sexta-feira, 29 de maio de 2009

SEMI-FINAL DA COPA DO BRASIL

Vasco 1 x 1 Corinthians – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Olá amigos do FUTEBOLA!

Meio de semana importante para muitos times brasileiros, com muitos jogos decisivos. Porém, como já é de costume, o horário não colaborou e vários jogos foram simultâneos. Vamos à rápidos comentários sobre alguns resultados.

- Pela Libertadores, o Cruzeiro conseguiu um bom resultado contra o São Paulo no Mineirão, ao vencer por 2 a 1, entretanto a guerra não está definida. Apesar de o São Paulo dar claros sinais de que não está em sua melhor condição, pode perfeitamente vencer no Morumbi. Porém, além da vantagem do empate, a equipe mineira poderá jogar no contra-ataque. A última lembrança que tenho do Cruzeiro atuando no contra-ataque, é a da vitória sobre o Flamengo por 2 a 0, na estréia do Brasileirão e com um homem a menos. Vem jogão por aí!

- Ainda pelo torneio continetal, o Grêmio trouxe um bom empate em 1 a 1 da Venezuela. Todos esperavam uma vitória fácil do tricolor gaúcho, afinal o adversário é da escola venezuelana de futebol, mas não é nada correto menosprezar uma equipe que, teoricamente, está entre as 8 melhores da América. Lembram do Once Caldas? E da LDU? Pois é. O Grêmio precisa, e muito, manter a seriedade e acredito que Paulo Autuori saberá como fazer isso.

- Pela Copa do Brasil o Internacional, ao que parece com mais uma atuação convincente, deu um longo passo rumo a decisão do torneio. E o Andrezinho, após eliminar o Flamengo, resolveu fazer outro golaço importante, ao balançar a rede e colocar o 3 a 1 no placar, o que deu ao Colorado a vantagem de poder até perder por 1 a 0, no jogo de volta. Mas no próximo duelo o Coxa terá a volta de Marcelinho Paraíba, que dá um pingo de esperança aos torcedores alvi-verdes.

Vamos agora aos comentários sobre o jogo Vasco x Corinthians, que foi o que assisti na íntegra.

MANDOU BEM!

- O Corinthians deu, no 1º tempo, uma verdadeira aula de como ser um visitante no Maracanã. Campo de grandes dimensões e torcida vascaína inflamada exigiam muita tranquilidade por parte da equipe paulista que, de maneira inteligentíssima, valorizou bastante a posse de bola. E teve mais! Com uma excelente movimentação de Dentinho na frente, as trocas de passes do Timão constantemente terminavam em ameaças ao goleiro vascaíno Fernando Prass. Reparem: Aos 10 minutos, Jorge Henrique dá um lindo passe, abrindo a bola na esquerda, que Dentinho finaliza levando perigo. Apenas dois minutos depois, Douglas faz um cruzamento da direita que Dentinho entra voando e, por pouco, não consegue cabecear a pelota. 21 minutos de jogo e, mais uma vez boa jogada de Dentinho, que rola uma bola açucarada para Elias mandar uma bomba de fora da área, que passa sobre o gol carioca. O Vasco não jogava e o Corinthians sabia a hora “enrolar” o jogo e de ameaçar o rival. Aos 26 minutos, Douglas erra uma passe pelo meio da defesa vascaína, mas após o bate-rebate, a bola sobra para Dentinho que finaliza pra fora. Com 29 minutos, enfim a superioridade do Timão rendeu frutos, quando um monumental passe de Jorge Henrique encontrou o sempre paticipativo Dentinho que, com uma boa finalização, abriu o placar. Tudo que o torcedor vascaíno esperava do seu time nos primeiros 30 minutos de jogo, assistiu na atuação do Corinthians e, principalmente, de Dentinho. Muitos treinadores deveriam ter gravado está meia hora de arrasador futebol corintiano e assistir sempre que pensar em mandar seu time segurar um jogo, na casa de um adversário, antes mesmo do intervalo.

- Assim como na vitória sobre o Fluminense, na semana passada, pela Copa do Brasil, o zagueiro corintiano Chicão realizou uma excelente partida. Atualmente, em minha opinião, Chicão se mostra o melhor zagueiro-central do país, não só pelos gols que vem marcando. Este jogo contra o Vasco foi um exemplo de uma partida onde Chicão não balançou as redes e teve uma atuação de alto nível. Nenhum duelo individual em que esteve presente, ele saiu derrotado, além de raramente rifar a pelota para frente na saída do jogo, ajudando o Timão a valorizar a posse de bola. Para expressar melhor meus elogios para o zagueiro, me utilizo da famosa frase: “Amarelinha nele!”.

- A ausência de Carlos Alberto não diminuiu a criatividade do setor de meio-campo vascaíno. Ela extinguiu a criatividade do setor. Outro resultado da sua ausência foi que o Vasco passou o jogo todo escorado em seus laterais. No 1º tempo, apenas Paulo Sérgio tentava criar jogadas ofensivas, sendo ele o melhor jogador do Vasco na etapa. Já após o intervalo, Ramón resolveu mostrar suas qualidades e apareceu bem no ataque, o que fez o Vasco viver seus melhores momentos na partida. Por cerca de 15 minutos, os laterais Ramón e Paulo Sérgio apareceram simultaneamente na criação de jogadas e infernizaram o setor defensivo do Corinthians. Dos pés de Paulo Sérgio iniciou o gol de empate vascaíno e em duas jogadas de Ramón, uma aos 23 e outra aos 26, surgiram as melhores chances de o Vasco virar o placar.

MANDOU MAL!

- O sistema defensivo vascaíno vinha recebendo elogios pela sequência de jogos na Série B sem levar gols, porém enfrentar o Corinthians é diferente. Como citado anteriormente, nos primeiros 30 minutos de partida, Dentinho deu um baile na defesa cruzmaltina. Após o intervalo, o setor permaneceu desajustado e, se não fosse uma espetacular defesa do goleiro Fernando Prass, em um chute de Elias que apareceu sozinho na pequena área, o Vasco teria saído de campo com a derrota. Acredito que se manter esse nível de atuação defensivo no jogo de volta, com Ronaldo em campo e o Corinthians pressionando, o Vasco terá sérios problemas para se classificar.

ENQUANTO ISSO EM SÃO PAULO...

- Sem um pingo de criatividade ou de organização ofensiva, o Palmeiras empatou em casa, com o Nacional, pela Libertadores. O placar de 1 a 1 pode ser considerado justo se levarmos em conta que, apesar de manter a maior posse de bola, o Palmeiras não foi nem um pouco incisivo ofensivamente. Com menos de 30 minutos do 1º tempo, Luxemburgo já havia sacado o ala-direito Fabinho Capixaba e o volante Souza para lançar o meia-atacante Marquinhos, como ala-direito, e o centroavante Obina. A equipe alvi-verde melhorou um pouco, mais por causa de Marquinhos, que aparecia bem na direita. Porém, com Marquinhos, Diego Souza, Cleiton Xavier, Obina e Keirrison, esperava-se um Palmeiras pressionando o Nacional durante todo o jogo. Doce ilusão. Com exceção de umas poucas jogadas pela direita, o Palmeiras, como citado anteriormente, fez uma partida medíocre em termos ofensivos. O gol só saiu graças a qualidade individual de Diego Souza, que mesmo não fazendo boa partida, sabe muito bem como chutar de fora da área. Sendo assim, o gol do Nacional, que empatou o jogo, aos 35 minutos do 2º tempo, não pode ser considerado injusto, afinal, no futebol, posse de bola nunca foi sinônimo de vitória. Uma nota rápida: Até agora estou tentando entender o motivo da substituição que o Luxemburgo realizou aos 30 minutos da 2ª etapa. Saiu Keirrison e entrou o volante Jumar.

ENQUANTO ISSO EM ROMA...

- A final da Champions League foi menos encantadora do que se imaginava, e o culpado foi o Manchester United. A equipe inglesa jogou apenas 8 minutos de futebol, ou melhor, Cristiano Ronaldo jogou apenas 8 minutos de futebol, já que no início do jogo, enquanto o Barcelona se mostrava fora de órbita, o português levou perigo ao goleiro Valdés com 3 belos chutes. Aos 9 minutos, porém, o duelo trasnformou-se em um massacre quando Iniesta deu ótima assistência para Eto´o abrir o placar para o Barcelona. A partir de então o Manchester transformou-se em um símbolo de desorganização enquanto o Barcelona possuía o completo domínio do jogo. Não existe, no mundo, uma equipe que trate tão bem a bola quanto o Barça. A equipe tem a capacidade de passar o jogo inteiro sem praticamente desperdiçar uma única posse da pelota. Toca daqui, toca de lá, abre na direita, volta no meio, toca na esquerda, tá difícil, volta no zagueiro, abre na direita... E quando você mesnos espera, uma clara chance de gol está sendo criada. Claro que toda a equipe, além do treinador Guardiola, merecem méritos por fazer o time jogar assim, porém os aplausos para os meias Xavi e Iniesta devem ser mais efusivos. Eles podem não ser, individualmente, os melhores meias do mundo, apesar de eu já começar a repensar minha opinião em relação ao Xavi, porém como dupla, não existe igual no planeta. Na decisão eles foram, em minha opinião, os dois melhores homens em campo. Além da já citada assistência de Iniesta para o primeiro gol, Xavi cruzou uma bola com perfeição para o futuro melhor jogador do mundo, Messi, dar números finais ao jogo. Algo que não pode deixar de ser citado. O que parecia ser uma loucura, no início da partida, fez o Barcelona ser campeão. Messi de centroavante e Eto´o de ponta-direita. E foi dos pés de ambos, e nas citadas posições, que os gols saíram.

Sou um daqueles que criticam o Cristiano Ronaldo por seus sumiços em partidas decisivas, apesar de nesta edição da Champions League ele ter mostrado estar mudando. Porém, seria a maior injustiça do mundo jogar a culpa do baile sofrido pelo Manchester em suas costas. Enquanto o treinador Alex Ferguson realizava substituições sem sentido, seus comandados não demostravam nenhum poder de recuperação ou espírito de decisão. Até a tão sólida defesa inglesa esteve vulnerável ( o drible que Ferdinand levou de Henry foi algo monumental), Wayne Rooney não mostrou um pingo de sua habitual raça e Ryan Giggs não entrou em campo.

Após o final da partida, estou com aquela sensação de que da mesma maneira que hoje os mais antigos contam, com brilho nos olhos, histórias do Real Madrid de Puskas, Gento, Di Stéfano e Kopa, ou do Santos de Gilmar, Zito, Pelé, Pepe e Coutinho, eu, daqui à alguns anos, abrirei um longo sorriso ao falar sobre o Barcelona de Puyol, Xavi, Iniesta, Henry, Eto´o, Messi...

PARABÉNS BARCELONA!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CAMPEONATO BRASILEIRO 2009 - 3ª RODADA

SÉRIE A

Corinthians 2 x 1 Barueri
Cruzeiro 2 x 0 Vitória
Goiás 0 x 1 Internacional
Atlético Paranaense 2 x 3 Náutico
Grêmio 2 x 0 Botafogo
Fluminense 1 x 4 Santos
Palmeiras 0 x 0 São Paulo
Santo André 1 x 2 Flamengo
Sport 2 x 3 Atlético Mineiro
Avaí 2 x 2 Coritiba

SÉRIE B

Bragantino 2 x 0 Duque de Caxias
Campinense 1 x 2 Guarani
América 3 x 1 Paraná
Vila Nova 1 x 0 São Caetano
Bahia 1 x 0 Ceará
Vasco 3 x 0 Atlético Goianiense
Figueirense 1 x 2 Portuguesa
Fortaleza 2 x 3 Brasiliense
Ponte Preta 1 x 2 Ipatinga
Juventude 2 x 0 ABC

Olá amigos do FUTEBOLA!

O domingo parecia que seria negro para os torcedores cariocas. O Fluminense levou uma verdadeira sapatada do Santos, em pleno Maracanã, e o Fogão não teve forças para segurar o fortíssimo time do Grêmio. Mas no complemento da rodada, o Flamengo conseguiu salvar a honra carioca com mais uma atuação excelente de Íbson e com Josiel mostrando o faro de gol que o fez ser artilheiro do Brasileirão de 2007. Já na Série B, tudo continua perfeito para o Vasco.Vamos aos comentários dos jogos que consegui assistir:

Grêmio 2 x 0 Botafogo – Olímpico, Porto Alegre (RS)
Santo André 1 x 2 Flamengo – Bruno José Daniel, São Paulo (SP)

MANDOU BEM!

