domingo, 20 de dezembro de 2015

MUNDIAL INTERCLUBES 2015 – FINAL – BARCELONA X RIVER PLATE


Barcelona 3 x 0 River Plate – Estádio Internacional de Yokohama, Yokohama (Japão)

Comandado por trio Messi-Suarez-Neymar, Barcelona passa fácil pelo River Plate e conquista o Mundial Interclubes pela terceira vez nos últimos seis anos.

Deixar o Barcelona desconfortável em campo. Esta foi a estratégia adotada pelo River Plate na tentativa de equilibrar um confronto que as escalações no papel insistiam em fazer pender para o lado espanhol. O meio para colocar esta estratégia em ação? Picar o jogo com faltas em sequência, algo que o Barcelona não está nem um pouco acostumado. Para se ter uma ideia, enquanto o time que comete mais faltas por jogo no Campeonato Espanhol é o Espanyol, com uma média de 19 infrações por partida, o River Plate já havia cometido 15 faltas com pouco mais de 30 minutos.

Enquanto uns vão chamar o que o River Plate praticava de anti-futebol, outros vão defender que os times mais frágeis tecnicamente devem buscar os recursos ao seu alcance na luta pela vitória. E o fato é que durante meia hora, fora uma finalização do Messi muito bem defendida pelo Barovero, aos 10, o Barcelona se viu encaixotado e pouco conseguiu produzir. Até que, aos 35, a casa argentina caiu: de Neymar para Messi para Daniel Alves para Neymar para Messi para o fundo do gol.

O River Plate sentiu tanto o gol que nem mesmo o intervalo serviu para que o time retomasse a intensidade inicial. E para piorar a vida dos argentinos, uma incipiente tentativa de sair para o jogo foi respondida com uma avalanche catalã. Aos 3, Busquets lançou maravilhosamente Suárez, que fez 2 a 0. Dois que só não viraram três antes mesmo do minuto 15 porque Messi não estava em um dia calibrado e desperdiçou três chances seguidas. Mais certeiro, Suárez não bobeou e, aos 22, transformou assistência açucarada de Neymar em mais um tento. Três a zero.

Moribundo mas ainda lutador, o River Plate não desistiu de buscar o gol de honra, o que quase conseguiu em cabeçada do Alario, aos 31, e arremate de Martínez, aos 38, ambos parados em defesaças de Bravo. Enquanto isso, o Barcelona, já em ritmo de treino de luxo, trocava passes à espera do apito final, que chegou para confirmar mais um caneco para o clube mais vitorioso do século XXI.

Barcelona: Bravo; Daniel Alves, Piqué, Mascherano (Vermaelen) e Jordi Alba; Busquets, Rakitic (Sergi Roberto) e Iniesta; Messi, Neymar (Mathieu) e Suárez. Técnico: Luis Henrique.

River Plate: Barovero; Mercado, Maidana, Balanta e Vangioni; Ponzio (Lucho González), Kranevitter, Carlos Sánchez e Viudez (Driussi); Rodrigo Mora (Martínez) e Alario. Técnico: Marcelo Gallardo.

sábado, 12 de dezembro de 2015

RESPOSTA A TIAGO LEIFERT


Caro Tiago Leifert,

As palavras que se seguem são uma resposta à coluna de sua autoria recém-publicada no site GQ (11/12/2015). Muito provavelmente você jamais terá conhecimento do que escreverei nas próximas linhas, mas confesso que guardar o que eu pensava a respeito dos seus argumentos estava me trazendo sintomas fisiológicos desagradáveis.

Tantos foram os vespeiros em que você se meteu para expressar seu medonho argumento de que o futebol é pura e simplesmente negócio – ou business, se você preferir uma linguagem mais pomposa, e tenho certeza que vai – que passar por todos eles com o cuidado necessário exigiria, no mínimo, uma tese de doutorado. Prometo, porém, tentar ser breve sem ser muito superficial.

O primeiro ponto de fragilidade de seu argumento é baseá-lo na crença de que os torcedores são apenas de dois tipos, que você chamou de “xiita” e “modinha”. Será mesmo que, por exemplo, os não sei quantos milhões de flamenguistas espalhados pelo Brasil são ou “xiitas” ou “modinhas” e só? Cadê o torcedor que odeia os novos telões mas gasta aos montes colecionando camisas oficiais de seu clube? Ou aquele que deixa de ir no aniversário da filha para ir ao estádio mas faz questão de um banheiro limpo? Que solidez pode ter um argumento que se baseia nos extremos e esquece a maioria?

Depois de ter começado mal, caro Leifert, as coisas se tornam ainda piores com sua afirmação de que quem sustenta o clube é o que você chamou de “modinha”. O que você esquece é que se hoje existem, por exemplo, os tais “modinhas” indo à Arena Corinthians – você prefere falar Arena do que Itaquerão, certo? –, isso se deve aos fiéis corintianos que se multiplicaram nos anos 50, 60 e 70, quando o time não ganhava nada e quem estava “na moda” era o Santos de Pelé. Foram os corintianos que sofreram 23 anos sem comemorar um título que sustentaram simbolicamente a grandeza do clube para que, hoje, os que você chamou de “modinhas” queiram gastar dinheiro para comprar uma camisa onde se lê “Bando de Loucos”. Sem os fiéis não há os “modinhas”.

Para comprovar seu argumento de que são os “modinhas” que sustentam os clubes, você nos diz que é só olhar o Barcelona para constatar que só há turistas nos Camp Nou. Caro Leifert, não sei se você deveria ter mais vergonha de fazer uma afirmação dessas ou de acreditar, como transparece em sua coluna, que foram os smartphones e seus usuários que levaram a civilização aos estádios. É inegável que desde Ronaldinho Gaúcho e principalmente por causa do Messi o Barcelona tornou-se um clube admirado em todos os continentes. No entanto, não precisa ser um cientista social para compreender o quanto o ato de torcer para o Barcelona significa na construção da identidade catalã. Você diz que o Camp Nou está sempre lotado com 100 mil turistas e eu te pergunto: será que são mesmo turistas os que sempre gritam pela independência da Catalunha aos 17min14s de cada jogo, em referência ao ano de 1714, um marco na história do movimento separatista? Não faz muito tempo o Barcelona foi multado por seus torcedores terem vaiado o hino espanhol no Camp Nou. Seriam esses turistas?

Por fim, até porque já me alonguei bastante, gostaria de lhe dizer que, diferente do que você pensa, ninguém precisa ser ensinado a torcer pelo marketing do clube. Não existe modo certo ou errado de torcer, e a graça, caro Leifert, é justamente essa. Aprendemos a torcer vivendo, e não lendo um manual, muito menos um manual escrito por um profissional de marketing com os mesmos argumentos que os que você possui.

Nos mesmos minutos em que meu time jogava a final de um campeonato, eu fazia prova de vestibular para cursar Jornalismo e realizar meu sonho de trabalhar com esportes. Poucos sabem o que é tentar fazer uma prova com a cabeça no Maracanã. Os fogos pipocavam fora da sala. Seriam os torcedores do meu time comemorando ou os rivais debochando? E não é que um espírito de porco apareceu na porta da sala para avisar que os adversários tinham aberto o placar? O mais cruel de tudo foi que enquanto todo mundo bradava ser impossível conseguir comprar um ingresso para o Maracanã, um amigo meu havia sido sorteado com três e me oferecera um de graça. A prova não me deixou ir.


Faltavam dez questões de umas 90 quando eu resolvi “chutar o balde”, “chutar as questões” e correr para o bar mais próximo. Cheguei à frente da televisão ainda meio sem norte e perguntando como estava o panorama. O resultado parcial de empate não era favorável, mas o gol, que acabaria por ser o do título, não tardou a sair. Quando vi a bola tocando na rede saí pulando e movendo partes do corpo que eu nem sabia que se moviam. Acho que eu gritava também, não lembro. Também não lembro se distribuí alguns abraços. Mas lembro que depois de muito saltar, sentei no meio-fio e chorei pela primeira vez com o meu clube. Aqueles segundos de pulos, gritos (?), abraços (?) e choro, caro Leifert, não se ensinam. Eles não são “business”...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PRÊMIO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2015



FUTEBOLA DE OURO: Renato Augusto (Corinthians)
FUTEBOLA DE PRATA: Jadson (Corinthians)
FUTEBOLA DE BRONZE: Elias (Corinthians)

SELEÇÃO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2015

GOLEIRO – Cássio (Corinthians)
Seria um exagero dizer que Cássio agarrou em 2015 a mesma monstruosidade que havia agarrado em 2012. No entanto, mais seguro e experiente do que nunca, Cássio passou muita confiança aos seus companheiros e tem uma enorme parcela não apenas no fato de o Corinthians ter acabado a competição como a defesa menos vazada, mas na própria conquista do título. A volta à Seleção Brasileira é uma recompensa merecidíssima pelo grande campeonato feito por Cássio.

