quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

JOGANDO POR MÚSICA - O MUNDO É UMA BOLA - BEIJA-FLOR (1986)


O Mundo é uma Bola

Brasil, Brasil, Brasil, oi
Canta forte e explode de alegria
O mundo é uma bola
Girando, girando
Em plena euforia
E levando a corrente
Pra frente, pra frente
E a vitória conquistar

Com os heróis da nossa seleção
Vibrantes com o grito popular
Tudo em cima novamente
Sobrevoando a passarela
Que beleza a Beija-Flor
Sacudindo esta galera

Do Oiapoque ao Arroio Chuí
Tem folclore, tem mandinga
Oh! Torcida campeã

O meu Rio de Janeiro
O ano inteiro é samba e Maracanã

Se esta profusão de cores
Sensibiliza o visual
A arte é jogar bola
Vai na Copa e faz um carnaval

É milenar...

É milenar
A invenção do futebol
Fez o artista
Ter um sonho triunfal




COPA LIBERTADORES 2014 – FASE DE GRUPOS – UNIÓN ESPAÑOLA X BOTAFOGO


Unión Española 1 x 1 Botafogo – Estádio Santa Laura, Santiago (Chile)

El Tanque Ferreyra vai às redes e Fogão se mantém na liderança do grupo 2 ao empatar com Unión Española no Chile.

Para o bem e para o mal, Unión Española e Botafogo realizaram uma primeira etapa muito igual. Comecemos pelos pontos negativos: ambos exageraram nos chutões para frente ao sair para o jogo (o jovem Dória precisa corrigir este vício urgentemente); os setores de meio-campo alvinegro e vermelho foram relaxados na marcação, um pecado mais grave por parte do Botafogo, que contava com dois cães de guarda, Gabriel e Marcelo Mattos, e deu muita liberdade ao arisco Chávez; por fim, Ferreyra, pelo Fogo, e Salon, pelo Unión, perderam, quase na pequena área, oportunidades que um centroavante não pode desperdiçar. Ambas as finalizações pararam nas mãos dos goleiros Sánchez e Jefferson, que, por sinal, foram o ponto positivo em comum dos dois times na etapa inicial.

Pelo cenário de jogar e deixar jogar, Eduardo Hungaro poderia voltar já do intervalo com Bolatti. Só o fez aos 13 minutos, quando o Botafogo já colocava mais a bola no chão. Com a entrada do argentino, o Alvinegro começou a tornar mais sólida sua superioridade e, o que é ainda mais importante, a criar chances de gols. Mas foi justamente quando Jefferson se via menos ameaçado que Chávez se infiltrou por entre Dória e Julio Cesar e, aos 29, abriu o placar para os chilenos. Pelo caminhar da partida, o Bota teria muito a lamentar em caso de derrota, mas o Unión cometeu o pecado de recuar para segurar a vitória, mesmo sendo um time sem pegada e força defensiva, e El Tanque Ferreyra, aos 40, subiu mais alto que todos os vermelhos e igualou o escore.

Diante de um adversário que deu muitos espaços, uma torcida que não pressionou em momento algum, em uma cidade sem a temível altitude, o Botafogo poderia ter saído com os três pontos. Não venceu, mas pelo menos ganhou um pontinho que pode ser bem importante no futuro.

Unión Española: Sánchez; Miranda, Ampuero, Navarette e Berardo; Toro, Pavez, Favarelli e Jaime; Chávez; Salón. Técnico: Sierra.

Botafogo: Jefferson; Edílson, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Gabriel (Bolatti) e Marcelo Mattos; Lodeiro, Jorge Wagner (Henrique) e Wallyson (Daniel); Ferreyra. Técnico: Eduardo Hungaro


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

GÊNIOS DAS PALAVRAS

Garrincha e a origem do olé
Por João Saldanha
Retirado do livro Subterrâneos do Futebol, da editora Tempo

O Estádio Universitário ficou à cunha. Cem mil pessoas comprimidas para assistir ao jogo. É muito alegre um jogo no México. É o país em que a torcida mais se parece com a do Rio de Janeiro. Barulhenta, participa de todos os lances da partida. Vários grupos de "mariaches" comparecem.

Estes grupos, que formam o que há de mais típico da música mexicana, são constituídos de um ou dois "pistões" e clarins, dois ou três violões, harpa (parecida com a das guaranias), violinos e marimbas. As marimbas são completamente de madeira, mas não vão ao campo de futebol, sendo substituídas por instrumentos pequenos.

O ponto alto dos "mariaches" é a turma do pistão, do clarim e o coro, naturalmente. No campo de futebol, os grupos amadores de "mariaches" que comparecem ficam mais ativos em dois momentos distintos: ou quando o jogo está muito bom e eles se entusiasmam, ou, inversamente, quando o jogo está chato e eles "atacam" músicas em tom gozador. No jogo em que vencemos ao Toluca, que estava no segundo caso, os "mariaches" salvaram o espetáculo.