- Realmente foi digna de aplausos a atuação do Grêmio contra o Botafogo, no Olímpico. O volume de jogo da equipe gaúcha foi muito grande e, só no 1º tempo, foram 5 claras oportunidades de abrir o placar. Sabem o que é mais incrível? Em todas elas o meia Souza esteve presente. Pela direita, pela esquerda, pelo meio, cruzando, chutando, dando um lindo passe por cima, que Fábio Santos completou de primeira, ou seja, fez de tudo um pouco o Souza. Além do meia ex-São Paulo, o Tricolor se mostrou muito completo, tanto defensivamente quanto ofensivamente. Tudo bem que o Botafogo pouco agrediu, o que facilitou a vida do bom sistema defensivo gremista, porém o ataque foi uma verdadeira máquina. Com Tcheco muito mais presente nas organizações das jogadas, se comparado ao jogo da 1ª rodada, contra Santos, os alas Ruy e Fábio Santos aparecendo constantemente e a dupla de ataque Máxi López/Jonas, sabendo a hora de finalizar e de trabalhar a pelota, o Botafogo foi literalmente atropelado em campo. E tem mais! Além de eficiente, o futebol apresentado pelo Grêmio foi de uma beleza imensa. O citado lance em que Souza assistiu Fábio Santos e o passe de letra de Máxi López para o gol do mesmo Fábio Santos, são apenas dois exemplos de como o Tricolor jogou bonito. Resumo da ópera: O Grêmio venceu e convenceu.

- Uma frase de um amigo que assistia ao jogo entre Flamengo e Santo André, ao meu lado, resume mais uma atuação do Íbson. Após uma jogada pelo lado direito do campo onde Íbson encontrou um companheiro livre na esquerda, meu amigo indignado disse: “E o Elano é o titular da Seleção.”. E olhem que este amigo torce pelo Fluminense, ou seja, falou sem nenhuma paixão clubística. Realmente o meia rubro-negro tá jogando uma barbaridade. Atualmente é inimaginável pensar no Flamengo jogando bem sem o Íbson, pois tudo que o Flamengo cria, tem sua participação. Nesta partida em especial, o meia foi muito bem ajudado pelos alas flamenguistas. Ah... Léo Moura e Juan voltaram a apresentar um bom futebol, pode estar pensando quem não assistiu a partida. Nada disso. Foi Éverton Silva, pela direita e Éverton, pela esquerda, realizaram excelente partida, principalmente o primeiro. Com um fôlego impressionante Éverton Silva participava das jogadas ofensivas e voltava para fechar o seu lado defensivo. Um leão em campo. Um de seus lances mais belos, foi após receber um passe de Íbson, chegar até o fundo do campo e cruzar a pelota nos pés de Obina, que isolou por cima do gol. Tem tempo que Léo Moura não faz uma jogada assim e que Obina perde gols assim.

- Enfim Josiel desencantou. Após ser sacado da equipe titular quando estava vivendo ótima fase na Taça Rio, e passar por um período de seca de gols, Josiel finalmente voltou a sacudir o filó. Aproveitando duas assistências de Íbson, o centroavante deu a vitória ao Flamengo com um belo gol de cabeça e uma pintura ao encobrir o goleiro. Será que a má fase do “Homem das Cavernas” passou? Só o tempo dirá. E espero que o Cuca não seja, uma vez mais, incoerente para barrar Josiel quando ele acaba de tirar algumas muitas toneladas de suas próprias costas.

MANDOU MAL!

- O Botafogo até que mostrou vontade para segurar o Grêmio, mas faltou qualidade. As saídas de Thiago Neves do Fluminense e de Íbson do Flamengo serão muito sentidas pelos respectivos times, porém o Botafogo ter perdido o Maicosuel se mostra um problema muito mais difícil de ser solucionado. A criatividade na organização das jogadas ofensivas do Fogão, foi reduzida a quase nada com a saída do “Mago”, já que Túlio Souza e Rodrigo Dantas não possuem a qualidade necessária para fazer a equipe alvi-negra jogar. Quem viu o Botafogo com Maicosuel e assistiu a partidas contra Grêmio, começa a acreditar que uma andorinha só pode sim fazer o verão. Além de não poder mais contar com o melhor jogador do Cariocão 2009, o Botafogo ainda sofre com a contusão de Reinaldo, o agora principal jogador do time. Problema daqui, problema dali e o resultado foi que, exceção uma cabeçada de Victor Simões, o Botafogo só assustou em bolas paradas do Juninho. É claro que de uma hora para outra o Rodrigo Dantas pode estourar e começar a jogar um bolão, porém esta não pode ser a única esperança para o Botafogo fazer uma boa campanha no Brasileirão. A volta de Lúcio Flávio seria uma boa? Parece ser a solução rápida mais plausível para fazer a equipe se organizar. Em todo caso, o Ney Franco terá mais trabalho do que imaginava.

- A situação está cada vez pior para o atacante do Flamengo Obina. Vem jogo, vai jogo e ele não consegue balançar as redes. E pior, nada de útil produz para a equipe. Nas condições físicas e técnicas em que ele se encontra, não está apto a ser titular de um time que, como o Flamengo, espera terminar no topo da tabela. No momento, parece que o melhor para o Flamengo e para o próprio Obina, é que o centroavante busque novos ares.

JOGADA RÁPIDA!

- Sou grande fã dele, e como tal não poderia deixar de elogiá-lo. Com dois gols do “Gladiador” Kléber, o Cruzeiro venceu o Vitória e, mesmo com a cabeça no jogo com o São Paulo, pela Libertadores, se mantém na parte de cima da tabela. Falando em parte de cima, quem vai parar o líder Internacional? Quem vai parar o garoto Taison?


ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA…

- O Bayern de Munique, escorado na qualidade de Ribéry, conseguiu uma excelente vitória sobre o Stuttgart. Dois fatos saltaram aos olhos neste duelo. O primeiro, e não é nenhuma novidade, é a dependência do Bayern de uma boa atuação de Ribéry. Quando o francês joga bem, o time anda, caso contrário, nada produz ofensivamente. Desta vez, para a sorte dos bávaros, Ribéry estava em seu dia e sua equipe conquistou a vaga na Champions League. O segundo fato, foi a apatia do Stuttgart em campo. Para um time que realizou um 2º turno excelente, acabou de ter 4 jogadores convocados para a Seleção Alemã (Trasch, Hitzsperger, Cacau e Mário Gómez) e brigava por uma vaga na Champions League, os 15 minutos de bom futebol apresentado pela equipe, após o Bayern abrir o placar, foi muito pouco. Para a sorte do Stuttgart, o time conseguiu pelo menos uma vaga na fase Pré-Champions League, já que o Hertha Berlim levou uma incrível goleada de 5 a 0 do lanterna Karlsruher.

- Realmente estou muito feliz com o novo Campeão Alemão, o Wolfsburg. O time dos “Lobos” terminou o 1º turno na 9ª colocação e, após uma incrível arrancada, conseguiu conquistar o título. Poderia aqui analisar o último duelo da equipe, contra o Werder Bremen, mas convenhamos, não foi um duelo, foi um massacre. Após a goleada que sofreu do Stuttgart, na 31ª rodada, muitos acreditavam que o Wolfsburg não suportaria a pressão de brigar pelo troféu. Que engano! Nos últimos três jogos decisivos, quando era perseguido por 4 rivais, o Wolfsburg venceu todos os três, marcando nada menos que 13 gols. Portanto, vou utilizar minhas palavras para elogiar o que os campeões fizeram ao longo da temporada, não somente nesta chinelada sobre o Werder Bremen.

Toda a equipe está de parabéns pela conquista. O técnico Felix Magath, apesar de ter feito a bobeira de divulgar que está de contrato assinado para treinar o Schalke 04, na próxima temporada, em um momento delicado do torneio, organizou uma equipe que atua numa sincronia perfeita. A defesa, mostrou uma solidez impressionante, a começar pelo goleiro suiço Benaglio, que sempre que era exigido, realizava seu trabalho com maestria. Durante a arrancada do 2º turno, as posições de lateral-direito e quarto-zagueiro, sofreram algumas modificações, porém o lateral-esquerdo Schafer e o zagueiro-central Barzagli estiveram sempre presentes e sempre com atuações impecáveis. Sobre Schafer já havia dito antes que, pelo campeonato realizado, a vaga de titular na Seleção é dele. A cada partida eu ficava mais impressionado com sua capacidade de atacar e defender de maneira homogênea e não tenho nenhum medo de dizer que ele é um jogador completo. Já o Barzagli é um zagueiro italiano, ou seja, meio caminho andado para ser um grande jogador. Campeão do Mundo com a Itália, em 2006, Barzagli mostrou ser um zagueiro que não deve nada aos grandes defensores da atualidade. Sua velocidade e capacidade de antecipação, o fazem ser uma muralha.

O setor de meio-de-campo foi o ponto de equilíbrio da equipe. Os jogadores que formaram o losango neste setor, deram a segurança necessária para a defesa e o apoio para não deixar o ataque isolado. O principal marcador no meio-campo foi o brasileiro e capitão da equipe Josué. Lembram do papel de Josué no São Paulo que foi Campeão do Mundo em 2005? Pois é, ele continua fazendo aquilo tudo. Poucos jogadores são tão voluntariosos quanto Josué, que passa a partida inteira correndo para seus companheiros trabalharem com mais tranquilidade, sejam eles atacantes ou defensores. Se o vértice direito do losango não teve um dono cativo ao longo da campanha, Gentner pela esquerda realizou seu papel de maneira tão espetacular que foi convocado para a Seleção Alemã. Jogador muito dinâmico, Gentner formou uma excelente dupla com Schafer na esquerda, porém volta e meia aparecia em outros pontos do campo. Na ponta ofensiva do losango estava o incrível Misimovic. É realmente de encher os olhos a inteligência ofensiva deste bósnio. Quando a bola está em seus pés, não tem aquele negócio de toque para trás ou passe burocrático, ele sempre busca organizar uma jogada que leve perigo ao adversário. Por este estilo de passes verticais e incisivos que Misimovic terminou a competição como líder de assistências, com 20 passes para gols. Sem ele, a dupla de ataque do Wolfsburg não seria a mesma.

Por falar em dupla de ataque, não tem como não se encantar com o que Grafite e Dzeko mostraram nesta Bundesliga. O entrosamento e a afinidade entre o brasileiro e o bósnio é algo difícil de se ver no futebol. Apesar de algumas raras vezes o instinto de centroavante ter aparecido e uma jogada individual ter sido priorizada, foi muito legal de ver a falta de egoísmo presente entre a dupla. E o mais incrível foi a qualidade mostrada pelos dois jogadores que no início do torneio não figuravam entre os candidatos à artilharia. Grafite mostrou estar no ápice de sua forma física e técnica, e balançou as redes de tudo quanto é maneira. Se você não assistiu ao gol que ele marcou na goleada de 5 a 1 sobre o Bayern, faça isso. É de outro mundo. Reparem nos recordes que os 28 gols marcaods por Grafite e os 26 marcados por Dzeco bateram. Pela primeira vez na história da Bundesliga dois jogadores de uma mesma equipe ultrapassam os 20 gols marcados. Com os 54 gols marcados em conjunto, a dupla ultrapssou os 53 marcados pela lendária dupla Gerd Muller/Uli Hoeness, do Bayern de Munique, na temporada 72/73. Agora Grafite é, ao lado do também brasileiro Aílton, o estrangeiro com mais gols na história da Bundesliga.

Agora está explicado o motivo de minha felicidade.

PARABÉNS, WOLFSBURG!

domingo, 24 de maio de 2009

Grandes Clássicos - São Paulo x Palmeiras 1971

Grandes Clássicos - São Paulo x Palmeiras 1971

Olá amigos do FUTEBOLA!

O Brasileirão ainda não começou a pegar fogo, até por causa da Copa do Brasil e da Libertadores, porém, clássico é clássico e neste domingo teremos São Paulo x Palmeiras. Se hoje os dois times são fortes, em 1971 eles eram verdadeiras Seleções numa época em que o nosso futebol era o maior do planeta. Neste ano, o Verdão e o Tricolor decidiram o Paulistão em uma final emocionante que agora lhes conto como foi.

No início da década de 1970, não seria nenhum exagero afirmar que os maiores jogadores do mundo se encontravam em São Paulo. Só para citar exemplos pontuais, tínhamos Pelé (Santos), Rivelino (Corinthians), Gérson (São Paulo) e Ademir da Guia (Palmeiras). Com exceção do alvi-verde Ademir, o que por sinal muitos consideram sua ausência na Seleção uma grande injustiça, os outro craques haviam sido pilares da conquista do Brasil na Copa do Mundo de 1970. Não só o futebol paulista, mas o brasileiro em geral, estava vivendo sua época de ouro. Grandes craques internacionais como os zagueiros Ancheta, uruguaio, e Figueroa, chileno, dois dos melhores em suas posições, optaram por vir jogar no Brasil, respectivamente no Grêmio e Internacional, tamanho alto nível do nosso futebol. Se aproveitando desta época gloriosa, onde em nossos gramados se jogava o melhor futebol do mundo, o São Paulo foi em busca de uma contratação qua abalaria o futebol brasileiro.

Na década de 60, o Peñarol era sem sombras de dúvidas um dos maiores times do planeta. A equipe uruguaia havia conquistado a Taça Libertadores em 1960, 1961 e 1966, sendo que após as duas últimas, também conquistou o Mundial de Clubes. Some a estas conquistas continentais, nada menos do que 7 Campeonatos Uruguaios e está colocada em números a força do Peñarol. Um dos maiores jogadores uruguaios, talvez o maior, nesta época, era o meia Pedro Rocha, que em 1970 disputou sua terceira Copa do Mundo. Todos os apreciadores do bom futebol esperavam muito de Pedro Rocha na Copa do México, porém uma contusão, logo na estréia, não os permitiu ver toda a magia do uruguaio. Para se ter uma idéia da qualidade de Pedro Rocha, no final da década de 60, mais exatamente em 1968, a FIFA convocou uma Seleção com os melhores jogadores do mundo e ele estava presente. Juntamente com a convocação, veio uma lista de Pelé com os cinco maiores jogadores do mundo na opinião do rei e Pedro Rocha também estava nela. Pois é, foi este craque que o São Paulo foi buscar para fortalecer a equipe na busca pelo Bi-Campeonato Paulista, em 1971.

