quarta-feira, 31 de julho de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 10ª RODADA – FLUMINENSE X CRUZEIRO


Fluminense 1 x 0 Cruzeiro – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Luxemburgo acerta em cheio nas substituições em sua estreia, Fluzão vence Cruzeiro, então líder, e escapa da zona da morte do Brasileirão.

Para seu primeiro jogo no comando do Fluminense, Luxemburgo realizou alterações táticas em relação ao time que vinha sendo escalado por Abel Braga e organizou o Tricolor no 4-3-1-2 com: Diego Cavalieri; Jean, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Diguinho e Wágner; Deco; Rafael Sóbis e Fred. Líder do Brasileirão e dono do melhor ataque da competição – começava a rodada com 22 gols marcados –, o Cruzeiro foi a campo montado pelo Marcelo Oliveira no 4-2-3-1 com: Fábio; Mayke, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Souza e Nilton; Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Luan; Vinícius Araújo.

Com um tripé de volantes, Deco como único meia de ligação e Sóbis e Fred lado a lado, como uma dupla de ataque de verdade, o novo Fluminense demorou bastante para se encontrar diante do Cruzeiro. Por mais de 30 minutos, não conseguiu nem valorizar a posse de bola nem jogar em velocidade, muito menos acionar Fred e Sóbis. Para piorar, ainda via uma Raposa saliente pelos lados do campo, com os laterais Mayke e Egídio como os principais criadores das jogadas ofensivas. Foi neste cenário que o centroavante Vinícius obrigou Cavalieri a realizar boa defesa e, aos 27 minutos, ainda acertou o poste. A situação tricolor começou a clarear quando, aos 37, Deco, contundido, deu lugar a Felipe. Ainda no primeiro tempo, Mayke derrubou Sóbis dentro da área, mas o goleiro Fábio foi espetacular ao defender tanto a péssima batida quanto o arremate no rebote de Fred.

A entrada de Felipe e o intervalo fizeram bem ao Flu, que voltou mantendo em seus pés a bola que antes ficava mais tempo com os cruzeirenses. A postura tricolor foi suficiente para retrair o Cruzeiro em seu campo, dar mais trabalho para a retaguarda azul e fazer Dedé mostrar um bom futebol, mas não para assustar o goleiro Fábio. Pelo contrário, quem teve que mostrar suas qualidades foi Cavalieri, com uma defesaça após chute de Éverton Ribeiro. Desejoso da vitória, Luxa, que já havia trocado Diguinho pelo garoto Igor Julião, sacou Wágner e lançou mão de Kenedy, mais garoto ainda. Agora, o Flu tinha Jean de volta ao meio campo e um trio de atacantes. Deu certo. Certíssimo! Aos 32, Carlinhos cruzou, Kenedy tentou de voleio e Fred cabeceou para o fundo das redes.


Nos minutos finais, tanto o Cruzeiro poderia ter empatado, em cabeçada de Ricardo Goulart, quanto o Fluminense ampliado – Kenedy desperdiçou cara a cara com Fábio –, mas o apito final veio para decretar o um a zero. Um maiúsculo um a zero para o Flu sobre o então líder do campeonato. E adeus sequência de derrotas! 

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - FLUMINENSE X CRUZEIRO - 2002

Fluminense 5 x 1 Cruzeiro

Primeira rodada da fase inicial do Campeonato Brasileiro de 2002

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Público: 66.828

Fluminense: Murilo; Flávio, César, Zé Carlos e Marquinhos; Fabinho, Marcão (Carlos Alberto), Beto e Fernando Diniz (Yan); Magno Alves (Roni) e Romário. Técnico: Robertinho

Cruzeiro: Jefferson; Ruy, Luisão, Cris (Marcelo Batatais) e Leandro; Augusto Recife (Alessandro), Vander (Maicon), Wendel e Jussiê; Fábio Júnior e Joãozinho. Técnico: Marco Aurélio

Gols: Magno Alves (Fluminense), aos 29’ do 1º tempo; Fernando Diniz (Fluminense), aos 32’ do 1º tempo; Romário (Fluminense), aos 43’ do 1º tempo; Beto (Fluminense), aos 2’ do 2º tempo; Fábio Júnior (Cruzeiro), aos 43’ do 2º tempo e Romário (Fluminense), aos 47’ do 2º tempo.

No ano de 2002, o Fluzão comemorava 100 anos de vida. E em ano de centenário, todos sabemos, não só a paixão do torcedor se inflama ainda mais, como as expectativas se tornam ainda maiores. E na busca por corresponder toda a esperança dos tricolores, a diretoria decidiu apostar suas fichas no sempre goleador Romário para ser a estrela da companhia no Brasileirão. A estreia do Flu no campeonato e do Baixinho com a camisa verde, branca e grená foi contra o Cruzeiro, e levou quase setenta mil torcedores ao Maracanã no domingo 11 de agosto, um domingo de Dia dos Pais. E o que se viu foi uma verdadeira festa tricolor, com direito a gols de Romário – um de pênalti e outro numa finalização de biquinho que só ele seria capaz –, do meia Beto, também em sua primeira partida pelo Flu, de Fernando Diniz e de Magno Alves. O gol do “Magnata”, por sinal, também foi histórico, afinal foi o seu centésimo pelo Fluzão. 

terça-feira, 30 de julho de 2013

UM PAÍS DE INTERINOS

Conhecem aquela criança que não sabe brincar e quando começa a perder no videogame aperta o reset para começar tudo de novo? Ou aquele rapazola que na primeira discussão com a nova namorada já decide chutar o balde? Pois assim se comportaram os dirigentes do Fluminense ao demitirem Abel Braga. Na verdade, assim são todos os cartolas tupiniquins, capazes de demitir incríveis 10 técnicos em apenas nove rodadas disputadas do Brasileirão. A vida de treinador é um verdadeiro salve-se quem puder.

