boa, Atlético Goianiense, Avaí, América Mineiro e Ceará) ou pela permanência (América de Natal e Bragantino). E é em situações assim que os pontos corridos murcham.

Murcham mais no Brasil do que nos grandes centros europeus, porque, aqui, ao final da competição, seja a Série A ou B, apenas oito posições interessam: as quatro primeiras e as quatro últimas. Em outras palavras, 12 times terminam de mãos vazias. Na Primeira Divisão isso se deve à desvalorização da Copa Sul-Americana, que de tão abandonada nem mais tem suas vagas definidas pela principal competição do país.

Por outro lado, nas grandes ligas europeias, dado o prestígio da Liga Europa, o segundo torneio continental em importância, campeonatos como a Bundesliga, por exemplo, contam com 10 posições ativas ao final: campeão, mais três vagas para a Liga dos Campeões, outras três para a Liga Europa e três rebaixados. E não nos esqueçamos que lá, na Alemanha, a colocação do time ao fim da temporada é levada em consideração na hora da distribuição das cotas de TV.

Assim, muito devido a não ter nada em disputa a não ser título, acesso e permanência, a Segundona chega a sua última rodada com praticamente todos os confrontos colocando frente a frente um time sem pretensões e outro com a faca entre os dentes. Vejamos como será, na próxima semana, o cenário da Primeira.

domingo, 23 de novembro de 2014

CRUZEIRO É CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2014



Indiscutível! Esta é a palavra que define o título cruzeirense do Brasileirão de 2014, pois, em um campeonato por pontos corridos, não é possível discutir a conquista de um time que assumiu a ponta da tabela na sexta rodada e de lá não mais saiu. A pergunta é: como o Cruzeiro conseguiu se manter na liderança durante tanto tempo?

A manutenção do elenco campeão em 2013, é claro, foi um fator crucial no novo triunfo celeste. Uma manutenção integral, já que dos sete cruzeirenses que fizeram parte da seleção do Brasileiro de 2013 para o FUTEBOLA (Fábio, Egídio, Nilton, Lucas Silva, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Willian) todos seguiram como peças importantes em 2014. Assim como importantes também foram as entradas no time titular de Henrique e Marcelo Moreno, dois dos melhores jogadores de toda a competição.

Além de tecnicamente privilegiado (Fábio, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro que nos digam), este elenco azul iniciou o torneio mais encaixado, arrumado e entrosado taticamente do que seus rivais na briga pelo caneco. Neste assunto tático, vale aplaudir o treinador Marcelo Oliveira, que soube como fazer o time manter o alto padrão mesmo diante da troca de algumas peças, fosse por opção sua ou por necessidade de diminuir o desgaste físico do elenco.

Falando em físico, tem que se destacar que, com mais de 60 partidas oficiais na temporada, o Cruzeiro tenha tido forças para arrancar rumo ao título nas últimas semanas. Após vivenciar seu único período de queda na competição, entre as rodadas 25 e 31, quando levou apenas nove de 21 pontos disputados, a Raposa se encheu de fortificante e enfileirou cinco vitórias seguidas em pleno mês de novembro.

Devemos acrescentar ainda os méritos psicológicos de um time que não se abalou nem com a pequena má fase vivida em outubro, nem com as três derrotas sofridas diante do Atlético Mineiro (duas no Brasileiro e uma na primeira partida final da Copa do Brasil) e nem com a eliminação na Libertadores, visto que apenas uma semana após perder para o San Lorenzo a Raposa assumia a liderança nacional para não mais largar.

Pois é, amigos, vencer um Brasileirão exige muito. Vencer dois, em sequência, exige mais ainda. E seja nos quesitos técnicos, táticos, físicos ou psicológicos, o Cruzeiro, sempre que exigido, respondeu à altura.

PARABÉNS, CRUZEIRO!!!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 35ª RODADA – BOTAFOGO X FIGUEIRENSE




Botafogo 0 x 1 Figueirense – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)

Botafogo perde confronto de seis pontos para o Figueirense e vê o pesadelo de voltar à Segundona se tornar ainda mais real.