LATERAL-DIREITO – Fagner (Corinthians)
Uma contusão na reta final fez com que Fagner jogasse apenas 26 partidas no Brasileiro de 2015, muito menos, por exemplo, do que as 35 que havia jogado em 2014. A questão é que, mesmo assim, nenhum lateral no Brasil foi tão completo e eficiente como o corintiano. Mesclando posicionamento defensivo e poder de marcação com bom passe e potência para apoiar pelo flanco, Fagner é capaz de atacar sem deixar buracos e de defender sem deixar de ser opção na frente. E isso tudo ele mostrou no Brasileirão de 2015.

ZAGUEIRO – Gil (Corinthians)
Gil é, de longe, o melhor zagueiro do futebol brasileiro. E não é de hoje, basta ver que esta é a terceira aparição seguida de Gil na Seleção FUTEBOLA. Duro sem ser faltoso (comete uma média de menos de uma infração por partida), vigoroso sem ser lento, sólido pelo alto e firme por baixo, o zagueiro ainda prima por uma regularidade invejável – dos últimos 114 jogos do Corinthians em Brasileiros, Gil esteve em campo em 104. Já passou da hora de ganhar oportunidades como titular da Seleção Brasileira.

ZAGUEIRO – Jemerson (Atlético Mineiro)
Assim como Gil, Jemerson também é quarto-zagueiro. No entanto, como seria um crime inafiançável deixar qualquer um dos dois fora da Seleção FUTEBOLA, o corintiano, mais experiente, foi deslocado para beque-central para que o atleticano pudesse esbanjar toda sua potência em sua posição. Aos 23 anos, Jemerson ainda precisa receber um acabamento final, algo que deve ser visto positivamente, pois, mesmo sem estar pronto, é um zagueiraço pelo alto e um zagueirão por baixo. E ainda arruma tempo para subir ao ataque e fazer uns golzinhos.

LATERAL-ESQUERDO – Douglas Santos (Atlético Mineiro)
Em um campeonato no qual os laterais-esquerdo que mais se destacaram foram os jovens (como o santista Zeca e o flamenguista Jorge), nenhum foi tão constante como o atleticano Douglas Santos. Do início ao fim da competição, Douglas Santos mostrou um futebol sério de muita velocidade para atacar, disposição para marcar e sobriedade para passar. Uma contratação certeira do Galo que tem tudo para figurar entre os melhores da posição por anos a fio.

VOLANTE – Rafael Carioca (Atlético Mineiro)
Nos melhores momentos do Atlético Mineiro no campeonato, impressionou a capacidade do volante Rafael Carioca para distribuir passes, fazer circular a redonda e iniciar tramas ofensivas de seu próprio campo. Não à toa foi o jogador que mais acertou passes em todo o campeonato (sem sequer se aproximar da lista dos que mais erraram). E em sua fase mais confiante, o volante ainda aparecia no ataque para arriscar chutes longos. A prova – mais uma – de que volante bom é volante bom de bola.

VOLANTE – Elias (Corinthians) – PRÊMIO FUTEBOLA DE BRONZE
As merecidas convocações para a Seleção Brasileira (misturadas à incompetência dos que organizam o calendário) permitiram que Elias jogasse apenas 24 partidas neste Brasileirão. E foi mais do que o suficiente para que o volante corintiano mostrasse seu futebol intenso, vertical e letal. Não existe sequer uma equipe no Brasil taticamente capaz de bloquear as investidas avassaladoras de Elias, que com cinco gols e sete assistências (números assombrosos para um volante) foi um dos protagonistas da conquista corintiana.

VOLANTE – Renato Augusto (Corinthians) – PRÊMIO FUTEBOLA DE OURO
Renato Augusto de volante? Isso mesmo, foi como um volante pela esquerda que Renato Augusto esbanjou todo o repertório que lhe consagrou como o melhor jogador do Brasileirão de 2015. Mesclando passes curtos certeiros com inteligência tática, Renato Augusto se movimentou pela faixa central, investiu pelos flancos, adentrou a área rival, passou curto, passou longo... Em síntense: ditou o ritmo do Corinthians e comandou tecnicamente aquela que foi incontestavelmente a melhor equipe do Brasileirão. O bom retorno à Seleção Brasileira tem tudo para se solidificar.

MEIA – Jadson (Corinthians) – PRÊMIO FUTEBOLA DE PRATA
Os números são de grande valia para se entender como Jadson chegou ao posto de segundo melhor jogador do Brasileirão. Dos 71 gols corintianos no Brasileiro, 25 saíram se seus pés – foram 13 gols e 12 assistências. E não é só. Some-se a isso o fato de o meia terminar o torneio entre os top 6 das seguintes estatísticas: assistências (1º colocado), passes para finalização (1º), cruzamentos certos (2º), gols marcados (3º), passes certos (5º) e finalizações certas (6º). Sem dúvidas Jadson foi o grande responsável pelo Timão ter tido o melhor ataque do torneio.

 ATACANTE – Luan (Grêmio)
Se o Vasco tivesse conseguido a façanha de escapar da degola, o meia cruz-maltino Nenê poderia estar presente na Seleção FUTEBOLA. Se a comissão técnica do Santos não tivesse sido incompetente a ponto de adotar a preguiçosa estratégia de poupar todo o time na reta final do Brasileiro, o meia praiano Lucas Lima poderia estar presente na Seleção FUTEBOLA. Porém, o ágil, impetuoso, inteligente e dinâmico gremista Luan não tem nada a ver com o erro dos outros, e com atuações ainda melhores do que as do ótimo ano de 2014 merece estar presente no melhor onze do Brasileirão.

ATACANTE – Ricardo Oliveira (Santos)
Um bom homem de área é capaz de transformar as melhores qualidades de seus companheiros em gols. Foi exatamente isso que fez Ricardo Oliveira nos grandes momentos que o Santos viveu no Brasileirão, quando recebeu de peito aberto a categoria de Lucas Lima, a impetuosidade de Gabigol e a agilidade de Marquinhos Gabriel e converteu tudo isso em bola na rede. No total foram 20 gols, números que garantiram a artilharia do torneio, seu retorno à Seleção Brasileira e sua vaga na Seleção FUTEBOLA.

TÉCNICO – Tite (Corinthians)
Tite merece elogios pela montagem tática do grande campeão brasileiro de 2015, mas o maior mérito do treinador corintiano foi o de fazer sua render tecnicamente o melhor que poderia por um tempo longo o bastante para garantir o caneco com sobras. Cássio voltou a ostentar uma segurança que não tinha há três anos. Gil e Fagner mantiveram a impressionante regularidade dos últimos torneios. Os jovens Felipe, Guilherme Arana e Malcom amadureceram uma década em 2015. Ralf e Vagner Love ressuscitaram. Elias, Jadson e Renato Augusto jogaram bem próximo do muito que sabem. Tite foi grande por extrair toda a técnica que seus comandados poderiam dar no momento.



domingo, 6 de dezembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 38ª RODADA – CORITIBA X VASCO


Coritiba 0 x 0 Vasco – Couto Pereira, Curitiba (PR)

Vasco não supera Coritiba (e de nada adiantaria superar) e retorna à Segundona do Brasileirão um ano após o acesso.

Pode parecer estranho, mas a vitória do Coritiba na última rodada, diante dos reservas do Palmeiras, de certa forma tornou a vida do Vasco um pouco mais fácil no Couto Pereira. Já sem a necessidade de vencer a qualquer custo, o Coritiba entrou em campo sem a faca entre os dentes e deixou que o Vasco decidisse qual deveria ser o ritmo do confronto. E o que decidiu o Vasco? Pois bem, receoso em repetir a postura dos seus últimos jogos, quando iniciou de forma intensa e cansou em demasia na etapa final, o Cruz-Maltino não se lançou ao ataque desde cedo.

Desta forma, com um Coritiba sem a mínima vontade de se envolver em um jogo quente e um Vasco guardando gasolina para não deixar o carro morrer no meio da estrada, o primeiro tempo foi escasso em chances de gols. Fora uma escapada do alvinegro Nenê bem neutralizada pelo goleiro Wilson e um arremate torto do alviverde Henrique, os torcedores, de ambos os lados, passaram os primeiros 45 minutos mais preocupados com o que faziam Avaí e Figueirense do que com o que se desenrolava no Couto Pereira.