O time do River era, realmente, uma máquina. Futebol bonito e um entendimento que só um time que joga junto há três anos pode ter. Modestamente, jogamos trancados. A prudência mandava que isto fosse feito. De fato, se "abríssemos", tomaríamos um baile.

Foi um jogo de rara beleza. E não foi por acaso. De um lado estavam Rossi, Labruña, Vairo, Menéndez, Zarate, Carrizo. De outro, estavam Didi, Nilton Santos, Garrincha etc. Jogo duro e jogo limpo. Não se tratava de camaradagem adquirida em quase um mês no mesmo hotel, mas sim da presença de grandes craques no gramado. A torcida exultava e os "mariaches" atacavam entusiasmados.

Estava muito difícil fazer gol. Poucas vezes vi um jogo disputado com tanta seriedade e respeito mútuos. Mas houve um espetáculo à parte. Mané Garrincha foi o comandante. Dirigiu os cem mil espectadores. Fazendo reagirem à medida de suas jogadas. Foi ali, naquele dia, que surgiu a gíria do "Olé", tão comumente utilizada posteriormente em nossos campos. Não porque o Botafogo tivesse dado "Olé" no River. Não. Foi um "Olé" pessoal. De Garrincha em Vairo.

Nunca assisti a coisa igual. Só a torcida mexicana com seu traquejo de touradas poderia, de forma tão sincronizada e perfeita, dar um "Olé" daquele tamanho. Toda vez que Mané parava na frente de Vairo, os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Mané dava aquele seu famoso drible e deixava Vairo no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: "Ôôôôô"! O som do "olé" mexicano é diferente do nosso. O deles é o típico das touradas. Começa com um ô prolongado, em tom bem grave, parecendo um vento forte, em crescendo, e termina com a sílaba "lé" dita de forma rápida. Aqui é ao contrário: acentua-se mais o final "lé": "Olééé!" – sem separar, com nitidez, as sílabas em tom aberto.

Verdadeira festa. Num dos momentos em que Vairo estava parado em frente a Garrincha, um dos clarins dos "mariaches" atacou aquele trecho da Carmem que é tocado na abertura das touradas. Quase veio abaixo o Estádio Universitário.

Numa jogada de Garrincha, Quarentinha completou com o gol vazio e fez nosso gol. O River reagiu e também fez o dele. Didi ainda fez outro, de fora da área, numa jogada que viera de um córner, mas o juiz anulou porque Paulo Valentim estava junto à baliza. Embora a bola tivesse entrado do outro lado, o árbitro considerou a posição de Paulinho ilegal. De fato, Paulinho estava "off-side". Havia um bolo de jogadores na área, mas o árbitro estava bem ali. E Paulinho poderia estar distraindo a atenção de Carrizo.

O jogo terminou empatado. Vairo não foi até o fim. Minella tirou-o do campo, bem perto de nós no banco vizinho. Vairo saiu rindo e exclamando: "No hay nada que hacer. Imposible" – e dirigindo-se ao suplente que entrava, gozou:

– Buena suerte muchacho. Pero antes, te aconsejo que escribas algo a tu mamá.

O jogo terminou empatado e uma multidão invadiu o campo. O "Jarrito de Oro", que só seria entregue ao "melhor do campo" no dia seguinte, depois de uma votação no café Tupinambá, foi entregue ali mesmo a Garrincha. Os torcedores agarraram-no e deram uma volta olímpica carregando Mané nos ombros. Sob ensurdecedora ovação da torcida. No dia seguinte, os jornais acharam que tínhamos vencido o jogo, considerando o tal gol como válido. Mas só dedicaram a isto poucas linhas. O resto das reportagens e crônicas foi sobre Garrincha.

As agências telegráficas enviaram longas mensagens sobre o acontecimento e deram grande destaque ao "Olé". As notícias repercutiram bastante no Rio e a torcida carioca consagrou o "Olé". Foi assim que surgiu este tipo de gozação popular, tão discutido, mas que representa um sentimento da multidão.

Já tentaram acabar com o "Olé". Os árbitros de futebol, com sua inequívoca vocação para levar vaias, discutiram o assunto em congresso e resolveram adotar sanções. Mas como aplicá-las? Expulsando a torcida do estádio? Verificando o ridículo a que estavam expostos, deixam cada dia mais o assunto de lado. É melhor assim. É mais fácil derrubar um governo do que acabar com o "Olé".

Não poderia ter havido maior justiça a um jogador que a que foi feita pelos mexicanos a Mané Garrincha. Garrincha é o próprio "Olé".

Dentro e fora de campo, jamais vi alguém tão desconcertante, tão driblador. É impossível adivinhar-se o lado por onde Mané vai "sair" da enrascada. Foi a coisa mais justa do mundo que Garrincha tivesse sido o inspirador do "Olé".

domingo, 23 de fevereiro de 2014

CAMPEONATO CARIOCA 2014 – 10ª RODADA – FLUMINENSE X BOTAFOGO


Fluminense 0 x 3 Botafogo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Cheio de reservas, autoridade e bom futebol, Fogão faz 3 a 0 no Fluminense e se mantém vivo no Carioca.

