quinta-feira, 29 de outubro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – SEMIFINAL – PALMEIRAS X FLUMINENSE


Palmeiras 2 (4) x (1) 1 Fluminense – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Num dos jogos mais eletrizantes do ano, Fluminense cai diante do Palmeiras na disputa de pênaltis e perde a chance de disputar sua terceira final de Copa do Brasil.

Excessivamente pilhado, o Fluminense iniciou o jogo avoado, cometendo faltas em excesso e sem conseguir tirar o ritmo acelerado que o Palmeiras impunha. Foi neste cenário que, o Alviverde dominou a meia-cancha, pressionou e chegou ao placar de 2 a 0 com gols seguidos de Barrios: aos 14, o centroavante concluiu na pequena área após passe de Robinho e, aos 16, aproveitou rebote da cobrança de pênalti que Zé Roberto batera nas mãos de Cavalieri – a infração havia sido cometida por Wellington Silva sobre Gabriel Jesus.

Com uma vantagem maior do que necessitava, o Palmeiras começou a enfileiras um chutão para frente atrás do outro. O Flu, por sua vez, demonstrava o espírito guerreiro que sua torcida adora, mas deixava a desejar tecnicamente. Jean e Cícero não faziam a transição, Wellington Silva e Breno Lopes não acertavam cruzamentos, Vinícius e Marcos Junior erravam em demasia e Gustavo Scarpa se mexia na busca por acionar um Fred visivelmente no sacrifício. Entretanto, como a defesa do Palmeiras peca mais do que capricha, Scarpa e Cícero quase foram às redes.

Um contra-ataque encaixado por Dudu no fim do primeiro tempo deixou a impressão de que o Palmeiras poderia retornar diferente do intervalo. Porém, foi só impressão e as bicudas alviverdes voltaram com a etapa final. Enquanto isso, o Flu, mais refinado com as entradas do inspirado Gerson e, depois, de Osvaldo, tornou-se mais perigoso. Tão perigoso que, aos 25, Fred, capenga mas matador, recebeu de Gerson e, de cuca, diminuiu o escore.

O dois a um levaria o jogo para as penalidades, mas os times não relaxaram. O Palmeiras se lançou à frente, o Flu não abdicou de contra-atacar e a partida virou uma roleta-russa, com um novo gol podendo surgir a qualquer momento. Aos 44, o palmeirense Dudu teve gol bem anulado por impedimento. Aos 47, Fernando Prass salvou milagrosamente arremate de Fred e mandou a decisão para a disputa de pênaltis, onde seu Palmeiras converteu todas as quatro cobranças, o Flu perdeu com Scarpa e Gum, e o Verdão se garantiu na final da Copa do Brasil.

Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vítor Hugo e Zé Roberto; Amaral, Matheus Sales e Robinho (Rafael Marques); Dudu, Gabriel Jesus (Allione) e Lucas Barrios (Cristaldo). Técnico: Marcelo Oliveira.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva, Gum, Marlon e Breno Lopes (Osvaldo); Jean e Cícero; Marcos Junior (Gerson), Vinícius (Magno Alves) e Gustavo Scarpa; Fred. Técnico: Eduardo Baptista.

domingo, 25 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 32ª RODADA – CORINTHIANS X FLAMENGO


Corinthians 1 x 0 Flamengo – Arena Corinthians, São Paulo (SP)

Flamengo volta a ter atuação patética, cai diante do cada vez mais campeão Corinthians e vê distância para o G4 aumentar para seis pontos.

Eis o saldo de mais uma apresentação horripilante do Flamengo: 20 faltas cometidas, um jogador expulso estupidamente, no mínimo 40 chutões para onde o nariz apontava, nenhum lance ofensivo digno de nota criado com a bola rolando e permissão para que o Corinthians, mesmo sem muita inspiração, chegasse nove vezes com perigo à meta defendida por Paulo Victor.