Veio a segunda etapa e o Vasco realmente voltou mais ligado e adiantado, encurralando o Coritiba em seu próprio campo. A questão foi que sem a precisão nos passes de Andrezinho, suspenso, e com Nenê surpreendentemente cometendo erros em sequência, os cruz-maltinos não conseguiam superar nem o gramado molhado nem a retaguarda alviverde. E para piorar, o Figueirense vencia o Fluminense, resultado que, por si só, degolaria o Vasco.

Aos 22, o espigado Leandrão entrou no lugar do volante Bruno Gallo, mas a limitação técnica vascaína era tamanha que o time não conseguia sequer alçar a bola na área curitibana. E foi num cenário de chutão para cá e chutão para lá que, logo depois da expulsão de Jorge Henrique por chutar água em um gandula, chegou o apito final para decretar o empate sem gols e mais um rebaixamento na história vascaína. O terceiro desde 2008. A história do Gigante da Colina nunca esteve tão manchada...

Coritiba: Wilson; Leandro Silva, Walisson Maia, Juninho e Carlinhos; Luís Cáceres (Ícaro), Alan Santos (Rafael Marques), Negueba e Juan (Thiago Lopes); Kléber e Henrique Almeida. Técnico: Pachquinho.

Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho (Mateus Vital), Serginho, Bruno Gallo (Leandrão) e Nenê; Jorge Henrique e Riascos (Rafael Silva). Técnico: Jorginho.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – FINAL – PALMEIRAS X SANTOS


Palmeiras 2 (4) x (3) 1 Santos – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Em decisão de alta voltagem, Palmeiras bate Santos no tempo normal e nos pênaltis e conquista a Copa do Brasil pela terceira vez em sua história.

Com apenas 11 míseros segundos Gabriel Jesus recebeu de Lucas Barrios e desperdiçou uma chance incrível de fazer o pulsante Allianz Parque tremer ainda mais. Chutão na bola para cá, chutão na bola para lá, falta daqui, falta acolá e, aos 7, o santista Victor Ferraz mandou na trave a oportunidade de esfriar a turbilhonante torcida alviverde.

O passar do tempo fez com que o número de faltas diminuísse – foram 10 apenas nos primeiros 15 minutos – e o equilíbrio inicial desse lugar à pressão palmeirense. Comandado por um Barrios inteligente tanto para fazer o pivô como para se posicionar entre os defensores, o Palmeiras viveu seus melhores momentos na partida entre os minutos 15 e 35, período em que Dudu esteve perto de marcar por duas vezes e Barrios só não o fez porque Vanderlei salvou sua cabeçada de forma magnífica.

A etapa inicial terminou com o Palmeiras perdendo potência e um exagero de bolas rifadas por ambos os lados. Indiscutivelmente a partida se mostrava mais tensa e pegada do que bem jogada. No entanto, aos 11 minutos do segundo tempo, veio o lance mais refinado do embate. E que lance! De Robinho para Barrios para Robinho para Dudu para o fundo das redes. Um a zero Palmeiras.

Ato contínuo o Alviverde se posicionou para aproveitar os contra-ataques e deixou com os santistas a obrigação de tomar a iniciativa ofensiva. Porém, depois de mais de uma hora preferindo fazer cera e dar chutões para frente ao invés de explorar a categoria de seus avantes, o Santos não conseguiu se concentrar para trabalhar a redonda e tramar ofensivamente. E para piorar a vida praiana, Dudu, aos 39, voltou às redes após assistência de cabeça de Vitor Hugo.

A mesma bola parada que iniciou o tento que poderia dar o caneco aos palmeirenses originou o lance que o santista Ricardo Oliveira, aos 42, concluiu em gol para deixar o placar em 2 a 1 e mandar a decisão para os pênaltis. Aí, brilhou o goleiro palmeirense Fernando Prass, que converteu a última cobrança e garantiu a terceira Copa do Brasil da história alviverde.

Palmeiras: Fernando Prass; João Pedro (Lucas Taylor), Jackson, Vitor Hugo e Zé Roberto; Arouca e Matheus Sales; Robinho, Dudu e Gabriel Jesus (Rafael Marques); Barrios (Cristaldo). Técnico: Marcelo Oliveira.

Santos: Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz (Werley), Gustavo Henrique e Zeca; Renato e Thiago Maia (Paulo Gustavo); Gabriel (Geuvânio), Lucas Lima e Marquinhos Gabriel; Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior.

domingo, 29 de novembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 37ª RODADA – VASCO X SANTOS


Vasco 1 x 0 Santos – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)

Com gol de Nenê, Vasco bate Santos na Colina e segue vivo na luta para escapar do rebaixamento.

Não são poucos os torcedores que ficam mais tensos nos momentos que antecedem um jogo importante do que durante os 90 minutos de bola rolando. Pois os vascaínos que se incluem neste grupo sem dúvidas viveram uma hora de puro nervosismo com o adiamento do pontapé inicial devido à chuva torrencial que caía sobre o gramado de São Januário. Com a bola rolando, cruz-maltinos e santistas começaram com tudo e com menos de 10 minutos o centroavante praiano Nilson já havia obrigado Martín Silva a realizar dificílima defesa e o vascaíno Jorge Henrique já desperdiçara uma chance na cara do gol.

Com o passar do tempo, o Vasco conseguiu encaixar a marcação sobre Ledesma e Léo Cittadini, ganhou domínio do setor de meio-campo e passou a controlar as ações ofensivas. Os volantes Diguinho e Serginho avançavam, Riascos dava trabalho com sua potência desgovernada, Jorge Henrique buscava ser vertical e Nenê mesclava inteligência e categoria. Aos 36, Riascos tocou caprichosamente por cima de Vanderlei e a pelota passou perto. Aos 42, foi Nenê quem quase marcou. No lance seguinte, nasceu o maduro gol vascaíno: Vanderlei deu um carrinho imprudente na área, Nenê saltou (não se jogou, saltou) para não ser atingido e o juiz assinalou pênalti que o próprio Nenê converteu.

A vantagem de 1 a 0 fez com que o Vasco voltasse mais cauteloso para a segunda etapa. Tão cauteloso que, aos poucos, o Santos colocou a bola no chão e aproximou seus homens da meta defendida por Martín Silva. Já o Cruz-Maltino, encurralado e claramente cansado, começou a cometer faltas em excesso e aceitou o avanço adversário. Mesmo sem entrosamento e ímpeto, o Santos chegou a esboçar uma pressão entre os minutos 20 e 35, criando boas chances com Leandro e Geuvânio. Parecia que o fim de jogo seria tão eletrizante quanto o de semana passada, quando os vascaínos terminaram se defendendo com unhas, dentes e bicudas contra o Joinville, mas a verdade é que os suplentes santistas perderam as poucas forças com o aproximar do apito final e o Vasco segue vivo na sua árdua luta contra a degola.

Vasco: Martín Silva; Madson, Rodrigo, Rafael Vaz e Julio Cesar; Diguinho (Guiñazu), Serginho, Andrezinho (Bruno Gallo) e Nenê; Jorge Henrique e Riascos (Rafael Silva). Técnico: Jorginho.

Santos: Vanderlei; Daniel Guedes, Leonardo, Werley e Chiquinho; Leandrinho, Ledesma (Vitor Bueno) e Léo Cittadini (Lucas Otávio); Geuvânio, Marquinhos (Leandro) e Nilson. Técnico: Dorival Júnior.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – FINAL – SANTOS X PALMEIRAS


Santos 1 x 0 Palmeiras – Vila Belmiro, Santos (SP)

Santos perde pênalti e gol sem goleiro mas bate Palmeiras por 1 a 0 e larga na frente na decisão da Copa do Brasil.

A soma da tensão natural de uma final com as picuinhas acumuladas dos outros embates entre santistas e palmeirenses neste ano de 2015 fez com que o primeiro jogo decisivo da Copa do Brasil fosse mais pegado do que bem jogado. No total, foram mais de 40 faltas, onze cartões amarelos, um vermelho e incontáveis trocas de intimidações. E no meio deste “pega pra capar” sem tamanho, houve um pouco de bom futebol. Todo ele por parte do Santos.

Com menos de dois minutos, o zagueiro Jackson desperdiçou de cabeça aquela que acabou por ser a única chance que o Palmeiras criou em toda a partida. A reposta santista foi rápida: aos 4, o nervoso Arouca segurou o nervoso Ricardo Oliveira na área e cometeu o pênalti que Gabriel cobrou na trave. A oportunidade desperdiçada não diminuiu o ímpeto praiano e, aos 13, Zeca arrematou forte para defesa de Fernando Prass.

O Palmeiras precisava arrumar uma maneira de quebrar o ritmo que o Santos impunha. Uma alternativa seria fazer a bola girar, mas o onze alviverde em campo primava mais pela velocidade do que pela capacidade de trocar passes. Assim, a estratégia foi a de picar o jogo, fazer muitas faltas e demorar para cobrar as outras tantas que o Santos cometia.

