quinta-feira, 30 de julho de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 16ª RODADA – ATLÉTICO MINEIRO X SÃO PAULO


Atlético Mineiro 3 x 1 São Paulo – Mineirão, Belo Horizonte (MG)

No melhor jogo do Brasileirão, Lucas Pratto marca três vezes e Atlético Mineiro supera o São Paulo para se manter na ponta da tabela.

Mineirão com quase 50 mil enlouquecidos, gramado impecável, linhas de ataque de alto nível técnico, duelos táticos repletos de alternativas e dedicação do primeiro ao último minuto. Estes foram os ingredientes que fizeram de Atlético Mineiro versus São Paulo um embate que – pasmem – terminou com mais oportunidades de gols do que faltas cometidas.

O São Paulo começou o confronto cheio de confiança, com uma marcação adiantada e esbanjando ímpeto ofensivo. Tanto que, em menos de 10 minutos, Luis Fabiano já havia levado dois perigos à meta do Victor. A partir daí, o Atlético respirou fundo e buscou assumir o protagonismo esperado de um líder. Porém, como o Tricolor não estava disposto a fazer o papel de vítima e seguiu se lançando à frente, o jogo se tornou um lá e cá alucinante, com os defensores de ambos os lados sem saber como parar ataques tão avassaladores.

Foi neste momento que se desenhou um duelo digno dos melhores filmes italianos de faroeste entre os atacantes Alexandre Pato e Lucas Patto. E o argentino mineiro foi muito mais rápido no gatilho. Até o fim da primeira etapa, Pato bateu fraquinho em cima do Victor, bateu forte em cima do Victor e bateu para fora quando Victor sequer estava em sua frente, após Ganso acertar a trave. Já Pratto, mais matador do que nunca, aproveitou os passes precisos de Marcos Rocha e Giovanni Augusto, o melhor meia do Brasileiro até o momento, para colocar três bolas no fundo das redes de Rogério Ceni.

Valente, o São Paulo voltou do intervalo impetuoso e diminuiu o escore quando Pato, aos 13, enfim, acertou o alvo. O Galo percebeu que era muito cedo para recuar e voltou a trocar passes, diminuindo a pressão são-paulina no momento certo. Com cerca de 20 minutos por jogar, o desgaste físico fez aparecer espaços no meio-campo e enfraqueceu a potência dos ataques, um panorama que se mostrou favorável ao Atlético, pois, se as chances de gols seguiram a surgir dos dois lados, elas já não eram letais o suficiente para alterar o escore.  

Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete e Rafael Carioca; Cárdenas (Carlos), Giovanni Augusto (Josué) e Thiago Ribeiro (Danilo Pires); Lucas Pratto. Técnico: Levir Culpi.


São Paulo: Rogério Ceni; Rafael Tolói, Rodrigo Caio e Lucão; Thiago Mendes, Hudson (Centurión), Michel Bastos, Reinaldo (Auro) e Ganso; Alexandre Pato e Luis Fabiano (Boschilia). Técnico: Juan Carlos Osorio.

domingo, 26 de julho de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 15ª RODADA – GOIÁS X FLAMENGO


Goiás 0 x 1 Flamengo – Serra Dourada, Goiás (GO)

Marcelo Cirino marca na única chance rubro-negra criada em todo o jogo e Flamengo vence o Goiás no Serra Dourada.

O primeiro tempo do Flamengo foi horrendo, com um chutão para frente seguido de outro. Nos 30 minutos iniciais, estas bicudas para onde o nariz apontava serviram, pelo menos, para afastar o Goiás da meta rubro-negra. Porém, nos últimos 15 minutos antes do intervalo, os goianos, muito mais conscientes em campo, conseguiram impor um ritmo forte e começaram a criar chances de gols em profusão. Bruno Henrique, Diogo, Felipe Menezes e Murilo, nesta ordem, levaram muito perigo, e só não foram às redes pois o jovem goleiro César estava em jornada esplêndida.