Antes de a bola rolar, seria mais do que válido imaginar que o Fluminense, mais uma vez escalado com o que Renato Gaúcho considera seu onze ideal, apresentaria protagonismo diante de um Botafogo sem um único titular. No futebol, porém, o que se imagina antes do primeiro trilar do apito tem o valor de um dólar furado.

Com os laterais Bruno e Carlinhos tímidos no ataque e frágeis na defesa, Jean a errar passes em sequência, Sóbis e Fred desconectados e toda a responsabilidade criativa nas costas do pequeno notável Conca, o Fluminense não foi nem rascunho do time que deu um baile no Flamengo há alguns dias.

Conca, mais uma vez, esbanjou categoria. Mesmo com marcadores no seu cangote, o argentino fez de tudo para levar o Tricolor à frente, mas seus parceiros passaram longe de uma boa jornada. Para “coroar” a apresentação tricolor, Fred, no fim, ainda cobrou pênalti de maneira péssima para defesa de Helton Leite. 

Pelo lado do Botafogo, nada de infertilidade e desorganização. Defensivamente, zagueiros, laterais e volantes alvinegros foram bem sucedidos em impedir a criação tricolor, apesar de terem exagerado na violência (Aírton e Gabriel, bateram a torto e a direito). Ainda na proteção, destaque também para o auxílio na do garoto Daniel e do veterano Renato. No entanto, os aplausos mais efusivos para a atuação botafoguense devem ser direcionados ao setor ofensivo.

Bolatti comandou o meio-campo com cabeça em pé, passes curtos, lançamentos e ainda arrumou tempo para aparecer na área e completar, tal qual um centroavante, a vitória. Falando em centroavante, Henrique, com um gol em cada tempo, deu corpo ao triunfo. Palmas também para Gegê, que muito se movimentou e deu dinâmica ao ataque, e Lucas, que voltou a apresentar seu bom jogo de frente.

A maiúscula vitória dos suplentes alvinegros não pode, entretanto, apagar a opção de Eduardo Hungaro, que ao escolher por poupar seus principais jogadores perdeu uma grande oportunidade de dar mais liga, ritmo, familiaridade e cancha ao seu time titular.
 
Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Elivélton e Carlinhos (Chiquinho); Valencia (Wágner), Jean e Diguinho; Conca; Rafael Sóbis (Walter) e Fred. Técnico: Renato Gaúcho.

Botafogo: Helton Leite; Lucas (Lodeiro), Dankler, André Bahia e Junior Cesar; Airton (Gabriel) e Bolatti; Gegê (Jorge Wagner), Renato e Daniel; Henrique. Técnico: Eduardo Hungaro.



sábado, 22 de fevereiro de 2014

BATENDO BAFO - INGLATERRA 1990

Mesmo se levarmos em consideração que a Inglaterra, por vontade própria, não disputou as três edições da Copa do Mundo da década de 30, período em que certamente iria competir em pé de igualdade com as grandes potências da época, como Uruguai, Argentina, Áustria e Itália, é assustador o retrospecto dos ingleses de apenas dois top-4 na história dos Mundiais. Fora o título conquistado em casa, em 1966, os “Pais do Futebol” terminaram entre os quatro melhores classificados de uma Copa do Mundo apenas em 1990, quando foram comandados pelo instigante Paul Gascoine e pelo goleador Gary Lineker, que acabaria por terminar o torneio como artilheiro, com seis gols marcados. A campanha inglesa contou com dois empates – Irlanda (1 a 1) e Holanda (0 a 0) e uma vitória sobre o Egito (1 a 0) na fase de grupos, além de triunfos na prorrogação sobre Bélgica (1 a 0) e Camarões (3 a 2), nas oitavas e quartas de final, respectivamente. Os ingleses foram eliminados nos pênaltis para a Alemanha após empate em um gol e acabariam na quarta colocação após derrota por 2 a 1 para os italianos.




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

UMA IMAGEM






















Numa das maiores quebras de protocolo da história do futebol brasileiro, Vampeta rola na rampa do Planalto durante a recepção presidencial aos vencedores da Copa do Mundo de 2002.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

JÁ PASSOU A HORA DA PROFISSIONALIZAÇÃO DOS ÁRBITROS


Heber Roberto Lopes, Leandro Vuaden, Marcelo de Lima Henrique, Péricles Bassols, Sandro Meira Ricci... São juízes de futebol, correto? Sim, mas não apenas. Em ordem, temos um professor de educação física, um vendedor, um fuzileiro naval, um dentista e um analista de comércio exterior. E enquanto os responsáveis por arbitrar partidas Brasil afora não forem profissionais de futebol, continuaremos a acompanhar uma sucessão de erros de domingo a domingo.