Reza a lenda, que Pedro Rocha demorou a se adaptar ao futebol brasileiro por ser boicotado pelos seus companheiros de time. O São Paulo contava com muitos cobras, o que poderia ter gerado um certo ciúme do uruguaio, e um outro ponto de insatisfação teria sido a mudança na organização da equipe, já que Pedro Rocha jogava na mesma posição de Gérson. O “Canhotinha de Ouro” já era um jogador consagrado no Brasil e, logo após sua chegada ao São Paulo, ele ajudou a equipe a sair de um jejum de 13 anos sem o título paulista, com o título estadual de 1970, se tornando um grande ídolo tricolor. Um outro fator que também desestabilizou a cabeça dos atletas são-paulinos, foi um problema cardíaco que atingiu o líder da equipe Roberto Dias. Maior jogador tricolor na sofrida década de 60, onde todos os esforços da diretoria eram investidos na construção do Morumbi, o zagueiro Roberto era um verdadeiro símbolo do São Paulo, que agora não poderia mais estar nos campos. Porém, com o tempo e a competência do lendário treinador Osvaldo Brandão, para a felicidade dos torcedores tricolores, Pedro Rocha conseguiu se encaixar com seus companheiros e com o sistema da equipe. A primeira mostra da genialidade do uruguaio veio na 4ª rodada do Paulistão de 1971. O São Paulo iria enfrentar o Palmeiras, que havia vencido os seus três primeiros jogos da competição, logo após ser derrotado pela Portuguesa. Um novo revés poderia ser o início de um período ruim para o Tricolor e, para assustar mais ainda, o Palmeiras saiu na frente na partida. Foi aí que Pedro Rocha começou a entrar para a galeria de ídolos do São Paulo, ao marcar os dois gols da virada e evitar que o Palmeiras disparasse na ponta da tabela.

Esta vitória se tornou ainda mais importante com o desenrolar do torneio, que a cada rodada que passava mostrava que a briga pelo título seria mesmo entre Palmeiras e São Paulo. Impressionante que estes dois times tenham mantido um rendimento tão alto, retirando o Santos de Pelé e o Corinthians de Rivelino da disputa pelo caneco. Assim como o São Paulo, o Palmeiras era uma equipe sensacional. Do goleiro ao ponta-esquerda, o Verdão possuía uma penca de craques: o grande e seguro goleiro Leão, o técnico e raçudo zagueiro Luís Pereira, o guerreiro clássico Dudu e o rápido e mortal Leivinha. Todas as estrelas girando ao redor do sol alvi-verde, chamado de Ademir da Guia.

O “Divino”, como era conhecido Ademir, era um daqueles jogadores geniais dentro e fora de campo. Mesmo sua aparência tímida e tranquila não o impedia de liderar uma equipe recheada de craques, pois todos os jogadores viam o exemplo de atleta que era. Jogador de técnica rara, até mesmo para os padrões da época, era Ademir quem fazia o Palmeiras jogar. Com passes e lançamentos precisos e preciosos, Ademir possuía a incrível capacidade de iniciar uma jogada e ele mesmo concuí-la. Um fato interessante de se perceber é que, neste início dos anos 70, muitas equipes brasileiras começavam a se organizar em campo com um atacante mais recuado, ficando com três homens na linha de meio-campo. Um exemplo disto era o próprio São Paulo, com um trio formado por Édson/Gérson/Pedro Rocha que para muitos é o maior meio-de-campo da história tricolor. O Palmeiras, entretanto, permanecia com seus 4 atacantes e Dudu e Ademir tomando conta do meio. Dudu defendia contando com a ajuda de Ademir e Ademir atacava contando com a ajuda de Dudu. Talvez somente Pelé e Coutinho, no início dos anos 60, se entendessem tão bem quanto a dupla de meias do Verdão.

Como havia citado anteriormente, com o caminhar do 1º turno, a briga pelo título foi se polarizando entre São Paulo e Palmeiras. A última rodada deste turno foi simplesmente espetacular. Palmeiras e São Paulo encontravam-se empatados na tabela de classificação. Os jogos seriam Palmeiras x Corinthians e Guarani x São Paulo. Enquanto o Palmeiras abria 2 a 0 no Timão, com 8 minutos de jogo, o Canhotinha Gérson era expulso no jogo em Campinas. O torcedor tricolor não teve como não se desesperar. Porém, o incrível aconteceu. Em uma das maiores viradas do futebol brasileiro, o Corinthians bateu o Palmeiras por 4 a 3 e o Tricolor venceu heroicamente o Bugre por 1 a 0. Mantendo o ritmo do 1º turno, São Paulo e Palmeiras não deram chances aos seus rivais e chegaram a última rodada do torneio com apenas 1 ponto os separando. Este ponto a mais pertencia ao São Paulo que teria a vantagem de empatar a partida derradeira contra o... Palmeiras. Isso mesmo. O título de Campeão Paulista de 1971 seria decidido em um único jogo. Leão, Luís Pereira, Dudu, Gérson, Pedro Rocha, Ademir da Guia, Leivinha, Toninho Guerreiro... Em nenhum lugar do mundo se jogava um futebol como o que iria se jogar no Morumbi naquela tarde de junho de 1971.

Não é necessário falar que a cidade de São Paulo parou no dia 27 de junho. O público presente no Morumbi ultrapassava 110 mil torcedores e, tenho certeza, nenhum deles saiu do estádio com as unhas inteiras. O jogo foi de uma intensidade comum as grandes decisões e tudo podia se esperar desde o primeiro ao último minuto. Logo no início da partida, 5 minutos após o apito do árbitro Armando Marques, o zagueiro alvi-verde Minuca escorou mal um cruzamento do ponta tricolor Paraná e a bola sobrou nos pés de Toninho Guerreiro. Não tinha outra alternativa para a pelota a não ser parar no fundo da rede. A grandiosidade de craques produzidos no nosso país, faz com que alguns deles recebam menos méritos do que merecem e Toninho Guerreiro é um exemplo deste caso. No final da década de 60, Toninho fazia parte do segundo esquadrão do Santos que foi Tri-Campeão em 67/68/69 e marcou quase 300 gols pelo Peixe, se sagrando ainda artilheiro do Paulistão de 1966. Após ser contratado pelo São Paulo, logo no primeiro Campeonato Paulista disputado, em 1970, também terminou no topo da artilharia sendo muito importante na conquista tricolor. Agora, nesta decisão contra o Palmeiras, Toninho escrevia mais uma página de sua gloriosa história ao marcar este gol logo aos 5 minutos de jogo.

Após o gol sofrido, o Palmeiras acusou o golpe. Mesmo precisando somente do empate para levantar a taça, o São Paulo, percebendo que o Verdão estava abalado, partiu para cima e levou muito perigo à meta defendida por Leão. Os meias tricolores, e até Toninho Guerreiro, exploravam a velocidade dos pontas Paraná ,“um trator pela ponta-esquerda”*, e Terto que “era um foguete”*. Até o fim da 1ª etapa, o jogo permaneceu desta maneira. O São Paulo pressionando e o Palmeiras pouco conseguindo produzir. Manter a postura seria o ideal para o Tricolor no 2º tempo, mas não foi o que ocorreu. Talvez por relaxamento, talvez por cansaço, o São Paulo decidiu recuar e, claro, o Palmeiras foi pra cima. Aos 22 minutos, o lance que entraria para a história. Em um dos lances em que a equipe alvi-verde abafava o São Paulo, a bola sobra na direita para o lateral Eurico que cruza na cabeça de Leivinha. Exímio cabeceador, Leivinha escora a bola para o fundo das redes. Era o gol da esperança palmeirense. Com mais de 20 minutos de jogo pela frente, seria difícil o Tricolor segurar o forte ataque verde. Porém, Armando Marques anulou o gol por acreditar ter sido marcado com a mão. Até hoje, os jogadores do Verdão que estavam em campo reclamam deste lance. Os torcedores então, afirmam que se o gol tivesse sido validado, a taça seria do Palmeiras. O fato é que após o gol anulado, o Verdão perdeu o controle do jogo e dos nervos, como ilustram as expulsões de Eurico e Fedato, e não teve força para buscar a virada.

O apito final colocou na história um dos maiores times que o São Paulo já possuiu, consagrando um trio de meias, Édson, Gérson e Pedro Rocha, que quem viu nunca vai esquecer. Quem também entrou para a história com esta conquista, foi Toninho Guerreiro. Após o Tri paulista de 67/68/69, com o Santos, Toninho agora era bi com o São Paulo, conseguindo a façanha de vencer 5 Campeonatos Paulistas seguidos, sendo o único, até hoje, a conseguir este feito.

São Paulo 1 x 0 Palmeiras

27 de junho de 1971

Morumbi – Público: 103887 pagantes

Gol: Toninho Guerreiro (SPa) aos 5´ do 1º tempo

São Paulo: Sérgio; Forlan, Jurandir, Arlindo e Gilberto Sorriso; Édson, Gérson e Pedro Rocha (Carlos Alberto); Terto, Toninho Guerreiro e Paraná. Técnico: Osvaldo Brandão

Palmeiras: Leão; Eurico, Luís Pereira, Minuca e Dé; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Pio (Fedato). Técnico: Mário Travaglini.

*Mini-Enciclopédia do Futebol Brasileiro – Lance!

sábado, 23 de maio de 2009

FIGURINHA CARIMBADA - LUÍS CARLOS WINCK



Nome: Luís Carlos Coelho Winck

Data de nascimento: 5 de janeiro de 1963

Posição: lateral-direito

Seleção Brasileira – 19 jogos e 2 gols*

Clubes:

Internacional (1981 a 1989, 1991 e 1994)
Vasco (1989 a 1990 e 1992)
Grêmio (1993)
Corinthians (1993)
Atlético Mineiro (1994)
Botafogo (1995)
Flamengo (1995)
São José – RS (1996)

Títulos:

Campeonato Gaúcho – 1981, 1982, 1983, 1984, 1991 e 1994 – Internacional
Campeonato Brasileiro – 1989 – Vasco
Campeonato Carioca – 1992 - Vasco
Campeonato Gaúcho – 1993 – Grêmio

Destaques:

- Logo no início de sua carreira, Luís Carlos Winck teve a honra de fazer parte de um dos grandes esquadrões da história do Internacional, a equipe que se sagrou Tetra-Campeã Gaúcha em 1984. Jogando ao lado de grandes jogadores como Mauro Galvão, Dunga e o uruguaio Ruben Paz, um dos melhores meias da década de 80, Luís Carlos Winck teve tranquilidade para, desde muito novo,mostrar toda sua qualidade.

- Jogando muita bola na lateral do Internacional, Luís Carlos Winck conquistou o direito de disputar as Olimpíadas de 1984 (Los Angeles) e 1988 (Seul), período onde os profissionais que não tivessem disputado Copa do Mundo poderiam atuar. Em 1984, a Seleção Olímpica chegou a ser conhecida como Sele-Inter, devido ao grande número de jogadores colorados que defendiam o Brasil (apenas quatro não atuavam no Internacional). Em ambas as Olimpíadas Luís Carlos Winck voltou para a casa com a medalha de prata no peito. Se levarmos em consideração que antes de 1984 nunca havíamos conquistado um medalha no futebol, este é um feito e tanto.

Ainda pelo Internacional, agora já como um dos melhores laterais do país, Luís Carlos Winck fez parte do time que chegou duas vezes seguidas à final do Brasileirão. Em 1987, na Copa União, o Inter perdeu para o Flamengo de Zico, Bebeto e Renato Gaúcho. Já em 1988, foi a vez do histórico Bahia de Bobô vencer o Colorado.

- Toda a experiência adquirida com as medalhas de prata e os vices nacionais, serviram de bagagem para Luís Carlos Winck ser um dos pilares do Vasco no ano de 1989. Neste ano, o lateral chegou em sua terceira final seguida do Brasileirão e o Vasco, após 15 anos, conquistou o caneco nacional mais uma vez. A equipe cruzmaltina era sensacional, com jogadores do nível de Mazinho, Marco Antônio Boiadeiro e Bebeto. Nesta época, Luís Carlos Winck brigava pela vaga de lateral na Seleção Brasileira que iria disputar o Mundial de 1990 na Itália, mas uma grave contusão o impediu de realizar este sonho.

*Enciclopédia da Seleção / As Seleções Brasileiras de Futebol / 1914 - 1994

sexta-feira, 22 de maio de 2009

QUARTA RODADA DA COPA DO BRASIL - PARTE 2

Vitória 1 x 1 Vasco – Barradão, Salvador (BA)
Internacional 2 x 1 Flamengo – Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Fluminense 2 x 2 Corinthians – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Olá amigos do FUTEBOLA!