Durante mais de uma hora a estratégia palmeirense foi bem sucedida, pois com exceção de um desvio de Ricardo Oliveira que parou em grande defesa de Prass, aos 39 da etapa inicial, o Santos permaneceu a maior parte do tempo travado. No entanto, aos 32 do segundo tempo, quando o placar mudo parecia inalterável, Gabriel infiltrou pela direita e, cheio de categoria, fez um a zero para o Peixe.

O gol não apenas animou o Santos a ir ao ataque como tornou o jogo mais pegado, o que resultou na expulsão do alviverde Lucas, aos 44. Fim de papo? Que nada. Ainda houve tempo para Nilson aparecer livre na pequena área e chutar para fora aquele que seria o segundo gol praiano. Tamanha foi a pixotada que teve palmeirense mais feliz que santista após o apito final. Quarta que vem tem mais...

Santos: Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Renato e Thiago Maia (Nilson); Gabriel (Neto Berola), Lucas Lima e Marquinho Gabriel (Geuvânio); Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior.

Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Zé Roberto; Arouca e Matheus Sales (Amaral); Robinho, Dudu e Gabriel Jesus (Kelvin); Lucas Barrios (Rafael Marques). Técnico: Marcelo Oliveira.

domingo, 22 de novembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 36ª RODADA – FLUMINENSE X AVAÍ


Fluminense 3 x 1 Avaí – Estádio Kléber Andrade, Cariacica (ES)

Com direito a golaço de Fred, Fluminense bate Avaí por 3 a 1 e elimina qualquer possibilidade de rebaixamento.

Os primeiros 30 minutos de jogo em Cariacica mostraram um Fluminense tranquilo e consciente. Com exceção de uma escapada avaiana pela direita, aos 9, o que se viu na primeira meia hora foi um Flu que buscou manter a bola no chão e apresentou grande precisão nos passes curtos. O resultado do domínio inicial tricolor veio aos 20, quando Gum subiu alto e, de cabeça, completou em gol um cruzamento de Higor Leite.

Sabe-se lá por decisão de quem, o Fluminense decidiu trocar o chip e a estratégia de manter a posse de bola deu lugar a de tentar contra-atacar. Se por 30 minutos o Flu havia segurado a pelota nos pés e posicionado seus meias e laterais no campo de ataque, agora a postura era recuada e a transição defesa-ataque realizada por chutões.

Graças à ótima atuação do núcleo defensivo tricolor, formado por Gum, Marlon e Pierre, e ao trabalho de recomposição de Gustavo Scarpa e Marcos Junior, o Avaí, tanto no final do primeiro tempo como no começo do segundo, não conseguiu assustar o goleiro Diego Cavalieri. No entanto, como Fred, isolado na frente, não ganhava pelo alto dos zagueiros catarinense, o Flu, assim como o Avaí, também passou um bom tempo sem criar oportunidades de gols.

Aos 17 da etapa final, Léo Gamalho entrou em campo e deu um pouco mais de potência ao ataque avaiano. Não fosse um corte de Wellington Silva, na pequena área, aos 24, e o centroavante poderia ter igualado o placar. Com o intuito de organizar o contra-golpe e evitar que o Flu fosse pressionado, Eduardo Baptista lançou mão de Osvaldo, aos 25. E acertou em cheio, pois, logo aos 29, o próprio Osvaldo surgiu na área para marcar o segundo gol tricolor.

O Avaí sentiu o gol sofrido, permitindo que o Fluminense voltasse não apenas a ter o controle do embate como chegasse ao terceiro. Aos 40, Fred tabelou com Wellington Paulista e, esbanjando categoria, encobriu o goleiro Vagner com suavidade. Era a confirmação da vitória tricolor, mas não do placar final, pois, aos 44, Léo Gamalho acertou um torpedo de fora da área e diminui o prejuízo avaiano. E no fim das contas, quem agradece é o Vasco...

Fluminense: Diego Cavalieri; Higor Leite, Gum, Marlon e Wellington Silva (Ayrton); Pierre e Jean (Osvaldo); Marcos Junior (Wellington Paulista), Cícero e Gustavo Scarpa; Fred. Técnico: Eduardo Baptista.

Avaí: Vagner; Nino Paraíba, Antônio Carlos, Emerson e Eltinho; Claudinei (Camacho), Renan, Pablo e Renan Oliveira (Rômulo); Anderson Lopes e André Lima (Léo Gamalho). Técnico: Raul Cabral.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 35ª RODADA – VASCO X CORINTHIANS


Vasco 1 x 1 Corinthians – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)

Corinthians empata com Vasco em São Januário, conquista o sexto título brasileiro de sua história e complica de vez a vida do Cruz-Maltino na luta contra degola.

Se é verdade que há meses o Vasco entra em campo pressionado pela assustadora situação na tabela, é mais verdade ainda que diante do Corinthians a pressão seria ainda maior, devido às vitórias de Avaí, Coritiba e Figueirense na quarta-feira.

Toda esta tensão, é claro, refletiu na atuação do Vasco, mas o Corinthians entrou em campo tão disperso que os anfitriões, mesmo intranquilos, dominaram as ações ofensivas nos primeiros 30 minutos. Enquanto os corintianos erravam um passe atrás do outro e se viam presos na marcação de Diguinho e Serginho, os vascaínos acionavam Rafael Silva e Riascos e faziam o arqueiro Cássio trabalhar.

Somente nos últimos 15 minutos da etapa inicial, sob a batuta de Jadson e Renato Augusto, que o Corinthians conseguiu valorizar a posse de bola e finalizar com algum perigo contra a meta adversária. A pausa do intervalo, porém, fez bem ao Vasco, que voltou exibindo uma postura mais ativa e adiantada, até que, aos 16, o descontrolado zagueiro Rodrigo meteu o pé na cara de Malcom e acabou expulso.

Ocorreu que, de maneira surpreendente, o Vasco não baixou a guarda, seguiu lutando contra suas próprias limitações e, aos 26, acabou premiado quando Julio Cesar recebeu de Nenê – sempre ele – e fez um a zero. Pela situação da rodada e do jogo, este gol, caso fosse definitivo, poderia se tornar o mais importante do ano cruz-maltino. Porém, com pouco mais de 20 minutos por jogar, o Corinthians ligou as turbinas.

Com toda energia acumulada de quem até então parecia se poupar, o Timão se lançou à frente com tudo. Sempre pela direita, Edílson e Malcom deixavam a retaguarda vascaína em frangalhos e acionavam o atacante Lucca em sequência. Depois de desperdiçar duas chances de cabeça, Lucca, também de cuca, aos 36, tocou para Vagner Love decretar o empate.

Um empate que o Vasco segurou com unhas, dentes e chutões para frente, afinal um pontinho era melhor que nada. E assim, a sexta-feira começou com o Corinthians no céu e o Vasco um pouco mais perto do inferno.

Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho (Rafael Vaz), Serginho, Andrezinho e Nenê; Riascos (Eder Luis) e Rafael Silva (Jorge Henrique). Técnico: Jorginho.

Corinthians: Cássio; Edílson, Felipe, Gil e Guilherme Arana; Rafl (Bruno Henrique), Elias (Lucca) e Renato Augusto (Rodriguinho); Jadson, Malcom e Vagner Love. Técnico: Tite.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS PARA A COPA DO MUNDO 2018 – 4ª RODADA – BRASIL X PERU



Brasil 3 x 0 Peru – Fonte Nova, Salvador (BA)

Willian e Douglas Costa jogam o fino e Brasil não encontra dificuldades para vencer o Peru por 3 a 0 e terminar o ano na zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018.

Com apenas sete minutos de jogo, o centroavante Guerrero já havia sofrido três faltas e finalizado livre dentro da área, enquanto o volante Lobatón arriscado um perigoso arremate longo. Eram indícios fortes de que o Peru poderia estar em uma noite inspirada e que o Brasil não teria vida fácil na Fonte Nova. Ledo engano... Num piscar de olhos, o Brasil conseguiu colocar a bola no chão, respirar fundo, tomar as rédeas do jogo e se aproveitar a gigantesca fragilidade defensiva dos peruanos.

Na faixa central do campo, o Peru deu toda liberdade para Renato Augusto realizar a transição defesa-ataque e cometeu muitas faltas sobre Neymar, que, mesmo longe dos melhores dias, acabou responsável por amarelar três defensores rivais. Porém, o pífio papel desempenhado pela marcação peruana na meiúca não foi nada perto do que se viu no flanco esquerdo. Com pouca ou nenhuma ajuda dos companheiros, o lateral-esquerdo Yotún viveu o pior dos pesadelos diante de Willian, primeiro, e Douglas Costa, depois.

