quinta-feira, 31 de março de 2011

O LABORATÓRIO RUBRO NEGRO

Um assunto muito discutido em debates esportivos atualmente é o calendário do futebol brasileiro. Com Campeonatos Estaduais longos e a Copa do Brasil tendo que ocorrer em apenas um semestre – diferente das Copas Européias – os clubes nacionais possuem pré-temporadas nanicas e o resultado é sentido nos primeiros meses do ano. A coluna “Papo Cabeça” de hoje não é para propor uma nova forma de calendário ou exigir o fim dos Estaduais, o que diga-se de passagem eu nunca faria, pois sou um defensor deste tipo de torneio. O ponto que quero tocar hoje é o mal uso dos Estaduais e do início da Copa do Brasil pelo Flamengo.

Como citei anteriormente, é um fato inegavél que os clubes brasileiros possuem pré-temporadas menores do que deveriam. Sendo assim, o Campeonato Estadual e as primeiras fases da Copa do Brasil devem ser usadas pelos treinadores para dar padrão tático e físico ao time para o restante da temporada. Não quero dizer aqui que estes dois torneios – o Estadual e a Copa do Brasil – são apenas preparatórios para o Brasileirão, longe disso, porém, por causa do calendário nacional, eles acabam ganhando também este status.

Matutando sozinho esta semana, cheguei à conclusão de que o Flamengo praticamente não evoluiu na questão tática ao longo destes primeiros meses de futebol em 2011, o que pode atrapalhar o restante da temporada. Pelo lado da Gávea, Luxemburgo transformou o Flamengo em um verdadeiro laboratório. Hoje, nenhum torcedor rubro negro sabe escalar seu time de cabeça. As dúvidas são variadas. Seriam dois ou três zagueiros? O Egídio será lateral ou o Renato Abreu será ala? O Negueba continuará transitando entre os juniores e os profissionais? O Ronaldinho voltará a ser centroavante ou Deivid e Wanderley brigarão pela posição? Por que o Bottinelli foi titular por seguidas partidas e no último duelo contra o Madureira o Luxemburgo escalou o Lorran e o Galhardo no meio-campo? Apesar de os bons resultados estarem aparecendo, como o título da Taça Guanabara e duas vitórias por 3 x 0 pela Copa do Brasil, o Flamengo está longe, muito longe, de um padrão tático.

Nesta altura da temporada, o Flamengo já deveria possuir uma equipe base, com esquema tático definido. Pelo fato de o Rubro Negro ter vencido a Taça Guanabara, até concordo que, durante a Taça Rio, o Luxemburgo devesse realizar alguns testes no time, escalando alguns jogadores que se destacaram na Copinha e descobrindo os reservas que poderão ser mais úteis. Porém, o Flamengo está caminhando para o seu vigésimo jogo no ano e, taticamente, parece não ter jogado nem cinco. Se a falta de pré-temporada prejudica – e muito! – o Flamengo e todos os clubes brasileiros, as comissões técnicas devem aprender a viver com isto e a dançar de acordo com a música.

quarta-feira, 30 de março de 2011

COPA DO BRASIL 2011 - 2ª FASE

Paraná 1 x 2 Botafogo – Estádio Durival de Britto, Curitiba (PR)


No primeiro jogo sob comando do Caio Junior, o Botafogo venceu o Paraná por 2 x 1, resultado que, apesar de deixar a equipe com a classificação bem encaminhada, não foi o suficiente para eliminar a partida de volta.


Em sua estréia pelo Botafogo, o treinador Caio Junior, buscando colocar em campo uma equipe de mentalidade ofensiva, escalou o “Glorioso” no 4-2-2-2 com: Jefferson, Alessandro, Antônio Carlos, Márcio Rosário e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos e Rodrigo Mancha; Somália e Éverton; Caio e Herrera. Pelo lado do Paraná, o ex-goleiro e agora técnico Ricardo Pinto esquematizou sua equipe no 4-2-3-1 com: Thiago Rodrigues; Paulo Henrique, Leandro Castán, Rodrigo Defendi e Henrique; Luiz Camargo e Anderson; Lima, Diego e Kelvin; Léo. Do tripé de meias tricolor, o Lima era quem mais auxiliava na marcação.

Com Somália e Éverton responsáveis pela armação das tramas ofensivas e a dupla Herrera/Caio no comando do ataque, o Botafogo iniciou o duelo mais presente no campo ofensivo do que o Paraná e com 10 minutos já havia assustado o goleiro Thiago Rodrigues em arremates do Herrera e do Márcio Rosário. O resultado da melhor postura ofensiva alvinegra veio aos 15 minutos, quando Somália cobrou córner e o zagueiro Antônio Carlos, uma das principais armas de ataque do Fogão, sacudiu o barbante de cabeça. Porém, o torcedor botafoguense nem havia terminado de comemorar o gol marcado, o Paraná empatou o escore na mesma moeda, com o Lima batendo escanteio e o zagueiro Rodrigo Defendi completando de cabeça pro fundo do gol.

Com a igualdade no placar, o Botafogo não apresentou mais o mesmo ímpeto ofensivo dos minutos iniciais e, apesar de três finalizações do Éverton, o jogador mais produtivo da equipe, encontrou dificuldades para arquitetar boas tramas de ataque. Enquanto isso, o Paraná, na base da velocidade de seus homens de frente, tentava assustar o goleiro Jefferson, o que conseguiu aos 44 minutos em assistência do Diego e finalização do Léo. Já nos acréscimos da 1ª etapa, o volante paranaense Luiz Camargo agrediu o Herrera com o jogo parado e foi justamente expulso.

Para o 2º tempo, Caio Junior sacou o volante Rodrigo Mancha e colocou o garoto Willian, procurando explorar a vantagem de ter um homem a mais. O estreante treinador não imaginava, porém, que o resultado seria tão imediato, com o Willian aproveitando uma falha do inseguro goleiro Thiago Rodrigues, após arremate do Somália, para recolocar o Fogão na frente. Caio Junior também não esperava que o Somália, com apenas 2 minutinhos da 2ª etapa, passasse a vassoura no Diego, recebesse o segundo cartão amarelo e fosse mais cedo para o chuveiro.

Com 10 homens de cada lado, não havia nenhum motivo para o Botafogo recuar e segurar o resultado ao invés de buscar a vitória por dois gols de diferença, vitória esta que eliminaria o jogo de volta. No entanto, foi esta a postura adotada pelo Alvinegro, que até o apito final só iria organizar um bom ataque, através de uma arrancada do Willian que terminou com um chute para fora. Para se ter uma idéia de como a vitória por apenas um gol estava satisfazendo o Botafogo, o lateral Alessandro recebeu cartão amarelo aos 23 minutos por retardar uma cobrança de lateral. Como o Paraná, apesar de ter se esforçado para alcançar o empate, possui grandes limitações técnicas, o 2º tempo foi pobre em oportunidades de gols e o placar terminou com a vitória alvinegra por 2 x 1.

Para aqueles torcedores botafoguenses que pegavam no pé do ex-treinador Joel Santana e o chamavam de retranqueiro, a estréia do Caio Junior nem passou perto de saciar a vontade do torcedor de uma equipe ofensiva. Entre o segundo gol marcado, com 1 minuto da 2ª etapa, e o apito final, o Bota criou apenas uma chance de gol. Não estou querendo criticar o treinador Caio Junior, até porque ele está no comando da equipe há menos de uma semana. O que quero dizer é que o time ofensivo que o torcedor alvinegro tanto sonha não chegará do dia para noite. Será preciso muito treino e mais jogadores de qualidade.

segunda-feira, 28 de março de 2011

UMA IMAGEM...


Inacreditável! Torcedores do Cúcuta (COL) levam o corpo de Christopher Jácome, jovem de apenas 17 anos que fora morto dias antes, para uma partida do Campeonato Colombiano.

foto: Agência AFP

domingo, 27 de março de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 5ª RODADA




RESULTADOS


Olaria 2 x 0 Nova Iguaçu / Boavista 0 x 0 Botafogo / América 1 x 2 Duque de Caxias / Resende 5 x 2 Macaé / Cabofriense 0 x 1 Americano / Bangu 2 x 1 Volta Redonda / Flamengo 3 x 3 Madureira / Fluminense 0 x 0 Vasco


Fluminense 0 x 0 Vasco – Engenhão


Em um duelo de baixo nível técnico, Vasco e Fluminense empataram sem gols pela 5ª rodada da Taça Rio. Em termos de tabela, o resultado foi melhor para o Vasco, que se manteve na liderança do Grupo A, enquanto o Fluminense se encontra fora da zona de classificação para a próxima fase.


Precisando dos três pontos para encostar no Botafogo e no Olaria, o treinador Enderson Moreira mandou o Fluminense com força máxima para o clássico, esquematizado no 4-2-2-2 e escalado com: Ricardo Berna, Mariano, Gum, Digão e Júlio César; Valencia, Diguinho, Souza e Conca; Emerson e Fred. Pelo lado vascaíno, Ricardo Gomes decidiu deixar o centroavante recém contratado Alecsandro no banco, repetiu o 4-3-1-2 da vitória sobre o Botafogo e a equipe foi à campo com: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Márcio Careca; Eduardo Costa, Rômulo e Felipe; Bernardo, Éder Luís e Diego Souza.