O primeiro estágio do embate foi uma verdadeira briga de foice, com cariocas e catarinenses a abusar das faltas cometidas. O segundo estágio, não mais esteticamente belo, foi uma chuva de bicudas para frente de ambos os lados, sem sequer uma jogadinha bem trabalhada. Somente quando o duelo chegava perto de completar meia hora que as ações ofensivas apareceram.

E apareceram pelo lado do Botafogo, que se não tem categoria para colocar a redonda no chão e tramar lances refinados, pelo menos teve ímpeto para ameaçar a meta adversária. Jobson, que iniciou na direita, se deslocou para a esquerda e passou a atormentar os marcadores, os laterais Régis e Junior Cesar se lançaram ao ataque e o zagueiro André Bahia começou a levar vantagem sobre a insegura retaguarda catarinense no jogo aéreo. Foi com essas armas que o Bota pressionou o Figueirense e fez do goleiro Thiago Volpi, com três difíceis defesas, o grande nome da etapa inicial.

O grito de gol que Tiago Volpi insistiu em deixar entalado nas gargantas alvinegras parecia que seria liberado logo no comecinho do segundo tempo, quando Cereceda cortou um cruzamento do Régis com a mão e cometeu penalidade máxima. Na cobrança, porém, Jobson foi de uma infelicidade enorme e isolou a bola. Ato quase contínuo, aos 6 minutos, Felipe alçou a bola na área e França, de cabeça, tornou a noite botafoguense mais azeda. Um a zero Figueirense.

Se ainda não deixava transparecer muito o inferno que vive, em desvantagem no placar o Botafogo degringolou de vez. Mesmo com praticamente um tempo inteiro por jogar, os alvinegros não encontraram calma, qualidade e organização para criar oportunidades de gols e conseguiram levar perigo à meta de Tiago Volpi pouquíssimas vezes, com destaque para um chute rasteiro de Bruno Corrêa. Apito final e, com a derrota, o Bota termina a rodada a cinco pontos do Coritiba, o primeiro time fora da zona da degola. Com apenas três partidas por jogar, a situação é, no mínimo, desesperadora.

Botafogo: Jefferson; Régis, Dankler, André Bahia e Junior Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel e Bolatti (Gegê); Jobson (Zeballos), Murilo (Yuri Mamute) e Bruno Corrêa. Técnico: Vágner Mancini.

Figueirense: Tiago Volpi; William Cordeiro, Marquinhos (Nirley), Thiago Heleno e Cereceda (Marquinhos Pedroso); Dener, Felipe, França (Yago) e Marco Antônio; Pablo e Marcão. Técnico: Argel Fucks.

domingo, 16 de novembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 34ª RODADA – FLUMINENSE X BOTAFOGO



Fluminense 1 x 0 Botafogo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Gol de cabeça de Edson mantém Fluminense vivo na briga por uma vaga na próxima Libertadores e aproxima ainda mais o Botafogo da degola.

Do apito inicial até o minuto 28 do segundo tempo, quando Edson fez o gol único da partida, o Clássico Vovô teve um cenário só. Neste cenário, o Botafogo, mesmo com a necessidade (quase obrigatoriedade) de vencer, se mostrava repleto de cautela, postando oito homens à frente do goleiro Jefferson e com apenas Carlos Alberto e Jobson mais soltos para agir ofensivamente. O Fluminense, por sua vez, controlava a posse de bola e atacava com laterais, volantes, meias e Fred.

No entanto, mesmo com toda a categoria de Conca para realizar a transição defesa-ataque com dribles, passes e lançamentos, o Fluminense demonstrava uma incapacidade enorme para transformar o maior volume de jogo em chances de gols. A infertilidade ofensiva tricolor era tão grande que qualquer tentativa de se aproximar da meta alvinegra se dava apenas através de bolas alçadas sobre a área. Bolas estas que os zagueiros Dankler e André Bahia facilmente impediam de chegar à cabeça de Fred ou quem vestisse três cores, até que Edson aproveitou uma delas para abrir o placar.

Abre parêntese. Edson, autor de mais um gol importantíssimo para o Fluminense, assim como o que havia marcado diante do Santos, na Vila Belmiro, há menos de um mês, não pode mais sair do time até o fim do campeonato. Não só pelos gols, mas pela vitalidade que, ao lado de Valencia, ele dá ao meio-campo tricolor. Fecha parêntese.