Dentre os tantos problemas rubro-negros na primeira etapa, dois ficaram mais evidentes. O primeiro foi que o lateral-direito Ayrton estava tão perdido na marcação que em diversos momentos sequer aparecia no enquadramento televisivo diante de um ataque goiano. O segundo, e mais crítico, foi que o setor meio-campo se mostrava incapaz de trocar um punhado de passes e de proteger a tecnicamente pífia dupla de zaga. Diante de tal cenário, coube a Cristóvão Borges mudar nomes e esquema em busca de uma melhora qualquer que fosse.

Pará substituiu, e bem, o Ayrton na lateral. Alan Patrick entrou no lugar de Canteros e, mais adiantado, encorpou levemente o ataque. Everton, antes aberto pela esquerda, recuou, enquanto Marcelo Cirino, antes aberto pela direita, encostou no Guerrero para formar uma dupla. As alterações foram suficientes para que o Flamengo, tirasse o Goiás de seu campo, diminuísse o número de bolas rifadas e, aos 26, construísse sua única trama ofensiva: pela meiúca, Alan Patrick encontrou Guerrero que, de forma suave, rolou para Cirino sacudir o filó.

Com pouco mais de 20 minutos por jogar, o Flamengo não fez mais do que tentar segurar a vitória com unhas, dentes e pontapés na redonda. Diante desta postura rubro-negra acuada, o Goiás partiu para o abafa e chegou a acertar a trave com Liniker, aos 44. Muitos vão dizer que o Goiás, pelo maior número de oportunidades de gols, merecia a vitória. Porém, nunca é demais lembrar, a justiça no futebol é a justiça dos gols.

Goiás: Renan; Gimenez, Fred, Felipe Macedo e Diogo; Rodrigo e Patrick (Liniker); Bruno Henrique (Carlos Eduardo), Felipe Menezes e David; Murilo (Lucas Coelho). Técnico: Julinho Camargo.

Flamengo: César; Ayrton (Pará), Marcelo, César Martins e Jorge; Cáceres, Canteros (Alan Patrick) e Márcio Araújo; Marcelo Cirino (Gabriel), Everton e Guerrero. Técnico: Cristóvão Borges.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

COPA LIBERTADORES 2015 – SEMIFINAL – TIGRES X INTERNACIONAL


Tigres 3 x 1 Internacional – Estádio Universitário, Monterrey (México)

Internacional leva banho de bola do Tigres no México, perde por dois gols de diferença e se despede do sonho de conquistar o Tri da Libertadores.

O início do embate mostrou uma postura interessante do Internacional, que, mesmo com a vantagem do empate, adiantou seu meio-campo e, por 15 minutos, dificultou a saída de bola dos mexicanos. Porém, para a tristeza da torcida colorada, isto foi o máximo que o Inter conseguiu, pois o que se viu após este período inicial foi uma avalanche do Tigres, com tramas ofensivas criadas pela direita, pela esquerda, pelo centro, pelo alto, por baixo...

Preciso nas assistências, o meia-direita Damm não tomava conhecimento da pífia marcação de Geferson e era quem mais acionava o ligado centroavante Gignac. Pela esquerda, Aquino fazia o diabo em cima de William. Da linha ofensiva mexicana, apenas Rafael Sóbis não se sobressaia. E nem precisava... Aos 17, Damm cruzou e Gignac, de cabeça, abriu o placar. Como o Inter acusou o golpe, o Tigres seguiu com postura de protagonista e foi recompensado aos 40, quando Geferson, como se fosse personagem de comédia pastelão, empurrou contra a própria meta um lançamento de Torres.

O resultado nem era tão tenebroso para o Colorado, mas o Tigres voltou feroz do intervalo e seguiu sua jornada inspirada. Logo aos 4, William derrubou o alucinante Aquino dentro da área. Na cobrança, Sóbis, tenso pelo passado e ansioso pelo presente, bateu fraco para defesa de Alisson. Poderia ser a senha para o renascimento vermelho. Não foi. Aos 11, o decisivo Damm rolou e Ríos fez o terceiro.

Ato contínuo, Eduardo Sasha desperdiçou ótima oportunidade de diminuir o escore. Com meia hora por jogar, restava ao Inter se lançar ao ataque. E foi neste momento que a falta de ritmo de competição, gerada pelo abandono do Campeonato Brasileiro ao longo dos últimos dois meses, cobrou seu preço. Sem forças físicas e psicológicas, o Inter não passou nem perto de controlar as ações ofensivas, quem dirá de pressionar o rival.