Do apito inicial até a parada técnica, ou seja, até aproximadamente 20 minutos de jogo, o Fluminense se postou melhor em campo, anulou as ações ofensivas do Vasco e arquitetou duas boas oportunidades de abrir o placar, uma em chute longo do Conca e outra com o Fred, após córner cobrado pelo Souza. Porém, depois do bate-papo com os treinadores, o Vasco voltou muito melhor que o rival e ganhou o controle do clássico. Com o tripé de volantes cruzmaltino, formado por Rômulo, Eduardo Costa e Felipe, dominando o setor de meio-campo e o Bernardo começando a entrar para o jogo, as chances de gols vascaínas não tardaram a aparecer. Até o apito final, o Vasco chegou perto de abrir o placar em arremate do Bernardo, em uma tabelinha pela direita do Bernardo com o zagueiro Anderson Martins, em um contra-ataque iniciado depois de um passe errado do Conca e que terminou com o Éder Luís mandando uma bomba no travessão e, por último, em uma ótima jogada do Rômulo com o Diego Souza que o Bernardo finalizou para linda defesa do Ricardo Berna. Diante das péssimas atuações de peças importantes como Conca, Fred e Mariano, fica fácil entender a fraquíssima 1ª etapa do Flu.


Para o 2º tempo, o treinador Enderson Moreira decidiu sacar o Souza e escalar o Deco, na esperança de que o luso-brasileiro mudasse a cara da equipe, como fez no duelo de quarta-feira pela Libertadores. Porém, o Fluminense nada mudou ofensivamente e continuou sem um pingo de criatividade. Como o Vasco caiu de produção em relação aos primeiros 45 minutos, conseguindo apenas um arremate torto do Éder Luís, aos 24 minutos, o jogo perdeu em emoção e em nível técnico. Nos primeiros 30 minutos desta etapa final, Ricardo Gomes realizou três alterações no Vasco e buscou mudar o sistema ofensivo da equipe, sacando Bernardo, Felipe e Éder Luís para as entradas de Alecsandro, Jeffeson e Leandro. Além de não conseguir aumentar o poder ofensivo de sua equipe, Ricardo Gomes ainda assistiu o Fluminense viver seu melhor momento na partida. Nos últimos 15 minutos de jogo, sempre com arremates longos ou da entrada da área, o Tricolor assustou o goleiro Fernando Prass por quatro vezes, sendo duas com o Júlio César, uma com o Deco e uma com o Conca, mas estas finalizações não foram suficientes para tirar o zero do placar.


Como citado anteriormente, o empate acabou sendo melhor para o Vasco que saiu de campo como líder do equilibrado Grupo A. Já o Fluminense, precisará trabalhar bastante durante esta semana, pois se repetir o volume ofensivo apresentado neste clássico encontrará muitas dificuldades nas sequências do Carioca e da Libertadores.


ENQUANTO ISSO, EM SÃO PAULO...


- No “Clássico Majestoso”, vencido pelos são-paulinos por 2 x 1, o goleiro-artilheiro Rogério Ceni fez história. O São Paulo batia o Corinthians por 1 x 0 quando, aos 8 minutos da 2ª etapa, Rogério cobrou uma falta com sua precisão característica e marcou seu centésimo gol na carreira. Fico muito feliz em poder presenciar este momento que entra para os anais do futebol brasileiro e mundial. Deixo aqui as congratulações para este genial goleiro e verdeiro mestre das bolas paradas. Parabéns, Rogério Ceni!!!

AMISTOSO INTERNACIONAL - BRASIL X ESCÓCIA

Brasil 2 x 0 Escócia – Emirates Stadium, Londres (ING)


Com dois gols e uma grande atuação do Neymar, o Brasil não encontrou problemas para bater a Escócia e reencontrar a vitória após duas derrotas consecutivas.


Para o amistoso, Mano Menezes decidiu mandar o Brasil à campo esquematizado em um 4-3-3 com: Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires e Elano; Jádson, Neymar e Leandro Damião. Algumas vezes o Jádson saía da ponta-direita para o meio e deixava de realizar o papel de terceiro atacante, mas no geral a Seleção contou com um tripé ofensivo. Pelo lado dos escoceses, um cauteloso 4-1-4-1 para tentar segurar Neymar e cia escalado com: Mc Gregor; Hutton, Caldwell, Berra e Crayney; Adam; Brown, Morrison, Mc Arthur e Whittaker; Miller.


A primeira análise que costumo realizar após uma partida amistosa da nossa Seleção é se o confronto foi válido para o crescimento do nosso time. Neste duelo, apesar da grande fragilidade dos escoceses, pode-se dizer que o amistoso foi positivo para a equipe do Mano Menezes principalmente por dar familiaridade com a camisa amarela para jogadores como Neymar – que parece conhecer a “Amarelinha” desde o berço – o garoto são-paulino Lucas, Leandro Damião, Jádson e outros.


Com a pelota rolando, o Brasil dominou o duelo integralmente e alternou momentos de maior e menor pressão sobre o rival. No 1º tempo, a Seleção criou raízes no campo de ataque e conseguiu arquitetar duas excelentes oportunidades de gols em um arremate do Jádson de dentro da área e uma cabeçada do Leandro Damião que tocou no travessão, ambas em assistências do Elano, que realizou bela etapa. Quem também esteve bem nos primeiros 45 minutos foi o Neymar, que sempre aberto pela esquerda incomodou a defesa escocesa e, aos 41 minutos, abriu o placar finalizando com perfeição uma bola que não era nada fácil.


Logo nos primeiros segundos após o intervalo, o Brasil esteve perto de aumentar a vantagem a partir de uma tática que deu certo praticamente todo o jogo: a marcação no campo de ataque. Primeiro, quando o relógio ainda nem marcava 1 minuto, Lucas roubou a redonda e Neymar arrancou para chutar de fora da área no travessão. Poucos segundos depois foi a vez de Ramires aproveitar bobeada da apavorada defesa escocesa e quase sacudir o barbante. Até os 25 minutos, o Brasil ainda foi perigoso em um arremate torto do Ramires, que surgiu após bela jogada do Jádson com o Daniel Alves, e em nova cabeçada do Leandro Damião, que entende bastante do assunto bola aérea. No entanto, a Seleção passou a se tornar mais impetuosa e com presença ofensiva após a primeira substituição realizada pelo Mano Menezes, a entrada do são-paulino Lucas no lugar do Jádson, aos 26 minutos. Muito participativo e com jogadas sempre verticais, Lucas aterrorizou os escoceses e recheou ainda mais o seu cartão de visitas que começou a ser apresentado no Sul-Americano Sub-20. O segundo gol da vitória brazuca saiu aos 31 minutos, em pênalti sofrido e convertido pelo Neymar, o nome do jogo. Com o 2 x 0 no placar, ainda restou tempo para o ex-gremista Jonas desperdiçar duas boas chances.


Muito se repete que os jovens Lucas, Neymar e Leandro Damião possuem idade olímpica. No entanto, apesar de eu considerar a busca pelo inédito ouro olímpico de suma importância, estes jogadores devem ser pensados como sendo da equipe principal. No difícil amistoso de junho contra a Holanda e na Copa América da Argentina a Seleção irá necessitar bastante do futebol destes garotos. E eu confio cada vez mais neles.

sexta-feira, 25 de março de 2011

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Esse "Palmeiras - Um Caso de Amor" tem por objetivo contar a história do Alviverde Imponente de maneira leve e descontraída, utilizando um romance impossível como ferramenta. De tão divertido que é, esta obra chegou à telona através do filme "O casamento de Romeu e Julieta". Se você quiser aprender futebol e dar muitas gargalhadas, ler este livro é uma excelente maneira.




Palmeiras - Um Caso de Amor
Autor: Mario Prata
Editora: Ediouro

quinta-feira, 24 de março de 2011

COPA LIBERTADORES 2011 - FASE DE GRUPOS




Fluminense 3 x 2 América (MEX) – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Os “Guerreiros Tricolores” venceram a primeira batalha! Com uma atuação repleta de garra, vontade e suor, o Fluminense superou os problemas defensivos e venceu o América por 3 x 2, em duelo que além de emocionante contou com o retorno triunfal do meia Deco.

Para este jogo essencial para o Fluminense na Libertadores, o treinador interino fixo Enderson Moreira – existe este cargo? – mandou a equipe à campo organizada em um 4-4-2 com dois volantes e dois meias e a seguinte escalação: Ricardo Berna; Mariano, Gum, Digão e Júlio César; Diguinho, Valencia, Souza e Conca; Fred e Emerson. Pelo lado mexicano, o técnico Carlos Reinoso não pôde contar com um dos principais craques do time, o goleiro Ochoa, convocado para a Seleção Mexicana, e o América entrou em campo esquematizado no 4-3-2-1 com: Navarrete; Layún, Cervantes, Valenzuela e Rojas; Pardo, Rosinei e Olivera; Montenegro, Sánchez e Vuoso.