Até marcar seu gol, os ataques do Flu eram tão desérticos que a chance mais clara da partida havia sido botafoguense: aos 25 da etapa inicial, Carlos Alberto pensou e inventou mais do que deveria diante de Diego Cavalieri e desperdiçou uma oportunidade ímpar. Até o fim do clássico, o Alvinegro não teve outra chance de mesma clareza, tanto que, sem condições técnicas, físicas, táticas e psicológicas para esboçar uma pressão após se ver em desvantagem, jamais ameaçou o triunfo tricolor.

Fluminense: Diego Cavalieri; Jean, Marlon, Guilherme Mattis e Chiquinho; Valencia, Edson, Wágner e Conca; Rafael Sóbis (Walter) e Fred. Técnico: Cristóvão Borges.

Botafogo: Jefferson; Régis, Dankler, André Bahia e Sidney (Bruno Corrêa); Marcelo Mattos, Gabriel, Andreazzi (Bolatti) e Murilo; Carlos Alberto e Jobson (Gegê). Técnico: Vágner Mancini.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O QUE EURICO MIRANDA PODE ACRESCENTAR?


Roberto Dinamite foi uma decepção tão grande como presidente do Vasco que Eurico Miranda voltará a comandar a nau cruz-maltina. O retorno de Eurico a uma posição de protagonismo no futebol brasileiro é tão duro de digerir que fica até difícil saber a partir de qual ponto o assunto deve ser abordado. Tentemos entender o que Eurico pode trazer de benefícios ao Vasco a médio ou longo prazo.

Antes de tudo, gostaria de pedir ao amigo, vascaíno ou não, que esquecesse por alguns minutos (somente os minutos necessários para ler esta coluna, que fique bem claro) as truculências, os autoritarismos e as vigarices que Eurico esbanjou durante seus anos como dirigente, não somente presidente, do Vasco. Deixemos de lado invasões de campo, viradas de mesa, desrespeitos ao torcedor, eleições fraudadas, tratamento inadmissível a ídolos, inimizades com jornalistas que o questionavam... Pensemos apenas no que Eurico é capaz de produzir no futebol de hoje.

Eurico seria capaz de organizar um departamento de marketing que soubesse aproveitar o potencial da torcida vascaína, a quinta maior do país? Seria capaz de fazer São Januário voltar a ser um templo do futebol nacional? Seria capaz de enfrentar as torcidas organizadas? Seria capaz construir todo o suporte exigido para as categorias de base? Seria capaz de oferecer ao elenco cruz-maltino uma estrutura técnica, tática, psicológica e física de alto nível? Seria capaz de desafogar o clube das dívidas com planejamento econômico? Não, não, não, não e não.

Mesmo que esqueçamos suas atitudes inesquecíveis que mancharam a história do Vasco, fica impossível ver algo positivo no futuro do clube com a volta de Eurico. Apenas com totalitarismo ele não conseguirá cumprir sua promessa de fazer o Vasco voltar a ser respeitado. A missão de presidir um clube de futebol nos dias de hoje pede conhecimentos e capacidades que Eurico jamais teve.

É uma pena que Eurico não tenha seguido as palavras que me disse há quatro anos, num banquinho de uma feira de futebol, quando afirmou que jamais voltaria a ser presidente do Vasco.

COPA DO BRASIL 2014 – FINAL – ATLÉTICO MINEIRO X CRUZEIRO



Atlético Mineiro 2 x 0 Cruzeiro – Independência, Belo Horizonte (MG)

Atlético Mineiro faz valer o mando de campo, bate o rival Cruzeiro por 2 a 0 e larga na frente na decisão da Copa do Brasil.

Por haver um amanhã, ou melhor, um dia 26 de novembro, data do jogo de volta, nem o Atlético nem o Cruzeiro se lançou ao ataque insandecidamente no Indepêndencia. O Galo, apoiado por sua imparável torcida, até poderia ter partido à frente com mais ímpeto, porém, o gol de cabeça marcado por Luan, logo aos 7 minutos da etapa inicial, trouxe a possibilidade de chamar a Raposa para o seu campo. Pois não só a chamou como a enjaulou...