Mas falemos exclusivamente de Abel Braga. No comando do Tricolor desde junho de 2011, Abelão montou o time que se sagrou Campeão Brasileiro no ano passado com apenas cinco derrotas em 38 jogos, sendo duas delas após já ter conquistado o caneco. Neste ano, com os mesmos nomes de 2012, mas não o mesmo futebol, o Flu não conseguiu confirmar o seu favoritismo na Libertadores e, já sem poder contar com Wellington Nem e Thiago Neves, emplacou uma sequência de cinco derrotas consecutivas após a volta das “férias” da Copa das Confederações. Na zona de rebaixamento do Brasileiro, era a hora de dirigentes, comissão técnica e jogadores sentarem para uma conversa séria. Hora de botar a cabeça para funcionar e consertar os problemas.

Problemas que ocorrem com os jogadores – vide as seguidas paçocadas de Diego Cavalieri, a piora do sistema defensivo que nunca foi lá essas coisas, a estúpida expulsão de Fred contra o Vasco e a ausência de Deco, que ocorre até quando ele se faz presente – e com o treinador. Sim, por mais desnecessária que possa parecer esta afirmação, Abel Braga também pode passar por períodos ruins, fazer escolhas que não funcionam, estar psicologicamente em baixa...

No entanto, Abelão não teve tempo para se reencontrar, para buscar diferentes formas de se motivar e de motivar seus comandados, novas alternativas táticas ou remontar seu elenco. Já chegou Luxemburgo. Ao mesmo tempo com o status de salvador da pátria e a corda no pescoço, pois, no Brasil, todo treinador é interino, mesmo que se prove o contrário.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

GÊNIOS DAS PALAVRAS - ROBERTO DAMATTA

Numa consagrada crônica, Nelson Rodrigues fala da "grã-fina de narinas de cadáver" que, em pleno estádio, pergunta para o seu milionário acompanhante do momento, um desses eternos Waltinhos, Diduzinhos, Jorginhos ou Olavinhos que reinam nas nossas colunas sociais: "Quem é a bola?"

— Quem é a bola?
Hoje, em pleno calor do certame mundial e com os olhos, a cabeça e o coração sintonizados na campanha do escrete brasileiro, a pergunta aparece ainda mais insólita e surrealista.

E no entanto eu digo que a grã-fina estava absolutamente correta, pois fazia, sabendo ou não, a grande pergunta. Ouso afirmar, portanto, que, tanto no futebol quanto na vida, "quem é a bola" é a grande, a única, a insofismável questão. De fato, falar do jogador, do juiz, dos estádios, dos contratos, das táticas, dos cartolas e do salário dos técnicos, como fazem todos, é uma maneira ingênua e infantil de fugir do verdadeiro assunto: o insondável e inefável caráter da bola. Porque, tirando a bola, todos esses personagens que ela coloca a reboque e a perseguem são seres racionais, logo quadrados e sordidamente previsíveis. Só a bola, em sua plena, inocente e esférica irracionalidade, conforme viu a grã-fina, desperta dúvidas.

Pois o que conta no futebol não é bem a treinada vontade humana, mas a sensual e caprichosa bola. Bola que simboliza a gratuidade da vida e, de quebra, representa a sorte e o azar. Bola que, como uma Capitu moderna, vai para onde não queremos e, tendo movimentos indecifráveis, quase sempre cai nos pés dos nossos inimigos. Bola que, como uma Carmem, nos deixa loucos de ciúmes porque, depois de seduzir um primeiro, acompanha desavergonhadamente um segundo e, em seguida, flui natural e dengosamente para os sujos pés de um terceiro. Bola que, como esse final de milênio, é imprevisivelmente redonda e balofa, prenhe de rodopios, efeitos e movimentos imprevisíveis. Bola, afinal, que se transforma em coração e bate (surda, muda e absurda) dentro dos nossos peitos sobejamente abandeirados.

Essa bola que tentamos domesticar, segurar e "comer". Sem ela, poderia haver jogo, mas não haveria grandeza e ritual. Pois a bola representa insegurança, descontrole e, é claro, o sal da vida. Essa vida que nós temos que disputar com garra e altivez como se cada dia fosse uma final de Copa do Mundo. Bola que jamais será totalmente nossa.

Bola que corre mais que os homens...

Roberto DaMatta


Crônica de Roberto DaMatta publicada no Jornal da Tarde, às vésperas da Copa do Mundo de 1994, e retirada do livro A bola corre mais que os homens, da editora Rocco.

domingo, 28 de julho de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 9ª RODADA – FLAMENGO X BOTAFOGO






RESULTADOS
Vasco 3 x 2 Criciúma
Portuguesa 2 x 3 Atlético Paranaense
Ponte Preta 1 x 0 Santos
Corinthians 0 x 0 São Paulo
Náutico 3 x 0 Internacional
Grêmio 2 x 0 Fluminense
Cruzeiro 4 x 1 Atlético Mineiro
Flamengo 1 x 1 Botafogo
Bahia 2 x 1 Goiás
Coritiba 1 x 1 Vitória

ARTILHARIA
7 Gols – Maxi Biancucchi (Vitória)
5 Gols – Alex (Coritiba) e Forlán (Internacional)

Flamengo 1 x 1 Botafogo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Fogão joga uma barbaridade no primeiro tempo, Mengão se agiganta no segundo e “Clássico da Rivalidade” volta ao Maracanã com um eletrizante empate.

Para se recuperar da derrota na última rodada e escapar da zona da degola, o Flamengo foi organizado pelo Mano Menezes no 4-2-3-1 com: Felipe; Léo Moura, Wallace, González e João Paulo; Diego Silva e Elias; Gabriel, Carlos Eduardo e Paulinho; Marcelo Moreno. De olho na ponta da tabela, o Botafogo foi montado pelo Oswaldo de Oliveira, que comemorava 100 jogos no comando do Alvinegro, no 4-2-3-1 com: Jefferson; Gilberto, Bolívar, Dória e Júlio César; Marcelo Mattos e Gabriel; Lodeiro, Seedorf e Vitinho; Rafael Marques.