Talvez por saber que o adversário não era lá esta potência ofensiva, talvez pela tranquilidade oriunda da gordura acumulada na ponta da tabela, talvez por não estar em seus melhores dias, o Corinthians preferiu deixar que o Flamengo tomasse a iniciativa de buscar o ataque em Itaquera, estratégia que deu ao jogo um cenário encaixotado durante praticamente toda a etapa inicial.

Pelo lado flamenguista, Alan Patrick não ditava o ritmo, Paulinho e Everton não aprofundavam pelos flancos e o Guerrero só recebia bola quadrada para se virar no meio da sólida dupla formada por Felipe e Gil. Já pelo lado corintiano, Elias, Renato Augusto e Jadson pouco se aproximavam e menos ainda organizavam, de modo que a bola quase não chegava a Love e Malcom. Isso até os acréscimos do primeiro tempo, quando o Timão, enfim, mostrou seu refino: de Renato Augusto, para Jadson, para Malcom, para Love para o fundo das redes.

Toda a calma que o Corinthians esbanjava com o empate mudo, seguiu acompanhando o time após o gol de vantagem, tanto que o segundo tempo começou na mesma batida do primeiro. Isso até o já amarelado volante flamenguista Jonas cometer suas quinta e sexta faltas em sequência e ser expulso aos 12. Se até então os rubro-negros tinham a bola nos pés e nenhuma ideia do que fazer com ela, a partir daí nem mais a posse da redonda tiveram.

Por cerca de 15 minutos o Corinthians deu um show de passes rápidos, movimentação, dinâmica e profundidade, criando chances de ampliar o escore pela esquerda,pela direita, pelo meio... Não o ampliou, tirou o pé do acelerador, preferiu se resguardar e, sem muito esforço, segurou até o apito final o inútil esboço de pressão que o Fla tentou na base das bolas aéreas.

Corinthians: Cássio; Edílson, Felipe, Gil e Guilherme Arana (Yago); Ralf, Elias e Renato Augusto; Jadson, Malcom (Lucca) e Vagner Love (Danilo). Técnico: Tite.

Flamengo: Paulo Victor; Pará (Ayrton), César Martins, Wallace e Jorge; Jonas e Márcio Araújo; Paulinho (Gabriel), Alan Patrick e Everton (Canteros); Guerrero. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – SEMIFINAL – FLUMINENSE X PALMEIRAS


Fluminense 2 x 1 Palmeiras – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Fluminense bate Palmeiras por 2 a 1, larga na frente na busca por uma vaga na decisão da Copa do Brasil, mas teme pela gravidade da lesão que tirou Fred do jogo.

A palavra que ilustra a etapa inicial é intensidade. E olha que por incompetência da arbitragem o jogo teve de ser paralisado aos oito minutos para que o Palmeiras trocasse seu uniforme, que causava confusão com o tricolor do Flu. Desfeita a bagunça das cores, ficou fácil perceber o panorama: o Palmeiras não queria a bola e fechava os espaços, enquanto o Fluminense tinha a bola e buscava os espaços.

O problema do Flu era a dificuldade para acionar aqueles que deveriam acionar o Fred, fossem os meias ou os laterais. Por sua vez, o Palmeiras, mesmo exagerando nas bicudas para frente, foi quem conseguiu criar as primeiras chances de abrir o placar, com Vitor Hugo, de puxeta, aos 23, e Gabriel Jesus, que, aos 24, cabeceou sozinho para fora. Mas o grande pecado alviverde não foi o de desperdiçar chances de gols, e sim o de deixar o Fred crescer.

Bastou o Fluminense conseguir acionar seu capitão para que este ganhasse todos os duelos sobre Victor Ramos e o jogo tricolor fluísse. Aos 28, Fred subiu alto no córner e, de cuca, obrigou Fernando Prass a defesaça. No rebote, Marcos Junior fez um a zero. Depois, aos 42, Fred sofreu falta que Breno Lopes bateu, Scarpa chutou e Gum desviou para ampliar. Porém, nos acréscimos, Fred sentiu o joelho e deixou o campo.