O confronto ainda nem havia ganhado uma cara quando o torcedor tricolor recebeu o primeiro motivo para ficar desesperado. Aos 14 minutos, após um chutão para frente, o goleiro Ricardo Berna trombou com o zagueiro Digão em lance digno dos “Trapalhões” e a redonda sobrou livre para o Sánchez abrir o placar. Os tricolores partiram para cima do árbitro e do bandeira, pedindo falta sobre o goleiro Flu, mas o fato é que o lance foi limpo e o juiz acertou ao confirmar o tento. A desvantagem no escore tinha tudo para deixar os jogadores do Flu mais nervosos do que deveriam, porém o empate não tardou a chegar. O relógio marcava 20 minutos quando Conca alçou a pelota na área e Gum a cabeceou para o fundo do gol. Daí até o final da 1ª etapa, o Fluminense controlarou as ações ofensivas, apesar de não levar perigo ao goleiro Navarrete. O melhor momento do Flu, aquele no qual a virada esteve mais próxima, ocorreu após os 40 minutos, quando Souza arriscou um belo arremate de fora da área e obrigou o Navarrete a trabalhar. No entanto, provando que o Tricolor não poderia deixar de ter atenção defensiva na etapa final, o meia Montenegro quase marcou o segundo gol mexicano, aos 45 minutos, depois de receber a pelota dentro da área.

Para o 2º tempo, o Fluminense retornou com o mesmo onze inicial, porém o treinador Enderson teve que realizar uma alteração logo aos 7 minutos, quando Mariano se contundiu e deu lugar o Deco, com o Souza sendo deslocado para a lateral-direita. Esta modificação seria responsável pela vitória tricolor, mas antes disso o torcedor ainda teria mais motivos para arrancar as unhas. A partida transcorria sem nenhuma das equipes conseguir arquitetar uma oportunidade de gol, com o Fluminense conseguindo apenas cruzar bolas na área e o América se defendendo sem encaixar um contra-golpe. Foi neste panorama que, aos 27 minutos, Sánchez avançou pela direita, cruzou a pelota na área e Ricardo Berna e Digão novamente falharam, com o goleiro apenas assistindo a redonda passar e o zagueiro empurrando-a para o próprio gol. Desta vez foi digno do seriado “Chaves”.

Só restava ao Fluminense atacar com tudo e, se Rafael Moura havia entrado poucos minutos antes no lugar do cansado Emerson, agora seria a vez de Araújo substituir o improdutivo Júlio César. E o Fluzão conseguiu o que se desenhava muito improvável e virou o placar em dois ótimos lances do meia Deco. Primeiro, o luso-brasileiro colocou a redonda cheia de açúcar na cabeça do Araújo, aos 34 minutos, e o atacante empatou o duelo. Depois, já aos 42 minutos, Deco aproveitou um desvio de cabeça do Fred e uma bobeada da defesa rival para tocar a bola com muita inteligência por cima do goleiro e dar a vitória ao Fluminense.

A situação do Fluminense ainda é bastante difícil, já que os dois próximos jogos serão fora de casa. Porém, a primeira das três batalhas já foi superada, e o atual Campeão Brasileiro tem tudo para conseguir, mais uma vez, realizar um feito que parecia impossível.

terça-feira, 22 de março de 2011

UMA IMAGEM...



FORÇA JAPÃO!!!

Foto: Roslan Rahman

segunda-feira, 21 de março de 2011

PREMIER LEAGUE 2010/2011 - 30ª RODADA




RESULTADOS

Tottenham 0 - 0 West Ham
Aston Villa 0 - 1 Wolverhampton
Blackburn 2 - 2 Blackpool
Manchester United 1 - 0 Bolton
Stoke City 4 - 0 Newcastle
West Bromwich 2 - 2 Arsenal
Wigan 2 - 1 Birmingham
Everton 2 - 1 Fulham
Sunderland 0 - 2 Liverpool
Chelsea 2 - 0 Manchester City

ARTILHEIROS

20 gols

Dimitar Berbatov (Manchester United)
18 gols
Carlos Tévez (Manchester City)
11 gols
Andy Carrol (Liverpool)
Darren Bent (Aston Villa)
Kevin Nolan (Newcastle)
Robin van Persie (Arsenal)

GIRANDO PELA “TERRA DA RAINHA”

- Depois de apenas empatar com o Sunderland na última rodada, o Arsenal não passou de um 2 x 2 contra o West Bromwich, atual 16º colocado na tabela. Com estes dois empates, o Arsenal deixou de acumular 4 pontos que o deixariam com 62 pontos, apenas um atrás do líder Manchester United, além de uma partida a menos do que os “Diabos Vermelhos”. Depois de perder a final da Copa da Liga Inglesa e ser eliminado da Copa da Inglaterra e da Champions League em um curto espaço, o Arsenal começa a dar sinais de que não será nesta temporada que a seca de títulos - não conquista um desde 2005 - irá acabar.

- Com uma atuação gigantesca do zagueiro David Luiz e um golaçoaçoaço do Ramires, o Chelsea bateu um acuado e inofensivo Manchester City e alcançou a 3ª colocação na tabela. Dono do jogo por praticamente todo o tempo, principalmente na etapa final, o Chelsea só conseguiu superar a forte defesa do City faltando menos de 15 minutos para o fim do confronto, quando Drogba cruzou a bola na área e David Luiz sacudiu o filó. Assim como na vitória diante do Manchester United, David Luiz esteve muito seguro defensivamente e marcou um importantíssimo gol. Se manter o ritmo, não demorará para se tornar um grande ídolo dos “Blues”. Já no fechar das cortinas, Ramires pegou a pelota na meiúca, costurou a defesa rival e balançou as redes. Se não foi uma grande partida do ex-cruzeirense, esta obra prima merece todos os elogios. Por fim, uma cornetada no treinador do Chelsea Carlo Ancelotti: é inviável deixar o Drogba no banco de reservas para escalar um Fernando Torres que esta mais perdido do que surdo em bingo.

- Voltando ao tema que escrevi na última rodada, a briga contra a degola está pegando fogo. A diferença de apenas três pontinhos entre o lanterna Wigan e o 13º colocado Blacburn é impressionante. Na rabeira da tabela, tudo está encaminhado para uma luta duríssima até a última rodada.

domingo, 20 de março de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 4ª RODADA



RESULTADOS
Nova Iguaçu 1 x 2 Duque de Caxias
Americano 2 x 1 Madureira
Volta Redonda 2 x 1 Macaé
Olaria 1 x 0 América
Fluminense 0 x 2 Boavista
Cabofriense 0 x 0 Flamengo
Bangu 0 x 1 Resende
Vasco 2 x 0 Botafogo

Vasco 2 x 0 Botafogo – Engenhão

Na estréia do Diego Souza o Vasco realizou uma grande partida e venceu o Botafogo por 2 x 0. Com o triunfo, o Cruzmaltino assumiu a liderança do Grupo A da Taça Rio e, para a maior alegria do seu torcedor, deixou o Flamengo fora da zona de classificação.

A opção escolhida pelo treinador Ricardo Gomes para encaixar o Diego Souza na equipe vascaína foi colocar o estreante no comando do ataque. Sendo assim, o Vasco entrou em campo esquematizado no 4-3-1-2 com: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramón; Eduardo Costa, Rômulo e Felipe; Bernardo, Éder Luís e Diego Souza. Pelo Botafogo, Joel Santana adotou um esquema semelhante ao do rival, iniciando a partida com: Jefferson; Lucas, João Felipe, Márcio Rosário e Márcio Azevedo; Somália, Rodrigo Mancha e Arévalo Ríos; Éverton, Herrera e Loco Abreu.

Os primeiros 45 minutos de jogo foram completamente dominados pelo Vasco, que, se não foi um primor ofensivo, apresentou um futebol muito melhor do que o Botafogo. Dois foram os principais pontos ofensivos do 1º tempo vascaíno. O primeiro está na boa atuação do sistema defensivo que conseguiu anular a principal arma de ataque do Botafogo, a bola alçada na área buscando o Loco Abreu. O outro ponto positivo do Vasco foi a dinâmica ofensiva apresentada pela equipe, que arquitetou oportunidades de gols de diversas maneiras. Teve linda assistência do Bernardo que o Éder Luís chutou em cima do Jefferson, avanço do Eduardo Costa que terminou com um chute cruzado que o Diego Souza quase desviou para o fundo das redes, lindo passe do Ramón para o Éder Luís obrigar o Jéferson a mais uma difícil defesa, cabeceada do zagueiro Anderson Martins após cóner cobrado pelo Bernardo, e, por fim, chute longo e perigoso do Ramón. Resumo da ópera: enquanto o Vasco apresentou boa produtividade ofensiva, apesar de pecar nas finalizações, o Botafogo foi um verdadeiro sertão no seu campo de ataque, conseguindo apenas um chute longo do Arévalo Ríos e um gol do Herrera em impedimento corretamente assinalado.