Aos 43, mais por relaxamento mexicano do que por ímpeto próprio, os gaúchos diminuíram com Sasha. O tempo, porém, era curto, e o apito final logo chegou para colocar o efusivo Tigres na finalíssima da Libertadores.

Tigres: Guzmán; Jiménez, Juninho, Rivas e Torres; Pizarro, Arévalo Ríos, Damm (Lugo) e Aquino (Alvarez); Rafael Sóbis e Gignac. Técnico: Ricardo Ferreti.

Internacional: Alisson; William (Rafael Moura), Juan, Ernando e Geferson; Rodrigo Dourado e Aránguiz; Valdívia (Alex), D’Alessandro e Lisandro López; Nilmar (Eduardo Sasha). Técnico: Diego Aguirre.

domingo, 19 de julho de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 14ª RODADA – FLUMINENSE X VASCO


Fluminense 1 x 2 Vasco – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Em clássico com rivalidade à flor da pele, Vasco bate Fluminense e estraga apresentação de Ronaldinho Gaúcho à torcida tricolor.

Antes do apito inicial, o cenário do Fluminense apresentava os seguintes ingredientes: apresentação de Ronaldinho Gaúcho, contratado após Eurico Miranda, cheio de ingenuidade, anunciá-lo como 90% certo no Vasco; esgotamento dos ingressos do já famoso “lado direito”, fato que simbolizava uma baita vitória simbólica sobre o rival; por fim, o Flu almejava a liderança isolada da competição, enquanto o Vasco, se perdesse, poderia até voltar a segurar a lanterna. No entanto, a sempre ensinada e tão esquecida máxima que diz que o jogo se resolve no campo decidiu reavivar sua força.

Logo nos primeiros minutos de embate já era possível perceber que o momento favorável tricolor não facilitaria em nada a conquista dos desejados três pontos. Pelo contrário, ignorando por completo sua fase tenebrosa, o Vasco se postou com certa segurança e impediu que o Fluminense conseguisse acionar o goleador Fred. E mais, com avantes cascudos, o Cruz-Maltino ainda tinha potencial em campo para incomodar uma retaguarda tricolor mais claudicante do que de costume. Este potencial foi explorado ao máximo aos 38, quando Dagoberto deu para Jhon Cley cruzar na cabeça de Andrezinho, que fez um a zero.

Inesperadamente, o Vasco voltou mais solto do intervalo e, no embalo de Dagoberto, chegou duas vezes com perigo à meta de Diego Cavalieri. Aí, aos 13, justamente quando o Cruz-Maltino havia encontrado o melhor encaixe entre seus sistemas defensivo e ofensivo, o Fluminense tramou seu primeiro bom ataque. E que ataque! Gerson colocou a redonda no peito de Marcos Junior, que dominou com classe e finalizou com ferocidade para empatar. Um golaço! Como golaço também faria Jhon Cley, para recolocar o Vasco em vantagem, aos 25, com um petardo de direita.

Com 20 minutos por jogar, restava ao Flu atacar, mas a falta de inspiração e intensidade era tamanha que, exceto uma cabeçada de Fred, os zagueiros Rodrigo e Aislan e o goleiro Jordi, mesmo longe de estarem impecáveis, conseguiram segurar a vitória vascaína neste clássico que ocupou debates antes de ocorrer e vai dar o que falar pelos próximos dias.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Gum, Antônio Carlos e Giovanni (Osvaldo); Edson (Higor Leite), Jean, Gerson (Magno Alves) e Gustavo Scarpa; Marcos Junior e Fred. Técnico: Enderson Moreira.

Vasco: Jordi; Madson, Aislan, Rodrigo e Christiano; Serginho e Anderson Salles; Herrera (Riascos), John Cley (Emanuel Bianccuci) e Andrezinho; Dagoberto (Thalles). Técnico: Celso Roth.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – TERCEIRA FASE – NÁUTICO X FLAMENGO


Náutico 0 x 2 Flamengo – Arena Pernambuco, Recife (PE)

Com gols do garoto Jorge e do matador Guerrero, Flamengo bate Náutico em Recife e avança para as oitavas de final da Copa do Brasil.