O Flu voltou do intervalo com Magno Alves e, como esperado, caiu demais de rendimento. Já o Palmeiras retornou com Egídio e Jackson, além da  passagem de Zé Roberto para o meio-campo. Mais consistente, o Alviverde diminui o escore aos 14, em um pênalti fajuto cometido pelo Gum e sofrido e convertido pelo próprio Zé Roberto.

O gol fez bem ao Palmeiras, que encorpou mais e quase empatou: Amaral, aos 22, balançou as redes em impedimento bem assinalado. O Flu, mesmo ainda desgovernado, respondeu por duas vezes com Marcos Junior, que também teve um gol bem anulado por impedimento. Nos últimos 15 minutos, o Flu, cansado, e o Palmeiras, satisfeito, diminuíram mais o ritmo e começaram a pensar no duelo de volta.

Fluminense: Diego Cavalieri; Wellington Silva (Higor Leite), Gum, Marlon e Breno Lopes; Jean e Cícero; Marcos Júnior (Gerson), Vinícius e Gustavo Scarpa; Fred (Magno Alves). Técnico: Eduardo Baptista.

Palmeiras: Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos (Jackson), Vicor Hugo e Zé Roberto; Amaral e Andrei Girotto (Egídio); Allione (Rafael Marques), Dudu e Gabriel Jesus; Lucas Barrios. Técnico: Marcelo Oliveira.

domingo, 18 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 31ª RODADA – FLAMENGO X INTERNACIONAL


Flamengo 0 x 1 Internacional – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Sem poder de conclusão, Flamengo perde para o Internacional, cai para a décima colocação e praticamente se despede da briga por uma vaga na próxima Libertadores.

Já sabedor das vitórias de Palmeiras e Ponte Preta, o Flamengo entrou em campo obrigado a superar o Internacional, também um concorrente na luta pelo G4. Isso somado ao fator casa fez os rubro-negros iniciarem a partida de forma mais agressiva que os colorados, com Sheik buscando o jogo e Everton e Pará aprofundando as jogadas pela direita. No entanto, este panorama de domínio territorial e da posse de bola por parte do Fla não impediu que, aos 17, numa escapada do arisco Valdívia, Willian cruzasse e Ernando completasse para fazer um a zero Inter.

A mudança de placar, contudo, não alterou o cenário do confronto. O Flamengo seguia com a necessidade de atacar e o Internacional permanecia bem postado, com Nilton e Rodrigo Dourado pegando firme na cabeça da área e Paulão e Réver se revezando na marcação do centroavante Guerrero. Guerrero que, por sinal, foi o jogador mais participativo de todo o confronto, tanto porque o Inter praticamente abdicou do ataque como porque o Flamengo, sem muita inspiração, forçava o jogo sobre ele.

Como não apresenta mais a mesma forma física do meio do ano, Guerrero encontrou dificuldades para ganhar no corpo de Réver e Paulão. E como não ostenta mais a mesma forma técnica, acabou por desperdiçar as melhores chances do Fla na partida. Na etapa inicial, Guerrero acertou a trave, aos 27, e desferiu fraca cabeçada nas mãos de Alisson, aos 30. Já após o intervalo, o peruano arrematou raspando o poste, aos 6, e finalizou um contra-ataque, aos 31, para boa defesa do arqueiro vermelho, em lance que foi instantaneamente respondido com Lisandro López não ampliando o escore por centímetros.

Longe de uma grande atuação, o Inter soube aproveitar uma das duas chances que teve para conquistar importantíssimos três pontos. Mais longe ainda de uma grande atuação, o Fla conseguiu deixar o seu homem-gol por quatro vezes em condições de marcar e não foi capaz de ir às redes. E como em campeonato por pontos corridos os pontos perdidos não voltam mais, o Rubro-Negro praticamente dá adeus ao G4.