É claro, é lógico e é evidente que a profissionalização dos árbitros de futebol não daria fim aos erros do apito. Seria possível que o assistente de fundo Rodrigo Saraiva Castanheira não visse o gol do vascaíno Douglas, no último Clássico dos Milhões, mesmo se fosse profissional. Mas estas possibilidades, convenhamos, seriam menores se ele precisasse se dedicar somente à arbitragem.

O mesmo vale para bandeirinhas e juízes principais, que com certeza cometeriam menos equívocos se tivessem condições de trabalhar oito horas por dia na sua evolução. Sendo profissionais do futebol, teriam disponibilidade para treinos físicos e técnicos, preparação psicológica, participação em palestras, estudo profundo das regras, realização de intercâmbios...


A cada tropeço dos homens de preto (cada vez mais coloridos), pipocam discussões sobre a urgência da inserção da tecnologia nas decisões do campo. Esta, sem dúvidas, é uma discussão mais do que válida, porém não pode obscurecer a necessidade imediata da profissionalização dos juízes de futebol.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

FUTEBOL É ARTE















Se a Holanda Vice-Campeã Mundial de 1974 entrou para a história pela excelência tática, que a tornou a principal representante do chamado Futebol Total, é justo dizer que um dos momentos mais brilhantes da campanha laranja foi de pura técnica. Ele se deu no duelo contra a Suécia e nasceu dos geniais pés de Johan Cruyff, que aplicou um drible tão desconcertante no marcador Jan Olsson que o malabarismo acabou por ganhar o nome de “Cruyff Turn”. Na seção “Futebol é Arte” de hoje, os amigos podem apreciar a obra do britânico Steve Welsh que conta o inesquecível drible do camisa 14 holandês. 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

CAMPEONATO CARIOCA 2014 – 8ª RODADA – VASCO X FLAMENGO


Vasco 1 x 2 Flamengo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Estreante Douglas faz gol de falta invalidado pela arbitragem, Gabriel marca no apagar das luzes e Flamengo acaba com invencibilidade do Vasco no Carioca.

Não foi um clássico bem jogado, de tramas refinadas e vistosas, mas um confronto quente, intenso, disputado, reclamado. Foi um clássico pra valer, no qual durante toda a primeira etapa o Vasco se mostrou mais encaixado e, não é exagero dizer, superior em todos os setores.

Apesar da ótima atuação do rubro-negro Samir, a retaguarda vascaína, com auxílio dos volantes, foi mais sólida no primeiro tempo, como mostra o sumiço do Hernane. Ofensivamente, Douglas, sozinho, foi mais criativo que Everton, Mugni e Elano juntos, e o Vasco ainda contou com boas aparições de Aranda, Felippe Bastos e Edmílson.

Foi assim que o Cruz-Maltino poderia ter inaugurado o placar em caprichada cobrança de falta do Douglas que beijou a trave, caiu dentro do gol e os trocentos árbitros em campo não enxergaram. Foi assim que Felipe precisou trabalhar com defesas e saídas do gol. E foi assim que Felippe Bastos completou para as redes uma ótima assistência do Douglas, aos 36.

O Flamengo, perdido, incapaz de fazer uma bola respingar na área adversária para ver se Hernane empurrava para dentro, encontrou um surpreendente empate, aos 39, em cobrança de falta de Elano que Martín Silva defendeu após a bola ter ultrapassado a linha fatal. Desta vez, a arbitragem viu e o placar foi para o intervalo empatado.

O segundo tempo teve início com o mesmo cenário, ou seja, o Vasco mais presente no campo de ataque, organizado e sedento por vitória. O ponto de mudança veio pouco antes do minuto 15, quando Jayme de Almeida sacou os avoados Amaral e Mugni e lançou mão de Muralha e Gabriel, que entraram ligados no clássico.

Pouco a pouco, o Flamengo, mesmo sem testar a aderência das luvas do arqueiro Martim Silva, começou a frequentar mais o campo ofensivo e exigir mais da boa dupla de zaga Luan/Rodrigo. Sem o mesmo ritmo da primeira hora de jogo, o Vasco deixou o Fla colocar as manguinhas de fora.

O resultado viria no apagar das luzes: aos 44, Gabriel fez jogada individual, colocou a redonda para dormir lentamente no fundo das redes e deu números finais a um agitado clássico com cara de clássico.

Vasco: Martín Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Diego Renan; Aranda (Pedro Ken), Guiñazu e Felippe Bastos; Douglas (Bernardo); Everton Costa (William Barbio) e Edmílson. Técnico: Adilson Batista.

Flamengo: Felipe; Léo Moura, Wallace, Samir e André Santos; Cáceres e Amaral (Muralha); Elano (Alecsandro), Mugni (Gabriel) e Everton; Hernane. Técnico: Jayme de Almeida.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

FLUMINENSE LARGA NA FRENTE


É quase unânime a opinião de que o Campeonato Carioca 2014 começou mais cedo do que deveria, é inchado de clubes frágeis e possui uma fórmula de disputa nada atrativa. Diante deste cenário, porém, o Fluminense é, dos quatro clubes protagonistas, aquele que melhor aproveitou esta primeira metade da fase inicial do torneio.