Neste meado de semana foram conhecidos os semi-finalistas da Copa do Brasil. Com exceção do Vasco, que havia praticamente conquistado a vaga na goleada aplicada em São Januário, Flamengo e Fluminense não fizeram a alegria da torcida carioca. Em dois grandes clássicos do nosso futebol, o Internacional eliminou, de maneira dramática, o rubro-negro, enquanto o Corinthians, com dois gols em 16 minutos, acabou com o sonho do tricolor. Agora, se o Internacional parece ter um adversário mais fraco, apesar de o Coritiba e Marcelinho Paraíba estarem embalados, Vasco e Corinthians prometem fazer um dos melhores duelos do ano. Vamos aos destaques dos jogos em que os times do Rio foram eliminados.

MANDOU BEM!

- Como é bom ver um jogo de alto nível. Melhor ainda sendo ele em gramados brasileiros. Em um Beira-Rio lotado, o Flamengo mostrou o grande time que possui, jogando de igual para igual contra o Internacional. Apesar da falta boba que cometeu e que resultou no gol da classificação colorada, o Íbson merece ser aplaudido pela bola que vem jogando. Desde o Fla-Flu, válido pela semi-final da Taça Rio, que Íbson vem mostrando todo futebol que o fez ser um dos melhores jogadores do país. Com a má fase que vivem Léo Moura e Juan, que sempre foram as principais armas rubro-negras, Íbson vem sendo o responsável por organizar as jogadas da equipe. Contra o Inter, tanto o gol como as principais jogadas da equipe iniciaram-se em seus pés. Se o Flamengo merece, por enquanto, elogios por sempre atuar de maneira ofensiva, como mostrou contra o Cruzeiro, no Mineirão, e desta vez contra o Internacional, no Beira Rio, muito se deve ao futebol de Íbson.

- Já o Internacional realmente é um caso a parte. Bons jogadores, o Colorado já possui faz um tempo, mas agora esses jogadores formam um timaço. É impressionante a solidez defensiva da equipe gaúcha. São muitos os fatores para o excelente desempenho defensivo do Inter: bons zagueiros, bons volantes, colaboração dos atacantes na marcação, inteligência tática e, o principal deles, o argentino Guiñazu. Já faz um tempinho que sou grande fã do Guiñazu. Para ser mais exato, desde que o Internacional conquistou o Torneio de Dubai no início de 2008, quando ele, em minha opinião, foi o melhor da competição. Junte esta capacidade da equipe para defender com a qualidade do trio D´Alessandro/Taison/Nilmar, e está explicado o motivo de o Internacional ser o favorito para conquistar a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Neste último duelo, os três homens de frente colorados infernizaram a defesa do Flamengo. A velocidade de Taison (sensacional o contra-ataque que ele puxou sozinho no início do 2º tempo tempo, que quase resultou em gol), os passes de Nilmar, mostrando estar cada dia mais completo e a inteligência de D´Alessandro, que organiza jogadas ofensivas em qualquer lugar do campo em que se encontre, faz eu não ter dúvida em dizer que, hoje em dia (sai pra lá janela de transferências), o Inter é um dos melhores times do mundo.

- Notícias sobre uma proposta do Benfica para levar o zagueiro do Corinthians Chicão, por 1,5 milhão de euros, circularam por jornais e tv essa semana. Sinceridade, só pode ser piada. Atualmente Chicão é um dos melhores, senão o melhor, zagueiro do futebol brasileiro e se for vendido por esta merreca, será muita incopetência da diretoria do Timão. Na partida contra o Fluminense, quando o tricolor começou com tudo, empolgado pela sensacional festa da sua torcida, coube à Chicão marcar um belo gol de falta e esfriar o jogo. Além da capacidade de balançar as redes, já marcou 11 gols no ano, Chicão também tem se mostrado muito seguro no seu papel de defender a meta de Felipe. Contando com a ajuda do organizado sistema defensivo armado por Mano Menezes, são raros os lances onde se pode ver o zagueirão corintiano ser batido em um drible ou em uma bola aérea.

- Ótimas atuações tiveram os dois baixinhos no Maracanã. Pelo lado do Corinthians, Jorge Henrique foi essencial para a classificação, sofrendo a falta que resultou no gol do Chicão e marcando um golaço de coxa, encobrindo Fernando Henrique. Além destas jogadas decisivas, Jorge Henrique ajudou muito na marcação e ainda incomodava a defesa tricolor quando conseguia utilizar sua velocidade. Já pelo lado tricolor, o argentino Conca mostrou, principalmente no 2º tempo, aquele futebol que sempre encheu os olhos dos torcedores cariocas. Assumindo completamente a responsabilidade de organizar a equipe, vide que quando Thiago Neves tentava um passe mais incisivo errava, Conca foi o responsável pelas jogadas que resultaram nos dois gols do Fluzão. Primeiro ele deu um bom chute longo que o goleiro Felipe soltou na cabeça de Alan. Pouco tempo depois, o argentino acertou um passe como se possuísse uma régua amarrada na chuteira, deixando Thiago Neves de cara pro gol. Se no Flamengo, a saída de Íbson parece que vai desestruturar a equipe ofensivamente, acredito que a breve e provável saída de Thiago Neves do Fluminense será amenizada pela qualidade do Conca.

MANDOU MAL!

- Sou grande fã do futebol do Juan, porém não deixarei de criticá-lo quando ele merecer. E, desta vez, ele merece muito. O passe errado que gerou o primeiro gol do Internacional foi um erro típico de quem não está com a cabeça focada no jogo, assim como a reclamação, durante a semana, em relação aos treinos na parte da tarde, de quem não está disposto a dar um algo a mais para o time. Acredito que se ele for embora do Flamengo, será uma peça muito difícil de se substituir, porém a comissão técnica e a diretoria rubro-negras devem deixar claro que quem não quiser ficar pode, e deve, sair.

- Infelizmente, para o torcedor tricolor, o centroavante Fred não está conseguindo mostrar seu valoroso futebol. Após seu início arrasador, quando fez importantes gols na Taça Rio, Fred não manteve o ritmo e, uma vez mais, esteve apagado em campo. Durante praticamente todo o jogo, a defesa do Corinthians pouco se incomodou com sua presença em campo e Fred foi facilmente anulado. É claro que acredito no potencial do atacante tricolor, e também que ele vai ser um dos melhores atacantes do Brasileirão, mas também acredito que Fred ficou devendo, e muito, neste decisivo duelo contra o Corinthians.

JOGADA RÁPIDA!

- Ainda nem chegamos no meio do ano e, sem contar com os clássicos válidos pelos Campeonatos Estaduais, já tivemos: Internacional x Flamengo, Corinthians x Fluminense, Palmeiras x Sport e, semana que vem começa o duelo Cruzeiro x São Paulo. Todos jogos decisivos. Viva o futebol brasileiro!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

PELA ESTRADA AFORA - TORNEIO INTERNACIONAL DE PARIS 1976

Em 1957, para comemorar os 25 anos do Racing Club de France Paris, foi criado o Torneio Internacional de Paris. Contando sempre com a presença de 4 clubes, a competição mostrava excepcionais duelos entre equipes sul-americanas e européias e os clubes brasileiros fizeram bonito em várias edições desta importante competição internacional. O Vasco sagrou-se campeão em 1957 ao vencer, por 4 a 3, o mais que podoroso Real Madrid de Alfredo Di Stefano. Em 1960 e 1961, o Santos de Pelé conquistou o Bi-campeonato e em 1963, o Botafogo de Garrincha também levou o troféu. Apesar de ser uma competição que sempre contava com a presença de grandes clubes e jogadores, o Torneio Internacional de Paris perdeu sua força após a criação da Copa Intercontinental, em 1960, onde os vencedores da Copa dos Campeões Europeus e da Taça Libertadores da América se enfrentavam. Entre 1967 e 1972, o Torneio Internacional de Paris permaneceu adormecido, voltando a ser realizado em 1973 sob organização do clube francês Paris Saint-Germain, o PSG. E foi assim que chegamos até a histórica edição de 1976.

Ao final de 1975, o presidente do Fluminense Francisco Horta deu inicio a um dos períodos mais históricos do futebol carioca, conhecido como “troca-troca”. Com intuito de promover o futebol no Rio e, claro, fortalecer o Fluminense, Horta realizou um verdadeiro escambo de craques entre os grandes clubes. O negócio com o Vasco rendeu ao Fluminense o forte e imponente zagueiro Miguel e o dinâmico Dirceu, um jogador que poderia falar sem medo de exagerar que corria o campo inteiro. Já na transação com o Flamengo, Horta conseguiu o excelente goleiro Renato, o completo lateral Rodrigues Neto, que atacava e defendia com muita competência, e o argentino Doval. Ídolo da torcida do Flamengo, Doval havia conquistado dois títulos estaduais com o rubro-negro, porém com toda sua raça e qualidade, também caiu nas graças da torcida tricolor. Somente o Botafogo não participou do “troca-troca”, pois não queria liberar o grande lateral Marinho Chagas, sonho de Horta, de maneira alguma.

Junte estes 5 recém chegados craques com ninguém menos que os Campeões do Mundo de 1970, Carlos Alberto Torres, Rivelino e Paulo César Caju. Torres havia chegado para liderar a equipe dentro e fora de campo, afinal muitos dos jogadores do elenco gostavam da noite carioca, e nada melhor que um líder como o “Capitão do Tri” para comandar e evitar exageros. Sobre Rivelino basta falar o seguinte: nesta época em que surgiam grandes craques no nosso país, como Zico, Falcão e Reinaldo, Rivelino ainda era o maior deles. E Paulo César Caju era o parceiro perfeito para o “Patada Atômica”, como Rivelino era conhecido. Bem mais experiente do que o garoto que em 1971 havia colocado a faixa de Campeão Carioca antes da hora, quando jogava pelo Botafogo e perdeu o título para o próprio Fluminense, o Caju permanecia infernal com a bola nos pés. Resumindo: não havia defensor que dormisse nas vésperas de enfrentar a dupla Rivelino/Caju.

A edição de 1976 do Torneio Internacional de Paris contou com, como sempre, 4 participantes. Foram eles: Seleção Olímpica Brasileira, PSG, Combinado Europeu e Fluminense. Os duelos que decidiram os finalistas foram Fluminense x PSG e Seleção Olímpica Brasileira x Combinado Europeu.

Nossa Seleção Olímpica contava com jogadores que realmente mostraram, com o passar do tempo, ser grandes craques. O seguro goleiro Carlos, o técnico zagueiro Edinho, o impetuoso lateral Júnior e o grande volante Batista, são os que participaram da lendária Seleção Brasileira de 1982 e ilustram a força desta equipe de jovens. Porém, ao enfrentar o poderoso Combinado Europeu, formado por jogadores eleitos pela revista France Football como os melhores do “Velho Continente”, nossa Seleção perdeu a chance de disputar a final ao ser derrotada por 3 a 2, em um jogo duríssimo. O destaque do Combinado Europeu era o trio formado pelos holandeses, vice-campeões do Mundo em 1974, Suurbier, Van Hannegen e Rensenbrink. Além deste excelente trio, os europeus contavam com a segurança do goleiro iuguslavo Petrovic, que era considerado por muitos o melhor do mundo. Se levarmos em consideração a experiência e qualidade desta equipe, veremos que nossa Seleção Olímpica fez um grande papel ao endurecer demais o jogo.

Já a outra partida foi um verdadeiro show do Fluminense. Com Rivelino em um dia inspirado, os franceses do PSG não conseguiram segurar o Tricolor. A vitória de 2 a 0 do Fluzão, com dois gols de Riva, encantou a torcida francesa, que já sabia pra quem torcer na decisão. Um trecho da crônica da Revista Placar, contando sobre o duelo final entre Fluminense x Combinado Europeu, nos dá a exata admiração que o torcedor francês tinha para com o Tricolor. “Finalmente ia começar a partida decisiva do torneio – e a consagração impressionante de Rivelino. Os jogadores alinharam-se diante da tribunal especial. Iam sendo anunciados os nomes: Renato, Rubens Galaxe, Carlos Alberto, Miguel, Rodrigues Neto, Carlos Alberto Pintinho, Paulo César. E aí ouviria mais nada – sequer o nome completo do Riva. Foi uma explosão nas arquibancadas, talvez os mais longos e entusiásticos aplausos da história do Parc de Princes.”*

A empolgação da torcida francesa foi correspondida em campo. Se no 1º tempo a partida foi equilibrada, com Paulo César marcando um golaço para empatar o jogo em 1 a 1, após o intervalo o que se viu foi um banho de bola tricolor. Com os europeus caminhando em campo, sofrendo com o calor de 30 graus, Rivelino e Doval acabaram com o jogo. Primeiro Riva sofreu pênalti (só com falta era possível pará-lo) que Carlos Alberto converteu. Apenas 3 minutos depois, aos 26, Doval dá um lindo drible no goleirão Petrovic e coloca números finais no placar. Com a bélissima vitória por 3 a 1, o Fluzão levou para as Laranjeiras um dos troféus mais lindos que um clube brasileiro possui.