Conhecido por seu poderio ofensivo avassalador, o Cruzeiro até tentou se aproveitar da postura mais conservadora dos atleticanos e tramar algumas ações ofensivas. Contudo, tanto pela falta de inspiração de seus principais nomes – Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart estiveram irreconhecíveis –, como pela apresentação impecável da retaguarda alvinegra, os azuis deram pouquíssimo trabalho ao goleiro Victor.

Falei da impecável retaguarda alvinegra e vou dar nome aos bois, ou melhor, aos galos... O jovem Jemerson, um pouquinho afobado no início, ganhou confiança e tomou conta de Marcelo Moreno, enquanto seu parceiro, o veterano Leonardo Silva, uma vez mais foi perfeito nas bolas aéreas. No meio-campo (os modernos diriam na volância), Leandro Donizete e Josué marcaram forte demais, sem violência, e, com o apoio de Luan e Carlos pelos flancos, controlaram bem o setor.

Satisfeito com a vantagem de um a zero e com o adversário muito bem controlado, o Atlético pouco se arriscava no ataque, mas este pouco foi o suficiente para ganhar um lateral daqueles que o Marcos Rocha transforma em escanteio com as mãos. Resultado: depois de arremesso no pagode azul, Carlos fez o pivô e Dátolo, aos 13 do segundo tempo, ampliou o escore.

A partir daí, a Raposa perdeu a pouca força que tinha, o Galo se mostrou algo mais assanhado do que quando vencia por um a zero e, se não fossem duas difíceis defesas do Fábio nos últimos minutos, a vantagem alvinegra seria ainda maior para o embate decisivo de daqui a duas semanas, no Mineirão.

Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Josué e Leandro Donizete; Luan (Marion), Dátolo e Carlos; Diego Tardelli. Técnico: Levir Culpi.

Cruzeiro: Fábio; Mayke, Léo, Bruno Rodrigo e Samudio; Lucas Silva (Nilton) e Henrique; Éverton Ribeiro (Júlio Baptista), Ricardo Goulart (Dagoberto) e Willian; Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira.

domingo, 9 de novembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 33ª RODADA – GRÊMIO X INTERNACIONAL


Grêmio 4 x 1 Internacional – Arena Grêmio, Porto Alegre (RS)

Grêmio come a bola, goleia o Internacional na Arena e, de quebra, ainda toma o lugar no rival na zona de classificação para a Libertadores.

Intensidade e imprevisibilidade. Estas são as duas palavras que melhor ilustram a atuação magnífica do Grêmio diante de seu maior rival. Comecemos pela intensidade. Fosse na transição defesa-ataque, na marcação por pressão, na recomposição após perder a posse da bola, na ocupação de espaços ou nas divididas, os tricolores se mostraram muito mais vigorosos e atentos do que os colorados.

No setor de meio-campo, por exemplo, Fellipe Bastos, Walace e Ramiro estavam tão ligados que não permitiram que Alex e D’Alessandro tivessem um metro ou um segundo de liberdade para criar, enquanto, na defesa, Rhodolfo colocou a estrela de xerife no peito e tomou conta da grande área. O Grêmio se fechou com tamanha solidez que Marcelo Grohe só foi exigido em chutes longos e bolas alçadas na área.

Toda esta intensidade gremista, porém, não seria capaz de, sozinha, levar o time de Felipão a uma vitória tão estupenda. A ela devemos somar a imprevisibilidade dos avantes tricolores. Durante uma hora de confronto, Dudu e Luan infernizaram a retaguarda vermelha com dribles e arrancadas que colocaram dois a zero no placar (gols do próprio Luan, aos 27 da etapa inicial, e Ramiro, aos 3 da final).

Aos 15 do segundo tempo, o Inter, ainda sem conseguir penetrar na defesa gremista, diminuiu o escore com uma bomba de fora da área do Rafael Moura. O aperto no placar, porém, não abalou o Grêmio, principalmente devido às entradas de Giuliano e Alan Ruiz, que encheram o time com ainda mais criatividade.