Para a 2ª etapa, ambas as equipes retornaram com o mesmo onze inicial, com o Botafogo apresentando um poder de ataque um pouco maior. No entanto, o “Glorioso” estava tão mal, mas tão mal, que a leve melhora não foi suficiente para assustar o goleiro Fernando Prass. Por outro lado, o Vasco, mesmo sem o mesmo ímpeto de antes do intervalo, abriu o placar aos 13 minutos, quando o estreante Diego Souza aproveitou uma falha gigante da dupla João Felipe / Márcio Rosário, driblou o goleiro Jefferson e empurrou a redonda pro fundo do gol. Joel Santana rapidamente substituiu os improdutivos laterais Lucas e Márcio Azevedo por Caio e Marcelo Mattos e assim o Botafogo tentaria o empate utilizando Caio e Somália pelas laterais. No entanto, a vantagem no escore fez um bem danado ao Vasco, que conseguiu controlar o jogo com facilidade e ampliou o placar aos 25 minutos em um golaço de meia bicicleta do Éder Luís, após cruzamento do Bernardo e desvio do Dedé.

Com 2 x 0 no placar, o Botafogo conseguiu a façanha de se desorganizar mais ainda na busca pelo improvável empate. Nos últimos 15 minutos do duelo, o Vasco esteve mais perto de ampliar o marcador do que o Botafogo de diminuí-lo, com Diego Souza, Bernardo e Felipe Bastos não chegando às redes por pouco, enquanto o Fogão só produziu uma boa jogada, finalizada para fora pelo Somália.

Além dos três pontos conquistados, essa vitória no clássico foi importantíssima para o moral do elenco vascaíno. Como também foi muito importante a boa estréia do Diego Souza, que se apresentar o futebol de seus melhores dias tem tudo para se tornar um grande ídolo do torcedor vascaíno.

JOGADA RÁPIDA!

- Sem contar com a dupla Ronaldinho / Thiago Neves, o Flamengo não conseguiu ser produtivo o suficiente para marcar um golzinho no Cabofriense e saiu de campo com o placar mudo. Será que o Rubro Negro se tornará uma equipe tão dependente da sua dupla de craques?

- No sábado, o “borbulhante” Fluminense foi derrotado por 2 x 0 pelo Boavista. Duas constatações não podem deixar de ser feitas: o Fluminense está destruído psicologicamente e o Boavista possui um ótimo time.

quinta-feira, 17 de março de 2011

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Este "Os 50 Maiores Jogos da Copa do Mundo", do excelente Paulo Vinícius Coelho, conta de maneira agradavél e bastante informativa a história dos duelos mais marcantes dos Mundiais. Leitura rápida, divertiva e de grande valor.





Os 50 Maiores Jogos da Copa do Mundo
Autor: Paulo Vinícius Coelho
Editora: Panda Books

COPA DO BRASIL 2011 - 2ª FASE

Fortaleza 0 x 3 Flamengo – Castelão, Fortaleza (CE)

Com muita autoridade e tranquilidade o Flamengo bateu o Fortaleza por 3 x 0 e conquistou a vaga para a fase oitavas de final da Copa do Brasil.

De maneira até certo ponto surpreendente, Luxemburgo decidiu mandar o Flamengo à campo organizado no esquema da moda pelo mundo, o 4-2-3-1, com: Felipe; Léo Moura, Welinton, David e Egídio; Maldonado e Willians; Thiago Neves, Ronaldinho e Renato; Wanderley. Pelo lado do Fortaleza, o treinador Flávio Araújo escalou sua equipe no 4-4-2 com: Fabiano; Rovieri, Plínio, Gilmak e Guto; Régis, Marcos Paulo, Bismarck e Luciano Araújo; Reginaldo Júnior e Léo Andrade.

O Fortaleza até iniciou a partida apresentando um razoável futebol ofensivo, dando trabalho ao goleiro Felipe logo aos 2 minutos, em um bom arremate do Bismarck, conseguindo segurar a pelota no campo de ataque e incomodando nos escanteios. Até o relógio apontar 20 minutos, o Flamengo não havia conseguido organizar sequer uma trama ofensiva com a bola rolando, levando perigo à defesa tricolor apenas em uma falta cobrada pelo Ronaldinho que o zagueiro David finalizou para fora. No entanto, bastou o tripé de meias rubro negro acertar sua primeira jogada para conseguir chegar às redes, quando Ronaldinho deu passe para Thiago Neves e este uma linda assistência para o Renato mandar uma bomba – de pé direito! – e abrir o placar. Em desvantagem no escore, o Fortaleza sumiu do campo ofensivo, e como o Flamengo não estava disposto a forçar o ritmo o duelo foi para o intervalo com o placar de 1 x 0.

A 2ª etapa, que iniciou com o Renato mandando um arremate que passou perto do poste, foi um espelho da segunda metade do 1º tempo, ou seja, contou com um Fortaleza sem ter idéia de como arquitetar uma jogada de ataque e o Flamengo dominando o jogo mesmo sem se esforçar para isto. Foi neste panorama que, aos 14 minutos, Ronaldinho cruzou a bola na área, Thiago Neves errou uma finalização de voleio e a redonda sobrou livre para Wanderley a empurrar para o fundo do gol. Com o placar que desejava, a vitória por dois gols que elimina o jogo de volta, o Flamengo apenas esperou o tempo passar, sendo incomodado apenas em um chute longo do zagueiro Gilmak que o Felipe se equivocou e rebateu para o meio da área. Já no fim do confronto, Luxemburgo sacou o Thiago Neves, que a cada rodada que passa se torna mais essencial para a equipe, e colocou o Diego Maurício. Resultado: o “Drogbinha” entrou voando, deu passe para o zagueiro Welinton quase sacudir o barbante e deixou sua marca após grande lance do Ronaldinho. Apesar de não ter buscado o jogo com a frequência das partidas anteriores, Ronaldinho participou das três jogadas de gols do Rubro Negro e, portanto, foi importantíssimo para o triunfo.

Sem a necessidade do jogo de volta, o Flamengo ganha mais tempo de treinamento, o que será de grande valia para o Luxemburgo decidir qual deve ser a formação de ataque da equipe. O fato é que mesmo sem a definição do titular entre Negueba, Bottinelli e Wanderley, o Fla permanece invicto na temporada.

segunda-feira, 14 de março de 2011

FIGURINHA CARIMBADA - SIDNEY PULLEN




NOME Sidney Pullen

DATA DE NASCIMENTO 14 de julho de 1885

FALECIMENTO na década de 50

POSIÇÃO

Atuou em diversas posições, dentre elas de center-half e de inside-foward, o que podemos aproximar, grosseiramente, para volante e meia, respectivamente.

CLUBES
Paissandu – RJ (1910 a 1914)
Flamengo (1914 a 1925)

SELEÇÃO BRASILEIRA

3 jogos

TÍTULOS
Campeonato Carioca – 1912 – Paissandu
Campeonato Carioca – 1914, 1915, 1920 e 1921 – Flamengo

DESTAQUES

- Em seus primeiros anos de existência no Brasil, o futebol foi enormemente influenciado pelos ingleses. Não era para menos, já que os ingleses são os “Pais do Futebol” e o esporte começou a se desenvolver por aqui quando Charles Miller retornou de seus estudos na Inglaterra, em 1894, com duas bolas debaixo dos braços e, como ele disse para seu pai, “graduado em futebol”. Nas duas primeiras décadas do século XX, não eram somente jogadores britânicos que desfilavam por nossos gramados, mas também existiam “clubes britânicos”, como o São Paulo Athletic Club, que conquistou os três primeiros Campeonatos Paulistas, o Rio Cricket and Athletic Association e do Paissandu Cricket Club, estes dois no Rio de Janeiro. E é justamente no Paissandu que se inicía a história do nosso “Figurinha Carimbada” da vez, Sidney Pullen.

- Nascido em Southampton, em 1885, Sidney Pullen chegou no Brasil ainda criança, após seu pai ser transferido para uma fábrica no Rio de Janeiro. Com apenas 15 anos de idade, em 1910, ele já defendia as cores do Paissandu e, dois anos mais tarde, entrou para a história ao conquistar o Campeonato Carioca de 1912 pelo clube azul e branco. E este não foi um campeonato qualquer. Com certeza você já deve ter escutado ou lido a frase: “O Flamengo nasceu do Fluminense”. Pois é verdade. No final de 1911, após o Fluminense levantar mais um caneco estadual, oito integrantes decidiram sair do clube e fundar uma seção de futebol no Clube de Regatas do Flamengo, ou seja, o Flamengo que disputou a Carioca de 1912, foi praticamente o Fluminense Campeão de 1911. No entanto, o Paissandu esteve impossível em 1912, com destaques para o inside-foward, como chamavam na época, Sidney Pullen e para o centroavante Harry Robinson, autor de 26 dos 64 gols da equipe no torneio. O Flamengo? Teve que se contentar com o vice-campeonato.