Pela escalação inicial de um trio de volantes (Jonas-Cáceres-Canteros) e pela excessiva troca de passes horizontais foi possível perceber que o Flamengo, mesmo com a necessidade de balançar as redes, começou o embate querendo tirar a velocidade do jogo. Nem a entrada do avante Marcelo Cirino no lugar do contundido Jonas, aos 33, mudou a postura do Fla, que seguia cozinhando o Náutico em fogo baixo, fazendo a bola rolar daqui para lá, de lá para acolá, e, se possível, mas somente se possível, tentava uma jogada mais incisiva.

Em toda a primeira etapa, esta jogada mais incisiva rubro-negra apareceu em três oportunidades, duas com o Guerrero e uma com o Emerson Sheik. Bons lances, mas não o suficiente para superar a retaguarda pernambucana comandada pelo veterano Fabiano Eller, que, diga-se de passagem, jogou uma bola redondinha. Foi somente aos 5 minutos da segunda etapa, através de um avanço providencial e um arremate certeiro do lateral Jorge, que o Flamengo anotou o gol que precisava para se classificar. Isso, claro, se o Náutico não fosse às redes, pois o um a um levava o jogo às penalidades.

Sem alternativas a não ser atacar, o Timbu foi à frente. E mais, foi à frente como se não houvesse o amanhã. A partir do minuto 10, o treinador Lisca começou a empilhar novos atacantes em seu time e o Náutico, cheio de confiança e ímpeto, passou a criar chances de gols em profusão. Até o minuto 31 foram nada menos do que cinco oportunidades perigosas, mas a falta de pontaria e, principalmente, o goleiro César mantinham a vantagem flamenguista.

Foi neste cenário de pressão alvirrubra que, aos 33, Marcelo Cirino escapou em contra-golpe e rolou para Guerrero marcar o segundo tento flamenguista e fechar o caixão do Náutico, que não encontraria mais forças psicológicas para buscar uma necessária virada. Classificação garantida à parte, vale ressaltar que em pouco mais de uma semana o Flamengo já foi pego pela “Guerrerodependência”. Seria cômico se não fosse trágico...

Náutico: Julio Cesar; Guilherme (Josimar), Flávio, Fabiano Eller e Fillipe Soutto; Willian Magrão, João Ananias, Marino e Douglas; Rogerinho (Renato) e Stéfano Yuri (Bérgson). Técnico: Lisca.

Flamengo: César; Pará, Marcelo, Wallace e Jorge; Jonas (Marcelo Cirino), Cáceres (Márcio Araújo) e Canteros; Emerson Sheik, Everton (Arthur Maia) e Guerrero. Técnico: Cristóvão Borges.

domingo, 12 de julho de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 13ª RODADA – ATLÉTICO PARANAENSE X FLUMINENSE


Atlético Paranaense 1 x 2 Fluminense – Arena da baixada, Curitiba (PR)

Fred volta a decidir, marca nos acréscimos e comanda vitória do Fluminense sobre o Atlético Paranaense na Arena da Baixada.

Empolgado pelo apoio da não menos empolgada torcida, o Atlético Paranaense se aproveitou do excesso de chutões e de buracos tricolores para dominar a primeira etapa em posse de bola, chances reais de gols e controle do meio-campo. O franzino Marcos Guilherme e o nada franzino Walter deram um baita trabalho a Diego Cavalieri. Foi somente após o intervalo que o Fluminense esboçou uma tomada de iniciativa. E o resultado não tardou a aparecer: aos 7, Fred encontrou o “em chamas” Gustavo Scarpa, que concluiu com precisão para fazer um a zero.

Sem alternativas, o Furacão se lançou ao ataque, acuou o Fluminense e chegou ao empate com Sidcley, aos 23, após cruzamento açucarado de Walter. Walter saiu contundido logo depois, mas o ritmo paranaense não diminuiu e o gol da virada parecia maduro por volta dos 30 minutos. Apenas parecia... De tanto buscar a vitória, o Atlético se abriu mais do que poderia e deixou espaços para uma rápida trama, já nos acréscimos, terminar com Fred, de peixinho, garantindo o triunfo tricolor.

