sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

FLUMINENSE E UNIMED – NADA RESTOU APÓS O FIM


Quando a Unimed chegou ao Fluminense, o clube vivia – meio como um morto-vivo, é verdade – o pior momento desde que Oscar Cox reunira seus companheiros e o fundara, lá em 1902. O Fluminense, amigos, disputava a Terceira Divisão, e, por isso, uma olhada rápida poderia dar a entender que a enorme diferença entre o momento da chegada da Unimed, em 1999, e da sua saída, em 2014, significa que a parceria de 15 anos foi um sucesso. Pelo lado do Tricolor, não vejo assim.

Em sua carta de despedida, como em quase todas as cartas de despedida, a Unimed buscou lembrar os pontos positivos do relacionamento e se focou nos títulos que o Fluminense conquistou com o seu nome estampado no peito. Poderia ter lembrado, também, os craques que trouxera para o clube, de Romário a Conca. E só... Alguns troféus e alguns craques.

Em 15 anos, a parceria foi incapaz de render ao Fluminense um centro de treinamento à altura de um clube cuja folha salarial dos jogadores ultrapassa os cinco milhões de reais mensais. A construção de um CT de boa qualidade – não precisa ser algo interplanetário como o que o Manchester City acabou de inaugurar – era algo perfeitamente cabível em mais de uma década de casamento.

O exemplo dado acima foi o de um CT, mas poderíamos incluir aqui um departamento médico de última geração (ainda mais se levarmos em conta a área de atuação da Unimed), uma reforma no Estádio das Laranjeiras, a construção de um museu digno da riquíssima história tricolor, um centro para honrar a tradição olímpica do clube...

Mais por culpa do Fluminense do que da Unimed, pois cabia ao clube entender a necessidade de se estruturar enquanto recebia um volumoso aporte financeiro, muitos torcedores tricolores se encontram, agora, mesmo após o fim do casamento, rezando para que a Unimed siga pagando os jogadores que trouxe. Ou seja, para ela seguir fazendo o único de bom que fez em 15 anos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PRÊMIO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014



CRAQUE FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014

FUTEBOLA DE OURO – RICARDO GOULART (CRUZEIRO)

FUTEBOLA DE PRATA – ÉVERTON RIBEIRO (CRUZEIRO)

FUTEBOLA DE BRONZE – D’ALESSANDRO (INTERNACIONAL)

SELEÇÃO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014

GOLEIRO – FÁBIO (CRUZEIRO)

O menos vazado do torneio foi o gremista Marcelo Grohe. O melhor goleiro do país, quando falamos dos 90 minutos de jogo, segue sendo o botafoguense Jefferson. Porém, como um todo, o grande arqueiro do Brasileirão foi, assim como em 2013, o cruzeirense Fábio. Além de dar sequência a sua excelente fase que já parece durar milênios, o sempre sereno Fábio também foi essencial em termos psicológicos para a vitoriosa campanha azul. O Cruzeiro caiu na Libertadores, perdeu três partidas seguidas para o rival Atlético Mineiro (duas no Brasileiro e a primeira da final da Copa do Brasil) e viveu uma baita má fase em outubro. Em todos os casos, porém, o time mostrou concentração para superar os obstáculos e retomar o caminho rumo ao Bi nacional. Neste ponto, o capitão Fábio tem muitos méritos.

LATERAL-DIREITO – MAYKE (CRUZEIRO)

Aos 22 anos, Mayke ainda tem muito a evoluir até seu destino mais do que provável de lateral da Seleção Brasileira. Mesmo se considerarmos que do campeonato passado, quando revelou-se uma ótima opção ofensiva pelos flancos, para este, sua evolução já foi grande. O estilo ofensivo do Cruzeiro faz um bem enorme a Mayke, assim como Mayke faz um bem enorme ao estilo ofensivo do Cruzeiro. Com muita velocidade, precisão nos cruzamentos e oito passes para gols (o melhor assistente do torneio fora os meio-campistas) não é exagero colocá-lo como uma das principais armas do poderoso campeão.

ZAGUEIRO CENTRAL – RHODOLFO (GRÊMIO)

Todos sabemos que um sólido sistema defensivo – e o do Grêmio foi o mais sólido do campeonato – não depende só dos defensores. Goleiro, volantes, meias e até atacantes são fundamentais para uma retaguarda forte. Este conhecimento, porém, não diminui em nada o grande Brasileiro realizado pelo capitão gremista Rhodolfo, que retribuiu com muita seriedade e segurança toda a confiança que o treinador Felipão, ato contínuo a sua chegada, depositou sobre ele.