- Se 1912 havia sido um ótimo ano para Sidney Pullen, 1913 não ficaria atrás. Em 1910, aquele que era talvez o principal clube amador da Inglaterra, o Corinthians – que inspirou a fundação do Sport Club Corinthians Paulista – esteve no Brasil em excursão. Os ingleses venceram todos os seus jogos e ainda obtiveram goleadas impressionantes, mesmo se levarmos em consideração o nível do futebol que era jogado por aqui e na “Terra da Rainha”. Um exemplo: Corinthians 10 x 1 Fluminense. Em 1913, o Corinthians voltou ao Brasil em nova excursão, contudo a história foi diferente e desta vez eles retornaram para casa com uma derrota na bagagem. No dia 21 de agosto, a Seleção do Rio de Janeiro, contando com uma atuação inesquecível de Sidney Pullen, conquistou uma Vitória – assim mesmo, com “V” maiúsculo - por 2 x 1. Vejam o que o Jornal do Commercio escreveu sobre a apresentação de Sidney Pullen: “O centro de avante dos brasileiros Mimi, Welfare e Sidney excedeu a toda a expectativa. Estes elementos, quer collectiva, quer individualmente foram de uma actividade à toda prova”. Uma curiosidade: o goleiro do selecionado carioca neste triunfo foi Harry Robinson, o mesmo que fora artilheiro do Carioca de 1912 pelo Paissandu.

- Em 1914, o Paissandu abandonou a prática do futebol e Sidney Pullen foi defender as cores do Flamengo, chegando ao clube junto com seu pai, Hugh Pullen, que mais tarde se tornaria tesoureiro do clube. Foi Hugh Pullen o responsável por importar da Alemanha o uniforme com as cores vermelho, preto e branco e que ficou conhecido como cobra coral. Devido à 1ª Guerra Mundial, o Flamengo decidiu retirar o branco do uniforme, pois vermelho, preto e branco eram as cores da bandeira alemã. De acordo com o livro “Um jogo inteiramente diferente”, o anglo-brasileiro Sidney Pullen (anglo por parte do pai e por ter nascido em Southampton e brasileiro por parte da mãe) foi de considerável influência para a retirada do branco do uniforme flamenguista.

- A história de Sidney Pullen no Flamengo não está relacionada somente com as cores e o uniforme da equipe. Dentro de campo, o craque jogou uma barbaridade e foi um dos principais jogadores da equipe enquanto esteve por lá. Dentre todos os canecos conquistados por ele pelo Fla – de acordo com o site flamengo.com.br foram nada menos do que 16 – os destaques ficam por conta dos quatro Cariocas. Vestindo a camisa rubronegra, Sidney Pullen se sagrou duas vezes Bicampeão Estadual, a primeira em 1914/1915 e a segunda em 1920/1921. Uma curiosidade sobre este grande personagem do mundo da bola: entre os dois Bicampeonatos citados acima, Sidney Pullen lutou pela Inglaterra na 1ª Guerra Mundial.

- As excelentes atuações de Sidney Pullen nos títulos estaduais de 1914 e 1915 o credenciaram a disputar o Campeonato Sul-Americano de 1916, disputado em Buenos Aires, pela Seleção Brasileira. De acordo com a obra “O negro no futebol brasileiro”, escrito pelo Mario Filho, a Seleção encontrou enormes dificuldades para convencer os organizadores do torneio sul-americano que Sidney Pullen era brasileiro: “Os argentinos não acreditaram que um brasileiro tivesse aquele nome bem inglês, aquela cara mais inglesa ainda”. Contudo, nem mesmo a presença de Sidney Pullen em campo evitou que o Uruguai conquistasse o primeiro Sul-Americano de Seleções da história. Vale ressaltar que Sidney Pullen é o único anglo-brasileiro que já vestiu a camisa da nossa Seleção.

REFERÊNCIAS

Um Jogo Inteiramente Diferente – Aidan Hamilton
O Negro no Futebol Brasileiro – Mario Filho
Enciclopédia da Seleção – Ivan Soter

domingo, 13 de março de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 3ª RODADA




RESULTADOS
Boavista 3 x 1 Cabofriense
Resende 1 x 2 Olaria
Botafogo 4 x 0 Americano
América 1 x 3 Bangu
Madureira 2 x 4 Vasco
Duque de Caxias 0 x 0 Volta Redonda
Macaé 0 x 1 Nova Iguaçu
Flamengo 0 x 0 Fluminense

Flamengo 0 x 0 Fluminense – Engenhão

Apesar do placar mudo, Flamengo e Fluminense realizaram um bom clássico no Engenhão, com jogadas esteticamente belas. O empate manteve o Fla na liderança do Grupo A e o Tricolor se encontra, agora, na segunda colocação do Grupo B, dois pontos atrás do Botafogo.

Diferente das últimas partidas, Luxemburgo decidiu sacar o argentino Bottinelli da equipe titular e iniciar o jogo com o garoto Negueba. Sendo assim, o Flamengo adentrou o gramado escalado no 4-3-3 com: Felipe; Léo Moura, Welinton, David e Egídio; Willians, Maldonado e Renato; Negueba, Ronaldinho e Thiago Neves. Pelo lado do Fluminense, Muricy escalou o “Sheik” Emerson pela primeira vez no ano como titular e mandou a equipe para o jogo esquematizada em um 4-4-2 com: Ricardo Berna; Mariano, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Diguinho, Diogo, Marquinho e Conca; Emerson e Rafael Moura.

Nos primeiros 20 minutos do duelo, ou seja, antes da parada técnica, tanto o Flamengo quanto o Fluminense deram mostras de suas armas ofensivas. No Tricolor, Conca deu um forte arremate de fora da área e Emerson aproveitou falha bisonha do zagueiro Welinton para quase abrir o placar em chute cruzado, enquanto, pelo Flamengo, Ronaldinho recebeu passe do Thiago Neves, entortou o Diguinho e chutou a pelota raspando o poste. Após a parada técnica, o Rubronegro, pouco a pouco, se postou melhor ofensivamente do que o seu rival e começou a controlar as ações ofensivas. Em minha opinião, o principal motivo do domínio ofensivo flamenguista após os 20 minutos inicias foi a participação de Renato e Léo Moura na organização das jogadas, principalmente do primeiro. Muito presente no campo ofensivo, Renato participou de todas as oportunidades de gols criadas pelo Flamengo até o intervalo. Primeiro Renato deu passe para Léo Moura cruzar a bola e Ronaldinho cabecear para fora. Mais tarde, já aos 42 minutos, o meia recebeu passe do Egídio e preparou a redonda para Negueba mandar um tijolo e obrigar o Ricardo Berna a realizar grande defesa. Por fim, foi a vez de Renato, em sua principal arma, mandar uma bomba de fora da área e só não sacudir o filó porque o Ricardo Berna se encontrava em grande jornada.

Para a 2ª etapa ambas as equipes retornaram com o mesmo onze, porém o Fluminense começou a trabalhar melhor a bola no ataque. Enquanto nos primeiros 20 minutos do 2º tempo o único lance ofensivo produzido pelo Flamengo foi um bom chute longo do Thiago Neves, o Fluminense levou mais perigo ao goleiro Felipe, duas vezes em arremates do Emerson e em uma cabeçada do Rafael Moura. Além da evolução do Flu nos ataques pela direita, mesmo com o Mariano pecando muito nos cruzamentos, outro fator determinante para o domínio do jogo trocar de lado foi que acabou a pilha do ataque rubronegro. Renato e Léo Moura sumiram do campo ofensivo e o Negueba sentiu fisicamente o ritmo pesado do confronto. O Fluzão melhorou ainda mais com as entradas do Souza e do Araújo, aos 20 minutos, e por muito pouco não balançou as redes em duas finalizações do zagueiro Gum, sendo que em uma delas, após o cruzamento do Mariano, o lateral Egídio salvou o Flamengo em cima da linha. Luxemburgo tentou recolocar sua equipe no jogo com as entradas do Wanderley, do Fierro e do Bottinelli, mas nenhuma delas surtiu efeito e o Fluminense, apesar de não ter criado mais nenhuma oportunidade concreta de conquistar os três pontos, foi melhor ofensivamente até o apito final.

Por várias vezes já escutei que quando uma partida termina empatada sem gols o torcedor perdeu tempo assistindo-a. Nelson Rodrigues, com suas inigualáveis palavras, disse uma vez que “essa virgindade desagradável e irredutível do escore já humilhava o público e, ao mesmo tempo, o enfurecia”. No entanto, acredito que este Fla-Flu, mesmo tendo terminado 0 x 0, foi uma partida que agradou os torcedores em geral, tanto por alguns belos lances de craques como o Conca e o Ronaldinho, como pelo número de oportunidades de gols criadas por ambos os lados.

JOGADA RÁPIDA!

- O Vasco precisou suar muito, mas com uma grande atuação do Felipe e uma melhor ainda do Bernardo, que balançou as redes três vezes, conseguiu bater o Madureira por 4 x 2. Com a vitória o Vasco voltou a figurar na zona de classificação para a próxima fase da Taça Rio.

sexta-feira, 11 de março de 2011

ENTREVISTA COM O EX-ZAGUEIRO GONÇALVES

Olá amigos do FUTEBOLA!

Hoje o blog tem o prazer de postar uma ótima conversa com o ex-zagueiro Gonçalves, que marcou seu nome na história do Botafogo através da conquista de importantes títulos, como o Brasileirão de 1995, e disputou a Copa do Mundo de 1998 com a camisa “canarinho”. Vamos ao bate-papo!

FUTEBOLA: Primeiramente, você poderia falar um pouquinho sobre sua passagem pelo Botafogo?