Não existe um critério sequer no qual o Botafogo não tenha sido superior ao Flamengo na etapa inicial. Bolívar colocou Marcelo Moreno no bolso, Dória mostrou a habitual categoria, os laterais Gilberto e Júlio César não atacaram muito, mas bloquearam qualquer tentativa do Fla pelas bordas, Marcelo Mattos e Gabriel tomaram conta da meiúca e roubaram bolas atrás de bolas, Vitinho, com sua velocidade, e Lodeiro, com a movimentação enlouquecedora, infernizaram o rival, Rafael Marques incorporou um centroavante típico para fazer um belíssimo gol, aos 21 minutos, e Seedorf... Bem, Seedorf fez de tudo e mais um pouco. Inverteu bolas com a facilidade de quem bebe um cafezinho, arredondou a saída de jogo, ditou o ritmo, distribuiu passes precisos e preciosos e ainda carimbou o travessão de Felipe. Um show à parte em sua estreia no Maraca.

Mas eis que o intervalo muda o jogo por completo. Com Luiz Antônio e Adryan nos lugares de Diego Silva – que errou muito mais do que tinha direito – e Gabriel, o Flamengo cresceu demais, acertou o pé, se inflamou e praticamente forçou o Botafogo a adotar a estratégia de uma postura recuada à espera dos espaços para contra-atacar. Os espaços e algumas escapadas alvinegras até apareceram, mas o segundo tempo foi mesmo do Mengo, que se manteve no campo de ataque até o apito final. Adryan carimbou o poste por duas vezes, Elias marcou dois gols anulados por impedimento, o “Brocador” Hernane entrou com tudo e quase virou herói. Definitivamente se via um outro jogo no Maraca em relação à primeira etapa. E o ímpeto rubro-negro foi recompensado nos acréscimos, quando, já na base do bumba-meu-boi, Elias igualou tudo e, literalmente, foi pra galera.

Um ponto para General Severiano. Um ponto para a Gávea. Mas como o Bota perdeu a chance de começar a semana na liderança e o Fla não só escapou da zona da morte como mandou para lá o rival Fluminense, pode-se dizer que os rubro-negros estão saboreando mais o pontinho conquistado no apagar dos refletores.

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!

- Numa partida de cinco gols nascidos de bola parada, é quase impossível um time que tem Juninho Pernambucano não sair com os três pontos. Num São Januário como há tempos não se via, o “Reizinho” novamente foi decisivo, soltou o sapato do jeito que só ele sabe para abrir o placar e, quando a situação estava complicada, colocou a redonda na área para Edmílson decretar a vitória por 3 a 2.

- O Fluminense não foi de todo ruim no Sul, mas sucumbiu diante do forte time do Grêmio e chegou à quinta derrota consecutiva. É hora de muita calma, concentração, dos experientes segurarem o rojão e, principalmente, de deixar Abel Braga trabalhar em paz. Isto se a sede de resultados da diretoria e a pressão da torcida permitirem.

- A Raposa está feroz! O Cruzeiro, dono do melhor ataque da competição, fez mais uma vítima. Carimbou a faixa de Campeão do grande rival, Atlético, e assumiu a ponta da tabela com sonoros 4 a 1. Haja pão de queijo!


- Viva o Brasileirão! Um campeonato onde o então lanterna sapeca três a zero no então líder e a distância do primeiro para o sétimo colocado é, após a nona rodada, de apenas três pontos.

sábado, 27 de julho de 2013

UMA IMAGEM!














Como se vida de goleiro já não fosse difícil o suficiente...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - BOTAFOGO X FLAMENGO - 1981

Botafogo 3 x 1 Flamengo

Campeonato Brasileiro de 1981 – Segundo jogo da fase quartas de final

Estádio Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Público: 135.487

Botafogo: Paulo Sérgio; Perivaldo, Gaúcho, Zé Eduardo e Gaúcho Lima; Rocha, Ademir Lobo e Mendonça; Ziza (Édson), Marcelo (Mirandinha) e Jérson. Técnico: Paulinho de Almeida.

Flamengo: Raul, Carlos Alberto, Luís Pereira, Marinho, Júnior, Vitor, Andrade (Carpegiani), Zico, Tita, Peu (Anselmo) e Adilio. Técnico: Dino Sani

Gols: Zico (Flamengo) aos 4’ do 1º tempo; Mendonça (Botafogo) aos 44’ do 1º tempo; Jérson (Botafogo) aos 40’ do 2º tempo e Mendonça (Botafogo) aos 43’ do 2º tempo

Depois de viver na década de 60 o período mais glorioso e áureo de sua história, com títulos, lendas e craques inesquecíveis, o torcedor botafoguense passaria por um longo jejum de 21 anos sem levantar um caneco. No entanto, se engana aquele que pensa que a fila de títulos e ausência de alegria são sinônimos. Não são, e um dos momentos que estampou sorrisos alvinegros pelo Rio de Janeiro afora ocorreu no jogo de volta da fase quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1981, contra o eterno rival Flamengo. Depois do empate sem gols na primeira partida, o Fogão tinha a vantagem de jogar por nova igualdade para avançar às semifinais. E num Maracanã com mais de 130 mil torcedores, o Flamengo logo saiu na frente com gol de Zico. Mas aquele seria o domingo de um outro craque. Seria o domingo de Mendonça, que empatou o jogo pouco antes do intervalo e, no finzinho, quando o Fogo já vencia por dois a um – gol de Jérson – esculpiu uma das mais belas obras de arte que o Maraca já viu ao entortar o lateral Júnior “Capacete” com um drible inigualável e fechar o caixão rubro-negro.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

ATLÉTICO MINEIRO CAMPEÃO DA COPA LIBERTADORES 2013

Atlético Mineiro 2 x 0 Olimpia (4 x 3 nos pênaltis) – Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Na fé, na raça e no futebol! Atlético Mineiro vence Olimpia por 2 a 0 com a bola rolando e conquista, nos pênaltis, a primeira Libertadores de sua história.

Além do Olimpia, que se defenderia com unhas e dentes durante todos os minutos, assim como já fizera quando foi visitante contra Fluminense e Santa Fé, o Atlético Mineiro precisaria superar adversários invisíveis para sentir o gosto de vencer uma Libertadores.