Até mais ou menos o décimo minuto da segunda etapa, o meia-direita brasileiro foi Willian. De longe o jogador mais acionado na criação ofensiva, Willian não decepcionou e comandou o ataque com dribles e passes, como o que resultou no gol de Douglas Costa, aos 21 do primeiro tempo. Quando Willian foi para o lado esquerdo, Yotún deve ter sentido um alívio. Coitado... Douglas Costa, que além do gol inaugural já havia acertado a trave em cobrança de falta, passou a cair pelo setor e deixou a retaguarda peruana em frangalhos.

Primeiro, aos 12, Douglas Costa, rodeado por quatro marcadores, rolou para Renato Augusto coroar sua bela atuação com um gol, o segundo brasileiro. Depois, aos 31, o avante do Bayern de Munique finalizou o lance em que Filipe Luís aproveitou o rebote para anotar o terceiro e fechar o escore. Até março, data do próximo compromisso da seleção, muitas águas vão rolar. No entanto, mesmo longe de ter sido brilhante, a atuação brasileira deixou uma sensação de semente plantada.

Brasil: Alisson; Daniel Alves, Gil, Miranda e Filipe Luís; Luiz Gustavo (Fernandinho), Elias e Renato Augusto; Willian (Oscar), Douglas Costa (Lucas Lima) e Neymar. Técnico: Dunga.

Peru: Penny; Advíncula, Zambrano, Ascues e Yotún; Tapia (Ballón) e Lobatón (Gonzáles); Hurtado (Reyna), Farfán e Cueva; Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca.

sábado, 14 de novembro de 2015

ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS PARA A COPA DO MUNDO 2018 – 3ª RODADA - ARGENTINA X BRASIL


Argentina 1 x 1 Brasil – Monumental de Nuñez, Buenos Aires (Argentina)

Brasil e Argentina empatam em jogo fraco tecnicamente e, após três rodadas, seguem fora da zona de classificação direta para a Copa do Mundo de 2018.

Uma vez mais a seleção brasileira mostrou-se um time muito longe da maturidade tática. No entanto, mais deprimente do que o primitivismo tático foi o desempenho técnico, tanto ofensivo quanto defensivo. Na retaguarda, Miranda esteve inseguro, Luiz Gustavo e Elias não foram sólidos à frente da área e Daniel Alves e Filipe Luís foram constantemente superados nos flancos. No entanto, o símbolo-mor da pífia atuação defensiva foi o zagueiro David Luiz.

Sempre que precisou estar colado no cangote do centroavante argentino Higuaín, David Luiz, avoado, esteve muitos passos atrás. Que nos diga o lance do gol de Lavezzi, que abriu o placar, aos 33 da primeira etapa, quando Higuaín se infiltrou livre para dar a assistência. Pelo alto, a apresentação do zagueiro brazuca foi ainda mais patética, com erros infantis como a marcação da bola em escanteios. Aos 40 da etapa final, com o jogo já empatado, Rojo quase deu a vitória à Argentina cabeceando uma bola que David Luiz não alcançara. E para completar o show de horrores que David Luiz proporcionou, veio o cartão vermelho em um lance no qual ele tinha a bola nos seus pés.

Ofensivamente, nada de jogadas trabalhadas, ultrapassagens pelos flancos, diagonais dos pontas, infiltrações dos volantes, paredes do centroavante... A estratégia era a de sobreviver de espasmos individuais, algo que ficou ainda mais complexo diante da falta de inspiração de Neymar, que começou muito isolado na esquerda e terminou sem conseguir ser incisivo pelo meio. Deu pena de Ricardo Oliveira no meio dos potentes zagueiros argentinos. Lucas Lima, preciso no gol de empate, aos 13 do segundo tempo, pouco passou verticalmente e menos lançou, enquanto Willian, um jogador dinâmico e categórico, acabou limitado a ciscar e marcar.

Nos últimos 30 minutos, com a Argentina muito aberta em busca da vitória, o Brasil teve espaços para encaixar um contra-golpe, mas as entradas de Renato Augusto e Douglas Costa não tornaram a equipe mais letal a ponto de conquistar a virada. E assim, na eterna questão sobre se vale mais ganhar ou jogar bem, o Brasil, uma vez mais, nem ganhou nem jogou bem.

Argentina: Romero; Roncaglia, Otamendi, Funes Mori e Rojo; Mascherano, Biglia e Banega (Lamela); Di Maria, Lavezzi (Gaitán) e Higuaín (Dybala). Técnico: Tata Martino.

Brasil: Alisson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Elias e Luiz Gustavo; Willian (Gil), Lucas Lima (Renato Augusto) e Neymar; Ricardo Oliveira (Douglas Costa). Técnico: Dunga.

domingo, 8 de novembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 34ª RODADA – PALMEIRAS X VASCO


Palmeiras 0 x 2 Vasco – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Mais vivo do que nunca, Vasco bate Palmeiras com gols de Rafael Silva e Nenê e termina a rodada a dois pontos de escapar da zona de rebaixamento.

Os primeiros minutos de jogo foram muito picados, com o Vasco exagerando nos chutões para frente e o Palmeiras cometendo faltas em sequência. A partida viveu pelo menos uns 15 minutos sem que ninguém esboçasse um domínio, até que os alviverdes colocaram a bola no chão e passaram a investir em ataques pela esquerda e chutes de fora da área, obrigando o arqueiro Martín Silva a mostrar que estava atento.

O Vasco, porém, não se acanhou com a iniciativa palmeirense e respondeu de forma contundente. Com mais liberdade do que poderiam ter, Nenê e Rafael Silva se aproximaram e começaram a construir tramas de gols em profusão. Se, aos 33, Rafael Silva parou em defesa de Prass, o arqueiro nada pôde fazer no minuto seguinte para evitar que a cabeçada do atacante cruz-maltino colocasse o um a zero no placar. Um que virou dois quando o mesmo Rafael Silva, aos 39, deixou Nenê livre para finalizar cheio de categoria. E dois que por muito pouco não virou três, pois, aos 43, Nenê cobrou córner no travessão.

Se a etapa inicial terminou com o Vasco voando baixo, a final começou com o Palmeiras alucinante. Já com Kelvin no lugar de Rafael Marques, o Alviverde se lançou à frente, voltou a insistir nos ataques pela esquerda, fez o Vasco receber dois amarelos em menos de cinco minutos e, aos 13, acertou uma cabeçada no travessão com Thiago Santos. O ritmo palmeirense era intenso, e para tentar mantê-lo assim Marcelo Oliveira lançou mão de Alecsandro e Fellype Gabriel. Não deu certo...

Com o estabanado Diguinho brigando por cada metro quadrado de grama, Luan repetindo seus momentos mais sólidos e Rodrigo ganhando todas pelo alto, o Vasco se fechou em seu próprio campo, meteu o pé em tudo quanto era bola e conseguiu controlar um Palmeiras que só sabia fazer faltas. Tanto que nos mais de 30 minutos que se seguiram à cabeçada de Thiago Santos no travessão, o Alviverde foi incapaz de criar sequer um lance digno de nota. E o Vasco vive...

Palmeiras: Fernando Prass; João Pedro, Jackson, Victor Hugo e Egídio (Fellype Gabriel); Thiago Santos, Zé Roberto e Robinho; Rafael Marques (Kelvin), Gabriel Jesus e Lucas Barrios (Alecsandro). Técnico: Marcelo Oliveira.

Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho, Serginho, Andrezinho e Nenê (Rafael Vaz); Rafael Silva (Julio dos Santos) e Riascos (Eder Luis). Técnico: Jorginho.

domingo, 1 de novembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 33ª RODADA – VASCO X FLUMINENSE


Vasco 0 x 1 Fluminense – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Com gol de Gerson, Fluminense bate o Vasco em jogo quente e se afasta de vez da degola. Já o Cruz-Maltino...

Uma vez mais, o Vasco foi a campo sem muita cautela, mais preocupado em pressionar o rival do que em preencher os espaços no meio-campo. O desejo do Fluminense, porém, não era o de um jogo aberto, o famoso lá e cá. O plano tricolor era outro: valorização da posse de bola e movimentação.  Um plano difícil de colocar em ação, é verdade, mas como Cícero, Gerson e Gustavo Scarpa estavam inspirados e refinados, o jogo tricolor fluiu. Com a bola nos pés, o Flu fez o Vasco, correr e se desgastar. Sem a bola nos pés, encaixotou o Cruz-Maltino, que só conseguiu fazer Cavalieri trabalhar em lances de bola parada. E assim, nos acréscimos de uma etapa inicial em que impôs ao jogo o ritmo que quis, o Tricolor foi às redes num belo contra-ataque finalizado por Gerson.