Equipe-base: Renato; Rubens Galaxe, Carlos Alberto, Miguel e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Paulo César e Rivelino; Dirceu, Luís Alberto e Doval.
Também atuaram: Edval, Kléber, Carlinhos e Gil

*Revista Placar – Grandes Reportagens de Placar - Fluminense

segunda-feira, 18 de maio de 2009

CAMPEONATO BRASILEIRO 2009 - 2ª RODADA

SÉRIE A
Coritiba 2x4 Santo André
Atlético Mineiro 2x1 Grêmio
Flamengo 0x0 Avaí
Santos 3x3 Goiás
São Paulo 2x2 Atlético Paranaense
Barueri 0x0 Fluminense
Internacional 2x0 Palmeiras
Botafogo 0 x 0 Corinthians
Vitória 1x0 Sport
Náutico 2x0 Cruzeiro

SÉRIE B

Portuguesa 2x1 Fortaleza
Atlético Goianiense 3x1 Bragantino
Paraná 0x0 Ponte Preta
Duque de Caxias 4x2 Juventude
ABC 0x3 Figueirense
São Caetano 2x1 Bahia
Ceará 0x2 Vasco
Guarani 1x0 América
Ipatinga 4x0 Vila Nova
Brasiliense 2x1 Campinense

Olá amigos do FUTEBOLA!

Enquanto o Vasco segue firme e forte na sua tarefa de retornar à elite do futebol brasileiro e o Duque de Caxias surpreende todos com duas vitórias em dois jogos, os times cariocas que disputam a Série A não deram sequer uma alegria aos seus torcedores no fim de semana. Flamengo, Fluminense e Botafogo não conseguiram balançar as redes e todos empataram seus jogos em 0 x 0. Vamos aos comentários dos jogos que eu consegui assistir:

Ceará 0x2 Vasco – Castelão, Fortaleza (CE)
Flamengo 0x0 Avaí – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Barueri 0x0 Fluminense – Arena Barueri, Barueri (SP)

MANDOU BEM!

- Que o Carlos Alberto faz uma falta impressionante ao time do Vasco, todos nós sabemos, porém que o ataque cruzmaltino perderia muito com a ausência de Rodrigo Pimpão, foi uma novidade. Junte estes problemas com as péssimas atuações ofensivas de Léo Lima e Nílton, com o primeiro perdendo muitas bolas no meio-de-campo e o segundo completamente ausente das organizações das jogadas, que veremos como o lateral-esquerdo Ramón merece aplausos. Além de, como sempre, estar bem na defesa, Ramon colocou debaixo do braço a responsabilidade de decidir o jogo. O Vasco até começou bem na partida, com Paulo Sérgio e Enrico tendo chances de abrir o placar, entretanto o Ceará se arrumou em campo e terminou a 1ª etapa pressionando a equipe carioca. Após o intervalo, esperava-se que o Ceará continuasse empolgado no ataque, mas um golaço de Ramon diminuiu o ímpeto cearense. Com a vantagem no placar, o Vasco decidiu recuar o time e explorar os contra-ataques, porém quando os passes saiam certos, Edgar e Élton não conseguiam manter a posse de bola. O Ceará era só ataque e o empate não seria nenhuma surpresa, quando, uma vez mais, Ramon deu as cartas. O lateral organizou um lindo contra-ataque, como manda o figurino, e deixou Léo Lima livre para fechar o jogo. Após ter feito um Campeonato Carioca excelente, Ramon, cada dia mais, se consolida com um dos jogadores mais importantes do Vasco.

- O goleiro vascaíno Tiago sofreu uma sérissima contusão e eu lhe desejo toda a sorte possível para retornar logo aos gramados. Porém, ao voltar da contusão, é provável que seu lugarzinho debaixo das traves vascaínas tenha um novo e competente dono. O goleiro Fernando Prass, que está substituindo Tiago, começou a mostrar nesta última partida que não será um simples “tapa-buraco”. Nos momentos que o Ceará conseguia criar boas jogadas, principalmente quando seu camisa 10, Geraldo, comandava as ações, Fernando se mostrou uma verdadeira muralha. As defesas do goleirão vascaíno, assim como a qualidade de Ramon, foram os principais contribuidores da vitória do Vasco.

MANDOU MAL!

- Pelo terceiro jogo consecutivo, o Flamengo teve sua atuação comprometida pela falta da qualidade para finalizar as jogadas. Justiça seja feita, o problema da conclusão de jogadas não é exclusividade dos centroavantes rubro-negros, vide a chances que o time perdeu, com Íbson e Juan, em um contra-ataque iniciado por Bruno. Porém, outra justiça sendo feita, Josiel não pode perder 4 oportunidades de balançar as redes em um mesmo jogo. Existe uma teoria que diz que em um time de futebol existem 9 atletas e duas profissões: o goleiro e o centroavante. Assim como Dadá Maravilha dizia que não sabia jogar bola, mas sim como fazer gols. Claro que um jogador completo, como tem se mostrado o Nilmar e “Gladiador” Kléber, é o ideal, mas o mínimo que se pode exigir de um centroavante é saber fazer gols. É isso que está fazendo muita falta ao Flamengo, não é de agora. Para vocês terem uma idéia, o meia Petkovic, no Brasileirão de 2000, foi o último rubro-negro a figurar entre os 5 artilheiros do torneio nacional e o “Capetinha” Edílson foi o último flamenguista a ser goleador do Carioca, 2001. Apesar de achar que no caso do Adriano deve ser dado um passo por vez, para não prejudicar o atleta, entendo aqueles que já querem ver o “Imperador” em campo.

- Sei que não é de uma hora para a outra que um treinador consegue dar sua cara ao time que comanda, porém o Fluminense está muito longe de ter a cara do Parreira. Nesta partida contra o Barueri, o Fluminense passou o jogo inteiro com menor posse de bola do que o adversário, o que mostra total falta de sintonia com a principal característica de seu treinador. Além da falta de valorização da posse de bola, pode-se contar nos dedos as vezes em que o tricolor saiu para o jogo de maneira organizada. Com exceção de uns 15 minutos, a partir da metade da 2ª etapa, quando conseguiu levar perigo ao Barueri com chutes longos e bolas alçadas na área, o Fluminense teve uma atuação muito distante do que se espera de um favorito à, pelo menos, uma vaga na Taça Libertadores. E sabem o que eu realmente não entendo? Como que um time que está em formação e com clara falta de identidade tática se dá ao luxo de poupar 6 titulares.

ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA...

Praticamente todos os torneios nacionais europeus conheceram seus campeões, nesta rodada de fim de semana. Manchester United, Inter de Milão, Barcelona e Porto já colocaram mais um troféu na coleção, porém na França e na Alemanha nada está definido. Na Alemanha, desde a queda de rendimento do Hoffenheim, claramente causada pela contusão do atacante Ibisevic, que já era esperado um final de campeonato espetacular. Espetacular também está sendo o líder Wolfsburg. Desta vez a vítima foi o Hannover, disparado pior sistema defensivo da Bundesliga, que foi triturado pela sensacional dupla Dzeko / Grafite (está acabando os adjetivos para elogiar esta dupla). Com 3 gols do bósnio e 2 gols do brasileiro, o Wolfsburg se manteve na liderança e só depende de seus próprios esforços para levantar o inédito caneco.

Nesta rodada, os concorrentes ao título resolveram colaborar com o Wolfsburg. O Bayern de Munique empatou com o combalido Hoffenheim, enquanto o Hertha Berlim, em casa, empatou com o Schalke 04. Somente o Stuttgart, de concorrente ao troféu, venceu seu duelo, contra o desesperado Energie Cottbus.

Porém, se o Wolfsburg tropeçar na última rodada, o Bayern de Munique e o Stuttgart estão logo atrás, com apenas 2 pontinhos a menos, e tudo poderá acontecer. Vocês podem estar pensando que ambos os times estão desanimados, pois o Wolfsburg não perdeu uma partida em casa, onde jogará contra um Werder Bremen concentrado nas decisões da Copa da Uefa e da Copa da Alemanha. Eu concordaria com vocês se o fator sorte não tivesse colaborado com a Bundesliga. Uma incrível coincidência nos brindou com o seguinte duelo na última rodada: Bayern de Munique x Stuttgart. Quem vencer conquista a vaga na próxima Champions League e quem perder terá que torcer contra o Hertha Berlim. Resumindo: Se o Wolfsburg perder, o campeão pode sair deste duelo e, caso o Wolfsburg vença, o que passa a valer é a vaga na Champions League. Imperdível, não?

Resultados

1899 Hoffenheim 2 x 2 Bayern Munique
Hertha Berlim 0 x 0 Schalke 04
Hannover 0 x 5 Wolfsburg
Stuttgart 2 x 0 Energie Cottbus

Classificação

1 – Wolfsburg 66 pontos
2 – Bayern de Munique 64 pontos
3 – Stuttgart 64 pontos
4 – Hertha Berlim 63 pontos

Próximos e últimos duelos

Bayern de Munique x Stuttgart
Wolfsburg x Werder Bremen
Karlsruher x Hertha Berlim

sábado, 16 de maio de 2009

FIGURINHA CARIMBADA - ROBERTO COSTA



Nome: Roberto Costa Cabral

Data de nascimento: 8 de dezembro de 1954

Posição: goleiro

Seleção Brasileira – 1 jogo e 2 gols sofridos*

Clubes:

Santos (1973 a 1976)
Criciúma (1976 a 1977)
Atlético – PR (1978 a 1981, 1982 a 1983 e 1986 a 1987)
Coritiba (1981)
Vasco (1983 a 1985)
Internacional (1985)
América – SP (1986)
Noroeste – SP (1988)
Esportivo – MG (1988)
Flamengo – MG (1989)
Taguatinga – DF (1989)
Caldense (1990)

Títulos:

Campeonato Paranaense – 1982 e 1983 – Atlético Paranaense
Campeonato Brasiliense – 1989 – Taguatinga

Destaques:

- César Sampaio, Toninho Cerezo, Zico e Falcão são jogadores de meio-campo, craques consagrados do futebol nacional, e atuaram em Copas do Mundo pela Seleção Brasileira. E o que o goleiro Roberto Costa tem em comum com eles? São os únicos jogadores a conquistarem dois prêmios Bola de Ouro, dado pela revista Placar ao melhor jogador do Campeonato Brasileiro em cada ano. O primeiro deles o “Mão de Anjo” ganhou após espetacular campanha com o Atlético Paranaense no Brasileiro de 1983, enquanto o segundo veio com o Vasco Vice-Campeão Brasileiro de 1984.

- No início dos anos 80, Roberto fez parte de um dos maiores esquadrões do Atlético Paranaense em todos os tempos. A equipe rubro-negra contava com um ataque que viria a fazer história no Brasil: Washington e Assis, o famoso casal 20.

Após conquistar o Paranaense de 1982, o Furacão fez uma campanha sensacional no Brasileirão de 1983. Apesar de vitórias importantes como as contra Grêmio, América-RJ e o rival Colorado, nos três primeiros turnos, o Rubro-Negro Paranaense só atingiu o status de destaque do torneio na fase de quartas-de-final. Nesta, Roberto Costa começou a se consagrar como um dos grandes goleiros da história do futebol brasileiro. O adversário era o São Paulo, e o primeiro jogo, realizado em Curitiba, terminou com uma importante vitória rubro-negra por 2 a 1. Era uma boa vantagem para o jogo de volta, mas o São Paulo precisaria apenas de uma vitória mínima no Morumbi. Com Careca em seu ataque, o São Paulo tinha uma força e tanto, mas contra o "Mão de Anjo" em seu melhor dia, a missão tricolor se tornou impossível. Mesmo diante da enorme pressão são-paulina, Roberto não deixou passar sequer um gomo da bola por entre suas mãos. Um gol de Assis, aos 30 minutos do segundo tempo, fechou o caixão tricolor e selou a classificação atleticana.

No primeiro jogo da fase semi-final, o time paranaense sentiu o peso de enfrentar o Flamengo, já Campeão do Mundo, em um Maracanã com 110 mil torcedores, e, com mais uma atuação de gala de Zico,  os cariocas venceram por 3 a 0. Uma derrota dessas desanimou o torcedor atleticano e a equipe entrou cabisbaixa para o jogo de volta, certo? Errado! Completamente errado! Mais de 65 mil torcedores lotaram o Couto Pereira - maior público da história do estádio - e o Atlético, que precisava repetir a diferença de 3 gols imposta pelo Flamengo no jogo de ida, fez um primeiro tempo magnífico, abrindo 2 a 0 no placar com dois gols de Washington. No segundo tempo, o Flamengo se defendeu com unhas e dentes, e o Atlético, apesar de não conseguir a classificação, saiu de campo sob infinitos aplausos.

Após imenso destaque obtido nos jogos contra São Paulo e Flamengo, Roberto foi eleito pela conceituada revista Placar como o melhor jogador do campeonato. Convenhamos que ser eleito o número 1 em um campeonato que contou com Zico, Careca, Sócrates e Roberto Dinamite, só para citar alguns dos nossos craques, não era pouca coisa.