Precisaria superar a dificuldade de jogar no Independência, pois se é verdade que o lotado Mineirão estava lindo e pulsante, também é verdade que este Galo, de Cuca, Ronaldinho, Bernard e companhia, joga em casa mesmo é no Independência. Precisaria superar o estigma de azarado. Ou melhor, os estigmas. O seu e o de Cuca, pois até mesmo o mais racional dos analistas de futebol fica menos cético diante da fama de pé-frio do clube e do treinador. Fama que acaba se refletindo na cabeça dos jogadores.

Precisaria superar o desejo incontrolável de reafirmação e comprovação de nomes como Victor, Jô, Tardelli e Ronaldinho – até ele! –, que pelo menos em algum momento de suas respectivas carreiras quase chegaram ao fundo do poço.  E por último, mas não menos difícil, precisaria superar o tempo, que sem dúvidas correria mais rápido para os mineiros do que para os paraguaios.

Diante de tamanha carga psicológica, não se poderia esperar um Atlético calmo, tranquilo, a trocar passes em busca dos espaços que o Olimpia insistiria em não oferecer. Logo no apito inicial, um chutão para frente do Réver deu a tônica da decisão. O triunfo atleticano, se viesse, teria que ser na base do “Eu acredito!” da torcida, da camisa religiosa e supersticiosa de Cuca, da raça, do abafa, da pressão, da bola direta para Jô guerrear entre os defensores. Os primeiros 45 minutos serviram apenas para dar mais drama à situação mineira, pois além de a pressão ofensiva não funcionar, o Olimpia ainda chegou perto das redes por duas vezes.

Após o intervalo seria tudo ou nada. Foi tudo! Jô parou de receber dinamites dos companheiros e passou a receber bolas mais arredondadas, Rosinei deu mais vida ao lado direito e Junior César se mandou pela esquerda, Bernard trocou o nervosismo e as cusparadas pela “alegria nas pernas”, Leonardo Silva virou referência nas bolas aéreas, que antes apenas sobrevoavam a área paraguaia. Os gols necessários vieram no início, com Jô, e no final, com Leonardo Silva, da etapa. No meio deles, o centroavante Ferreyra, com Victor fora do gol, poderia ter fechado o caixão atleticano. Tropeçou.

Se o pênalti que Victor defendera diante do Tijuana e o gol que Guilherme marcara contra o Newell’s Old Boys não serviram para por fim aos estigmas de azarado, o tropeção de Ferreyra o fez. Foi graças a ele que o Atlético fez o dois a zero que precisava, foi perfeito nos pênaltis e escreveu uma das páginas mais belas e sofridas de sua história.


PARABÉNS, GALO FORTE E VINGADOR!!!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

UMA IMAGEM



















Acabou a moleza para os pontas-esquerdas do céu. Descanse em paz, Djalma Santos.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

NOMES DOS ESTÁDIOS - HERIBERTO HÜLSE

O tricolor Criciúma ainda vestia azul e branco e se chamava Comerciário quando o Estádio Heriberto Hülse foi inaugurado, em 16 de outubro de 1955. Diferente do que muitos podem pensar, Heriberto Hülse (nascido em 30 de abril de 1902 e falecido em 11 de novembro de 1972) não foi um cartola inesquecível na história do clube Campeão da Copa do Brasil de 1991. “Então, por que cargas d’água recebeu a homenagem?” – o amigo pode perguntar. Pois bem, a homenagem se deve aos serviços prestados por Heriberto Hülse no cenário político de Santa Catarina, onde foi deputado (1935-1937), Secretário da Fazenda, Vice-Governador e Governador (1958-1961). Mas seria um equívoco dizer que Hülse não possui nenhuma ligação com o clube que lhe homenageia, afinal foi ele quem, por exemplo, doou os primeiros refletores para o estádio.  

domingo, 21 de julho de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 8ª RODADA – FLUMINENSE X VASCO







RESULTADOS
Botafogo 2 x 0 Náutico
São Paulo 0 x 3 Cruzeiro
Criciúma 2 x 1 Grêmio
Vitória 0 x 0 Bahia
Internacional 1 x 0 Flamengo
Santos 2 x 2 Coritiba
Atlético Paranaense 1 x 1 Corinthians
Fluminense 1 x 3 Vasco
Goiás 2 x 1 Portuguesa
Atlético Mineiro x Ponte Preta – adiado

ARTILHARIA
6 Gols – Maxi Bianccuchi (Vitória)
5 Gols – Forlán (Internacional)

Fluminense 1 x 3 Vasco – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Na volta dos clubes cariocas ao Maracanã, Juninho Pernambucano brilha em sua reestreia e Vasco passa pelo Fluminense.

Em comparação à derrota sofrida para o Flamengo na última semana, pode-se dizer que se o Vasco não mudou da água para o vinho, mudou, pelo menos, para o suco de uva. E muito por causa de um Rei que nunca perde sua majestade na Colina de São Januário: Juninho Pernambucano.

Como as sempre magistrais palavras de Nelson Rodrigues uma vez disseram: “o tempo é uma convenção que não existe nem para o craque, nem para a mulher bonita. Existe para o perna-de-pau e para o bucho”. Portanto, não nos prendamos em quantas primaveras possui Juninho, mas em como seus passes chegam como buquês de rosas aos pés dos companheiros, em como seus chutes são espinhosos para os goleiros e o quanto ele faz florescer a confiança de quem está ao seu lado.

Contra o Fluminense, além de dar categoria e posicionamento a um meio-campo que há algumas semanas mais parecia com um estouro de rinocerontes, o Pernambucano, com a ajudinha de duas falhas individuais do volante tricolor Edinho, encaminhou a vitória cruz-maltina. Primeiro, aos 16 minutos da etapa inicial, abriu o placar com um chute seco e letal. Depois, nos primeiros segundos após o intervalo, quando o Flu já contava com dez homens devido a uma expulsão irresponsável de Fred, deu um passe açucarado para André fazer dois a zero.