No intervalo, buscando alguma potência, Jorginho lançou mão de Rafael Silva e Riascos. Ocorreu que, inteligente para contra-golpear, foi o Flu quem voltou mais incisivo e veloz, passando os primeiros 15 minutos mais perto de ampliar a vantagem do que de sofrer um empate. Aos 21, porém, já com Eder Luís no lugar do (sono)lento Julio dos Santos, o Vasco deu sinal de vida com uma finalização de Nenê que Wellington Silva salvou sobre a linha. Era o início de um período de pressão vascaína, pois o Flu, que já perdera em técnica e dinâmica com a troca de Gerson por Wellington Paulista, aos 19, ficou ainda mais desconfigurado quando, aos 25, Vinícius saiu para entrar Higor Leite.

Como se não houvesse o amanhã, o Vasco se lançou ao ataque, chegando a acertar o travessão em cabeçada de Riascos, aos 31. Somente aos 41 o ataque tricolor ressuscitou, mas Higor Leite preferiu simular falta sofrida em um limpo contra-ataque e foi expulso. O Vasco rapidamente respondeu com Riascos, de longe, e Nenê, em córner olímpico, mas Cavalieri, seguro, impediu o empate. E ainda houve tempo para Scarpa, o melhor jogador em campo, deixar Magno Alves e Wellington Silva em condições para marcar, mas ambos pecaram. Fato é que não fez falta, e os tricolores ouviram o apito final aliviados e sarcasticamente felizes.

Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Bruno Gallo, Julio dos Santos (Eder Luis), Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique (Rafael Silva) e Leandrão (Riascos). Técnico: Jorginho.

Fluminense: Diego Cavalieri; Jean, Gum, Marlon e Wellington Silva; Pierre, Cícero, Osvaldo (Magno Alves) e Gustavo Scarpa; Vinícius (Higor Leite) e Gerson (Wellington Paulista). Técnico: Eduardo Baptista.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – SEMIFINAL – PALMEIRAS X FLUMINENSE


Palmeiras 2 (4) x (1) 1 Fluminense – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Num dos jogos mais eletrizantes do ano, Fluminense cai diante do Palmeiras na disputa de pênaltis e perde a chance de disputar sua terceira final de Copa do Brasil.

Excessivamente pilhado, o Fluminense iniciou o jogo avoado, cometendo faltas em excesso e sem conseguir tirar o ritmo acelerado que o Palmeiras impunha. Foi neste cenário que, o Alviverde dominou a meia-cancha, pressionou e chegou ao placar de 2 a 0 com gols seguidos de Barrios: aos 14, o centroavante concluiu na pequena área após passe de Robinho e, aos 16, aproveitou rebote da cobrança de pênalti que Zé Roberto batera nas mãos de Cavalieri – a infração havia sido cometida por Wellington Silva sobre Gabriel Jesus.

Com uma vantagem maior do que necessitava, o Palmeiras começou a enfileiras um chutão para frente atrás do outro. O Flu, por sua vez, demonstrava o espírito guerreiro que sua torcida adora, mas deixava a desejar tecnicamente. Jean e Cícero não faziam a transição, Wellington Silva e Breno Lopes não acertavam cruzamentos, Vinícius e Marcos Junior erravam em demasia e Gustavo Scarpa se mexia na busca por acionar um Fred visivelmente no sacrifício. Entretanto, como a defesa do Palmeiras peca mais do que capricha, Scarpa e Cícero quase foram às redes.

Um contra-ataque encaixado por Dudu no fim do primeiro tempo deixou a impressão de que o Palmeiras poderia retornar diferente do intervalo. Porém, foi só impressão e as bicudas alviverdes voltaram com a etapa final. Enquanto isso, o Flu, mais refinado com as entradas do inspirado Gerson e, depois, de Osvaldo, tornou-se mais perigoso. Tão perigoso que, aos 25, Fred, capenga mas matador, recebeu de Gerson e, de cuca, diminuiu o escore.

O dois a um levaria o jogo para as penalidades, mas os times não relaxaram. O Palmeiras se lançou à frente, o Flu não abdicou de contra-atacar e a partida virou uma roleta-russa, com um novo gol podendo surgir a qualquer momento. Aos 44, o palmeirense Dudu teve gol bem anulado por impedimento. Aos 47, Fernando Prass salvou milagrosamente arremate de Fred e mandou a decisão para a disputa de pênaltis, onde seu Palmeiras converteu todas as quatro cobranças, o Flu perdeu com Scarpa e Gum, e o Verdão se garantiu na final da Copa do Brasil.

Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vítor Hugo e Zé Roberto; Amaral, Matheus Sales e Robinho (Rafael Marques); Dudu, Gabriel Jesus (Allione) e Lucas Barrios (Cristaldo). Técnico: Marcelo Oliveira.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Gum, Marlon e Breno Lopes (Osvaldo); Jean e Cícero; Marcos Junior (Gerson), Vinícius (Magno Alves) e Gustavo Scarpa; Fred. Técnico: Eduardo Baptista.

domingo, 25 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 32ª RODADA – CORINTHIANS X FLAMENGO


Corinthians 1 x 0 Flamengo – Arena Corinthians, São Paulo (SP)

Flamengo volta a ter atuação patética, cai diante do cada vez mais campeão Corinthians e vê distância para o G4 aumentar para seis pontos.

Eis o saldo de mais uma apresentação horripilante do Flamengo: 20 faltas cometidas, um jogador expulso estupidamente, no mínimo 40 chutões para onde o nariz apontava, nenhum lance ofensivo digno de nota criado com a bola rolando e permissão para que o Corinthians, mesmo sem muita inspiração, chegasse nove vezes com perigo à meta defendida por Paulo Victor.

Talvez por saber que o adversário não era lá esta potência ofensiva, talvez pela tranquilidade oriunda da gordura acumulada na ponta da tabela, talvez por não estar em seus melhores dias, o Corinthians preferiu deixar que o Flamengo tomasse a iniciativa de buscar o ataque em Itaquera, estratégia que deu ao jogo um cenário encaixotado durante praticamente toda a etapa inicial.

Pelo lado flamenguista, Alan Patrick não ditava o ritmo, Paulinho e Everton não aprofundavam pelos flancos e o Guerrero só recebia bola quadrada para se virar no meio da sólida dupla formada por Felipe e Gil. Já pelo lado corintiano, Elias, Renato Augusto e Jadson pouco se aproximavam e menos ainda organizavam, de modo que a bola quase não chegava a Love e Malcom. Isso até os acréscimos do primeiro tempo, quando o Timão, enfim, mostrou seu refino: de Renato Augusto, para Jadson, para Malcom, para Love para o fundo das redes.

Toda a calma que o Corinthians esbanjava com o empate mudo, seguiu acompanhando o time após o gol de vantagem, tanto que o segundo tempo começou na mesma batida do primeiro. Isso até o já amarelado volante flamenguista Jonas cometer suas quinta e sexta faltas em sequência e ser expulso aos 12. Se até então os rubro-negros tinham a bola nos pés e nenhuma ideia do que fazer com ela, a partir daí nem mais a posse da redonda tiveram.

Por cerca de 15 minutos o Corinthians deu um show de passes rápidos, movimentação, dinâmica e profundidade, criando chances de ampliar o escore pela esquerda,pela direita, pelo meio... Não o ampliou, tirou o pé do acelerador, preferiu se resguardar e, sem muito esforço, segurou até o apito final o inútil esboço de pressão que o Fla tentou na base das bolas aéreas.

Corinthians: Cássio; Edílson, Felipe, Gil e Guilherme Arana (Yago); Ralf, Elias e Renato Augusto; Jadson, Malcom (Lucca) e Vagner Love (Danilo). Técnico: Tite.

Flamengo: Paulo Victor; Pará (Ayrton), César Martins, Wallace e Jorge; Jonas e Márcio Araújo; Paulinho (Gabriel), Alan Patrick e Everton (Canteros); Guerrero. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – SEMIFINAL – FLUMINENSE X PALMEIRAS


Fluminense 2 x 1 Palmeiras – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Fluminense bate Palmeiras por 2 a 1, larga na frente na busca por uma vaga na decisão da Copa do Brasil, mas teme pela gravidade da lesão que tirou Fred do jogo.

A palavra que ilustra a etapa inicial é intensidade. E olha que por incompetência da arbitragem o jogo teve de ser paralisado aos oito minutos para que o Palmeiras trocasse seu uniforme, que causava confusão com o tricolor do Flu. Desfeita a bagunça das cores, ficou fácil perceber o panorama: o Palmeiras não queria a bola e fechava os espaços, enquanto o Fluminense tinha a bola e buscava os espaços.