Há pouco mais de um ano a Seleção sofria sua mais vergonhosa derrota. O pífio desempenho no dia dos sete gols germânicos e as decadentes atuações em todo Mundial fizeram de Fred o jogador mais detonado pelo fracasso canarinho. Naquele momento, seria desaconselhável apostar uma unha roída no seu ressurgimento. Porém, se alguém aproveitou a chinelada alemã para crescer, este alguém é o capitão tricolor. Desde então, neste último giro da Terra ao redor do Sol, Fred se sagrou artilheiro do Brasileiro de 2014, do Carioca de 2015 e tem jogado uma barbaridade neste primeiro terço de campeonato.

Comandante como jamais fora, afiado tecnicamente, seguro fisicamente e inteligente taticamente, Fred é, hoje, o mais confiante e decisivo centroavante brasileiro. Dunga, mais do que ninguém, sabe como é ser crucificado após uma Copa do Mundo e como é possível dar a volta por cima. Fred já faz por merecer a sua segunda chance.

Atlético Paranaense: Weverton; Eduardo, Vilches, Kadu e Natanael; Otávio e Jádson; Marcos Guilherme (Edigar Junio) (Sidcley), Ytalo e Nikão; Walter (Cléo). Técnico: Milton Mendes.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva (Renato), Gum, Antônio Carlos e Giovanni; Edson, Rafinha (Marlon), Gerson (Lucas Gomes) e Gustavo Scarpa; Marcos Junior e Fred. Técnico: Enderson Moreira.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 12ª RODADA – INTERNACIONAL X FLAMENGO


Internacional 1 x 2 Flamengo – Beira-Rio, Porto Alegre (RS)

Guerrero estreia com gol e linda assistência e Flamengo se afasta da zona da degola com vitória sobre o Internacional em Porto Alegre.

Aos 10 minutos, quando o jogo ainda pegava no tranco, Jorge foi ao fundo e cruzou para um impedido Canteros ajeitar e Guerrero anotar seu primeiro tento com a camisa rubro-negra. Como se torna a cada rodada mais comum os times brasileiros recuarem em demasia após largarem na frente, a vantagem deu toda a impressão de que o Flamengo iria se postar em seu campo e o Internacional iria sair em busca de uma pressão. Porém, não ocorreu nem um nem outro.

Os principais responsáveis pelo Flamengo não se limitar apenas a defender foram Sheik e, principalmente, Guerrero. Como os dois sabem segurar a bola e usar o corpo, os chutões para frente do goleiro César não batiam no ataque e voltavam, de forma que a retaguarda rubro-negra tinha tempo para respirar e para se posicionar.

Apesar dos méritos da dupla flamenguista, fica impossível não citar a apatia ofensiva colorada. O desempenho do poderoso trio formado por Valdívia, D’Alessandro e Lisandro López foi pífio. O Inter sequer conseguia alçar bolas na área adversária. E, cá entre nós, a visível falta de ímpeto, ritmo e concentração dos vermelhos pode muito bem ser creditada à péssima ideia do Diego Aguirre de alternar reservas e titulares ao longo do último mês, tendo em vista a Libertadores.

O melhor momento vivido pelo Flamengo em campo se deu por volta da metade do segundo tempo, período no qual anotou seu segundo gol: aos 20, Everton recebeu passe de ilusionista de Guerrero e caprichou no arremate. Empolgado, o Fla seguiu em cima e poderia até ter ampliado ainda mais a vantagem, caso o surpreendentemente participativo Cáceres tivesse caprichado um pouquinho mais na definição dos lances.

Abatido, o Internacional se lançou ao ataque nos últimos dez minutos apenas como forma de se convencer de que não estava entregue. Sem nada produzir com a bola rolando, conseguiu, em cobrança de córner, aos 47, diminuir com Ernando. Porém, já era tarde, e o Flamengo volta de Porto Alegre com ainda mais esperança no futebol do Guerrero.

Internacional: Muriel; William, Alan Costa, Ernando e Geferson; Wellington e Rodrigo Dourado (Nico Freitas); D’Alessandro (Vitinho), Alisson Farias (Rafael Moura) e Valdívia; Lisandro López. Técnico: Diego Aguirre.