QUARTO ZAGUEIRO – GIL (CORINTHIANS)

Gil impressiona pela constância. Enquanto o cruzeirense Dedé participou de apenas 21 partidas no campeonato e o atleticano mineiro Léo Silva de somente 24 (ambos também candidatos ao posto de melhor zagueiro do país), Gil esteve presente em nada menos do que 34 jogos do Corinthians. E ainda vale lembrar que, em 2013, quando também fez parte da Seleção FUTEBOLA, Gil atuou em 36 partidas. E mais... Além de constante, o zagueiro corintiano consegue aliar potência física e jogo limpo, tendo cometido apenas 20 faltas em todo o Brasileiro.

LATERAL-ESQUERDO – ZÉ ROBERTO (GRÊMIO)

Impossível não se assustar e se admirar com a fluência e inteligência do quarentão Zé Roberto para atuar na lateral. Felipão chegou ao Grêmio na 14ª rodada e, logo na seguinte, Zé Roberto seria escalado como titular na lateral-esquerda, sua posição quando no início de carreira, nos anos 90. Até o final do torneio, o Grêmio disputaria mais 24 partidas, sendo que em 22 delas Zé Roberto esteve em campo para lecionar verdadeiras aulas de como se atuar na lateral. E o melhor, sem perder um pingo da sua habitual categoria de meio-campista.

VOLANTE – SOUZA (SÃO PAULO)

Solidez na marcação, bons passes curtos para iniciar a transição defesa-ataque, ocupação de espaços no meio-campo e, até, surpreendentes aparições ofensivas para marcar gols (três) e dar assistências (também três). Tudo isso esteve no cardápio do ótimo volante Souza, que ao lado do seu companheiro Denilson, foi essencial para que o São Paulo pudesse atuar com o badalado quarteto ofensivo formado por Ganso, Kaká, Alan Kardec e Pato (depois Luís Fabiano).

VOLANTE – LUCAS SILVA (CRUZEIRO)

Lucas Silva é um dos raros volantes brasileiros capaz de lançar, passar, chutar e marcar. Ao final do Brasileiro de 2013, quando também foi escolhido para a Seleção FUTEBOLA, esperava-se que o ainda jovem cruzeirense evoluísse a ponto de realizar um ano de 2014 estupendo. Bom, se Lucas Silva não cresceu tanto assim, pode-se afirmar que ele novamente fez um excelente campeonato. O interesse do Real Madrid em seu futebol que nos diga.

MEIA DIREITA – ÉVERTON RIBEIRO (CRUZEIRO)

É verdade que Éverton Ribeiro não foi tão espetacular em 2014 quanto havia sido em 2013. Porém, também é verdade que ele continua fazendo barbaridades e que o Cruzeiro depende – e muito! – do seu futebol. Driblador, impetuoso, inquieto e ótimo passador, ninguém no futebol brasileiro cria tantas oportunidades de gols para seus companheiros como ele, que não somente foi o líder de assistências do torneio (11 passes para gol) como o jogador que mais passes deu para finalização e o segundo que mais cruzamentos sobre a área acertou.  

MEIA ESQUERDA– D’ALESSANDRO (INTERNACIONAL)

Como deixar fora da Seleção de um campeonato um jogador que as estatísticas apontam como um dos dez melhores nos quesitos passes certos, assistências para gol, assistências para finalização, dribles, faltas recebidas e viradas de jogo certas? Pois este é D’Alessandro, o líder técnico, tático e psicológico do Internacional. Um Craque de bola – assim mesmo, com “C” maiúsculo – que chama o jogo para si a todo o momento e nunca se esconde em campo. Sem dúvidas o maior responsável pela boa campanha colorada.

PONTA DE LANÇA – RICARDO GOULART (CRUZEIRO) – PRÊMIO FUTEBOLA DE OURO

Após dar adeus à Libertadores, no dia 14 de maio, o Cruzeiro precisava rapidamente levantar a cabeça com o Brasileiro já em andamento. E foi aí que Ricardo Goulart entrou em ação pela primeira vez. Dos oito jogos após a queda na Libertadores, o Cruzeiro venceu sete, com Goulart marcando pelo menos um gol em todos os triunfos. O campeonato seguiu com os celestes firmes e fortes na liderança, até que, entre as rodadas 25 e 31, o time viveu sua única má fase no torneio. A conquista do Bi passaria, obrigatoriamente, por um mês de novembro vitorioso. E foi aí que Ricardo Goulart voltou a entrar em ação, anotando gols em quatro dos cinco triunfos seguidos que culminaram na antecipada conquista cruzeirense. Assim, por ter sido o protagonista nos dois momentos mais cruciais da campanha do Bi, Ricardo Goulart leva o Prêmio FUTEBOLA de Ouro 2014.