As duas apostas felipônicas entraram exalando inspiração, passes macios e dribles desconcertantes, e dois gols de Alan Ruiz, aos 30 e 37, acabaram com qualquer pretensão vermelha. Do último tento em diante, o futebol deu lugar a discussões, acusações, empurrões e um baita de um pega-pra-capá, mas nada capaz de apagar a apresentação fervorosa e brilhante do Grêmio.

Grêmio: Marcelo Grohe; Pará, Pedro Geromel, Rhodolfo e Zé Roberto; Walace e Fellipe Bastos; Ramiro (Giuliano), Luan (Alan Ruiz) (Matheus Biteco) e Dudu; Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Internacional: Alison; Wellington Silva, Ernando, Alan Costa e Alan Ruschel; Willians e Aránguiz; D’Alessandro, Alex (Valdívia) e Alan Patrick (Rafael Moura); Nilmar (Taiberson). Técnico: Abel Braga.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

OS AMANTES DO IMPROVÁVEL



Muitos vão dizer que o Flamengo começou a perder a vaga na final da Copa do Brasil quando Gabriel, seu jogador mais criativo, se contundiu no último fim de semana. Alguns falarão que a derrota carioca teve os seus primeiros contornos nas substituições realizadas por Vanderlei Luxemburgo, logo após o Atlético Mineiro virar o placar, em meados da etapa final. Porém, amigos, o início do revés flamenguista se deu quando Everton fez um a zero para os rubro-negros. A partir dali, diante do improvável, do quase impossível, o Galo chegou à situação que queria.

Enquanto o Atlético precisava de dois gols para levar a partida para os pênaltis, o jogo se mostrava bem encaminhado para o Flamengo, que, apesar de sofrer com as bolas aéreas, conseguia segurar o ímpeto do rival. Tão à vontade estava o Fla que, aos 33, veio o citado gol de Everton. Agora, o Galo necessitava de quatro gols para avançar. Agora, só um milagre salvaria. Agora, só restava lutar, lutar e lutar. Agora, os gritos de “Eu acredito!!!” faziam sentido. Agora, era um por um, um por todos, todos por um, todos pelo Atlético e todos pelos atleticanos. Agora, o Atlético tinha pela frente o jogo que mais gosta de jogar.

É um jogo que ainda pode ser chamado de futebol, mas é um futebol que eleva a entrega e o controle emocional ao máximo. Neste jogo, a qualidade técnica e organização tática se tornam coadjuvantes da intensidade física e da concentração psicológica. A sensação é que os que vestem preto e branco parecem dar choque. Os homens de trás vão ao ataque. Os homens de frente se multiplicam. Leonardo Silva consegue subir ainda mais alto do que o anormal que já sobe. Diego Tardelli atua, simultaneamente, como ponta direita, ponta esquerda, ponta de lança e centroavante. Luan deixa em campo todo o suor possível a um ser humano. Até que os gols começam a sair...

Um com Carlos, dois com Maicosuel, três com Dátolo, quatro com Luan... Parou no quatro porque era o necessário, pois se precisasse de mais estes atleticanos que ignoram, ou melhor, que amam o improvável iriam buscar. E alguém duvida de que eles alcançariam?

domingo, 2 de novembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 32ª RODADA – CRUZEIRO X BOTAFOGO

Cruzeiro 2 x 1 Botafogo – Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Botafogo luta até final, mas não consegue reverter a vantagem que o Cruzeiro abriu em 15 minutos e segue na zona de rebaixamento do Brasileirão.

Durante a etapa inicial, principalmente na primeira metade dela, o Cruzeiro fez transparecer toda sua superioridade técnica, física, psicológica e tática em relação ao Botafogo. Marcou por pressão, trabalhou a bola, se movimentou com fluidez, lançou e passou com precisão e não encontrou dificuldades para fazer dois a zero, gols de Marquinhos, aos 4 minutos, e Egídio, em certeira cobrança de falta, aos 15.

O Botafogo, abatido com a situação mais que ameaçadora em termos de tabela e com a desvantagem no placar, dominado taticamente e com erros técnicos tanto na tentativa de organizar tramas de ataque como na de proteger a própria meta, se mostrou uma presa fácil no primeiro tempo, mas, pelo menos, voltou do intervalo com mais iniciativa.