André que, por sinal, infernizou a defesa tricolor em um dos momentos mais essenciais do clássico, quando o Vasco já não podia mais contar com Juninho – substituído por cansaço – e o Fluminense, empolgado com o gol de Carlinhos, aos 10 minutos, partiu com tudo. André chutou bola na trave, obrigou Cavalieri a boa defesa, sofreu duas faltas de Digão que resultaram na expulsão do beque tricolor... Excelente atuação do jovem avante, assim como também foi a do zagueiro Rafael Vaz, que dá a entender que sabe como tratar a bola e não curte muito os chutões para onde o nariz aponta.

Aos 36 minutos, Tenório, de cabeça, decretou a vitória do Gigante da Colina. Uma vitória para alegrar um torcedor que pensava que o ano seria apenas de briga contra a degola, mas que viu, no retorno do seu Rei, a esperança de dias melhores. Quanto ao Fluminense, uma reflexão se faz mais do que necessária, pois desde o fim das “férias” das Confederações o time ainda não conseguiu se encontrar. Será que, assim como em 1980, a visita de um Papa trará bons fluidos aos tricolores?

CURTINHA PELO BRASILEIRÃO!


Três rodadas após o retorno do Brasileirão, o Internacional de Dunga passou por três cariocas em sequência, o Cruzeiro embalou dois triunfos por três a zero, e Alex comanda o Coritiba com um golaço atrás de outro e ótimos resultados. Mas a ponta do Brasileirão é do Fogão e ninguém tasca!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - FLUMINENSE X VASCO - 1984

Fluminense 0 x 0 Vasco

Campeonato Brasileiro de 1984 – Segundo jogo da final

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Público: 128.781

Fluminense: Paulo Victor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei e Assis; Romerito, Washington e Tato. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Vasco: Roberto Costa; Edevaldo, Ivan, Daniel González e Aírton; Pires, Arturzinho e Mário; Jussiê (Marcelo), Roberto Dinamite e Marquinho. Técnico: Edu Antunes Coimbra.


Um dos períodos mais gloriosos da história do Fluminense ocorreu na primeira metade da década de 80 e teve na conquista do Brasileirão de 84 o momento ápice. Tanto pela relevância do caneco como pelo adversário na decisão: o rival Vasco. Tricolores e cruz-maltinos chegavam à finalíssima após triunfos maiúsculos na fase semifinal. Por um lado, o Flu eliminara o Corinthians de Sócrates com um histórico 2 a 0 no Pacaembu e um empate sem gols no Maracanã. Por outro, o Vasco aplicou sonoros 3 a 0 no Grêmio de Renato Gaúcho, então Campeão Mundial, para reverter a derrota no jogo de ida por 1 a 0. Uma vitória por um a zero no jogo de ida, gol de Romerito, deu ao Tricolor a vantagem do empate na partida decisiva. O Vasco contava com a fase “on fire” de Arturzinho e Roberto Dinamite, os dois artilheiros do Campeonato, e com a segurança do goleiro Roberto Costa – que receberia, pela segunda vez consecutiva, o prêmio Bola de Ouro, da Revista Placar, como melhor jogador do torneio. O jogo foi aberto e repleto de chances de gols, mas terminou com um empate mudo que consagrou o inesquecível Fluminense do "Casal 20", Washington e Assis, do craque paraguaio Romerito, do líder Delei, da ainda jovem dupla Branco e Ricardo Gomes e do técnico Carlos Alberto Parreira.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

LUZ, CÂMERA. GOL! GOAL 2 - LIVING THE DREAM / GOL 2 - VIVENDO O SONHO














Lembram quando em uma das maiores apresentações da história do futebol o então melhor do mundo e camisa 10 do Barcelona, Ronaldinho Gaúcho, acabou com o Real Madrid e foi aplaudido de pé pelo Santiago Bernabéu? Pois este é o ponto de partida de Goal 2 – Living the Dream (Gol 2 – Vivendo o Sonho). Desesperados com a má fase dos Galáticos de Casillas, Roberto Carlos, Beckham, Zidane, Raúl, Ronaldo e Gavin Harris (Alessandro Nivola), os dirigentes merengues vão em busca do cometa ascendente Santiago Muñez (Kuno Becker), já grande ídolo do Newcastle. Em Madrid, o jovem craque viverá sonhos e pesadelos.

A ideia que sustenta o filme é um ditado mais que conhecido e debatido: “Dinheiro não traz felicidade”. Com a mesma velocidade com que aumenta sua conta bancária, Santiago vê sua vida pessoal ebulir. Carrões conversíveis e mansões dividem espaço com o distanciamento da noiva, Roz Harmison (Anna Friel), e do amigo e “descobridor”, Glen Foy (Stephen Dillane), com contusões, problemas com a mídia e, o principal, o reaparecimento de sua mãe, com quem não tinha contato desde criança.

Depois de um início avassalador com a lendária camisa branca, o treinador Rudi van der Merwe (Rutger Hauer) lhe dá sua primeira oportunidade como titular. E é justamente aí que os problemas fora e dentro dos gramados se misturam. Com a cabeça a mil, Santiago perde o controle e não consegue jogar tudo que dele se espera. Neste ponto, se encontra um assunto de grande relevância no esporte moderno: a influência de uma vida equilibrada e calma no desempenho esportivo. Sempre que está com a cabeça tranquila, Santiago consegue jogar seu mágico futebol. Quando tem problemas, não rende em campo.

Mesmo que de maneira superficial, Goal 2 – Living the Dream levanta questões interessantes sobre os obstáculos que podem surgir na vida dos multimilionários jogadores e o quão importante é o psicológico nos esportes de alto rendimento.

Goal 2 – Living the Dream
Nome no Brasil: Gol 2 – Vivendo o Sonho
Direção: Jaume Collet-Serra                
 Roteiro: Mike Jefferies, Adrian Butchart, Terry Loane, Mike Jefferies e Adrian Butchart

Elenco: Kuno Becker, Stephen Dillane, Leonor Varela, Anna Friel, Rutger Hauer, Alessandro Nivola, Miriam Colon. 