CENTROAVANTE – GUERRERO (CORINTHIANS)

Que Guerrero gosta de jogos importantes nós já temos certeza desde que ele marcou os únicos dois gols da campanha que deu ao Corinthians o Mundial de Clubes de 2012. E, neste Brasileiro de 2014, o peruano voltou a mostrar seu poder de decisão em partidas relevantes. Se não, vejamos. De seus 12 gols no torneio, nove ocorreram contra rivais estaduais ou adversários na briga por vaga na Libertadores. E mais... Sete destes gols ajudaram o Corinthians a sair de campo com os três pontos. Amigos, não é pouca coisa o que o Guerrero fez neste Brasileirão.

TÉCNICO – MARCELO OLIVEIRA (CRUZEIRO)

Em 2013, o grande mérito de Marcelo Oliveira foi o de conseguir transformar, rapidamente, quase 20 contratações em um time de muita consciência tática. Neste Brasileirão, porém, o treinador cruzeirense aqui está, como o melhor do campeonato, por outros motivos: conseguir realizar alterações numa equipe cuja espinha dorsal estava pronta e manter o alto rendimento após algumas derrotas relevantes, tanto no Brasileiro como em outros torneios. A titularidade assumida pelo lateral Mayke e pelo volante Henrique, assim como o rápido encaixe de Marcelo Moreno no comando do ataque e as ótimas utilizações dos atrevidos Alisson e Marquinhos foram alguns dos tiros certeiros de Marcelo Oliveira neste torneio.



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

COPA SUL-AMERICANA 2014 – RIVER PLATE CAMPEÃO!


 
River Plate 2 x 0 Atlético Nacional – Monumental de Nuñez, Buenos Aires (Argentina)

Com dois gols nascidos de milimétricos escanteios cobrados por Pisculichi, River Plate vence o Atlético Nacional e conquista a Copa Sul-Americana.

Existem jogos dominados por um time do início ao. Existem jogos nos quais um time controla as ações ofensivas na primeira etapa e vê o adversário ganhar as rédeas da partida após o intervalo. E existem, também, os jogos multifacetados, repleto de alternâncias e de imprevisibilidades. Pois assim foi o duelo em que o River Plate superou o Nacional para levantar a Sul-Americana.

O início do jogo viu um domínio dos donos da casa, com muitas bolas alçadas sobre a área e ótimas aparições do volante Sánchez pelo lado direito. Porém, o passar do relógio e o aumento do número de faltas cometidas pelo River ajudaram o Nacional a acalmar o estádio e esfriar a partida.

Foi então que, de repente, perto do minuto 30, os argentinos adiantaram os volantes Rojas e Ponzio, forçaram a marcação no campo colombiano e começaram a construir uma chance de gol atrás da outra. Em um período de menos de cinco minutos, o atacante Teo Gutiérrez, que já havia parado uma vez nas mãos do goleiro Armani, finalizou mais três bolas para ótimas defesas do arqueiro do Nacional.

Aí, quando o gol argentino estava madurinho, o trio ofensivo colombiano formado por Cardona, Berrío e Ruiz passou a transformar a vida dos defensores do River em um verdadeiro inferno, construindo três ótimas chances de gols antes do fim do primeiro tempo, que só terminou após Teo Gutiérrez, mais uma vez, parar em Armani.

O imprevisível embate voltou do intervalo para apresentar a todos a qualidade sobrenatural do meia argentino Pisculichi para cruzar bolas na área: em dois escanteios, um aos 9, outro aos 13, Piscu foi certeiro para encontrar Mercado e, depois, Pezzella. Dois a zero River. E o Nacional desabou...

Com o River Plate tranquilo e muito bem postado em campo, as ligações diretas alviverdes, única estratégia na transição defesa-ataque em todo o jogo, não funcionaram uma vez sequer nos mais de 30 minutos que a equipe tinha para buscar um empate. Desta forma, depois de uma hora de um jogo eletrizante, o River Plate não encontrou problemas para segurar a vantagem e garantir o caneco.

¡Congratulaciones, River Plate!