Com aquela mentalidade de perdido por dois, perdido por mil, o Alvinegro encheu o peito de ar e se lançou ao ataque, mas, verdade seja dita, foi o Cruzeiro quem, comandado pelas imprevisibilidades do Éverton Ribeiro e potência do Mayke, começou a criar chances de gols. Em 16 minutos, Marcelo Moreno teve três grandes oportunidades de ampliar o escore, mas, quando conseguiu acertar o alvo, o arqueiro Jefferson estava atento e bem posicionado para evitar.

A entrada de Jóbson, o desgaste físico de ambos os lados que abriu o meio-campo e uma certa acomodação do Cruzeiro fizeram com que o Botafogo começasse a se aproximar da área azul, mas como as tramas alvinegras não possuíam a mesma qualidade e solidez das cruzeirenses, Jefferson continuou aparecendo mais do que Fábio.

A dedicação botafoguense só viria a ser recompensada nos acréscimos, quando o zagueiro Léo empurrou a redonda contra o próprio patrimônio e deu números finais ao duelo. Números finais que mantêm o Cruzeiro firme e forte rumo ao Bi e o Botafogo ainda no purgatório.

Cruzeiro: Fábio; Mayke, Dedé, Léo e Egídio; Lucas Silva (Nilton) e Henrique; Éverton Ribeiro (Willian Farias), Júlio Baptista (Dagoberto) e Marquinhos; Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira.

Botafogo: Jefferson; Régis, Dankler, Rodrigo Souto e Júnior César; Andreazzi (Aírton), Bolatti (Ramírez), Gabriel e Murilo; Carlos Alberto e Rogério (Jóbson). Técnico: Vágner Mancini.

sábado, 1 de novembro de 2014

OUTUBRO, O MÊS DO GABRIEL


Era o primeiro dia do mês de outubro, e o Flamengo estava em Natal para enfrentar o América, pelas quartas de final da Copa do Brasil. O jogo, como se esperava, foi encardido, e, no fim, o Fla conquistou uma importante vitória por um a zero, gol do meia Gabriel, que saíra do banco de reservas. Ali, naquele momento, ninguém podia imaginar, mas este tento marcaria o florescer de todo o talento do simpático baiano Gabriel, contratado junto ao Bahia, no início de 2013.

Mesmo sem ser titular, Gabriel mostrou, nas vitórias maiúsculas contra o Figueirense e Cruzeiro, quando inclusive deixou sua marca em um belíssimo gol, que alguma coisa estava mudando em seu futebol. Seria confiança? Posicionamento? Inspiração? Preparação? Diria que um pouco de cada, pois, no futebol, o psicológico, o tático, o técnico e o físico se influenciam e se somam.

Três dias depois do triunfo sobre o líder Cruzeiro, Gabriel voltaria a sair do banco para marcar diante do América de Natal, no jogo de volta da Copa do Brasil, e garantir o Flamengo nas semifinais do torneio. A partir daí, sua titularidade se tornou inquestionável. Agora, Gabriel precisava mostrar que, como diz o chavão, não era um “jogador de segundo tempo”.

Pois bem, se quando saía do banco o ensaboado baiano atormentava os adversários, a vaga no onze inicial o deixou ainda mais infernal. O primeiro espetáculo do titular Gabriel veio diante do Internacional, quando assinalou os dois gols da vitória. O segundo, e este um baita de um show, veio contra o Atlético Mineiro, pela Copa do Brasil. No embate com o Galo, Gabriel só não fez gol, mas nem precisou, pois correu, marcou, passou, apanhou, se dedicou e driblou. Driblou muito! Driblou demais!