COPA LIBERTADORES 2013 - FINAL - OLIMPIA X ATLÉTICO MINEIRO

Olimpia 2 x 0 Atlético Mineiro – Defensores del Chaco, Assunção (Paraguai)

Galo não segura o Olimpia no Defensores del Chaco, sofre gol nos acréscimos e precisará ser mais forte e vingador do que nunca no Mineirão.

Único paraguaio que já sentiu o gostinho de ser campeão da Libertadores, o Olimpia foi para sua sétima final do torneio organizado pelo Ever Hugo Almeida no 4-3-2-1 com: Martín Silva; Candia, Manzur, Miranda e Benítez; Aranda, Pittoni e Giménez; Alejandro Silva e Salgueiro; Bareiro. Na última etapa para se tornar o décimo clube brasileiro a conquistar o caneco da Libertadores, o Atlético Mineiro foi esquematizado pelo Cuca no 4-2-3-1 com: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre e Josué; Diego Tardelli, Ronaldinho e Luan; Jô.

Num Defensores del Chaco que botava gente pelo ladrão – para usar um bordão criado por Washington Rodrigues – o Galo teve um baita início de jogo. Não só conseguiu impedir o Olimpia de se energizar com a empolgação que vinha das arquibancadas como volta e meia encontrou na velocidade e movimentação de Diego Tardelli uma maneira de assustar o goleiro Martín Silva. No entanto, aos 22 minutos, uma bobeada de marcação digna de pelada entre casados e solteiros permitiu que o ótimo Alejandro Silva carregasse a pelota e a arrematasse para o fundo do barbante: um a zero Olimpia. Foi a senha para o Atlético se perder em campo e permitir que o adversário chegasse três vezes perto de ampliar a vantagem antes do intervalo. Na melhor delas, Salgueiro não aproveitou uma chance cara a cara com Victor.

Com poucos minutos da etapa inicial já foi possível perceber os efeitos negativos, para o Olimpia, do recuo do Alejandro Silva, devido à entrada do centroavante Ferreyra no lugar do Gimenez. E o Galo quase aproveitou a “tonteira” paraguaia para igualar o escore em duas finalizações do Tardelli, de longe o melhor brasileiro em campo. A situação mineira ficaria ainda melhor perto dos 20 minutos, quando Rosinei e Guilherme entraram nos lugares de Luan e Ronaldinho – que esteve péssimo, complicou diversas saídas de bola e não foi nem capaz de alçar a pelota na área em cobranças de faltas e escanteios. Por cerca de 15 minutos, o cenário foi de um Atlético com boas trocas de passes e um Olimpia encurralado. Jô só não deixou tudo igual, aos 32, por causa de sensacional defesa de Martín Silva.


Mas o Galo não teve força, concentração e técnica para sustentar o bom momento, e o Olimpia conseguiu, nos últimos dez minutos, usar o espigão Ferreyra para levar perigo. E se aos 37 Bareiro perderia oportunidade dentro da pequena área e sem goleiro, nos acréscimos, quando Richarlyson já havia sido expulso, Pittoni cobrou falta com perfeição para marcar o segundo paraguaio explodir o Defensores del Chaco. Semana que vem será a vez de o Mineirão ficar pequeno. E de o Atlético jogar tudo aquilo que dele se espera. O sonho ainda não acabou!

terça-feira, 16 de julho de 2013

FIGURINHA CARIMBADA - ACÁCIO



















Acácio Cordeiro Barreto

Nascido em 20 de janeiro de 1959

Clubes
Americano (RJ) – 1978 a 1979
Serrano (RJ) – 1980 a 1982
Vasco – 1982 a 1991
Tirsense (POR) – 1991 a 1992
Beira-Mar (POR) – 1992 a 1995
Madureira (RJ) – 1995

Títulos

Campeonato Carioca – 1982, 1987 e 1988 – Vasco
Campeonato Brasileiro – 1989 – Vasco
Troféu Ramon de Carranza – 1987, 1988 e 1989 – Vasco
Copa América – 1989 – Seleção Brasileira

Seleção Brasileira

7 jogos e 8 gols sofridos

- Foi pelo Vasco, durante quase uma década, que Acácio viveu o ápice de sua carreira. No entanto, antes mesmo de chegar à Colina o goleiro já dava alegrias à torcida cruz-maltina. Em 1980, o Serrano, com um inesquecível gol de Anapolina, venceu o Flamengo por 1 a 0 na parte final do Campeonato Carioca, resultado que praticamente colocou fim ao sonho rubro-negro de conquistar um ainda inédito Tetra Estadual em sua história. Mas se, indiscutivelmente, Anapolina foi o grande nome daquela noite, o arqueiro do Leão da Serra Acácio também foi essencial para este que é o maior triunfo do clube de Petrópolis.

- Diferente do folclórico Anapolina, que pouco depois optou pelo amadorismo, Acácio, em menos de dois anos, assumia o lugar de Mazarópi e a responsabilidade de defender a meta vascaína na reta decisiva do Cariocão de 1982. Com ele no gol, o Vasco venceu as três últimas partidas do torneio – duas contra o rival Flamengo e uma contra o América – e conquistou o título Estadual. O primeiro de muitos canecos que Acácio levantaria pelo clube de São Januário nos quase 10 anos que se seguiriam. O mais importante deles o Brasileirão de 1989, quando pegou tudo na final diante do São Paulo, no Morumbi, num jogo em que um gol de Sorato deu o título ao Vascão.

- As grandes atuações com a cruz-de-malta no peito renderam mais do que troféus a Acácio. Renderam também marcas expressivas, como os 879 minutos sem sofrer gols no Brasileiro de 1988, e convocações para a Seleção Brasileira. Disputou sete partidas como titular do Escrete, mas, após uma derrota por 4 a 0 para a Dinamarca, perdeu a vaga para Taffarel e acabou no banco de reservas na campanha vitoriosa da Copa América de 1989 e na Copa do Mundo de 1990.