- O sucesso no Atlético Paranaense levou Roberto Costa ao Vasco da Gama, que contava com o letal Roberto Dinamite. O time vascaíno era muito ofensivo, tendo marcado 51 gols ao longo do Brasileiro de 1984, no qual nenhuma outra equipe ultrapassou os 40 tentos marcados. E tem mais! Os dois artilheiros do torneio foram cruzmaltinos: Dinamite, com 16 gols, e Arthurzinho, com 14. Para um time mostrar esta capacidade ofensiva, só mesmo confiando muito na sua defesa. E o Vasco podia contar sempre com o “Mão de Anjo”. Apesar de derrotado na final para o Fluminense, esta equipe vascaína ficou marcada pelo belo futebol que jogava. E Roberto Costa, por receber sua segunda Bola de Ouro.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

QUARTA RODADA DA COPA DO BRASIL - PARTE 1

Vasco 4 x 0 Vitória – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Flamengo 0 x 0 Internacional – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Corinthians 1 x 0 Fluminense – Pacaembu, São Paulo (SP)

Olá amigos do FUTEBOLA!

A rodada da Copa do Brasil deste meado de semana mobilizou o torcedor carioca. Além de dois grandes clássicos do nosso futebol, como foram Flamengo x Internacional e Corinthians x Fluminense, o Vasco atropelou o Vitória em São Januário. Mesmo sem poder contar com os, teoricamente, cinco clubes mais fortes do país, que disputam a Taça Libertadores, a Copa do Brasil está mostrando um excelente nível este ano. Vamos aos destaques dos jogos que eu consegui assistir desta importante rodada.

MANDOU BEM!

- Pode parecer estranho, mas o Vasco não teve uma atuação de gala contra o Vitória. A goleada por 4 a 0 foi sim inquestionável, porém a equipe vascaína esteve longe mostrar um belo futebol. O que saltou aos olhos foi a eficiência do time nas jogadas de bola parada e em aproveitar os erros da defesa do Vitória. A falha de Leandro Almeida no gol marcado por Carlos Alberto, o primeiro do Vasco, chegou a ser cômica. Já no gol seguinte, de Élton, toda a defesa baiana não conseguiu cortar um simples escanteio, onde a bola ficou pipocando na área. Após o intervalo, o Vasco selou sua classificação em aproximadamente 15 minutos. Se no início do ano, Paulo Sérgio e Nílton surpreenderam com o primeiro sempre acertando os cruzamentos para o segundo balançar as redes de cabeça, nesta partida eles mostraram a qualidade no chute direto para o gol. Em duas cobranças de falta, na entrada da área, eles decidiram o jogo, e a classificação vascaína. Chovendo no molhado, acredito que para disputar a longa Série B o Vasco precisará de um elenco homogêneo, onde os reservas podem virar titulares da noite para o dia. No momento atual, Nílton e Léo Lima dão uma maior consistência ao meio-de-campo vascaíno do que Mateus e Jeférson, que, no entanto, serão muito úteis ao longo do ano. O mesmo raciocínio poderá ser aplicado ao Élton, que deverá ser o barrado quando Aloísio possuir condições de jogo.

- Que o Flamengo não conseguiu um bom resultado ao empatar sem gols com o Internacional, em pleno Maracanã, é fato. Porém, a equipe rubro-negra atuou os 90 minutos em busca da vitória, e isso deve ser elogiado. Se o problema da falta de poder de finalização do time flamenguista é visível, a capacidade de pressionar o adversário e criar oportunidades de gols é enorme. Nesta partida contra o Internacional, o Flamengo tentou de tudo quanto é maneira furar a retranca colorada, mas quando se junta a falta de qualidade nas conclusões com a falta de sorte, não há como balançar as redes. Foram tantas chances criadas, que os pequeninos Éverton e Juan conseguiram, de cabeça, carimbar as traves do goleiro Lauro. Por falar em Lauro, o que foi a defesa que ele realizou após chute de Angelim, à queima-roupa? Realmente não era (mais uma vez) o dia de a bola entrar. E ainda teve mais duas belas finalizações do Kleberson, uma de cabeça, depois de bom passe de Éverton, e um chute que passou raspando a trave após excepcional assistência de Íbson. Estranho o fato de nenhuma das claras oportunidades que o Flamengo criou ter passado pelos pés dos centroavantes? Em se tratando do Flamengo, não.

- Gostei, e muito, da formação defensiva utilizada pelo Cuca nesta partida. O Aírton se saiu muito bem atuando na cobertura, assim como Willians de zagueiro-direito (mesmo que depois ele tenha sido deslocado para acompanhar o D´Alessandro, foi como beque-direito que ele começou o jogo). As excelentes e importantes ultrapassagens que Ronaldo Angelim realiza pelo lado esquerdo, foram vistas, principalmente no 1º tempo, com Willians pela direita. Se o Cuca sempre disse que o Willians possui bom poder ofensivo, acredito que fazer a função semelhante à do Angelin, seja mesmo o papel adequado para ele. Sobre a presença do Toró como titular, os aplausos da torcida, após sua saída por cansaço, ilustram sua boa atuação. Em minha opinião, o Toró é muito pouco aproveitado pelo Cuca, porém acredito que após esta atuação terá mais oportunidades de mostrar seu futebol. Fechando o sistema defensivo rubro-negro, o cada dia mais sensacional goleiro Bruno. Realmente não tenho palavras para comentar sobre sua defesa em cabeçada do Nilmar, aos 41 minutos do 2º tempo. Somente Bruno, em todo o país, conseguiria salvar o lance que exigiu reflexo e habilidade com os pés, de outro mundo.

- Não acompanho o Campeonato Argentino com a frequência que desejava, até pela questão do horário, já que muitos jogos são simultâneos aos do Brasileirão. Por este motivo, não posso ser convicto em afirmar se o técnico da Seleção Argentina, o Maradona, possui um certo preconceito com os jogadores que não atuam na Europa. Já sobre o nosso treinador Dunga, possuo toda a certeza possível que ele não vê com bons olhos os que atuam em nossos gramados. Por que motivo estou falando sobre este assunto? Simples. Por causa da dupla de argentinos do Internacional, D´Alessandro e Guiñazu. Se D´Alessandro foi completamente anulado pela marcação do Flamengo, nesta partida, a atuação de Guiñazu foi daquelas de se gravar em dvd e vender com o título “Como ser um grande volante”. Guiñazu é daqueles jogadores que podem afirmar, ao final de uma partida, que correu por 90 minutos. E mais, correu pelo campo inteiro. Assistí-lo jogar. é realmente uma aula de como marcar e sair para o jogo com qualidade. Sei que D´Alessandro já vem merecendo uma convocação para a Seleção Argentina faz um tempinho, mas meu lobby desta vez vai para o Guiñazu, apesar de ter a leve impressão de que o Maradona não está nem aí para ele.

MANDOU MAL!

- Amigos, eu sei que não se pode analisar uma equipe somente por uma partida assistida. Mas observem o caso. Desde o início do ano que estou esperando para poder assistir ao Internacional atuar. Cada goleada que o Colorado aplicava no Campeonato Gaúcho, cada vitória sobre o Grêmio, cada roubada de bola do Guiñazu, cada assistência do D´Alessandro, cada gol do Nilmar, o último gol do Nilmar, me fizeram acreditar que o Internacional é uma das melhores equipes do mundo. Sendo sincero, ainda acredito. Porém, este fato não me impede de ficar decepcionado com a atuação colorada no Maracanã. Armado em um verdadeiro ferrolho, de fazer inveja a qualquer treinador retranqueiro, o Internacional, em momento algum, se preoucupou em mostrar a qualidade que possui. Será que o Colorado sentiu a pressão de enfrentar um time tão ofensivo (em intensidade, não em qualidade) quanto ele? Repito, continuo acreditando ser o Internacional favorito à todos os títulos que disputar no ano, mas esperava muito mais da equipe, no Maracanã.

- Muito dura é a briga para saber quem foi pior jogador desta rodada da Copa do Brasil. O atacante do Flamengo Obina ou o defensor do Vitória Luciano Almeida? A cada jogo que passa, percebe-se mais que Obina não está em condições de jogar no Flamengo. Nesta partida contra o Internacional, além de não criar sequer uma perigosa jogada ofensiva, atrapalhou muito o time com as faltas que constantemente cometia. Já o zagueiro/lateral Luciano Almeida fez uma jogada digna de filme dos Trapalhões. Após cobrança de falta do vascaíno Nílton, a bola parou em seus pés, dentro de sua área. O que ele fez? Entregou-a nos pés de Carlos Alberto, que abriu o placar para o Vasco. E teve mais. Com o placar mostrando 3 a 0 para o Vasco, Luciano inventou de cortar uma bola com a mão na entrada da área. Além de ser expulso, a infração resultou no gol de falta de Nílton, fechando a goleada vascaína.


ENQUANTO ISSO EM RECIFE…

Simplesmente monumental o duelo entre Sport e Palmeiras, válido pelo segundo jogo das oitavas-de-final da Taça Libertadores. O Sport havia perdido o primeiro jogo por 1 a 0 e, jogando na pulsante Ilha do Retiro, já era de se imaginar a pressão que iria impor ao Palmeiras. Surpreendente foi a atitude do Verdão de abdicar completamente do ataque para tentar segurar o ímpeto do Leão. Com exceção de uma escapulida pela esquerda do Keirrison e um chute de fora da área do Maurício Ramos, o 1º tempo foi dominado integralmente pelo Sport. Em minhas contas, o time pernambucano teve nada menos do que seis claríssimas chances de abrir o placar, mas encontrou do outro lado ou goleiro Marcos. Ou melhor, São Marcos. Não tem como não chamá-lo de santo após as duas defesas que realizou em conclusões de Paulo Baier. Na primeira, o camisa 10 do Sport cabeceou a bola a queima roupa e Marcos mostrou um reflexo único para salvar. Já na segunda, Paulo Baier recebeu açucarado passe e, quase na pequena área, chutou em cima do goleiro/milagroso. Como não existe santo sem sorte, na terceira vez que Paulo Baier pintou na área palmeirense e conseguiu ultrapassar Marcos, a bola saiu lentamente à esquerda da trave. Resumo da ópera: o 1º tempo foi um verdadeiro ataque x defesa onde Marcos impediu Paulo Baier de entrar na galeria de ídolos do Sport.

Após o intervalo, nada de diferente no ritmo do jogo. Com 10 minutos, o Palmeiras não preocupava nem um pouco o goleiro Magrão e já havia feito seu torcedor prender a respiração por duas vezes. Porém, os jogadores do Sport são humanos e, como tais, ficam nervosos com o tic-tac do relógio. O tempo passava e a retranca palmeirense, apoiada em zagueiros que não perdiam uma bola pelo alto, meias que não paravam de marcar por 1 só minuto e um goleiro inadjetivável, não era furada. Aos poucos os perigosos ataques pernambucanos foram perdendo a força e o placar parecia mesmo que terminaria inalterado. Mas como o futebol não tem um pingo de lógica, no momento em que o Sport não conseguia se organizar, nem nada organizar, Luciano Henrique fez linda jogada pela esquerda e cruzou para Wilson balançar a rede. A Ilha do Retiro veio abaixo. Restavam aproximadamente 10 minutos para o final e o Sport voltou a atacar com tudo e com todos. Aos 48 o lance que ficará marcado para sempre na história do Leão. Após mais uma boa jogada de Luciano Henrique, o excelente atacante Ciro recebe a bola na entrada da área, gira sobre o zagueiro e manda o chute certeiro. Com a mesma divindade com que se abre um mar ou se anda sobre a água, Marcos voa para, com um leve toque, fazer a bola explodir na trave. Inacreditável!

Decisão de pênaltis! A maior crueldade que pode existir para o coração de um torcedor. A maior glória que pode existir para um goleiro. A cada cobrança que Marcos defendia, mais eu percebia o quanto ele é iluminado. Ao defender o terceiro e derradeiro pênalti, que deu a vaga ao Verdão, eu tive a certeza. O torcedor palmeirense deve, todo dia antes de dormir, ajoelhar-se e rezar para São Marcos.

ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA...

O Borussia Dortmund veio para o jogo, contra o Wolfsburg, embalado pelas 7 vitórias consecutivas e pela chance de se aproximar da zona de classificação para a Champions League. Um ponto interessante do duelo foi que um time era exatamente o espelho do outro, ambos formados por uma linha de 4 defensores, um losango no meio de campo e uma dupla de ataque. Porém, se as táticas (não a organização tática, mas o esquema tático) das equipes se assemelham, a diferença técnica vista em campo foi enorme, mesmo com o excelente meia organizador e camisa 10 do Wolfsburg, Misimovic, mostrando um futebol muito abaixo do que vinha apresentando. A responsabilidade de decidir o jogo, e fazer o Wolfsburg dar um passo enorme rumo ao inédito título, esteve nos pés de Grafite e Dzeko. Quem não acompanha a Bundesliga pode achar que estou exagerando, entretanto poucas duplas de ataque no mundo tem mostrado o entrosamento e a eficiência de Grafite/Dzeko. Para se ter uma idéia desta afinidade, é preciso apenas descrever os gols da belíssima vitória do Wolfsburgo por 3 a 0, que pôs fim à arrancada do Borussia Dortmund. Josué faz linda tabela com Grafite e passa para Dzeco abrir o placar, aos 15 minutos do 1º tempo. Apenas 2 minutos após o intervalo, a zaga do Borussia bobeia e Dzeko deixa Grafite na cara do gol. 2 a 0 Wolfsburg. O jogo se encaminhava para o final quando, aos 39 minutos, Grafite faz espetacular jogada e retribui a assistência para Dzeko colocar números finais no jogo. Se você não está convencido, lhe darei um feito incrível alcançado pela dupla. Pela primeira vez na história da Bundesliga, dois jogadores da mesma equipe ultrapassam os 20 gols, cada. Grafite está na artilharia com 24 gols e Dzeko possui 22. Se esta dupla é a principal força do Wolfsburg para buscar o inédito título da Bundesliga, não podemos nos esquecer do fator casa, já que esta foi a 15ª vitória da equipe, em seus domínios, em 16 jogos (houve um empate).