Sei que seria muito pedir à CBF, uma entidade incapaz de não deixar as rodadas dos torneios nacionais coincidirem com os jogos da Seleção, que realizasse medidas que para promover e exaltar mais o nosso futebol. Uma destas medidas que sem dúvidas teria apelo popular seria a escolha do melhor jogador que atua no país a cada mês. Caso existisse esta premiação, a de outubro seria enviada hoje mesmo para o endereço de Gabriel.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

COPA DO BRASIL 2014 – SEMIFINAL – FLAMENGO X ATLÉTICO MINEIRO


 


Flamengo 2 x 0 Atlético Mineiro – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Com gols de Cáceres e Chicão e uma jogada antológica de Gabriel, Mengão bate Atlético Mineiro por 2 a 0 e consegue grande vantagem na luta por uma vaga na decisão da Copa do Brasil.

Se a primeira etapa não foi tão intensa como prometia após a defesaça do arqueiro atleticano Victor em arremate do Eduardo da Silva com apenas um minutinho, ela esteve longe de ser fria. Principalmente pelas ações tomadas pelos rubro-negros. Reconhecidamente dono de um perigoso contra-ataque, o Flamengo, na maior parte do primeiro tempo, precisou rodar a bola na busca por brechas na defesa atleticana. Defesa esta que não esteve muito bem, pois o Fla ainda fez Victor realizar mais duas difíceis defesas (chegada de Everton e desvio contra do zagueiro Jemerson).

Diferente de Victor, Paulo Victor levou uma vida relativamente fácil na etapa inicial, mas esta começou a ficar ameaçada após o intervalo, pois o Galo voltou cheio de iniciativa. O novo cenário do confronto, com o Atlético rodando a bola em busca de espaços e o Flamengo querendo espaços sem ter a bola, ficou mais definido com a entrada de Nixon no Fla, aos 13, e ainda mais quando, três minutos depois, Gabriel aproveitou rebote de uma bola na trave de João Paulo e cruzou para Cáceres fazer um a zero.

Nos 10 minutos seguintes o jogo não andou, com um total de duas contusões e cinco substituições. De todas estas trocas de jogadores e de posicionamentos uma se mostraria determinante: o meia Gabriel ganhou toda liberdade do mundo para comandar os contra-golpes rubro-negros. Foi assim que, aos 31, ele iniciou em seu próprio campo uma arrancada mágica que nem Marcos Rocha, nem Edcarlos, nem Josué foi capaz de parar. Ou melhor: Josué a parou, mas com um pênalti que Chicão converteu para fazer o segundo do Mengo.

Daí até o final, o Atlético, sem um pingo de criatividade, começou a alçar bolas na área de tudo quando era canto. Em uma delas, Marion, primeiro, e Dátolo, depois, obrigaram Paulo Victor a duas defesas enormes, que garantiram a não enorme, mas ótima, vantagem flamenguista para a volta.

Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura, Chicão, Samir e João Paulo; Cáceres e Canteros (Amaral); Márcio Araújo, Gabriel e Eveton (Luiz Antônio); Eduardo da Silva (Nixon). Técnico: Vanderlei Luxmburgo.

Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Edcarlos, Jemerson e Douglas Santos; Josué e Pierre (Luan); Carlos (Marion), Dátolo e Maicosuel; Diego Tardelli. Técnico: Levir Culpi.

domingo, 26 de outubro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 31ª RODADA – FLUMINENSE X ATLÉTICO PARANAENSE


 

Fluminense 2 x 1 Atlético Paranaense – Maracanã, Rio de Janeiro

Fred marca no fechar das cortinas, Fluzão bate o Atlético Paranaense e volta com tudo à briga pela vaga na próxima Libertadores.

Por ser o mandante, o time com maiores pretensões no jogo e no campeonato e pelo estilo de posse de bola, o Fluminense não poderia ter deixado a etapa inicial ser tão aberta quanto foi. Sem dúvidas o Tricolor necessitava ir à frente, mas mais importante do que atacar a qualquer custo, precisava se impor e controlar o ritmo do embate, algo que não conseguiu, vide os espaços que o Atlético não só para contra-atacar, mas também para atacar.

A dinâmica aberta da partida e as tenebrosas falhas nas bolas aéreas proporcionadas pelas defesas atleticana e tricolor poderiam ter transformado o primeiro tempo num festival de bolas nas redes. Poderia, mas os arqueiros Diego Cavalieri e Weverton estavam em jornada excepcional, realizaram defesas dificílimas e belíssimas e foram os grandes responsáveis pelo intervalo chegar com o placar ainda inalterado.