Flamengo: Paulo Victor; Pará, César Martin, Samir e Jorge; Márcio Araújo, Canteros (Kayke) e Alan Patrick; Everton (Paulinho), Emerson Sheik (Gabriel) e Guerrero. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Internacional: Alisson; Willian, Paulão, Réver e Ernando; Nilton (Wellington) e Rodrigo Dourado; Lisandro López, Alex (D’Alessandro) e Anderson (Vitinho); Valdívia. Técnico: Argel Fucks.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 30ª RODADA – VASCO X CHAPECOENSE


Vasco 1 x 1 Chapecoense – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Em jogo repleto de lances de interpretação ambígua, Vasco apenas empata com a Chapecoense e vê sua reação para escapar da degola perder força.

Esbanjando atitude e deixando a desejar em categoria, o Vasco iniciou o confronto na base do “um por todos e todos por um”. Os laterais Bruno Ferreira e Julio Cesar se lançaram ao ataque, Nenê e Andrezinho arriscavam passes verticais e Herrera e Leandrão faziam das tripas coração para tentar aproveitar uma bola que passasse sobrevoando a área da Chapecoense.

Que o Vasco iria perder o fôlego era óbvio, restava saber se conseguiria mexer no placar antes. Não conseguiu e, para piorar sua situação, ainda viu a Chapecoense ameaçar alguns contra-ataques com o veloz Apodi e o fogoso Maranhão. Nada muito consistente, mas o bastante para fazer o torcedor cruz-maltino suar frio com a insegurança do goleiro Jordi.

De forma um pouco surpreendente, o Vasco voltou do intervalo tão lento quanto terminara a etapa inicial. De forma muito surpreendente, a Chapecoense retornou com as rédeas do jogo nas mãos e um preciso toque de bola. Tanto que, aos 12, chegou a sacudir o filó com Túlio de Melo, mas o juiz Ricardo Marques Ribeiro anulou o gol acusando puxão do centroavante sobre Luan.

 Vendo seu time perder terreno e sem potência, Jorginho lançou mão de Diguinho e Romarinho e o Vasco melhorou. E melhorou mesmo, a ponto de criar três chances de gols seguidas. Se Andrezinho e Bruno Gallo passaram perto, o zagueiro Rodrigo, aos 24, aproveitou córner para se escorar sobre Dener e, de cabeça, fazer um a zero Vasco.

Agora, a questão cruz-maltina era segurar a vitória a qualquer preço. Se defendendo com mais vigor do que organização, o Vasco encaminhava o importantíssimo triunfo quando, aos 39, Gil cruzou da direita e a pelota resvalou na mão de Rodrigo. Lance de pura interpretação que o juiz assinalou pênalti e Bruno Rangel converteu para empatar em um a um.

Ato quase contínuo, no último suspiro vascaíno, Andrezinho cruzou e Tiago Luís esticou o braço em direção à redonda. Os vascaínos urraram pela marcação de um pênalti que até pela TV fica difícil de decretar. Como difícil – mas não mais impossível – segue a luta dos cruz-maltinos.

 Vasco: Jordi; Bruno Ferreira, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Bruno Gallo, Julio dos Santos (Diguinho), Andrezinho e Nenê; Herrera (Romarinho) e Leandrão (Riascos). Técnico: Jorginho.

Chapecoense: Danilo; Apodi, Neto, Thiego e Dener; Elicarlos e Cleber Santana; Ananias (Gil), Camilo e Maranhão (Tiago Luís); Túlio de Melo (Bruno Rangel). Técnico: Guto Ferreira.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS PARA A COPA DO MUNDO 2018 – 2ª RODADA – BRASIL X VENEZUELA


Brasil 3 x 1 Venezuela – Castelão, Fortaleza (CE)

Dominante sem ser brilhante, Brasil sai na frente com menos de um minuto e bate a Venezuela por 3 a 1 no Castelão.