O mais impressionante do Campeonato Alemão, é que mesmo com esta excelente campanha, os rivais não deixam o Wolfsburg disparar na ponta da tabela. Muito pelo contrário, o torneio está totalmente indefinido. Nesta rodada de meio de semana, dos 5 perseguidores do Wolfsburg, somente o Dortmund não venceu. A esta altura do campeonato, podemos falar que uma derrota, para qualquer time, significa o fim do sonho de ser campeão. Vamos aos resultados envolvendo os atuais 5 primeiros colocados, como eles estão na classificação e os próximos duelos.

Resultados
Bayern Munique 3 x 0 Bayer Leverkusen
Colônia 1 x 2 Hertha Berlim
Wolfsburg 3 x 0 Borussia Dortmund
Schalke 04 1 x 2 Stuttgart
Hamburgo 3 x 1 Bochum

Classificação
1 – Wolfsburg 63 pontos
2 – Bayern de Munique 63 pontos
3 – Hertha Berlim 62 pontos
4 – Stuttgart 61 pontos
5 – Hamburgo 58 pontos

Próximos jogos
1899 Hoffenheim x Bayern Munique
Hertha Berlim x Schalke 04
Hannover 96 x Wolfsburg
Stuttgart x Energie Cottbus
Hamburgo x Colonia

segunda-feira, 11 de maio de 2009

CAMPEONATO BRASILEIRO 2009 - 1ª RODADA

SÉRIE A
Sport 1x1 Barueri
Palmeiras 2x1 Coritiba
Avaí 2x2 Atlético Mineiro
Corinthians 0x1 Internacional
Fluminense 1x0 São Paulo
Cruzeiro 2x0 Flamengo
Atlético Paranaense 0x2 Vitória
Grêmio 1x1 Santos
Santo André 1x1 Botafogo
Goiás 3x3 Náutico

SÉRIE B
Bragantino 2x0 São Caetano
Campinense 1x2 Duque de Caxias
Ponte Preta 2x0 ABC
Figueirense 3x0 Ipatinga
Fortaleza 2x4 Guarani
Vila Nova 0x0 Portuguesa
Bahia 2x0 Paraná
Vasco 1x0 Brasiliense
Juventude 2x2 Ceará
América 1x2 Atlético Goianiense

Olá amigos do FUTEBOLA!

O Brasileirão 2009 começou com chave de ouro. Estádios lotados (não todos, claro), duelos emocionantes e gols antológicos, ou seja, tudo que o povo gosta. Ainda não possuo a impressionante capacidade do comentarista Paulo Vinícius Coelho, da ESPN Brasil, de analisar duas partidas simultaneamente e, como gosto de comentar apenas os jogos que assisti na íntegra, fica impossível opinar sobre todos os duelos. Vamos então aos destaques das partidas que acompanhei nesta 1ª rodada. São elas:

Vasco 1x0 Brasiliense
Cruzeiro 2x0 Flamengo
Grêmio 1x1 Santos

MANDOU BEM!

- O Vasco precisou de apenas 20 minutos de pressão sobre o Brasiliense para garantir a primeira vitória rumo à Série A. Após um 1º tempo relativamente equilibrado, onde o Brasiliense assustou bastante a defesa vascaína, inclusive com uma bola na trave, o treinador cruzmaltino Dorival Júnior deve ter pedido mais espírito de grandeza para sua equipe. Muitos dizem que uma equipe de tradição, que irá atuar na Série B, precisa se portar como uma equipe “pequena”. Concordo com esta opinião apenas em partes. Quando relacionada ao fato de o Vasco ter que mostrar garra, dedicação, esforços a mais nos treinamentos e humildade para saber que está em uma situação complicada, concordo com a opinião. Porém, acredito que em São Januário e com a torcida cantando durante todos os segundos, o Vasco não pode ser cauteloso. E foi o que ocorreu nos citados primeiros 20 minutos do 2º tempo. O Vasco engoliu o Brasiliense, adiantando seus jogadores, sempre rodeando o gol defendido pelo goleiro Guto e não permitindo ao adversário sair para o jogo. Com os laterais aparecendo, mesmo que Ramón só tenha aparecido por pouco tempo, Carlos Alberto e Léo Lima sendo incisivos, o primeiro nos dribles e o segundo nos passes, e Rodrigo Pimpão mostrando a raça e movimentação costumeira, o Vasco chegou ao gol. Aos 16 minutos, logo depois de o Brasiliense conseguir escapulir pela primeira vez após o intervalo, em um lindo chute de Fábio Júnior, o Vasco rodou a bola na entrada da área rival com perfeição, até encontrar o arremate certeiro de Pimpão. Com a vantagem no placar o Vasco diminuiu o ritmo e chegou a levar um sufoco nos minutos finais. Pelo lado do Brasiliense, fiquei muito feliz em ver que o meia Iranildo e o atacante Fábio Júnior ainda sabem bem o que fazer com a bola nos pés. Placar final: Vasco 1 x 0 Brasiliense e Torcida Vascaína 10 x 0 Desconfiança.

- Antes de elogiar o Cruzeiro, pela vitória com um homem a menos, e criticar o Flamengo, pela derrota com um homem a mais, queria comentar sobre dois jogadores que, em minha opinião, deveriam ser jogadores de Seleção Brasileira. Como jogam bola o meia rubro-negro Íbson e o centroavante azul Kléber. Tudo bem que Íbson passou por um período onde seu futebol não estava brilhando, mas qual grande jogador não passou por uma fase assim? Entretanto, desde o jogo contra o Fluminense, pela semi-final da Taça Rio, que o meia vem mostrando toda sua qualidade. Na verdade, está mostrando até mais qualidades. Além das belíssimas e imparáveis arrancadas, que sempre foram sua principal arma, Íbson está excelente nas bolas alçadas sobre área. Com 25 anos e muito tempo de futebol pela frente, Íbson está se tornando um jogador cada vez mais completo. Já o Kléber, realmente merece o apelido de “Gladiador”. Cada bola disputada pelo atacante cruzeirense é como se fosse, para ele, uma batalha contra leões. Junte esta vontade, que o tornaria ídolo de qualquer equipe no mundo, com uma impressionante capacidade de marcar gols e vocês entenderão o motivo de eu admirar tanto o futebol de Kléber. Mesmo que o técnico Dunga não olhe com bons olhos para os que atuam em nossos gramados, Íbson e Kléber são sim jogadores de nível de Seleção Brasileira.

- Em minha opinião, o árbitro Paulo César de Oliveira foi muito rigoroso ao expulsar o lateral cruzeirense Jancarlos, no lance que resultou no pênalti desperdiçado por Juan. Com um jogador a menos, o treinador Adílson Batista teve que trocar o atacante Thiago Ribeiro pelo volante Fabrício e o Cruzeiro teve que ser cauteloso em suas ações ofensivas. Mesmo assim, uma equipe que conta com a qualidade de Ramires, Wagner e Kléber, é forte até com um jogador a menos. Enquanto o Flamengo passou a partida inteira pressionando e rodeando a área do goleiro Fábio, sem sucesso nas finalizações, o Cruzeiro foi letal. Primeiro tempo, contra-ataque, bola no Kléber que abre no Wagner. Resultado: pênalti no Wagner e gol de Kléber. Final do 2º tempo, bola longa no Ramires que a domina de maneira magistral, supera dois zagueiros do Flamengo como se fossem juvenis e fecha o placar. Como ajuda quando um treinador conhece bem o seu o time, né? Com a saída de Kléber, por cansaço, o Ramires foi adiantado para ser a referência nos contra-ataques e, depois de passar o jogo quase inteiro somente defendendo, o camisa 8 cruzeirense ainda teve tempo de mostrar por que é um dos melhores jogadores do país.

- Jogão de bola no Olímpico, em Porto Alegre. O Grêmio, com jogadores de boa qualidade, mostrou que é sim um dos candidatos ao título, ainda mais depois que Paulo Autuori chegar para dar mais organização à equipe. Já o Santos provou que não chegou na final do Paulistão por acaso. A 1ª etapa mostrou um daqueles jogos que o 0 x 0 no placar é o de menos. O Grêmio criava claras oportunidades de balançar a rede, contando com o ímpeto do meia do meia Souza, os avanços do ala-esquerda Fábio Santos e o mais que participativo Máxi López. Impressionante o que corre o atacante argentino Máxi López, esteja o Grêmio com a bola ou não. Porém, o que deixou o jogo emocionante foi a atitude do Santos de sempre procurar agredir a defesa do Grêmio, mostrando que estava ali não somente para se defender. Apesar de Neymar não ter atuado bem e Kléber Pereira estar em uma fase péssima, o veloz Mádson aberto pela direita e o garoto Paulo Henrique, muito bem nos passes, deram muito trabalho ao goleiro gremista Vítor.

Após o intervalo, o jogo diminuiu um pouco de ritmo, até pelas substituições realizadas pelo Marcelo Rospide. O treinador gremista trocou os atacantes Jonas e Máxi López por, respectivamente, o volante Túlio e o centroavante Alex Mineiro, diminuindo um pouco a mobilidade ofensiva da equipe gaúcha. Até os 30 minutos da etapa final, somente uma cabeçada de Réver, após lindo cruzamento de Tcheco e uma bomba do meia Molina, que havia entrado no lugar de Neymar, fizeram a torcida mandar o famoso “Uhhhhhh”. Mas aí, mesmo com o jogo mais frio, os gols resolveram sair. Após bela trama envolvendo o meio-campo gremista, Réver passou voando pela esquerda e acertou um belo chute para abrir o placar. Sobre o zagueiro Réver, queria dizer que acho seu futebol excelente, tendo inclusive o escalado na minha Seleção do Brasileiro de 2008. Neste jogo ele apresentou, novamente, toda sua solidez defensiva e ainda arrumou um tempinho para marcar o gol da sua equipe. Faltando 5 minutos para o fim do jogo, o meia colombiano Molina decidiu mostrar que o suposto interesse do Grêmio em sua contratação, pode ser um tiro certeiro. Assim como foi certeira sua cobrança de falta, sem chances de defesa para o goleiro Vítor. Pelo que fez, principalmente no 1º tempo, o Santos realmente não merecia sair perdendo.

MANDOU MAL!

- Duas opções do treinador gremista Marcelo Rospide não me agradaram. A primeira delas é a liberdade dada ao meia Souza. Tudo bem que o ex-são paulino está jogando uma bola redondinha, porém com a liberdade ofensiva que está tendo, o Tcheco não está aparecendo muito para o jogo para não o Adílson, que é o primeiro volante tricolor. A precisão nos passes que o Tcheco possui, é uma arma que não deve ser só explorada nas bolas paradas. Outra escolha do Rospide que não me agradou, foram as já citadas substituições realizadas na 2ª etapa. Após o belo 1º tempo da equipe, qual a lógica de tirar o Máxi López, em minha opinião o mais perigoso da equipe, e trocar o atacante Jonas pelo volante Túlio?

- O Flamengo conseguiu mostrar, em sua partida de estréia no Brasileirão, todos seus problemas ofensivos e defensivos. Sei que a torcida rubro-negra admira jogadores raçudos, mas o Willians está prejudicando muito a equipe com sua deficiência na marcação. Já falei várias vezes aqui no blog sobre o banho de bola que o volante levou, quando foi designado para marcar o vascaíno Carlos Alberto (cometeu 6 faltas em 15 minutos e foi expulso) e o botafoguense Maicosuel, durante o Cariocão. Contra o Cruzeiro, com menos de 5 minutos de jogo, Willians já havia cometido dura falta em Ramires e recebido cartão amarelo, fazendo o treinador Cuca substituí-lo ainda no primeiro tempo. Já o zagueiro Wellinton mostrou que a torcida rubro-negra sentirá muitas saudades de Fábio Luciano. Foram muitos erros os cometidos pelo jovem zagueiro, entre eles o pênalti cometido no Wagner, uma bola invertida erradamente, que deixou o cruzeirense Athirson na cara do goleiro Bruno, e o drible que levou do Ramires no gol que acabou com as chances do Flamengo de conseguir um pontinho. Já ofensivamente, os problemas também foram os de sempre. Emerson e Josiel não conseguem acertar uma finalização, seja ela de cabeça ou com os pés, e Léo Moura não realiza uma boa jogada de linha de fundo faz tempos. O mais impressionante é que o lateral-esquerdo cruzeirense era o Gérson Magrão, que está longe de ser um bom marcador e, mesmo assim, Léo Moura não tentou duelar contra ele em nenhum momento do jogo.