- A passagem de Acácio pelo futebol português não foi das melhores e, até hoje, o assunto mais comentado por lá acerca de seu nome envolve possíveis pressões externas que teria recebido, quando guarda-metas do Beira-Mar, para facilitar uma vitória do Porto, então na briga pelo título.

domingo, 14 de julho de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 – 7ª RODADA – VASCO X FLAMENGO








RESULTADOS

Fluminense 2 x 3 Internacional
Santos 4 x 1 Portuguesa
Ponte Preta 0 x 0 Bahia
Corinthians 0 x 1 Atlético Mineiro
Vitória 3 x 2 São Paulo
Grêmio 1 x 0 Botafogo
Coritiba 1 x 0 Atlético Paranaense
Vasco 0 x 1 Flamengo
Criciúma 0 x 0 Goiás
Cruzeiro 3 x 0 Náutico

ARTILHARIA
6 Gols – Maxi Bianccuchi (Vitória)
5 Gols – Forlán (Internacional)

Vasco 0 x 1 Flamengo – Mané Garrincha, Brasília (DF)

Mengão joga bem, vence o Clássico dos Milhões no Mané Garrincha com mais de 60 mil presentes e não só se afasta da zona de rebaixamento como manda pra lá o próprio Vasco.

Na reestreia do treinador Dorival Júnior, comandante na conquista da Segundona de 2009, o Vasco foi para o jogo organizado no 4-2-3-1 com: Diogo Silva; Nei, Renato Silva, Rafael Vaz e Wendel; Sandro Silva e Fellipe Bastos; Éder Luis, Pedro Ken e Alisson; André. Para vencer sua primeira partida no Mané Garrincha em 2013 e escapar da zona da degola, o Flamengo foi montado pelo Mano Menezes no 4-2-3-1 com: Felipe; Léo Moura, Wallace, González e João Paulo; Cáceres e Elias; Gabriel, Carlos Eduardo e Paulinho; Marcelo Moreno.

Curto e sem ser grosso: do apito inicial ao final, o Flamengo foi superior ao Vasco no Clássico dos Milhões em Brasília. Durante mais de uma hora, o Rubro-Negro trabalhou bem a redonda em seus pés, adiantou a marcação para dificultar a saída de bola adversária, se manteve sempre próximo à meta defendida pelo estreante Diogo Silva e, principalmente, se movimentou de maneira dinâmica para deixar perdida a retaguarda vascaína. Carlos Eduardo – sem dúvidas em sua melhor atuação pelo clube –, Paulinho e Gabriel mesclaram aproximações com alternâncias de posições e deram um nó no rival. E mais, os ataques flamenguistas também contavam com as participações de Elias e João Paulo.

Assim, de maneira natural, as oportunidades de gols começaram a surgir e, depois de a galera gritar “uhhhhh” em bons arremates de Carlos Eduardo e Marcelo Moreno, o placar foi inaugurado em bonita trama iniciada pelo zagueiro Wallace e que Paulinho finalizou após participação fundamental de Elias. O relógio apontava 29 minutos da etapa inicial e  Fla se manteve com a mesma postura até a metade da final, tendo ainda a chance de ampliar em chute colocado de Paulinho que tirou tinta da trave. E o Vasco? Bom... acanhado e inofensivo diante de um rival que era senhor em campo, não conseguiu se soltar nem quando o Flamengo decidiu adotar um sistema de marcação atrás da linha da bola. Faltou tudo ao Cruz-Maltino: inspiração, organização, entrosamento, forças física e psicológica...

Mais rápido do que se poderia supor, as digitais do Mano Menezes começam a aparecer no quadro rubro-negro. Tanto na escolha dos nomes quanto nas opções táticas. Dorival Júnior, por sua vez, terá a árdua missão de iniciar seu trabalho no momento em que o campeonato começa a ganhar corpo.

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!

- Era difícil acreditar que Diego Cavalieri repetiria 2013 as atuações milagrosas de 2012, quando foi, ao lado de Fred, o jogador mais decisivo do Brasileirão. No entanto, era mais difícil ainda pensar que o arqueiro tricolor fosse ter uma queda de rendimento tão grande. Cavalieri ainda tem crédito com a torcida do Flu, mas precisa descobrir o mais rápido possível o motivo das seguidas falhas.

- Como joga bola a dupla platina do Internacional. O argentino D’Alessandro é um líder técnico de mão cheia. Sabe que o time depende muito de seus passes, dribles e gols e não se intimida com a responsabilidade. Mas se o futebol de “Dalê” já encanta o torcedor colorado faz alguns anos, o do uruguaio Forlán ainda é novidade. A camisa vermelha fez um bem enorme para este cracaço, capaz de armar jogadas e as finalizar com a mesma categoria. E que categoria!

- Eles disputaram a Segundona em 2012 e, hoje, são as sensações do Brasileirão. Comandado por Alex, o Coritiba voltou das “férias” da Copa das Confederações no mesmo ritmo quente, enquanto o Vitória se embala nos gols do artilheiro Maxi Bianccuchi para se manter na zona nobre da tabela. Fica a expectativa para a próxima rodada, quando nenhum dos dois terá moleza: o Coxa pega o renovado Santos, na Vila Belmiro, e o Vitória tem um Ba-Vi pela frente.   


sábado, 13 de julho de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - CORINTHIANS X ATLÉTICO MINEIRO - 1999

Corinthians 2 x 0 Atlético Mineiro

Campeonato Brasileiro de 1999 – Segundo jogo da final

Morumbi, São Paulo (SP)

Corinthians: Dida; Índio, Márcio Costa, João Carlos e Kléber (Augusto); Vampeta, Gilmar Fubá, Marcelinho Carioca (Marcos Senna) e Ricardinho; Edílson e Luizão. Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Atlético Mineiro: Velloso, Bruno, Galván, Cláudio Caçapa e Ronildo; Gallo, Valdir, Belletti (Mancini) e Robert (Adriano); Curê (Lincoln) e Guilherme. Técnico: Humberto Ramos.

Gols: Luizão aos 28’ do 1º tempo e aos 14’ do 2º tempo.