Esta afirmação não se dá pelo fato de o Fluminense ser o atual líder, até porque sua campanha é superior à do Flamengo apenas por um gol de saldo e à do Vasco apenas por um ponto. O positivo deste início de 2014 tricolor é que Renato Gaúcho não só parece ter encontrado seu time titular como tem rodado o elenco com surpreendente fluidez.

Hoje, o onze inicial tricolor é formado pelo goleiro Diego Cavalieri, uma linha de quatro zagueiros com Bruno, Gum, Elivelton e Carlinhos, um tripé de volantes com Valencia, Jean e Diguinho, Conca armando, driblando, passando, lançando, correndo e comendo a bola à frente deste trio, e Rafael Sóbis e Fred como dupla de ataque.

Esta formação, porém, só esteve em campo em três oportunidades, e nomes como Willian, Chiquinho (que participou de todos os jogos até agora), Wágner e Michael são constantes em jogos do Flu. E o Walter já chegou pedindo passagem! Assim, Renato Gaúcho consegue conhecer melhor seu elenco, familiariza os jogadores com as alternativas táticas, e mescla o clima de competição com o de pré-temporada.

Botafogo e Flamengo optaram por um planejamento diferente e insistem em escalar times completamente reservas no Carioca. Desta maneira, Eduardo Hungaro perde a oportunidade de acostumar jogadores importantes (Elias, Bolatti e Renato) com seu time base, enquanto Jayme de Almeida, por sua vez, escalou, na derrota contra o León, na estreia da Libertadores, um time que jamais atuara junto. Por que Jayme não usou o Estadual para dar rodagem à equipe que foi ao México?

Quanto ao Vasco, se é verdade que Adilson Batista ainda não usou um time integralmente de reservas, também não encontrou seu onze inicial, como Renato parece ter conseguido no Fluminense. Resumo da ópera: ao atingirmos a metade da fase inicial do Carioca, o Fluminense se encontra à frente dos seus rivais na tabela e na preparação para o restante da temporada.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

UMA IMAGEM
















De terno e gravata, Domício Pinheiro, um dos maiores fotógrafos da história do futebol mundial, se posiciona no alambrado para criar mais uma de suas artes.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

COPA LIBERTADORES 2014 - FASE DE GRUPOS - LEÓN X FLAMENGO


León 2 x 1 Flamengo – Nou Camp, León (México)

Com um homem a menos desde o minuto 12 do primeiro tempo, Flamengo não suporta o poderio ofensivo do León e perde na estreia da Libertadores.

O duelo em León ignorou a chamada fase de estudos e começou com o anfitrião de peito aberto e o visitante a mostrar que não se contentaria apenas em se defender. Logo aos cinco minutinhos, Hernane cabeceou em cheio no travessão, enquanto o León já assustava com Boselli desde os primeiros segundos.

Esse lá e cá poderia ser a tônica dos 90 minutos. Poderia, mas não foi, pois, aos 12, Amaral deu entrada criminosa no pequenino Montes e recebeu o vermelho. Nos primeiros minutos após a expulsão, o Flamengo se mostrou perdido, sem conseguir sequer passar da linha central, e viu o León criar raízes ao redor de sua área.

Somente lá pelos 30 minutos que o Rubro-Negro conseguiu puxar um ar, mas, justamente quando começava a se recompor, Boselli, de pênalti, abriu o placar. Sem criatividade e poder ofensivo, o Flamengo encontrou nas bolas paradas levantadas por Elano uma alternativa. Foi assim que, aos 42, Cáceres subiu de cabeça para igualar tudo.

Diante do desenho da partida, um empate seria um bom resultado para o clube da Gávea, só que o Léon voltou rugindo alto do intervalo. Com técnica nos passes, jogadas rápidas pelo meio, e muita intensidade, os mexicanos cresceram em campo. Exceto os zagueiros Márquez e Magallón e o volante Vásquez, o León era só ataque.

O dinâmico Peña, o habilidoso Montes, o profundo Arizala, o participativo Britos e o letal Boselli construíam um “melhor momento” atrás do outro. O arqueiro Felipe fez de tudo para garantir o empate (até defendeu pênalti-cavadinha do Boselli, aos 14), mas o Léon criou uma dezena de oportunidades, retomou a liderança com Arizala, aos 22, e se caprichasse um pouquinho sairia de campo com uma vitória mais contundente.

Durante toda a etapa final, o Flamengo teve um cruzamento de Elano que beijou a trave e umas poucas avançadas do Léo Moura. Com bons olhos, vale ressaltar a luta rubro-negra com 10 homens por quase todo o confronto. Com um tom mais severo, vale criticar uma tímida produção ofensiva e uma retaguarda que permitiu 13 claras chances de gol ao adversário.