Trinta e seis segundos foi o tempo que a frágil retaguarda venezuelana demorou para entregar um gol de bandeja aos brasileiros: Guerra dormiu no ponto, Luiz Gustavo deu o bote e a redonda sobrou para Willian abrir o escore. Como a fase verde e amarela é tão deprimente a ponto de um embate contra a Venezuela ser passível de nervosismo, o gol relâmpago serviu para serenar os ânimos da Seleção e fazê-la ter tranquilidade para trocar passes.

Diante de uma Venezuela que parecia querer apenas segurar a derrota por pouco, o Brasil viveu uma etapa inicial sem problemas e teve em Willian o seu grande destaque. Com o meia-direita do Chelsea circulando por todos os setores ofensivos e assumindo a responsabilidade de pensar o jogo, a Seleção criou um punhado de chances de ampliar, mas só o fez aos 41, quando o dono do jogo Willian apareceu na área para concluir passe de Filipe Luís e corta-luz de Oscar.

Apesar de não ter voltado preguiçoso do intervalo, tanto que Douglas Costas acertou a trave logo aos 7, o Brasil passou a cometer falhas nas bolas aéreas. Tanto aos 3 como aos 13, Seijas bateu o córner e Santos subiu mais que Daniel Alves para obrigar Alisson a boas defesas. Deveria ter sido o suficiente para que o Brasil trocasse a marcação, mas não foi e, aos 18, o mesmo Santos superou o mesmo Daniel Alves e diminuiu o placar.

Ato contínuo ao gol venezuelano Lucas Lima entrou em campo. E entrou com tudo, tomando conta da meiúca e ditando o ritmo como quis. Tocava, recebia, se movimentava, lançava, buscava, entregava... Foi o grande responsável por o Brasil não deixar a peteca cair após o gol sofrido e, assim, chegar ao terceiro tento: aos 28, Douglas Costa deu assistência e Ricardo Oliveira completou como matador que é.

Por fim, se é inegável que o Brasil foi mais consistente e consciente do que na estreia, é mais inegável ainda que a melhora se deu muito mais pela diferença de nível entre a fraquíssima Venezuela e o fortíssimo Chile do que por evolução de Dunga e seus comandados.

Brasil: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Filipe Luís; Elias e Luiz Gustavo; Willian, Oscar (Lucas Lima) e Douglas Costa (Kaká); Ricardo Oliveira (Hulk). Técnico: Dunga.

Venezuela: Baroja; Rosales, Vizcarrondo, Amorebieta e Cichero; Rincón e Seijas (González); Vargas (Murillo), Christian Santos e Guerra (Figuera); Rondón. Técnico: Noel Sanvicente.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS PARA A COPA DO MUNDO 2018 – 1ª RODADA – CHILE X BRASIL


Chile 2 x 0 Brasil – Estádio Nacional, Santiago (Chile)

Sem poder de decisão e de imposição, Brasil perde para o Chile por 2 a 0 na estreia das Eliminatórias.

Quem acompanha o trabalho recente de Dunga já sabia: o Brasil enfrentaria o Chile pensando primeiro em se defender e depois em atacar. Tal postura desagrada a muitos, mas não significa que o Brasil já estava derrotado antes mesmo de entrar no Estádio Nacional. Mesmo limitado pelo pequeno repertório tático oriundo da estratégia de Dunga, era possível, sim, vencer os atuais campeões da Copa América. Um triunfo brasileiro passava necessariamente por duas tarefas: se organizar para segurar a potência chilena e não deixar que a bola passasse todo tempo em pés adversários.

Pois bem, por 40 minutos o Brasil foi bem sucedido no cumprimento dessas tarefas, e apesar de não ter produzido nada ofensivamente, pelo menos poupou Jefferson de sustos. Aos 40 da etapa inicial, porém, Sampaoli lançou mão de González no lugar do defensor Silva e não apenas abriu mão de seu sistema de três zagueiros como abriu o jogo. Entre este minuto 40 do primeiro tempo e o minuto 18 do segundo, o jogo virou uma roleta-russa.