River Plate: Barovero; Mercado, Pezzella, Funes Mori e Vangioni; Ponzio (Kranevitter), Sánchez, Rojas e Pisculichi (Driussi); Mora e Teo Gutiérrez (Cavenaghi). Técnico: Marcelo Gallardo.

Atlético Nacional: Armani; Bocanegra, Nájera (Murillo), Henríquez e Valencia; Mejía, Bernal e Díaz (Guisao); Cardona, Berrío (Cárdenas) e Ruiz. Técnico: Juan Carlos Osorio.

domingo, 7 de dezembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 38ª RODADA – PALMEIRAS X ATLÉTICO PARANAENSE


Palmeiras 1 x 1 Atlético Paranaense – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Incapaz de vencer o Atlético Paranaense em casa, Palmeiras apenas empata e precisa da ajuda do Santos para escapar do rebaixamento.

O cronômetro nem havia atingido o minuto dez e aqueles que acreditavam em um Atlético Paranaense sem ambição provavelmente já tinham mudado de opinião, pois este foi o período necessário para Dellatorre arrematar com perigo, Nathan ver sua finalização ser salva sobre a linha e, por fim, aos 9, o zagueiro Ricardo Silva subir alto para abrir o placar.

Logo aos 18, porém, para alívio dos alviverdes, veio o empate: Gabriel Dias chutou, a bola bateu no braço de Dráusio, o juiz marcou pênalti e Henrique converteu. Mesmo com a igualdade no placar, a única alternativa palmeirense era atacar, postura que deixou sua fragilíssima defesa completamente exposta.

O cenário era o seguinte: o Palmeiras, comandado por um capenga Valdívia – que mesmo mancando é de longe o mais técnico dos alviverdes –, fazia um esforço enorme para tentar criar ações ofensivas, enquanto o ágil ataque atleticano não encontrava dificuldades para infernizar Lúcio e companhia.

Até a chegada do intervalo, qualquer lado poderia ter voltado às redes. Pelo Atlético, mais intenso e perigoso, Nathan, duas vezes, e Douglas Coutinho fizeram Prass comer o pão que o diabo amassou. Já pelo Palmeiras, esforçado e limitado, Renato e Wesley deram trabalho a Weverton.

O lá e cá do primeiro tempo não se repetiu na etapa final, pois o Atlético perdeu potência de contra-ataque e passou a exagerar nos chutões para frente. Como os resultados parciais dos rivais Bahia e Vitória não garantiam nada ao Palmeiras, a busca pelos três pontos seguia. Como que se rastejando em campo pela contusão, Valdívia acertava passes brilhantes e mantinha o Alviverde no campo de ataque.

O tempo passava, o Palmeiras atacava sem muita infiltração (apenas os argentinos Mouche e Cristaldo assustaram Weverton) e as atenções começavam a se voltar para Salvador, onde qualquer gol do Vitória rebaixaria o Alviverde. Ato contínuo ao apito final que decretou o empate em São Paulo veio o gol em Salvador. Porém, este foi do Santos, contra o Vitória. E o Palmeiras, enfim, se livrou...

Palmeiras: Fernando Prass; João Pedro, Lúcio, Nathan (Victorino) e Victor Luis; Gabriel Dias e Renato; Wesley (Cristaldo), Valdívia e Mazinho (Mouche); Henrique. Técnico: Dorival Júnior.

Atlético Paranaense: Weverton; Mário Sérgio, Dráusio, Ricardo Silva e Lucas Olaza; Otávio e Paulinho Dias; Douglas Coutinho e Nathan (Matteus) e Marcos Guilherme; Dellatorre (Pedro Paulo). Técnico: Claudinei Oliveira.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

PONTOS CORRIDOS COM CONFRONTOS DIRETOS


Chegamos à última rodada do Brasileirão 2014. Se a briga de Palmeiras, Bahia e Vitória pela permanência na Série A e a de Corinthians e Internacional para se classificar diretamente à fase de grupos da Libertadores nos permitem esperar algo de emoção, é válido dizer que a rodada derradeira poderia ser bem mais eletrizante.

A esta altura do campeonato, os críticos do formato de pontos corridos devem estar inflados e inflamados pelo fato de o último domingo de futebol do ano não contar com nenhum jogo envolvendo dois pretendentes a alguma coisa. Dito de outra maneira: cinco confrontos envolvem dois times que já estão de férias, enquanto outros cinco colocam, frente a frente, um time sem nada a disputar e um com a faca entre os dentes.