León: Yarbrough; Magallón, Rafa Márques, Gonzalez (Arizala) e Hernández; Vásquez, Peña e Montes; Britos, Loboa (Navajo) e Boselli. Técnico: Matosas.


Flamengo: Felipe; Léo Moura, Wallace, Samir e André Santos; Cáceres e Amaral; Elano (Muralha), Mugni (Alecasandro) e Everton (Paulinho); Hernane. Técnico: Jayme de Almeida.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

BATENDO BAFO - ATLÉTICO MINEIRO 1987

Um dos maiores times da história do Atlético Mineiro acabou vítima da própria excelência. Na Copa União de 1987, o Galo tinha uma verdadeira Seleção Alvinegra, com o goleiro João Leite, que defendeu o clube por mais de uma década, o zagueiro Luizinho, titular absoluto da inesquecível Seleção Brasileira de 1982, o habilidoso meia Renato e o impetuoso e arisco ponta Sérgio Araújo. E para completar, o comandante deste esquadrão era o técnico Telê Santana.

O regulamento do torneio previa dois grupos de oito clubes. Na primeira fase, os clubes de um grupo enfrentariam os do outro, enquanto na segunda fase, os confrontos seriam entre clubes do mesmo grupo. Os dois primeiros colocados de cada grupo ao final de cada fase se classificariam para a semifinal do torneio. O Atlético Mineiro foi tão excepcional, que, sem perder sequer uma partida (10 vitórias e 5 empates), acabou as duas fases na liderança de seu grupo. Como neste caso o regulamento indicava a classificação do segundo colocado do grupo, o Flamengo acabou avançando à semifinal para enfrentar o... Atlético Mineiro.

E assim, diante de um Flamengo que se classificara na vaga aberta pela grandiosa campanha alvinegra, o Atlético Mineiro acabaria eliminado da Copa União de 1987 após uma derrota por 1 a 0, no Maracanã, e outra por 3 a 2, no Mineirão.






segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

GÊNIOS DAS PALAVRAS

Sexo e futebol
por Luis Fernando Verissimo
Jornal do Brasil - 11/09/1998

No que se parecem o sexo e o futebol?

No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio, mas também caem para um lado ou para o outro, e às vezes há um deslocamento.

Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura.

No sexo, como no futebol, muitas vezes acontece um cotovelaço no olho sem querer, ou um desentendimento que acaba em expulsão.

Aí um vai para o chuveiro mais cedo. Dizem que a única diferença entre uma festa de amasso e a cobrança de um escanteio é que na grande área não tem música, porque o agarramento é o mesmo, e no escanteio também tem gente que fica quase sem roupa.

Também dizem que uma das diferenças entre o futebol e o sexo é a diferença entre a camiseta e a camisinha. Mas a camisinha, como a camiseta, também não distingue, ela tanto pode vestir um craque como um medíocre.

No sexo, como no futebol, você amacia no peito, bota no chão, cadencia, e tem que ter uma explicação pronta na saída para o caso de não dar certo.

No futebol, como no sexo, tem gente que se benze antes de entrar e sempre sai ofegante. No sexo, como no futebol, tem feijão com arroz, mas também tem o requintado: a firula e o lance de efeito. E, claro, o lençol.

No sexo também tem gente que vai direto no calcanhar. E tanto no sexo quanto no futebol o som que mais se ouve é aquele "uuuuuuu".

No fim, sexo e futebol só são diferentes, mesmo, em duas coisas.

No futebol, com a devida exceção ao goleiro, não se pode usar as mãos.

E o sexo, graças a Deus, não é organizado pela CBF.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

CAMPEONATO CARIOCA 2014 – 7ª RODADA – FLAMENGO X FLUMINENSE


Flamengo 0 x 3 Fluminense – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Banho de bola! Conca toma conta do jogo, Walter estreia com gol e Fluminense bate Flamengo por 3 a 0 com autoridade.

Nos lentos primeiros minutos do clássico, o Flamengo se mostrou mais disposto a buscar o ataque e a ter a bola em seus pés. É verdade que não chegou a pressionar, mas Léo Moura avançou bem pela direita, o reestreante Everton se movimentou bastante e André Santos, aos 16, acertou um belo chute na trave.

No entanto, aos poucos, Conca começou a transformar a zona central do campo no seu feudo. No meio de um punhado de volantes e de meias, o pequenino argentino fez, até o apito final, o que bem entendeu. Acelerou e diminuiu o ritmo, deu passes longos e curtos, driblou e sofreu faltas... Aos 27, colocou a redonda na cabeça de Michael: um a zero Flu. Depois, aos 36, com o Fla perdido, deu novo passe para o substituto de Fred quase ampliar.