O Chile ganhou todo o ímpeto que até então não tivera na partida e se lançou ao ataque como se não houvesse o amanhã, chegando a carimbar duas vezes a trave brasileira, com Sánchez e Isla. Ocorreu que esta sede de gols do Chile deixou sua defesa completamente exposta, permitindo que o Brasil puxasse seguidos contra-ataques. No entanto, como Oscar e Hulk não estavam no mesmo ritmo que Willian e Douglas Costa, os contra-golpes brasileiros não se transformaram em chances de gol.

Aos 18 da etapa final, mais uma alteração de Sampaoli mudaria os rumos da partida, desta vez em benefício total dos chilenos. Valdivia saiu para a entrada de Fernández, que deu mais consistência e criatividade à meiúca chilena. A partir daí, o Chile tomou conta do jogo, abriu o placar com Vargas, aos 26, controlou qualquer possibilidade de crescimento que o Brasil poderia ter com as entradas tardias de Ricardo Oliveira e Lucas Lima, e, no final, aos 44, ainda fechou o placar com estilo em belo gol de Sánchez. E assim, na eterna discussão entre jogar bonito ou vencer, o Brasil jogou feio e perdeu.


Chile: Bravo; Silva (González), Medel e Jara; Isla, Díaz (Vilches), Vidal, Beausejour; Valdivia (Fernández), Sánchez e Vargas. Técnico: Jorge Sampaoli.

Brasil: Jefferson; Daniel Alves, Miranda, David Luiz (Marquinhos) e Marcelo; Elias e Luiz Gustavo (Lucas Lima); Willian, Oscar e Douglas Costa; Hulk (Ricardo Oliveira). Técnico: Dunga.

domingo, 4 de outubro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 29ª RODADA – SANTOS X FLUMINENSE


Santos 3 x 1 Fluminense – Vila Belmiro, Santos (SP)

Desfalcado e desorganizado, Fluminense leva um banho de bola do Santos na Vila e perde por 3 a 1.  

O fato de ter entrado todo remendado em campo sem dúvidas abalou a confiança do Fluminense. Porém, o abalo foi ainda maior após os primeiros 15 minutos santistas. Aos 5, Diego Cavalieri se enrolou para dar um chutão e permitiu que Lucas Lima abrisse o placar para o Santos. Depois, aos 10, Gabriel esbanjou habilidade em arrancada e a bola sobrou para Marquinhos Gabriel fazer 2 a 0. Dois que só não virou três porque Cavalieri defendeu arremate à queima-roupa de Gabriel.

Depois do início avassalador praiano, o jogo entrou num clima de troca de passes. O Santos tocava a bola com paciência e fazia o relógio andar, enquanto o Flu a tocava sem nada criar. Percebendo que seu Fluminense não iria a lugar algum, o treinador Eduardo Baptista sacou Victor Oliveira e lançou mão do avante Robert, aos 28. Com a alteração, Higor Leite foi fazer a lateral-esquerda, Jean saiu do meio para fazer a lateral-direita e Gerson passou a formar dupla de volantes com Pierre.

Se a melhora ofensiva do Flu foi pequena, a piora defensiva trouxe consequências graves. Sem pegada no meio, o Flu deu toda liberdade para Thiago Maia lançar com sua canhota, Renato pensar e passar com tranquilidade e Lucas Lima organizar tramas incisivas. E mais, como o Flu também não tinha força defensiva em seu lado esquerdo, as jogadas santistas criavam muito perigo quando acionavam o lateral-direito Daniel Guedes.

Foi assim que, com muita consciência nos passes, contundência pelo seu lado direito e eficiência nas bolas paradas, o Santos realizou um segundo tempo potente, a ponto de criar nada menos do que seis chances de ampliar o placar em apenas 18 minutos. Na melhor delas, Gustavo Henrique subiu alto e carimbou a trave. Mesmo com o artilheiro Ricardo Oliveira em jornada péssima – só aparecia em impedimento – o Santos seguiu encurralando o Flu e chegou ao terceiro: aos 38, Daniel Guedes cruzou e Neto Berola completou.