Seria possível evitar tal cenário desanimador sem ser pela inclusão de uma fase de mata-mata na competição? Evitar, não, mas diminuir as chances de que isso ocorra, sim. Existe uma forma de manter viva a essência dos pontos corridos (todos contra todos em ida e volta) e oferecer aos torcedores uma possibilidade (não a certeza) de confrontos diretos na reta final do torneio.

Sendo o Brasileirão realizado em dois turnos, o primeiro deles ocorreria normalmente, como de costume, com 19 rodadas. A tabela do segundo turno, porém, ao invés de repetir a ordem dos jogos, seria montada de acordo com a classificação do primeiro turno, de forma que os melhores classificados se enfrentem nas últimas rodadas, assim como os piores.

Se tal formatação tivesse sido utilizada neste Brasileiro de 2014, teríamos, por exemplo, Cruzeiro, São Paulo, Internacional, Corinthians, Fluminense, Grêmio e Atlético Mineiro se encarando, todos contra todos, nas últimas sete rodadas. De forma semelhante, a briga para não ser degolado envolveria embates diretos entre Botafogo, Chapecoense, Palmeiras, Criciúma, Coritiba, Bahia e Vitória, os sete piores classificados ao fim do turno inicial.

Arrancadas e derrocadas são comuns e pode ser que algum clube que terminou o primeiro turno no topo não brigue por nada nas últimas rodadas da competição. Porém, tal formatação sugerida aumentaria – e muito! – o caráter decisivo das últimas rodadas. E sem a necessidade de um mata-mata adicional.

COPA SUL-AMERICANA 2014 – FINAL – ATLÉTICO NACIONAL X RIVER PLATE


 
Atlético Nacional 1 x 1 River Plate – Atanasio Girardot, Medellín (Colômbia)
 
Em jogo de dois tempos bem distintos, Nacional e River Plate empatam na primeira partida decisiva da Copa Sul-Americana.
 
Uma das grandes dificuldades em ser mandante no jogo de ida de uma final é encontrar o equilíbrio para atacar sem muito se expor e defender sem muito ser cauteloso. Pois o grande mérito do Nacional na primeira etapa foi justamente este, pois o Alviverde não somente conseguiu impedir que os perigosos avantes adversários fossem acionados como dominou as ações ofensivas durante os primeiros 45 minutos.
 
Este domínio inicial colombiano se deu principalmente porque seu camisa 10, Cardona, que aos 5 minutos já havia acertado a trave em cobrança de falta, não viu problemas para se desmarcar dos volantes rivais e distribuir seus passes precisos e preciosos. Aos 34, em um destes passes, Cardona achou o possante ponta Berrío, que finalizou cruzado para abrir o placar. Pouco depois, aos 38, o mesmo Berrío, imparável pela direita, quase ampliou a vantagem alviverde.
 
A curiosidade para saber qual seria o cenário da etapa final não durou muito, pois o River Plate não precisou de muitos minutos para deixar claro que a postura acanhada não se repetiria. Se antes do intervalo foi Cardona quem mandou prender e soltar no Atanasio Girardot, após a pausa de 15 minutos foi o camisa 10 argentino, Pisculichi, quem esbanjou categoria. Sob a batuta de Piscu, o River Plate não só ganhou terreno como começou a dar trabalho ao arqueiro Armani, que por duas vezes impediu o empate, mas, aos 20, pulou atrasado em arremate longo do próprio Piscu e viu a bola beijar o barbante.
 
Nos quase 30 minutos restantes, com Carmona cansado e Berrío substituído, o Nacional não reencontrou o ímpeto da etapa inicial, tanto que sua única oportunidade de gol após o intervalo veio em uma cabeçada na trave do Pérez, aos 16, quando o time ainda estava em vantagem. O River Plate, por sua vez, já sem a liderança técnica de Piscu, também sacado por desgaste, se mostrou satisfeito com a igualdade e abraçou a cautela. Assim, o apito final veio para decretar o empate e deixar tudo para ser decidido no Monumental de Nuñez.
  
Atlético Nacional: Armani; Bocanegra, Henríquez, Murillo e Díaz; Bernal (Guerra), Mejía e Cardona; Berrío (Guisao), Ruiz e Copete (Pérez). Técnico: Juan Carlos Osorio.
 
River Plate: Barovero; Mammana (Solari), Pezzella, Funes Mori e Vangioni; Ponzio, Sánchez, Rojas e Pisculichi (Kranevitter); Mora (Cavenaghi) e Gutiérrez. Técnico: Marcelo Gallardo.