O Flu voltou para a segunda etapa com Carlinhos no lugar do pouco participativo Chiquinho na lateral-esquerda, e a intenção de Cristóvão Borges de aumentar o poderio tricolor pelo setor deu resultado relâmpago. Aos dois minutos, Carlinhos cruzou milimetricamente e Wágner foi certeiro para, de cabeça, enfim superar Weverton. Com a vantagem no escore e os perigosos ataques do Furacão na memória, o Fluminense decidiu adotar uma postura mais conservadora, mas acabou por chamar demais o adversário para o seu próprio campo.

De início, os paranaenses assustaram um pouco, até que o confronto chegou ao seguinte cenário: o Atlético, montado para explorar ataques em velocidade, encontrava dificuldades para encontrar brechas, enquanto o Fluminense, mais pesado e sem avantes rápidos, não encaixava contra-golpes nem valorizava a posse de bola.

Assim o jogo parecia caminhar para o final, porém as defesas ainda tinham mais falhas aéreas guardadas, falhas estas que resultaram no gol de empate atleticano através do zagueiro Cléberson, de cabeça, aos 45, e no arremate redentor do Fred, já nos acréscimos, para recolocar o Tricolor na briga dos cachorros grandes.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 30ª RODADA – FLAMENGO X INTERNACIONAL



 Flamengo 2 x 0 Internacional – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Gabriel volta a barbarizar, Paulo Victor vence duelo particular contra Nilmar e Flamengo bate o Internacional para praticamente escapar da degola.

O primeiro tempo no Maraca foi mais moroso do que aqueles amistosos com cara de amistosos, algo até certo ponto inaceitável para um Flamengo que entrou em campo ainda assombrado pelo perigo do rebaixamento e um Internacional que, em caso de derrota, corria grandes riscos de sair da zona de classificação para a Libertadores (o que acabaria por se confirmar). Fora um lindo lance vermelho finalizado por Nilmar e defendido milagrosamente por Paulo Victor (o primeiro de três duelos que o goleiro levou a melhor sobre o atacante) e uma ótima aparição de Gabriel (a primeira de quatro em toda a partida), a etapa inicial foi mais brigada no meio-campo do que bem jogada, ou seja, rendeu mais frutos amargos do que doces.

Apesar de o Flamengo quase ter inaugurado o placar no início do segundo tempo, depois de refinada trama de Gabriel e Léo Moura e arremate de Eduardo da Silva, foi Vanderlei Luxemburgo quem decidiu tentar mudar a cara do jogo. Enquanto Abel Braga apenas observava o seu Internacional sofrer absurdamente pela ausência da criatividade do contundido D’Alessandro, Luxemburgo, em pouco mais de 10 minutos, lançou mão de Luiz Antônio, Nixon e Elton, mudanças que se mostraram decisivas quando, aos 24, Elton fez o pivô na transição, Nixon arrancou e, num passe esteticamente maravilhoso, encontrou Gabriel, que fez um a zero.

Foi somente aí que Abel decidiu descruzar os braços para tentar colocar fim à infertilidade colorada, mandando a campo, quase que de uma vez, Rafael Moura, Wellington Paulista e Valdívia. Repleto de avantes e todo esburacado atrás, o Inter alçava bolas na área na base do bumba-meu-boi e levava seguidos contra-golpes. Numa destas bolas levantadas, Paulo Victor voltou a evitar gol de Nilmar. Num destes contra-golpes rubro-negros, Gabriel, aos 45, fechou o triunfo flamenguista, pois, depois de seu segundo gol, só houve tempo para mais uma defesa brilhante de Paulo Victor em chute de Nilmar.

Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura, Chicão, Samir e João Paulo; Cáceres, Márcio Araújo (Luiz Antônio), Canteros, Gabriel e Everton (Elton); Eduardo da Silva (Nixon). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Internacional: Alisson; Wellington Silva, Ernando, Alan Rocha e Fabrício; Willians e Aránguiz; Jorge Henrique (Wellington Paulista), Alex (Rafael Moura) e Alan Patrick; Nilmar. Técnico: Abel Braga.