Ainda houve tempo para Robert, nos acréscimos, marcar o gol de honra tricolor. Um gol que, apesar de belo, em nada diminui a superioridade gigantesca mostrada pelo Santos na Vila.

Santos: Vanderlei; Daniel Guedes, David Braz, Gustavo Henrique (Werley) e Chiquinho; Renato e Thiago Maia; Gabriel (Leandro), Lucas Lima e Marquinhos Gabriel (Neto Berola); Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior.

Fluminense: Diego Cavalieri; Higor Leite, Gum, Marlon e Victor Oliveira (Robert); Jean e Pierre; Marcos Junior (Lucas Gomes), Gerson e Osvaldo (Magno Alves); Wellington Paulista. Técnico: Eduardo Baptista.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – QUARTAS DE FINAL – GRÊMIO X FLUMINENSE


Grêmio 1 x 1 Fluminense – Arena Grêmio, Porto Alegre (RS)

Fluminense segura pressão do Grêmio e garante o empate por 1 a 1 que o coloca na semifinal da Copa do Brasil.

O temor de deixar espaços para o Fluminense escapar e marcar o famoso gol fora de casa fez com que o Grêmio optasse por não se lançar ao ataque nos primeiros minutos. Ao invés de buscar a pressão inicial na base da empolgação de sua torcida, os gremistas preferiram atacar com cautela, mantendo uma postura adiantada e avançando preferencialmente pelo flanco direito, com o lateral Galhardo. Apesar da dificuldade em aprofundar as jogadas, o Grêmio passou os primeiros 30 minutos com as rédeas do jogo nas mãos e por pouco não largou na frente aos 20, quando Erazo, livre na pequena área, acertou a trave.

Depois de passar meia hora se defendendo com unhas, dentes e chutões, o Fluminense decidiu trocar o chip e apostar na categoria dos seus jovens, aposta esta que deixou o jogo aberto. Duas perigosas chegadas do Flu com Gerson, um chute longo e um cruzamento rasteiro, foram respondidas com um arremate fraco do gremista Luan. O passar dos minutos esquentava o embate. Aos 38, Marcos Junior cruzou na cuca de Fred, que não perdoou e fez um a zero Flu. Um que quase virou dois em avanço de Marcos Junior pela direita. Perto dos acréscimos, Erazo voltou a aparecer, desta vez cabeceando para defesaça de Cavalieri.

Com a necessidade de virar o escore para se classificar,o Grêmio voltou com o centroavante Bobô no lugar do volante Walace, mas a intranquilidade e os passes errados impediam os gaúchos de dominarem um bem postado adversário. Ciente de que seu time não progredia, Roger Machado lançou mão de Fernandinho e Maxi Rodríguez. E acertou em cheio, pois os dois comandaram um Grêmio que foi avassalador nos últimos 20 minutos, principalmente após o empate com gol de Bobô, aos 29. Daí em diante, o Grêmio era todo ataque e raça e o Flu era todo defesa e raça. Galhardo, Fernandinho e Erazo passaram perto de se tornar herói gremista, mas, no fim, prevaleceu a entrega dos que vestiam branco, verde e grená. E não é que o 2015 do Flu ainda pode ser positivamente inesquecível?  

Grêmio: Marcelo Grohe; Galhardo, Rafael Thyere, Erazo e Marcelo Oliveira; Edinho e Walace (Bobô); Giuliano, Douglas (Fernandinho) e Pedro Rocha (Maxi Rodríguez); Luan. Técnico: Roger Machado.

Fluminense: Diego Cavalieri; Jean (Higor Leite), Gum, Marlon e Léo; Pierre e Cícero; Marcos Junior (Osvaldo), Gerson (Douglas) e Gustavo Scarpa; Fred. Técnico: Eduardo Baptista.