GONÇALVES: Foi uma passagem muito legal. Uma época em que nós conseguimos ajudar o clube a resgatar a autoestima do seu torcedor com a conquista do Campeonato Brasileiro em 1995, o que eu acho o título mais importante da história do clube. E depois, os outros anos que se sucederam, com outros títulos como o Campeonato Estadual, Torneio Rio-São Paulo, Taça Guanabara, Taça Rio, torneios internacionais. Foi uma época marcante para o torcedor, o meado dos anos 90, com conquistas. O clube forma torcida através de conquistas e este é o legado que fica de nossa passagem pelo clube, destes seis anos que eu defendi o Botafogo.

FUTEBOLA: Foram seis anos de Botafogo, passagens por Flamengo e Seleção Brasileira. Durante sua carreira, quem foi o seu melhor parceiro de defesa?

GONÇALVES: Com o Gottardo eu tive uma relação de confiança e de trabalho muito legal. Ele esteve comigo nas finais do Estadual de 1990 e do Brasileiro de 1995 e foi um jogador com quem eu pude aprender muito durante o tempo de trabalho. Até hoje nós temos uma boa amizade. Profissionalmente foi um zagueiro que marcou. Eu também tive na Seleção o prazer de jogar ao lado do Aldair durante três anos, ele que havia começado comigo no Flamengo.

FUTEBOLA: A sensação de estar em uma Copa do Mundo é a de estar em um torneio importante, difícil, onde a pressão é muito grande, ou é uma sensação que você nunca imaginou viver?

GONÇALVES: É uma sensação de fascínio mesmo, porque só estando numa Copa do Mundo que você tem noção do que representa. Você sente realmente a paixão mundial pelo futebol, a responsabilidade e a importância de defender o seu país. O jogador pode sonhar e imaginar jogar pela Seleção, jogar uma Copa do Mundo, mas só realmente vivendo isso é que se tem a dimensão exata do que significa. Considero que a Copa do Mundo é o ápice da carreira de qualquer jogador profissional e realmente é o evento mais importante do mundo a nível esportivo.

FUTEBOLA: Qual o atacante que fazia você dormir mal na véspera de enfrentá-lo?

GONÇALVES: Existiam bons atacante na minha época. Eu enfrentei duas ou três vezes o Iván Zamorano, um atacante chileno que estava fazendo sucesso no Real Madrid e era muito difícil de se marcar. O próprio time da França também, que a gente teve a oportunidade de jogar um ano antes da Copa em um torneio na França, com Zidane e Thierry [Henry]. São equipes com atacantes de nome. Jogando pela Seleção Brasileira você tem que respeitar, mas eles também têm que te respeitar muito. Sempre tive muita confiança no trabalho, indenpendente da altura. Quando enfrentamos a Noruega, eles tinham um atacante com dois metros de altura, eu era muito mais baixo do que ele e, felizmente, no jogo ele não teve nenhuma chance de gol de cabeça. Eles acabaram vencendo o jogo por uma situação de bola parada, no pênalti que o Junior Baiano fez, mas este é o exemplo de que futebol é onze contra onze, independente da força física, da estatura. Você tem que confiar em você e fazer tudo legal.

quinta-feira, 10 de março de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 2ª RODADA






RESULTADOS
Americano 2 x 1 Macaé
Cabofriense 2 x 1 resende
Olaria 2 x 0 Boavista
Nova Iguaçu 0 x 1 Botafogo
Fluminense 3 x 1 América
Vasco 4 x 2 Duque de Caxias
Bangu 1 x 2 Flamengo
Volta Redonda 3 x 2 Madureira

Bangu 1 x 2 Flamengo – Moacyrzão

Com um gol do Diego Maurício aos 50 minutos da 2ª etapa, o Flamengo conquistou mais uma vitória na Taça Rio e assumiu a liderança do Grupo A.

Os primeiros 20 minutos do duelo entre Flamengo e Bangu foi pura emoção. Apenas 3 minutinhos após o apito inicial o Rubronegro já havia criado duas oportunidades para abrir o placar, ambas com o meia Thiago Neves. Com um Léo Moura inspirado ofensivamente, parecia que o Fla iria comandar as ações ofensivas por bastante tempo, porém, com o passar dos minutos, o Bangu ganhou força e comandado pelo atacante Pipico obrigou o goleiro Felipe a trabalhar bastante. Após a parada técnica, quem resolveu aparecer na partida foi o juiz Djalma Beltrami, que em um intervalo menor do que três minutos conseguiu marcar dois pênaltis que não existiram, um para cada lado. O primeiro foi cometido sobre o Léo Moura e convertido pelo Ronaldinho, enquanto o segundo foi sofrido e tranformado em gol pelo Pipico, aos 26 minutos. Daí até o final do 1º tempo, nem o Fla e nem o Bangu foram bem sucedidos ofensivamente e o único lance digno de nota foi um contra-ataque organizado pelo Bottinelli e mal finalizado pelo Renato. Vale destacar também, ainda nesta 1ª etapa, o zagueiro banguense Diego Padilha, que teve uma atuação muito segura.

Para a 2ª etapa, Luxemburgo decidiu poupar o Léo Moura e o Willians, ambos já amarelados, para o Fla-Flu de domingo, mandando Fierro e Diego Maurício para o gramado. Já o Bangu, apesar de ter retornado com o mesmo onze, adotou uma postura inicialmente mais retraída, procurando menos o avante Pipico, até então o melhor homem em campo. Percebendo a postura do Bangu e tentando aumentar a produtividade ofensiva da sua equipe, Luxemburgo trocou o meia Bottinelli, que teve uma atuação apenas mediana, pelo centroavante Wanderley, aos 11 minutos, logo após o Thiago Neves carimbar a trave em bela assistência do Ronaldinho. Contando com Ronaldinho, Thiago Neves, Renato, Diego Maurício e Wanderley, o Flamengo poderia ter criado raízaes no campo de ataque, no entanto, apesar de possuir um grande número de jogadores de características ofensivas, o Rubronegro não levava perigo ao goleiro Thiago Leal e o Bangu até equilibrou o jogo. A história começou a mudar aos 40 minutos, quando o Flamengo passou a criar oportunidades de gols uma atrás da outra. Welinton mandou um tijolo de fora da área, Renato quase marcou de cabeça, Thiago Neves deu linda arrancada e arrematou raspando o poste, Ronaldinho encontrou Wanderley na área e o centroavante obrigou o goleiro rival a realizar linda defesa. Após esta sequência de 10 minutos de pressão, quando o relógio já marcava 50 minutos, Thiago Neves cobrou córner e Diego Maurício sacudiu o filó.

Apesar da pressão flamenguista nos minutos finais e das boas atuações individuais de Ronaldinho e Thiago Neves, acredito que o Luxemburgo ainda deverá ter problemas para encontrar a melhor organização ofensiva da equipe. Só não entendo os motivos para a não utilização do trio Ronaldinho, Thiago Neves e Negueba com maior constância, pois quando estes atuaram juntos deram a impressão de que poderiam evoluir cada vez mais.

quarta-feira, 9 de março de 2011

UMA IMAGEM...



Messi, Iniesta e Xavi. O trio que merece ser assistido de terno e gravata.
Foto: Miguel Toña

terça-feira, 8 de março de 2011

UEFA CHAMPIONS LEAGUE - OITAVAS DE FINAL

Barcelona 3 x 1 Arsenal – Camp Nou, Barcelona (ESP)

Foi um massacre! Superior em todos os minutos de jogo, o Barcelona bateu o Arsenal por 3 x 1 e garantiu a vaga para as quartas de final da Champions League.

Como era esperado por praticamente todo o mundo da bola, o duelo entre Barcelona e Arsenal iniciou com os espanhóis controlando a posse de bola e buscando arquitetar tramas ofensivas, enquanto os ingleses estavam recuados à espera de uma oportunidade de contra-atacar. Já que durante os primeiros 30 minutos o Barça não conseguiu sucesso em furar a retranca inglesa e o Arsenal não encaixou nenhum contra-golpe, o confronto se apresentou escasso em oportunidades de gols. A partir dos 30 minutos, o sistema defensivo dos “Gunners” perdeu eficiência e Villa, Adriano e Messi quase abriram o placar para o Barcelona. Foi neste panorama de maior pressão espanhola que, já nos acréscimos, o meia Fábregas, perto de sua área, tentou sair jogando de calcanhar, entregou a redonda nos pés de Iniesta e a jogada terminou com Messi aplicando um drible magistral no goleiro Almúnia e sacudindo o barbante.

Com este gol do argentino, o Arsenal precisaria voltar para a 2ª etapa tendo que procurar as jogadas ofensivas, ou seja, fazer o que nem tentou no 1º tempo. Porém, quando o relógio marcava 7 minutos e o jogo não apresentava uma cara favorável aos ingleses, Nasri cobrou córner e Busquets cabeceou a pelota contra o próprio patrimônio, empatando o escore. Para se classificar sem a necessidade da prorrogação, o Barcelona precisaria marcar dois gols, fato que prometia transformar o confronto em um ataque x defesa ainda mais desenhado do que o da 1ª etapa. Previsão esta que se tornou ainda mais óbvia após o atacante Van Persie ser expulso infantilmente aos 10 minutos, por chutar uma bola após o impedimento já estar assinalado. Resumo da ópera: o Barcelona possuía 35 minutos e um homem a mais para conseguir dois gols.