No fim da etapa inicial, o Tricolor recuou em excesso e deu oportunidades para o Flamengo vislumbrar o empate. No segundo tempo, porém, isso não voltou a se repetir. Após o intervalo, o Fluminense retornou dominante. Logo aos três minutinhos, Conca, imparável, cruzou, Gum quase marcou e Elivélton, no rebote, fez dois a zero.

O dois quase virou três, pois com um jogo coletivo encaixado e muita participação ofensiva (inclusive de Jean, Bruno e Carlinhos), o Flu se aproveitou da confusão na retaguarda rubro-negra e criou três ótimas chances antes do minuto 20. Sem nenhuma profundidade em seu ataque e incapaz de assustas Cavalieri, o Flamengo começou a trocar seus homens de frente, mas a substituição que deu o que falar veio pelo lado tricolor.

Aos 28, Renato Gaúcho lançou mão de Walter, e o rústico e refinado atacante fez, logo em sua estreia, tudo aquilo que dele se espera. Tabelou, ocupou espaços vazios, balançou as redes aos 40 (em mais uma falha do zagueiro equatoriano Erazo, que bobeou em todos os gols sofridos pelo Fla) e ainda acertou o poste.

O Flamengo, que só conseguiu acionar o artilheiro Hernane para arrematar uma única vez em 90 minutos, quase marcou o seu gol de honra aos 44, com o argentino Mugni. Não seria nada, porém, capaz de abalar a supremacia e a maiúscula vitória verde, branca e grená.

Flamengo: Felipe; Léo Moura, Wallace, Erazo e André Santos; Muralha e Amaral; Everton (Gabriel), Elano (Mugni) e Paulinho (Igor); Hernane. Técnico: Jayme de Almeida.

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Elivélton e Carlinho; Valencia (Wágner), Jean e Diguinho; Conca; Rafael Sóbis (Chiquinho) e Michael (Walter). Técnico: Renato Gaúcho.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

FUTEBOL É ARTE






















Através do expressionismo e do chamado “action painting”, o britânico Ben Mosley busca retratar o drama e a paixão do esporte em suas telas. E o futebol, o bom e velho esporte bretão, não poderia ficar de fora do catálogo de Mosley, o único a ter pintado dois murais no lendário Estádio de Wembley e dono de uma exposição permanente no Club Wembley. Uma de suas mais preciosas obras chama-se “Half Time 1966”, onde o artista retrata o treinador Alf Ramsey e os jogadores da Seleção Inglesa no vestiário de Wembley, durante o intervalo da final da Copa do Mundo de 1966, contra a Alemanha. A Inglaterra, anfitriã do Mundial, venceria a partida por 4 a 2 e acabaria como a grande Campeã.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

COPA LIBERTADORES 2014 – BOTAFOGO X DEPORTIVO QUITO


Botafogo 4 x 0 Deportivo Quito – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Artilheiro da Libertadores de 2011, Wallyson marca três vezes e Fogão se garante na fase de grupos do principal torneio sul-americano com goleada sobre o Deportivo Quito.

Diante de uma partida que envolve toda a tensão de um mata-mata e a obrigação de reverter uma desvantagem, o Botafogo poderia ter optado por um jogo mais jogado, com bola no chão. Para isso, porém, seriam necessários entrosamento e treinamento que o Fogo atual ainda não tem. A saída, então, foi apostar num ritmo mais intenso, explorando bolas longas e cruzamentos sobre a área equatoriana.

Na primeira etapa, com Wallyson e Lodeiro ligados, Edilson e Jorge Wagner calibrados e Ferreyra de referência, foi sempre nas bolas aéreas, que o Bota construiu os seus melhores momentos. Lodeiro e Ferreyra cabecearam com perigo, o mesmo Ferreyra acertou o poste e Wallyson, aos 36, aproveitou cruzamento de Edilson e desvio de Jorge Wagner para, num belíssimo arremate, abrir o escore.

Com o gol, o Deportivo Quito, sempre postado com duas linhas de quatro e uma fisicamente forte dupla de centroavantes (Calderón/Estupiñán) para prender a atenção de Dória e Bolívar, foi às cordas como um boxeador atordoado. Porém, conseguiu chegar ao intervalo com o placar que levaria o jogo para as penalidades e o pensamento de que dos males possíveis acontecera o menor.

À primeira vista, a etapa final não se mostrava promissora para o Botafogo, que passou a encontrar problemas até para alçar a redonda na zona do agrião e começou a cometer faltas duras e reclamar com a arbitragem. Mais aflita, a torcida já se irritava com as seguidas falhas técnicas do centroavante Ferreyra, e pedia cada vez mais alto por Elias. Elias veio, e o jogo mudou. E como mudou!

Primeiro, aos 21, ele deu vida a um contra-ataque que terminou em passe de Lodeiro e drible e finalização perfeita de Wallyson. Aos 34, quando o Bota recuava perigosamente seduzido pela sensação prematura de dever cumprido, foi o próprio Elias quem acionou o herói da noite. Mais um de Wallyson: três a zero. Já nos acréscimos, ele voltou a ser decisivo ao dar assistência de cabeça para Henrique fechar uma vitória maiúscula e que embala o Fogão rumo a uma sempre traiçoeira fase de grupos de Libertadores.