JOGADA RÁPIDA!

- O gol marcado pelo Nilmar sobre o Corinthians é daqueles que merece uma pintura no museu do Internacional. Prefiro acreditar que todos os movimentos realizados pelo Nilmar foram por instinto, pois seria assustador se ele conseguisse pensar naquela velocidade e com um exército corinthiano sedento por tomar-lhe a pelota. Se Nilmar queria deixar o torcedor do Flamengo com a pulga atrás da orelha, para o confronto pela Copa do Brasil, ele teve muito sucesso.


ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA...

Simplesmente espetacular a vitória do Stuttgart sobre o Wolfsburg por 4 a 1. Logo com 30 segundos de jogo, o Stuttgart mostrou seu cartão de visitas, com uma linda jogada. O brasileiro Cacau fez boa abertura para o meia-direita Hilbert, que em um lindo tique de calcanhar, deixou a pelota para o lateral Trasch cruzar na cabeça do centroavante Mário Gómez. Golaço! Menos de um minuto depois, um longo lançamento vindo da defesa encontrou novamente Mário Gómez, que desta vez chutou em cima do goleiro Benaglio. Pelo andar da carruagem, o jogo estava se tornando um verdadeiro massacre do Stuttgart sobre o líder Wolfsburg, entretanto a pressão inicial diminuiu de ritmo e o duelo tornou-se equilibrado até o fim da 1ª etapa. Jogada pela direita do Wolfsburg e Dzeco completa de primeira, em um belo chute, que o goleirão Lehmann defende. Sensacional tabela entre Hitzspelger e Cacau, que termina no fundo das redes após conclusão de Mário Gómez. Mais uma jogada aérea do Wolfsburg e Dzeco ajeita a pelota para Grafite, na pequena área, não conseguir mandar para as redes. Um raro avanço do lateral-esquerdo do Stuttgart, Magnin, resulta em belo cruzamento para Cacau, que tem três oportunidades para marcar, mas Benaglio salva o líder da Bundesliga. Aos 36 minutos, após cobrança de escanteio, enfim o Wolfsburg acerta uma conclusão. A bola alçada na área é desviada e cai nos pés de Dzeco, que diminui a vantagem do Stuttgart. Antes de chegarmos ao intervalo, ainda deu tempo de o Wolfsburg sofrer um problema digno do Botafogo. Num intervalo de menos de 2 minutos, o treinador Félix Magath é obrigado a tirar o volante Riether e o craque do time, Misimovic, por contusões. Que primeiro tempo!

Após o intervalo, o jogo não diminuiu de ritmo. Aos 10 e aos 12 minutos, o italiano Zaccardo perdeu duas chances de empatar o placar para o Wolfsburg, sendo a primeira delas sozinho e dentro da pequena área. Parece que esses gols perdidos foram sentidos pela equipe do Wolfsburg, pois o Stuttgart conseguiu dominar a partida pelos 20 minutos seguintes, criando quatro excelentes oportunidades ofensivas, com o iluminado Mário Gómez balançando as redes mais duas vezes. Isso mesmo, quatro gols de Mário Gómez, agora artilheiro da Bundesliga ao lado de Grafite, com 23 gols marcados. Com a goleada no placar, ainda restou tempo de o Wolfsburg tentar diminuir a derrota (o saldo de gols será importantíssimo na reta final do torneio) e o Stuttgart colocar uma bola na trave, porém, a esta altura, os torcedores só queriam saber de cerveja e de que estão a somente dois pontos da liderança.

Esta não foi a melhor atuação do Stuttgart que eu vi na temporada, mas a versatilidade ofensiva da equipe sempre me enche os olhos. Avanços de Hilbert pela direita, chutes certeiros e passes milimétricos de Hitzspelger, movimentação de Cacau por todo o ataque, Khedira sabendo a hora exata de defender e de dar assistências e, claro, Super Mário Gómez, que quando está no seu dia, sabe muito bem balançar as redes. Aliando estas muitas qualidades ofensivas, com uma defesa que disputa cada bola como se estivesse em uma Copa do Mundo, o Stuttgart se tornou um time muito forte. Só me resta parabenizar o jovem treinador Markus Babell, por conseguir fazer funcionar esta bela equipe. Placar Final: Stuttgart 4 x 1 Wolfsburg. Conselho de amigo: não ousem perder as últimas três rodadas da Bundesliga.

- Vamos acompanhar quais foram os resultados envolvendo os 6 primeiros colocados, como estão na classificação e seus próximos duelos.

Resultados
Energie Cottbus 1 x 3 Bayern Munique
Stuttgart 4 x 1 Wolfsburg
Hertha Berlim 2 x 0 Bochum
Werder Bremen 2 x 0 Hamburgo
Borussia Dortmund 4 x 0 Karlsruher

Classificação
1 – Wolfsburg 60 pontos
2 – Bayern de Munique 60 pontos
3 – Hertha Berlim 59 pontos
4 – Stuttgart 58 pontos
5 – Borussia Dortmund 55 pontos
6 – Hamburgo 55 pontos

Próximos duelos
Bayern Munique x Bayer Leverkusen
Colônia x Hertha Berlim
Wolfsburg x Borussia Dortmund
Schalke 04 x Stuttgart
Hamburgo x Bochum

domingo, 10 de maio de 2009

CHEGOU O BRASILEIRÃO 2009!!!

Olá amigos do FUTEBOLA!

Chegou o Brasileirão 2009! Para mostrar minha empolgação com o torneio que se inicia, vou expressar uma opinião minha que muitos, muitos, não concordam. Não acho que o futebol brasileiro seja “nivelado por baixo”, como a maioria costuma dizer e acredito que dois motivos me façam ter esta opinião.

O primeiro deles, pode ser explicado pelas belíssimas palavras do poeta Fernando Pessoa, que o jornalista Juca Kfouri foi perfeito em adotá-las para o futebol:

“O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.”

Eu comecei a gostar de futebol por causa dos nossos clubes, nossos jogadores, nossos campeonatos. Da mesma maneira que você já ouviu várias senhoras de idade dizendo “vou assistir MINHA novela”, me sinto no direito de dizer “vai começar o MEU Campeonato”. Atualmente, existem muitas crianças, iniciando a vida de torcedor, que escolhem um time europeu para torcer. Não é de se assustar, tamanha quantidade de jogos internacionais que passam na tv fechada. Porém, este não é o meu caso. O máximo que eu conhecia do futebol europeu, quando criança, era a equipe da Juventus, pois meu pai havia me dado um revista com o pôster de cada jogador da Velha Senhora. Mas assistir jogadores como Ravanelli e Roberto Baggio, os meus pôsteres preferidos, era algo inimaginável para mim.

O segundo motivo, é uma comparação que sempre faço entre nossos clubes e os do “Velho Continente”. Não sou louco de falar que as equipes brasileiras estão no nível de um Barcelona, um Manchester United, um Milan ou um Chelsea. Agora, esqueçam os fatores extra-campo do nosso futebol como a violência nos estádios, a falta de sócios dos clubes ou o desrespeito ao torcedor na hora de comprar o ingresso, que são problemas da nossa sociedade, e não do esporte. Pensemos somente dentro de campo. Você acredita que times como o Sevilla (3º lugar no Campeonato Espanhol), a Fiorentina (4º lugar no Campeonato Italiano), o Hertha Berlim (3º lugar no Campeonato Alemão) ou o Everton (5º lugar no Campeonato Inglês) são superiores aos nossos? Em hipotéticos duelos entre Cruzeiro e Porto (líder do Campeonato Português e um dos 8 classificados para as quartas-de-final da Champions League) ou Grêmio e Olympique de Marseille (1º lugar no Campeonato Francês), só para citar dois exemplos, nossos clubes seriam azarões? Quando o Liverpool perdeu para o São Paulo, no Mundial Interclubes de 2005, Gerrard recebeu o prêmio de segundo melhor jogador do torneio com a cara de pouquíssimos amigos. Quando o Barcelona foi enfrentar o Internacional pelo mesmo torneio, em 2006, Ronaldinho Gaúcho, gremista assumido e de coração, era o craque do time espanhol. Vocês acreditam mesmo, que os europeus realmente não se importam com o Mundial Interclubes? Para todas as interrogações acima, minhas respostas são idênticas: não, não e não!

Portanto, se em todos o Brasileirões que estavam prestes a iniciar, sempre me enchi de boas expectativas, imaginem como me sinto com este que acabou de dar o pontapé inicial? Não tenho palavras para mostrar minha empolgação. Na verdade, tenho sim. São elas: Rogério Ceni, Marcos, Bruno, Léo Moura, Vítor, Sorín, Kléber, Juan, André Santos, Júnior, Miranda, Luiz Alberto, Fabiano Eller, Léo, Índio, Ronaldo Angelim, Juninho, Chicão, Edmílson, Hernanes, Thiago Neves, Ramires, D´Alessandro, Conca, Kleberson, Maiocosuel, Diego Souza, Tcheco, Leandro Guerreiro, Cleiton Xavier, Wagner, Guiñazu, Jorge Wagner, Íbson, Ronaldo, Fred, Keirrison, Felipe Reinaldo, Nilmar, Kléber, Washington, Diego Tardelli, Kléber Pereira, Maxi López, Dagoberto, Marcelinho Paraíba, Neymar, Taison, Ciro, Maicon, Adriano, Carlos Alberto Parreira, Vanderlei Luxemburgo, Paulo Autuori, Muricy Ramalho...

sábado, 9 de maio de 2009

FIGURINHA CARIMBADA - FEITIÇO



Nome: Luís Matoso

Data de nascimento: 9 de setembro de 1901

Faleceu em 23 de agosto de 1985

Posição: centroavante

Clubes:

Corinthians (1921 e 1932 a 1933)
São Bento – SP (1923 a 1925)
Santos (1926 a 1932)
Peñarol – URU (1933 a 1936)
Vasco (1936 a 1937)
Palestra Itália (1938)
São Cristóvão (1940)

Seleção Brasileira – 4 jogos e 6 gols*

Títulos:

Campeonato Paulista – 1925 – São Bento
Campeonato Carioca – 1936 – Vasco

Destaques:

- Experimente chegar em um lugar cheio, em qualquer lugar do mundo, e fazer a seguinte pergunta: “Quem é o jogador com maior média de gols da história do Santos?”. Aposto com você que quase todos irão encher os pulmões de ar e responder, com aquele ar de “essa foi moleza”, que foi o Pelé. Acreditem amigos, não foi. Com 216 gols em 151 jogos** Feitiço, possui a incrível média de 1,43 gols por jogo e fez parte de um dos maiores esquadrões já montados pelo Santos, o do 1927. Neste ano, a equipe santista contou com o famoso e espetacular “Ataque dos 100 gols”, como ficou conhecida a linha formada por Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista, por balançar as redes 1 centena de vezes em apenas 16 jogos. Vale ressaltar que foi a primeira vez na história do Campeonato Paulista que um equipe conseguiu este feito. Mas Feitiço não pôde jogar a final do Paulistão de 27, contra o Palestra, por um motivo incomum. Neste mesmo ano, a Seleção Paulista decidia contra a Seleção Carioca o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, no Estádio das Laranjeiras. O jogo estava empatado e o árbitro marcou pênalti para a equipe do Rio, revoltando os jogadores paulistas que decidiram impedir a cobrança de ser realizada. Quem assistia a partida das tribunas era o presidente da República, Washington Luís, que enviou um de seus oficiais ao gramado para obrigar a realização da cobrança da penalidade. O diálogo que se sucedeu foi o seguinte:

Oficial: “O excelentíssimo senhor doutor presidente da República mandou dizer aos paulistas que deixem bater o pênalti.”

Feitiço: “Pois diga ao excelentíssimo senhor doutor presidente da República que ele manda no Brasil, mas que quem manda no campo somos nós.”

A cobrança não foi realizada e o jogo encerrado, porém, por esta atitude, Feitiço recebeu uma punição do próprio Santos, desfalcando o time na decisão contra o Palestra. Sem contar com Feitiço, o Santos foi derrotado por 3 a 2 e deu adeus ao sonho de ser Campeão Paulista.

- O período de Feitiço no time praiano ainda contou com a tri-artilharia do Paulistão nos anos de 1929, 1930 e 1931. O mais impressionante, porém, é que a tri-artilharia alcançada por Feitiço não foi inédita. Nos anos de 1923, 1924 e 1925, o atacante conseguiu o mesmo feito pelo modesto São Bento. E tem mais! Em 1925, além da artilharia, Feitiço ajudou o São Bento a se sagrar Campeão Paulista.

- Em 1928, Feitiço estreou na Seleção Brasileira em um amistoso contra o Motherwell, uma equipe escocesa. E foi uma estréia digna de Feitiço, com o centroavante balançando a rede adversária nada menos que 4 vezes. Apesar da estréia monumental na Seleção Brasileira, foi com a camisa da Seleção Paulista que Feitiço fez história, marcando nada menos do que 30 gols.

*http://www.rsssfbrasil.com
**http://desenvolvimento.miltonneves.com.br/QFL/Conteudo.aspx?ID=61685