O problema do Flu era a dificuldade para acionar aqueles que deveriam acionar o Fred, fossem os meias ou os laterais. Por sua vez, o Palmeiras, mesmo exagerando nas bicudas para frente, foi quem conseguiu criar as primeiras chances de abrir o placar, com Vitor Hugo, de puxeta, aos 23, e Gabriel Jesus, que, aos 24, cabeceou sozinho para fora. Mas o grande pecado alviverde não foi o de desperdiçar chances de gols, e sim o de deixar o Fred crescer.

Bastou o Fluminense conseguir acionar seu capitão para que este ganhasse todos os duelos sobre Victor Ramos e o jogo tricolor fluísse. Aos 28, Fred subiu alto no córner e, de cuca, obrigou Fernando Prass a defesaça. No rebote, Marcos Junior fez um a zero. Depois, aos 42, Fred sofreu falta que Breno Lopes bateu, Scarpa chutou e Gum desviou para ampliar. Porém, nos acréscimos, Fred sentiu o joelho e deixou o campo.

O Flu voltou do intervalo com Magno Alves e, como esperado, caiu demais de rendimento. Já o Palmeiras retornou com Egídio e Jackson, além da  passagem de Zé Roberto para o meio-campo. Mais consistente, o Alviverde diminui o escore aos 14, em um pênalti fajuto cometido pelo Gum e sofrido e convertido pelo próprio Zé Roberto.

O gol fez bem ao Palmeiras, que encorpou mais e quase empatou: Amaral, aos 22, balançou as redes em impedimento bem assinalado. O Flu, mesmo ainda desgovernado, respondeu por duas vezes com Marcos Junior, que também teve um gol bem anulado por impedimento. Nos últimos 15 minutos, o Flu, cansado, e o Palmeiras, satisfeito, diminuíram mais o ritmo e começaram a pensar no duelo de volta.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva (Higor Leite), Gum, Marlon e Breno Lopes; Jean e Cícero; Marcos Júnior (Gerson), Vinícius e Gustavo Scarpa; Fred (Magno Alves). Técnico: Eduardo Baptista.

Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos (Jackson), Vicor Hugo e Zé Roberto; Amaral e Andrei Girotto (Egídio); Allione (Rafael Marques), Dudu e Gabriel Jesus; Lucas Barrios. Técnico: Marcelo Oliveira.

domingo, 18 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 31ª RODADA – FLAMENGO X INTERNACIONAL


Flamengo 0 x 1 Internacional – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Sem poder de conclusão, Flamengo perde para o Internacional, cai para a décima colocação e praticamente se despede da briga por uma vaga na próxima Libertadores.

Já sabedor das vitórias de Palmeiras e Ponte Preta, o Flamengo entrou em campo obrigado a superar o Internacional, também um concorrente na luta pelo G4. Isso somado ao fator casa fez os rubro-negros iniciarem a partida de forma mais agressiva que os colorados, com Sheik buscando o jogo e Everton e Pará aprofundando as jogadas pela direita. No entanto, este panorama de domínio territorial e da posse de bola por parte do Fla não impediu que, aos 17, numa escapada do arisco Valdívia, Willian cruzasse e Ernando completasse para fazer um a zero Inter.

A mudança de placar, contudo, não alterou o cenário do confronto. O Flamengo seguia com a necessidade de atacar e o Internacional permanecia bem postado, com Nilton e Rodrigo Dourado pegando firme na cabeça da área e Paulão e Réver se revezando na marcação do centroavante Guerrero. Guerrero que, por sinal, foi o jogador mais participativo de todo o confronto, tanto porque o Inter praticamente abdicou do ataque como porque o Flamengo, sem muita inspiração, forçava o jogo sobre ele.

Como não apresenta mais a mesma forma física do meio do ano, Guerrero encontrou dificuldades para ganhar no corpo de Réver e Paulão. E como não ostenta mais a mesma forma técnica, acabou por desperdiçar as melhores chances do Fla na partida. Na etapa inicial, Guerrero acertou a trave, aos 27, e desferiu fraca cabeçada nas mãos de Alisson, aos 30. Já após o intervalo, o peruano arrematou raspando o poste, aos 6, e finalizou um contra-ataque, aos 31, para boa defesa do arqueiro vermelho, em lance que foi instantaneamente respondido com Lisandro López não ampliando o escore por centímetros.

Longe de uma grande atuação, o Inter soube aproveitar uma das duas chances que teve para conquistar importantíssimos três pontos. Mais longe ainda de uma grande atuação, o Fla conseguiu deixar o seu homem-gol por quatro vezes em condições de marcar e não foi capaz de ir às redes. E como em campeonato por pontos corridos os pontos perdidos não voltam mais, o Rubro-Negro praticamente dá adeus ao G4.

Flamengo: Paulo Victor; Pará, César Martin, Samir e Jorge; Márcio Araújo, Canteros (Kayke) e Alan Patrick; Everton (Paulinho), Emerson Sheik (Gabriel) e Guerrero. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Internacional: Alisson; Willian, Paulão, Réver e Ernando; Nilton (Wellington) e Rodrigo Dourado; Lisandro López, Alex (D’Alessandro) e Anderson (Vitinho); Valdívia. Técnico: Argel Fucks.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 30ª RODADA – VASCO X CHAPECOENSE


Vasco 1 x 1 Chapecoense – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Em jogo repleto de lances de interpretação ambígua, Vasco apenas empata com a Chapecoense e vê sua reação para escapar da degola perder força.

Esbanjando atitude e deixando a desejar em categoria, o Vasco iniciou o confronto na base do “um por todos e todos por um”. Os laterais Bruno Ferreira e Julio Cesar se lançaram ao ataque, Nenê e Andrezinho arriscavam passes verticais e Herrera e Leandrão faziam das tripas coração para tentar aproveitar uma bola que passasse sobrevoando a área da Chapecoense.

Que o Vasco iria perder o fôlego era óbvio, restava saber se conseguiria mexer no placar antes. Não conseguiu e, para piorar sua situação, ainda viu a Chapecoense ameaçar alguns contra-ataques com o veloz Apodi e o fogoso Maranhão. Nada muito consistente, mas o bastante para fazer o torcedor cruz-maltino suar frio com a insegurança do goleiro Jordi.

De forma um pouco surpreendente, o Vasco voltou do intervalo tão lento quanto terminara a etapa inicial. De forma muito surpreendente, a Chapecoense retornou com as rédeas do jogo nas mãos e um preciso toque de bola. Tanto que, aos 12, chegou a sacudir o filó com Túlio de Melo, mas o juiz Ricardo Marques Ribeiro anulou o gol acusando puxão do centroavante sobre Luan.

 Vendo seu time perder terreno e sem potência, Jorginho lançou mão de Diguinho e Romarinho e o Vasco melhorou. E melhorou mesmo, a ponto de criar três chances de gols seguidas. Se Andrezinho e Bruno Gallo passaram perto, o zagueiro Rodrigo, aos 24, aproveitou córner para se escorar sobre Dener e, de cabeça, fazer um a zero Vasco.

Agora, a questão cruz-maltina era segurar a vitória a qualquer preço. Se defendendo com mais vigor do que organização, o Vasco encaminhava o importantíssimo triunfo quando, aos 39, Gil cruzou da direita e a pelota resvalou na mão de Rodrigo. Lance de pura interpretação que o juiz assinalou pênalti e Bruno Rangel converteu para empatar em um a um.

Ato quase contínuo, no último suspiro vascaíno, Andrezinho cruzou e Tiago Luís esticou o braço em direção à redonda. Os vascaínos urraram pela marcação de um pênalti que até pela TV fica difícil de decretar. Como difícil – mas não mais impossível – segue a luta dos cruz-maltinos.

 Vasco: Jordi; Bruno Ferreira, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Bruno Gallo, Julio dos Santos (Diguinho), Andrezinho e Nenê; Herrera (Romarinho) e Leandrão (Riascos). Técnico: Jorginho.

Chapecoense: Danilo; Apodi, Neto, Thiego e Dener; Elicarlos e Cleber Santana; Ananias (Gil), Camilo e Maranhão (Tiago Luís); Túlio de Melo (Bruno Rangel). Técnico: Guto Ferreira.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS PARA A COPA DO MUNDO 2018 – 2ª RODADA – BRASIL X VENEZUELA


Brasil 3 x 1 Venezuela – Castelão, Fortaleza (CE)

Dominante sem ser brilhante, Brasil sai na frente com menos de um minuto e bate a Venezuela por 3 a 1 no Castelão.