Flamengo: César; Ayrton, Marcelo, Wallace e Jorge; Cáceres (Márcio Araújo) e Jonas; Emerson Sheik, Canteros e Everton; Guerrero. Técnico: Cristóvão Borges.

domingo, 5 de julho de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 11ª RODADA – SÃO PAULO X FLUMINENSE


São Paulo 0 x 0 Fluminense – Morumbi, São Paulo (SP)

Fluminense não acerta sequer um chute a gol, mas segura o São Paulo no Morumbi e se mantém no G4 do Brasileiro.

Durante os 90 minutos e mais acréscimos, o único time que buscou os três pontos no Morumbi foi o São Paulo. Não que os anfitriões tenham massacrado os visitantes do apito inicial ao final, longe disso, mas tiveram iniciativa, posse de bola e domínio territorial. Sem exageros, pode-se dizer que o cenário do duelo alternou entre momentos onde o São Paulo pressionou muito e outros onde pressionou pouco.

O primeiro bom momento paulista se deu logo no início, quando o São Paulo passou os primeiros 15 minutos alçando bolas na área carioca e só não inaugurou o placar porque Diego Cavalieri fez ótima defesa em cabeçada de Pato. Depois, o Sampa trocou a intensidade pela bola de pé em pé e seguiu mais perigoso, tanto que Ganso e Michel Bastos desferiram arremates que passaram rente à meta.

Como Pato e Michel Bastos diminuíram de volume no início do segundo tempo, e Ganso e Luis Fabiano seguiram apagados, o São Paulo retornou mais molenga do intervalo. Foi somente quando Osorio começou a realizar substituições que o Tricolor Paulista voltou a ser incisivo. Rodrigo Caio, Centurión e Wesley entraram ligados e entre os minutos 23 e 34 o São Paulo construiu quatro boas chances de balançar as redes. Na melhor delas, aos 32, Rodrigo Caio, de cabeça, carimbou o travessão.

Mesmo sem brilhar tecnicamente ou esbanjar movimentações táticas, o São Paulo criou e desperdiçou um punhado de chances de triunfar. E o Fluminense? Bem, o Fluminense conseguiu um contra-golpe que terminou com pedidos de pênalti sobre o Gerson. E só... Os motivos de tamanha improdutividade podem ser depositados em duas contas: a falta de fome para avançar ao ataque e o desencaixe entre os três homens de frente.

Marcos Junior arrancou em velocidade apenas uma vez, Gerson não distribui nenhum bom passe vertical e Fred, coitado, não recebeu uma mísera bola em condições de arrematar. De bom para o Flu apenas a permanência na zona nobre da tabela.

São Paulo: Rogério Ceni; Thiago Mendes, Rafael Tolói, Edson Silva (Rodrigo Caio) e Reinaldo; Lucão e Hudson (Wesley); Michel Bastos (Centurión), Ganso e Alexandre Pato; Luis Fabiano. Técnico: Juan Carlos Osorio.


Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Gum, Antônio Carlos e Giovanni (Gustavo Scarpa); Pierre, Jean e Edson; Gerson (Lucas Gomes) e Marcos Junior (Higor Leite); Fred. Técnico: Enderson Moreira.

sábado, 4 de julho de 2015

CHI-CHI-CHI ! LE-LE-LE! VIVA CHILE!


Ninguém jogou mais bola nesta Copa América do que os grandes campeões chilenos. Se não foram imensamente superiores aos rivais, os donos da casa tiveram o mérito de saber lidar de forma madura com a pressão de ser um anfitrião na busca por um título inédito. Basta ver que em jogo algum o Chile abdicou de seu estilo de jogo, um estilo que, cá entre nós, não é coisa para qualquer time. Marcação pressão, transição pelo chão, deslocamentos imprevisíveis, infiltrações insistentes pelo meio, passes incisivos, dribles curtos...

Além do mais, todos os chilenos jogaram o que poderiam ou até mesmo um pouco mais. Bravo foi pura segurança. Isla não só fez o gol salvador contra o Uruguai como foi presença ofensiva marcante. O leão Medel conseguiu a façanha de jogar mais contra a Argentina do que havia jogado na Copa do Mundo contra a Espanha. Aránguiz, como de costume, mostrou primoroso senso de domínio da meia-cancha. O paradoxal Vidal esbanjou solidez e fluidez. Valdívia foi o homem dos passes verticais – e que passes! Sánchez chamou sempre o jogo e não se escondeu jamais. Vargas é peça rara: joga muito mais pela seleção do que por qualquer clube que tenha defendido.