Botafogo: Jefferson; Edílson, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos e Gabriel; Wallyson (Henrique), Lodeiro e Jorge Wagner (Rodrigo Souto); Ferreyra (Elias). Técnico: Eduardo Hungaro.

Deportivo Quito: Ramirez; Chinga, Bonjour, Romero e Vayas; Andrade, Olivo (Bravo), Feraud (Morales)e Vega; Calderón e Estupiñán (Lara). Técnico: Garay.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

NOMES DOS ESTÁDIOS - MOÇA BONITA

Todos conhecem o simpático estádio do Bangu Atlético Clube como Estádio Moça Bonita, pois, quando de sua inauguração, em 1947, se localizava na região da estação ferroviária de Moça Bonita. Abre parêntese. O local era conhecido como Moça Bonita pois lá vivia uma belíssima mulher que encantava os cadetes da Escola de Realengo. Fecha parêntese. O nome oficial do estádio, porém, é uma homenagem a um dos mais importantes personagens da história do “clube proletário”: Guilherme da Silveira Filho. Dr. Silveirinha, como ficou carinhosamente conhecido, era filho de Manoel Guilherme da Silveira Filho, Ministro da Fazenda entre 1949 e 1951, três vezes Presidente do Banco do Brasil e Presidente da Companhia Progresso Industrial do Brasil, que possui uma ligação mais do que íntima com a vida banguense. Guilherme da Silveira Filho assumiu a presidência do Bangu em 1937, e lá ficou até 1949, sendo, assim, aquele que por mais tempo exerceu o cargo na história do clube. Foi durante seu comando que o clube construiu o novo estádio, após a impossibilidade de continuar mandando suas partidas no tradicionalíssimo Estádio da Rua Ferrer. O desejo do Dr. Silveirinha era que a nova casa alvirrubra fosse chamada de Estádio Proletário. Hoje, porém, seu desejo se mistura a uma homenagem e o palco possui o nome de Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho.  

domingo, 2 de fevereiro de 2014

CAMPEONATO CARIOCA 2014 – 5ª RODADA – VASCO X BOTAFOGO


Vasco 1 x 0 Botafogo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Vasco bate reservas do Botafogo por 1 a 0 e chega à terceira vitória consecutiva no Carioca.

Independentemente da derrota, vale gastar algumas linhas para criticar a opção do Botafogo de escalar uma equipe reserva. Diante da desentrosada e desértica apresentação contra o Deportivo, em Quito, na última quarta, seria muito mais válido ao Bota a repetição da equipe titular diante do Vasco, para, assim, dar mais ritmo, conhecimento e padrão ao time.

Com a pelota rolando, não seria exagero dizer que o primeiro tempo foi pra lá de sonolento, tamanha a lentidão das equipes. Ligeiramente com mais sede de vitória, o Vasco, principalmente pelo flanco esquerdo de seu ataque, causou um certo desgaste nas luvas do goleiro Renan, que precisou realizar saídas pelo alto e defesas em finalizações de Edmílson e Fellipe Bastos. O Botafogo... Bom, sem inspiração individual e coletiva, encontrou enormes dificuldades para organizar algo próximo de uma trama ofensiva.

O clássico voltou para a etapa final com um Botafogo um pouquinho – bem pouco – mais interessado em atacar (Gegê cobrou bela falta para também bela defesa de Martín Silva), mas nada que aumentasse o volume da partida. Emoção mesmo, o espectador só viria a ter por um pequeno período perto do minuto 30. Primeiro, aos 27, Elias desperdiçou a melhor chance de gol botafoguense ao cabecear livre, leve e solto, para fora. Menos de dois minutos depois, aos 29, o centroavante Thalles (que entrara no lugar de Fellipe Bastos, numa substituição ousada para o padrão Adilson Batista) completou de cuca uma bela jogada do Edmílson, que ganhou todos os duelos individuais com o zagueiro Dankler.

Em desvantagem, o Bota até tentou se lançar mais à frente, mas a raça de Guinãzu, a competência do zagueiro Rodrigo e a segurança do goleiro Silva, todos os três em ótima jornada, foram suficientes para garantir uma nova vitória ao Vasco. Já o Botafogo, com cinco pontos em cinco rodadas, paga o preço por um planejamento que ignora o torneio por completo.
  
Vasco: Martín Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Marlon; Aranda, Guiñazu e Fellipe Bastos (Thalles); Bernardo (Pedro Ken); William Barbio e Edmílson (Danilo). Técnico: Adilson Batista.

Botafogo: Renan; Alex, Dankler, André Bahia e Anderson; Rodrigo Souto e Fabiano; Otávio (Wallyson), Renato (Daniel), Gegê (Henrique); Elias. Técnico: Eduardo Hungaro.