Foi nesta fase do jogo que o domínio exercido pelos espanhóis desde o apito inicial se tornou um massacre. Entre o minuto 20 e o 40, ou seja, em um intervalo de 20 minutos, o Barcelona criou nada menos do que sete claras oportunidades de gols. Concentrando suas ações pela meiúca, o inigualável trio Messi, Xavi e Iniesta acabou com os ingleses. Enquanto o segundo gol foi marcado pelo Xavi após uma linda jogada do Iniesta que deixou três adversários para trás, o da vitória veio novamente com Messi, desta vez em cobrança de pênalti sofrido por Pedro. Aos 41 minutos, o lateral brazuca Adriano bobeou em uma saída de bola e o Arsenal teve a chance de conseguir a classificação, mas o atacante Bendtner não conseguiu dominar o passe do Arshavin.

Vejam como é o futebol. Em um dia onde o Barcelona criou mais de uma dezena de oportunidades de balançar as redes e o Arsenal apresentou um futebol excessivamente retraído e que não deu nenhum trabalho ao goleiro rival, quase que os ingleses conseguiram se classificar. No entanto, o apito final decretou o triunfo da equipe que entrou em campo para jogar futebol. E o fez com enorme maestria.

segunda-feira, 7 de março de 2011

PREMIER LEAGUE 2010/2011 - 29ª RODADA




RESULTADOS
Birmingham 1 - 3 West Bromwich
Arsenal 0 - 0 Sunderland
Bolton 3 - 2 Aston Villa
Fulham 3 - 2 Blackburn
Newcastle 1 - 2 Everton
West Ham 3 - 0 Stoke City
Manchester City 1 - 0 Wigan
Liverpool 3 - 1 Manchester United
Wolverhampton 3 - 3 Tottenham
Blackpool 1 - 3 Chelsea

ARTILHEIROS
19 gols

Dimitar Berbatov (Manchester United)
18 gols
Carlos Tévez (Manchester City)
11 gols
Andy Carrol (Liverpool)
Darren Bent (Aston Villa)
Kevin Nolan (Newcastle)


GIRANDO PELA “TERRA DA RAINHA”

- Sem dúvidas foi o momento mais feliz para o torcedor do Liverpool nesta temporada 2010/2011 da Premier League. Com uma atuação monumental da dupla Luís Suarez e Dirk Kuyt, os “Reds” bateram o Manchester United por 3 x 1 e complicaram de vez a vida dos comandados de Alex Ferguson na competição. O uruguaio Suárez teve uma apresentação eficiente, participou diretamente dos três gols de sua equipe, e com jogadas plasticamente maravilhosas e que deixaram os torcedores com as mãos cansadas de tanto aplaudir. Já o holandês Kuyt foi, simplesmente, o autor dos três gols. Em termos de tabela, o resultado manteve o clube da “Terra dos Beatles” em 6º lugar, enquanto o Manchester United, com três derrotas nos últimos cinco jogos, está a apenas três pontos do Arsenal, que possui um jogo a menos.

- O Arsenal poderia estar ainda mais próximo do United na liderança, entretanto, e diga-se de passagem mais uma vez, os comandados do Arsène Wenger bobearam em um momento de chegada. Tudo bem que o Sunderland vem fazendo uma belo torneio, posicionado na 8ª colocação, porém, atuando em no Fly Emirates, o Arsenal tinha a obrigação de conseguir um resultado melhor do que um empate sem gols. Depois de perder a final da Copa da Liga Inglesa para o Birmingham nos últimos segundos e esta excelente oportunidade de ficar a apenas um pontinho da liderança, como será que os “Gunners” vão se comportar no esperado duelo contra o Barcelona, nesta terça-feira, pela Champions League?

- Além da briga pelo caneco inglês, a luta para escapar da degola tem tudo para também ser muito emocionante esta temporada. Apesar do número de jogos diferentes entre alguns times, apenas nove pontos separam o lanterna Wigan e o 9º colocado Newcastle. Quem está na meiúca da tabela não pode nem pensar em relaxar, enquanto quem está na rabeira tem motivos de sobra para acreditar em uma arrancada salvadora.

sábado, 5 de março de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 1ª RODADA

Macaé 3 x 1 Vasco – Moacyrzão

“A Hora do Pesadelo 2”. Este é o filme que ilustra a estréia do Vasco na Taça Rio, uma derrota para o Macaé por 3 x 1. Depois de uma sequência de três bons jogos sob o comando do novo treinador Ricardo Gomes, nos quais assinalou nada menos do que 18 gols, o Vasco deu a impressão de que iria começar a Taça Rio com o pé direito. No entanto, bastou a 1ª etapa do duelo contra o Macaé para o torcedor cruzmaltino voltar a sentir os mesmos calafrios dos jogos iniciais da Taça Guanabara.

Até os 25 minutos do 1º tempo, apesar de o Macaé ter dado trabalho ao goleiro Fernando Prass logo no primeiro minuto de partida, com um tijolo de fora da área do Bill, foi o Vasco quem teve o domínio do confronto. Porém, este domínio não se convertia em jogadas ofensivas bem trabalhadas, e a melhor chance criada pela equipe surgiu em uma bola parada que o Marcel cabeceou para boa defesa do goleiro Lugão e o Felipe, após passe do Jéferson, finalizou o rebote também com perigo. Nos últimos 20 minutos da etapa, porém, o Macaé colocou as manguinhas de fora, partiu para cima do Vasco e, em um intervalo menor do que 10 minutos, conseguiu balançar as redes duas vezes. Primeiro o lateral-esqurdo Bill cruzou a redonda na área e Luís Mário se aproveitou da falha do zagueiro Anderson Martins, que, como disse um amigo meu, “estava olhando a bola como se ela fosse um disco voador”, para abrir o escore. Depois foi a vez de Siston aproveitar um cochilo da defesa vascaína e com um categórico arremate ampliar a vantagem.

Para a 2ª etapa, Ricardo Gomes decidiu trocar os ineficientes Jéferson e Marcel por Bernardo e Élton. E o treinador vascaíno acertou em cheio. Bernardo deu ao meio-campo da equipe a movimentação e o toque de bola que estiveram ausentes antes do intervalo, além de também chegar na área para finalizar. Já Élton, apresentou, ou melhor, reapresentou o seu faro de gol e, logo aos 7 minutos, sacudiu o barbante com uma bela finalização. Com o Macaé excessivamente recuado, o jogo caminhava a passos largos para o empate, mas o lateral vascaíno Ramón resolveu atrapalhar a própria equipe, quando, por pura infantilidade, empurrou e chutou o Luís Mário e recebeu o cartão vermelho. Com um homem a menos, o Vasco continuou em busca do empate, concentrando seus ataques pelo lado direito com o Fágner e o Bernardo sendo os comandantes do time. O jogo permanecia um verdadeiro ataque x defesa e o Vasco até criava oportunidades de gols, porém estas não foram qualificadas o suficiente para a equipe igualar o placar. No final, já aos 46 minutos, Bill, o melhor jogador em campo, arrancou pela esquerda e com uma finalização perfeita encobriu o adiantado Fernando Prass para fechar o caixão cruzmaltino.

Pelo visto, Ricado Gomes terá muito mais trabalho do que imaginava à frente deste Vasco. E o torcedor já começa a perguntar: “Quando estréiam o Diego Souza e o Leandro”?

quinta-feira, 3 de março de 2011

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Não existe maneira melhor de conhecer a relação entre o futebol brasileiro e o inglês do que através deste magnífico livro chamado "Um jogo inteiramente diferente!". Nele, o autor Aidan Hamilton biografa Charles Miller e Harry Welfare, duas lendas do nosso futebol, além de contar detalhadamente como foram as excursões dos clubes da "Terra da Rainha" para o Brasil.
Imperdível!



Um jogo inteiramente diferente! Futebol: A Maestria Brasileira de um Legado Britânico
Autor: Aidan Hamilton
Editora: Gryphus

COPA LIBERTADORES 2011 - FASE DE GRUPOS




América (MEX) 1 x 0 Fluminense – Estadio Azteca, Cidade do México (MEX)

Em sua terceira partida na Libertadores, o Fluminense mais uma vez teve uma péssima atuação e foi derrotado pelo América do México, complicando, e muito, sua vida na competição.

Para este duelo que se mostrava essencial para as pretensões do Flu na Libertadores, Muricy Ramalho decidiu apostar no 3-5-2, escalando a equipe com: Ricardo Berna; Gum, Leandro Euzébio e Digão; Mariano, Diguinho, Valencia, Conca e Carlinhos; Tartá e Rafael Moura. Pelo lado do América, o treinador Reynoso esquematizou sua equipe no 4-4-2 com: Ochoa, Layun, Valenzuela, Mosquera e Rojas; Rosinei, Pardo, Oliveira e Montenegro; Vuoso e Sanchez.