Trinta e seis segundos foi o tempo que a frágil retaguarda venezuelana demorou para entregar um gol de bandeja aos brasileiros: Guerra dormiu no ponto, Luiz Gustavo deu o bote e a redonda sobrou para Willian abrir o escore. Como a fase verde e amarela é tão deprimente a ponto de um embate contra a Venezuela ser passível de nervosismo, o gol relâmpago serviu para serenar os ânimos da Seleção e fazê-la ter tranquilidade para trocar passes.

Diante de uma Venezuela que parecia querer apenas segurar a derrota por pouco, o Brasil viveu uma etapa inicial sem problemas e teve em Willian o seu grande destaque. Com o meia-direita do Chelsea circulando por todos os setores ofensivos e assumindo a responsabilidade de pensar o jogo, a Seleção criou um punhado de chances de ampliar, mas só o fez aos 41, quando o dono do jogo Willian apareceu na área para concluir passe de Filipe Luís e corta-luz de Oscar.

Apesar de não ter voltado preguiçoso do intervalo, tanto que Douglas Costas acertou a trave logo aos 7, o Brasil passou a cometer falhas nas bolas aéreas. Tanto aos 3 como aos 13, Seijas bateu o córner e Santos subiu mais que Daniel Alves para obrigar Alisson a boas defesas. Deveria ter sido o suficiente para que o Brasil trocasse a marcação, mas não foi e, aos 18, o mesmo Santos superou o mesmo Daniel Alves e diminuiu o placar.

Ato contínuo ao gol venezuelano Lucas Lima entrou em campo. E entrou com tudo, tomando conta da meiúca e ditando o ritmo como quis. Tocava, recebia, se movimentava, lançava, buscava, entregava... Foi o grande responsável por o Brasil não deixar a peteca cair após o gol sofrido e, assim, chegar ao terceiro tento: aos 28, Douglas Costa deu assistência e Ricardo Oliveira completou como matador que é.

Por fim, se é inegável que o Brasil foi mais consistente e consciente do que na estreia, é mais inegável ainda que a melhora se deu muito mais pela diferença de nível entre a fraquíssima Venezuela e o fortíssimo Chile do que por evolução de Dunga e seus comandados.

Brasil: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Filipe Luís; Elias e Luiz Gustavo; Willian, Oscar (Lucas Lima) e Douglas Costa (Kaká); Ricardo Oliveira (Hulk). Técnico: Dunga.

Venezuela: Baroja; Rosales, Vizcarrondo, Amorebieta e Cichero; Rincón e Seijas (González); Vargas (Murillo), Christian Santos e Guerra (Figuera); Rondón. Técnico: Noel Sanvicente.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS PARA A COPA DO MUNDO 2018 – 1ª RODADA – CHILE X BRASIL


Chile 2 x 0 Brasil – Estádio Nacional, Santiago (Chile)

Sem poder de decisão e de imposição, Brasil perde para o Chile por 2 a 0 na estreia das Eliminatórias.

Quem acompanha o trabalho recente de Dunga já sabia: o Brasil enfrentaria o Chile pensando primeiro em se defender e depois em atacar. Tal postura desagrada a muitos, mas não significa que o Brasil já estava derrotado antes mesmo de entrar no Estádio Nacional. Mesmo limitado pelo pequeno repertório tático oriundo da estratégia de Dunga, era possível, sim, vencer os atuais campeões da Copa América. Um triunfo brasileiro passava necessariamente por duas tarefas: se organizar para segurar a potência chilena e não deixar que a bola passasse todo tempo em pés adversários.

Pois bem, por 40 minutos o Brasil foi bem sucedido no cumprimento dessas tarefas, e apesar de não ter produzido nada ofensivamente, pelo menos poupou Jefferson de sustos. Aos 40 da etapa inicial, porém, Sampaoli lançou mão de González no lugar do defensor Silva e não apenas abriu mão de seu sistema de três zagueiros como abriu o jogo. Entre este minuto 40 do primeiro tempo e o minuto 18 do segundo, o jogo virou uma roleta-russa.

O Chile ganhou todo o ímpeto que até então não tivera na partida e se lançou ao ataque como se não houvesse o amanhã, chegando a carimbar duas vezes a trave brasileira, com Sánchez e Isla. Ocorreu que esta sede de gols do Chile deixou sua defesa completamente exposta, permitindo que o Brasil puxasse seguidos contra-ataques. No entanto, como Oscar e Hulk não estavam no mesmo ritmo que Willian e Douglas Costa, os contra-golpes brasileiros não se transformaram em chances de gol.

Aos 18 da etapa final, mais uma alteração de Sampaoli mudaria os rumos da partida, desta vez em benefício total dos chilenos. Valdivia saiu para a entrada de Fernández, que deu mais consistência e criatividade à meiúca chilena. A partir daí, o Chile tomou conta do jogo, abriu o placar com Vargas, aos 26, controlou qualquer possibilidade de crescimento que o Brasil poderia ter com as entradas tardias de Ricardo Oliveira e Lucas Lima, e, no final, aos 44, ainda fechou o placar com estilo em belo gol de Sánchez. E assim, na eterna discussão entre jogar bonito ou vencer, o Brasil jogou feio e perdeu.


Chile: Bravo; Silva (González), Medel e Jara; Isla, Díaz (Vilches), Vidal, Beausejour; Valdivia (Fernández), Sánchez e Vargas. Técnico: Jorge Sampaoli.

Brasil: Jefferson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz (Marquinhos) e Marcelo; Elias e Luiz Gustavo (Lucas Lima); Willian, Oscar e Douglas Costa; Hulk (Ricardo Oliveira). Técnico: Dunga.

domingo, 4 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 29ª RODADA – SANTOS X FLUMINENSE


Santos 3 x 1 Fluminense – Vila Belmiro, Santos (SP)

Desfalcado e desorganizado, Fluminense leva um banho de bola do Santos na Vila e perde por 3 a 1.  

O fato de ter entrado todo remendado em campo sem dúvidas abalou a confiança do Fluminense. Porém, o abalo foi ainda maior após os primeiros 15 minutos santistas. Aos 5, Diego Cavalieri se enrolou para dar um chutão e permitiu que Lucas Lima abrisse o placar para o Santos. Depois, aos 10, Gabriel esbanjou habilidade em arrancada e a bola sobrou para Marquinhos Gabriel fazer 2 a 0. Dois que só não virou três porque Cavalieri defendeu arremate à queima-roupa de Gabriel.

Depois do início avassalador praiano, o jogo entrou num clima de troca de passes. O Santos tocava a bola com paciência e fazia o relógio andar, enquanto o Flu a tocava sem nada criar. Percebendo que seu Fluminense não iria a lugar algum, o treinador Eduardo Baptista sacou Victor Oliveira e lançou mão do avante Robert, aos 28. Com a alteração, Higor Leite foi fazer a lateral-esquerda, Jean saiu do meio para fazer a lateral-direita e Gerson passou a formar dupla de volantes com Pierre.

Se a melhora ofensiva do Flu foi pequena, a piora defensiva trouxe consequências graves. Sem pegada no meio, o Flu deu toda liberdade para Thiago Maia lançar com sua canhota, Renato pensar e passar com tranquilidade e Lucas Lima organizar tramas incisivas. E mais, como o Flu também não tinha força defensiva em seu lado esquerdo, as jogadas santistas criavam muito perigo quando acionavam o lateral-direito Daniel Guedes.

Foi assim que, com muita consciência nos passes, contundência pelo seu lado direito e eficiência nas bolas paradas, o Santos realizou um segundo tempo potente, a ponto de criar nada menos do que seis chances de ampliar o placar em apenas 18 minutos. Na melhor delas, Gustavo Henrique subiu alto e carimbou a trave. Mesmo com o artilheiro Ricardo Oliveira em jornada péssima – só aparecia em impedimento – o Santos seguiu encurralando o Flu e chegou ao terceiro: aos 38, Daniel Guedes cruzou e Neto Berola completou.

Ainda houve tempo para Robert, nos acréscimos, marcar o gol de honra tricolor. Um gol que, apesar de belo, em nada diminui a superioridade gigantesca mostrada pelo Santos na Vila.

Santos: Vanderlei; Daniel Guedes, David Braz, Gustavo Henrique (Werley) e Chiquinho; Renato e Thiago Maia; Gabriel (Leandro), Lucas Lima e Marquinhos Gabriel (Neto Berola); Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior.

Fluminense: Diego Cavalieri; Higor Leite, Gum, Marlon e Victor Oliveira (Robert); Jean e Pierre; Marcos Junior (Lucas Gomes), Gerson e Osvaldo (Magno Alves); Wellington Paulista. Técnico: Eduardo Baptista.