Hoje, seja em termos psicológicos, físicos, táticos e até técnicos, o Brasil se encontra em um patamar abaixo dos chilenos. Se as próximas Eliminatórias tivessem o formato que teve até 1994, quando todos os jogos ocorriam em um intervalo curto, de no máximo dois meses, a situação brasileira seria delicadíssima. No entanto, a vida verde e amarela fica um pouco mais facilitada pelo fato de seleções como Peru (a grande surpresa da Copa América em termos de resultado e futebol), Paraguai e Venezuela dificilmente conseguirem manter o pique com as Eliminatórias realizadas em mais de dois anos.

Por fim, a Argentina, Ou melhor, Lionel Messi. É inegável que Messi é monstruoso, genial, supremo e tudo o mais. Seria leviano contestar o seu lugar entre os gigantes da história. Porém, enquanto seguir com a rotina de falta de protagonismo nos jogos decisivos com a camisa argentina, jamais poderá ocupar o trono de “o” melhor de todos os tempos.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 10ª RODADA – SPORT X INTERNACIONAL


Sport 3 x 0 Internacional – Ilha do Retiro, Recife (PE)

Confiante e inspirado, Sport atropela Internacional na Ilha do Retiro e segue como líder invicto do Brasileirão.

Apesar de o Internacional quase ter largado na frente do placar antes mesmo do primeiro minuto, com Rafael Moura, o Sport não tardaria a mostrar que o treinador colorado Diego Aguirre havia cometido um equívoco imperdoável ao mandar a campo um time repleto de reservas. Cheio de confiança, inspiração e protagonismo, o Rubro-Negro Pernambucano teve uma atuação tão luxuosa que pôde até se dar o direito de alguns luxos.

Primeiro, o Sport se deu ao luxo de permitir que seus avantes pudessem se concentrar nas ações ofensivas. Como o Inter se mostrava cada vez mais inofensivo e Rodrigo Mancha e Rithely, os volantes pernambucanos, tomavam conta da meiúca, os homens de frente leoninos usufruíram de grande liberdade para trucidar a perdida retaguarda vermelha. Em toda a etapa inicial, o Sport construiu nada menos do que sete oportunidades de gols, tendo concluído três delas com perfeição.

Ligado e letal como em seu início de carreira no Santos, o centroavante André deixou sua marca aos 8, em cobrança de pênalti, e aos 35. Marlone, que jogou uma bola que não jogava há quase dois anos, anotou o segundo tento pernambucano aos 30, em um belo arremate de primeira. Régis honrou o número 10 às costas participando dos dois gols de André, com um pênalti sofrido e um passe açucarado. Pela ponta direita, Maikon Leite infernizou os vermelhos com arrancadas e dribles em alta velocidade.

Depois do primeiro tempo avassalador, chegou a vez de o Sport se dar ao luxo de deixar o Internacional tomar a iniciativa do jogo. Claramente desentrosado taticamente, fraco fisicamente e limitado tecnicamente, o Inter passou toda a etapa final sem descobrir como superar a segurança dos zagueiros Matheus Ferraz e Durval. E para fechar com chave de latão de lixo a atuação colorada, o lateral Léo foi expulso nos acréscimos.

Neste momento, mais do que fazer exercícios de futurologia e tentar descobrir quanto tempo vai durar a maravilhosa fase do invicto Sport, o que vale é observar e analisar os méritos, que não são poucos, do líder isolado.

Sport: Danilo Fernandes; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval e Renê; Rodrigo Mancha e Rithely, Maikon Leite (Neto Moura), Régis (Samuel) e Marlone (Danilo); André. Técnico: Eduardo Baptista.

Muriel; Léo, Alan Costa, Nilton e Geferson; Wellington (Rodrigo Dourado), Nico Freitas, Jorge Henrique e Valdívia (Vitinho); Nilmar (Alisson Farias) e Rafael Moura. Técnico: Diego Aguirre.