Os primeiros 30 minutos do confronto foram frios e escassos em emoções, tanto por parte do América, quanto por parte do Fluminense, que não deu a entender, nem um minutinho sequer, que adotaria a postura de uma equipe que brigaria pela vitória. Depois deste período inicial no qual os goleiros foram apenas espectadores, o América aumentou sua produtividade ofensiva e conseguiu três belos e perigosos arremates de fora da área, um com o Montenegro e dois com o Oliveira.

Após o intervalo, o Fluminense voltou com os mesmos jogadores, porém com uma atitude mais compatível com uma equipe que necessitava da vitória. Logo aos 2 minutinhos o Carlinhos mandou um tijolo de fora da área que passou raspando o travessão, e, aos 11, foi a vez de Rafael Moura assustar o goleiro Ochoa. Foi então que o técnico Reynoso entrou em ação e colocou o meia Reyna e o atacante Márquez em campo, modificando a cara da 2ª etapa. Comandado por Reyna e Montenegro, que passou a aparecer mais na partida, o América jogou aproximadamente 20 minutos de um ótimo futebol, sacudindo o barbante aos 25 minutos por intermédio do Márquez, que aproveitou monumental assistência do Montenegro. E o tento fez um bem danado ao América, que foi criando uma chance de gol atrás da outra e por muito pouco não ampliou a vantagem. Pelo lado do Tricolor? Somente um esforçado Rafael Moura tentando levar a equipe nas costas.

A classificação do Fluminense para a próxima fase não é impossível, mas esta mais do que ameaçada. Na Libertadores de 1997, o Cruzeiro perdeu os seus três primeiros jogos na fase de grupos e, após vencer os três últimos, ainda conseguiu se classificar, se sagrando, mais tarde, o Campeão daquele ano. Contudo, se o Fluminense quiser vencer seus três próximos jogos precisará evoluir tecnicamente, taticamente, psicologicamente e fisicamente. Será difícil. Dificílimo. Mas este mesmo Fluminense já superou situações piores.



ENQUANTO ISSO NA COPA DO BRASIL...

Com uma atuação apenas razoável, o Botafogo conseguiu passar pelo River Plate do Sergipe somente na disputa por pênaltis, após devolver o placar de 1 x 0 no tempo normal com um gol que até com o replay ficou difícil saber se a bola havia entrado ou não. Somente através do famoso tira-teima foi possível verificar que o gol do Fogão foi irregular. Nas penalidades, o Botafogo foi muito diferente do recente duelo contra o Flamengo pela Taça Guanabara e converteu suas quatro cobranças, garantindo assim a vaga para enfrentar o Paraná.

quarta-feira, 2 de março de 2011

TAÇA GUANABARA É TÍTULO!

Olá amigos do FUTEBOLA!

Todos sabem que em discussões futebolísticas são raras as vezes onde a razão prevalece sobre a emoção. No entanto, creio que a relação entre o torcedor carioca e a tradicional Taça Guanabara deveria ser mais racional. Menos de três dias foi o suficiente para os rivais do Flamengo no Rio de Janeiro repetirem aos borbotões que o Rubronegro não conquistou nenhum título, mas sim venceu o 1º turno do Estadual – mesmo com os jogadores recebendo medalhas e troféu após a conquista. E é neste ponto que falta razão ao torcedor.

Hoje, o mesmo flamenguista que vai à banca comprar o pôster de Campeão da Taça Guanabara 2011, menosprezava, no ano passado, a conquista do Botafogo. Da mesma maneira que Fluminense e Vasco também já tiveram suas conquistas de Taça Guanabara desvalorizadas pelos seus rivais.

Criada em 1965 para decidir qual o clube carioca disputaria a Taça Brasil, a Taça Guanabara faz parte do Cariocão desde 1972, com exceção de 1980 quando foi disputada separadamente. Momentos inesquecíveis não faltam nestes quase 50 anos desta competição. Vamos a alguns deles.

Ainda sem fazer parte do Carioca, em 1967, Botafogo e América decidiram o torneio em um Maracanã com mais de 80 mil torcedores. Pelo lado dos vermelhos, Antunes e Edu, grandes craques e irmãos de Zico, eram os destaques, enquanto no Fogão os que davam as cartas eram Manga, Gérson e Jairzinho. A palavra “emocionante” não é suficiente para descrever este jogão de bola, que terminou com a vitória do “Glorioso” por 3 x 2, com três gols do ainda garoto Paulo Cézar Caju.

Em 1975, o Fluminense apresentava para o público carioca a primeira versão da “Máquina Tricolor”, com, Félix, Marco Antônio, Edinho, Zé Mário, Mário Sérgio, Manfrini. A estrela do time? Rivelino, que acabara de ser contratado junto ao Corinthians, onde apesar de atuações memoráveis nunca conquistara um título. Pelo Fluzão, Rivelino já chegou levantando o caneco da Taça Guanabara, sendo essencial ao marcar o gol que deu ao Tricolor a vitória sobre o América na finalíssima.

Pouco mais de 10 anos depois, em 1986, o Maracanã recebia mais de 120 mil torcedores para assistir a um histórico “Clássico dos Milhões” valendo o título da Taça Guanabara. Campeões do Mundo em 1994 com a Seleção Brasileira, Jorginho, Aldair, Bebeto, pelo Flamengo, Mazinho e Romário, pelo Vasco, estavam em campo. E foi o “Baixinho” que, ainda garoto, com apenas 20 anos de idade, decidiu o confronto marcando os dois gols da vitória cruzmaltina por 2 x 0.

Paulo Cézar Caju, Rivelino, Romário... Gênios da bola que nunca menosprezaram a Taça Guanabara. Assim como Ronaldinho Gaúcho, um jogador que já venceu uma Copa do Mundo, uma Champions League, dois prêmios de melhor do mundo da FIFA e poucas vezes demontrou tanta felicidade como neste último domingo. Quando conquistou o título da Taça Guanabara.

terça-feira, 1 de março de 2011

PREMIER LEAGUE 2010/2011 - CHELSEA X MANCHESTER UNITED




Chelsea 2 x 1 Manchester United – Stamford Bridge, Londres

Em jogo válido pela 18ª rodada da Premier League, e que havia sido adiado devido àquela onda de neve que assolou a Inglaterra no final de 2010, o Chelsea venceu o Manchester United em um baita jogo e, além de voltar a zona da Champions League, ajudou o rival londrino Arsenal.

Os primeiros 15 minutos do duelo envolvendo as equipes que conquistaram os últimos seis canecos ingleses foi de grande equilíbrio, com o Anelka aparecendo bem pelo Chelsea e o United levando perigo em uma bela tabela entre o Evra e o Hernández. No entanto, após este período inicial os “Diabos Vermelhos” conseguiram maior controle da posse de bola e criaram raízes no campo ofensivo, apesar de não assustarem o goleiro Peter Cech. Deve-se ressaltar que entre o minuto 15 e o 35, ou seja, durante 20 minutos, o setor de meio-campo do Chelsea foi engolido pelo rival, com Ramires, Essien, Lampard e Malouda apenas tentando cumprir tarefas defensivas, sendo que o Lampard merece maior destaque negativo por ser o principal responsável por arquitetar as tramas ofensivas da equipe, missão que esteve longe de cumprir. E foi neste panorama de um United com domínio territorial que, aos 29 minutos, Rooney acertou um belo arremate de fora da área e abriu o marcador.

Com a vantagem no placar, o United não esperou nem o 2º tempo para recuar e tentar explorar apenas os contra-ataques, adotando esta postura ainda nos últimos 10 minutos da 1ª etapa, o que quase resultou no gol de empate do Chelsea, com o zagueiro Vidic salvando a pátria vermelha em cima da linha. O confronto voltou do intervalo com a mesma cara do final da etapa inicial, ou seja, com o Chelsea buscando o empate e o United demasiadamente retraído. O resultado? Os “Blues” empataram o escore, aos 8 minutos, com o zagueiro brazuca David Luiz, que, diga-se de passagem, realizou ótima partida. Com o placar igual, os treinadores começaram a buscar alternativas para a vitória, com Drogba e Zhirkov entrando no Chelsea e Giggs e Berbatov no United. E, apesar de o United ter tentado voltar a ser efetivo ofensivamente em duas jogadas do Rooney, as modificações foram favoráveis ao anfitrião. O relógio marcava 32 minutos quando o zagueiro Smalling cometeu falta no Zhirkov dentro da área e, na cobrança de pênalti, Lampard sacudiu o barbante. O gol marcada pelo Lampard, que até então era figura nula no gramado, foi o gol da vitória, pois o Chelsea não encontrou problemas para segurar a redonda no campo ofensivo e impedir o rival de atacar, chegando até a acertar a trave em finalização do Zhirkov. Vale citar aqui a ótima entrada do Drogba, aos 16 minutos da 2ª etapa. Na aproximadamente meia hora em que esteve em campo, o marfinense conseguiu ser mais produtivo e útil do que o Anelka, que saíra para sua entrada, e o Fernando Torres, que atuou todos os 90 minutos e nada fez.

Como dito anteriormente, esta vitória recolocou os “Blues” na zona de classificação para a Champions League e tornou o Campeonato uma incógnita, já que o Arsenal se encontra a apenas 4 pontos do líder Manchester United e possui um jogo a menos. Vai pegar fogo na “Terra da Rainha”!