Depois de realizar a melhor campanha da primeira fase do Brasileirão de 1999 e garantir-se na decisão ao vencer o São Paulo num histórico confronto onde o goleiro Dida pegou dois pênaltis do ídolo tricolor Raí, o Corinthians via o sonho do Bicampeonato Nacional por um fio. O culpado? O Atlético Mineiro, que com três gols do centroavante Guilherme vencera o primeiro duelo final por 3 a 2, no Mineirão. Os atleticanos estavam pra lá de confiantes. Haviam goleado o próprio Corinthians por 4 a 0 na primeira fase, eliminado o rival Cruzeiro nas quartas de final, contavam com um Guilherme que já balançara as redes 28 vezes, sendo 12 somente nas partidas mata-mata, e estavam a um triunfo do título. O Timão precisaria de todo apoio da sua fiel torcida e muito futebol de Marcelinho Carioca e estrelada companhia – Dida, Vampeta, Ricardinho, Edílson e Luizão, só para citar os Campeões da Copa do Mundo de 2002 – para superar os obstáculos e levar a decisão para o terceiro jogo, também no Morumbi. E foi Luizão, com dois gols de quem conhece tudo da grande área, que decretou a vitória corintiana por 2 a 0. Três dias depois, um placar em branco daria o Bicampeonato Brasileiro ao Corinthians, mas a reviravolta teve início no dia 19 de dezembro, com os inesquecíveis gols do Luizão.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

UMA IMAGEM
















Futebol na lama
Foto: Fabio Abu-chacra

quinta-feira, 11 de julho de 2013

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS














Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.


Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani.

COPA LIBERTADORES 2013 - SEMIFINAL - ATLÉTICO MINEIRO X NEWELL'S OLD BOYS

Atlético Mineiro 2 x 0 Newell’s Old Boys – Estádio Independência, Belo Horizonte (MG)

Atlético honra o hino, mostra força, luta, raça, vibração, vinga derrota na Argentina e com mais uma defesa de pênalti de Victor chega à decisão da Libertadores.

Para reverter a derrota por dois a zero no jogo de ida e chegar a sua primeira final de Libertadores, o Atlético Mineiro foi organizado pelo Cuca no 4-2-3-1 com: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre e Josué; Bernard, Ronaldinho e Diego Tardelli; Jô. Vice-campeão da Libertadores em 1988 e 1992, o Newell’s Old Boys podia até perder por um gol de diferença para voltar a decisão do principal torneio sul-americano. Com este objetivo, Gerardo Martino montou o time no 4-3-3 com: Guzmán; Cáceres, Vergini, Heinze e Casco; Mateo, Bernardi e Cruzado; Figueroa, Maxi Rodríguez e Scocco.

Em Rosário, no jogo de ida, quando o placar ainda estava mudo, um passe mágico de Ronaldinho e uma infiltração veloz de Bernard terminou nas mãos do goleiro Guzmán. No Independência, morreu no fundo das redes com apenas três minutos de confronto. Melhor início impossível para o Galo, que na base da ligação direta, marcação pressão, movimentação incessante de Bernard e Tardelli e até avanço dos volantes Pierre e Josué tentou aproveitar toda a energia das arquibancadas para sufocar o Newell’s. Nos minutos após o um a zero a pressão foi eficiente e, antes dos 10, Jô e Marcos Rocha quase fizeram o Independência explodir novamente. Mas com o tempo, a força diminuiu. Mateo colou em Ronaldinho, as bolas longas não encontravam uniformes alvinegros e os cruzamentos paravam todos nas mãos de Guzmán.

Neste cenário, o Atlético até levou perigo à meta argentina com Bernard e Josué – além de um tranco de Lopez em Jô dentro da área que o juiz deixou passar –, mas o Newell’s já se mostrava vivo e, comandado por Maxi Rodríguez e Figueroa, aprontava das suas. A situação atleticana começou a se tornar preocupante após o intervalo. E não só porque os argentinos voltaram mais acesos nos contra-ataques e criando ótimas oportunidades, mas, principalmente, porque o Galo não coseguia mais andar em campo. Entre os minutos 10 e 35 da etapa final, o jogo transcorreu no mais mariano dos banhos, até que um apagão de parte dos refletores com consequente paralisação de 10 minutos serviu para tirar o time do transe. A partida reiniciou e Cuca lançou mão de Alecsandro e Guilherme, que não tardou a acertar um chutaço de fora da área e levar a decisão para a disputa por pênaltis.

Tudo corria igualzinho: o Atlético convertia, o Newell’s também. Suspense. O Atlético desperdiçava, o Newell’s também.  Tensão. Ronaldinho guardou o seu no fundo das redes e Victor, já canonizado pela torcida, voltou a brilhar ao pegar a cobrança do craque argentino Maxi Rodríguez. Alegria! Que venha o Olimpia!

terça-feira, 9 de julho de 2013

CASAS DE VERANEIO

Discordâncias, maracutaias e preços criminosos de construção à parte, o cenário do futebol brasileiro já passa por consideráveis transformações com a chegada das novas arenas. E neste cenário, o Flamengo se vê diante de uma oportunidade única para se tornar ainda mais brasileiro.

Apenas dois jogos do Rubro-Negro em Brasília levaram mais de cem mil pessoas ao Mané Garrincha. Isso com o nível técnico do time mais pra lá do que pra cá. Além dos benefícios de jogar sempre com casa cheia – psicológico, para o time, financeiro, para o clube, e emotivo, para os torcedores – ainda existe a influência direta sobre o recém-criado programa de sócio-torcedor. Com apaixonados distribuídos por todo este país-continente, o Flamengo poderá crescer ainda mais em cidades como Cuiabá, Manaus, Natal...

Mas o “plano de viagens” deve ser feito com toda atenção. É na frequência com a qual irá visitar os novos palcos Brasil afora que se encontra o ponto onde a diretoria rubro-negra precisará ter a maior sensibilidade. Arena Pantanal, Arena Amazônia, Estádio das Dunas e outros devem ser “casas de veraneio” do Flamengo. Não só pelo fato de que o elenco pode sentir o ritmo forte de viagens – o próprio goleiro Felipe já demonstrou sua insatisfação com os jogos no Mané Garrincha –, mas, antes de tudo, porque o torcedor rubro-negro carioca não pode ser prejudicado.


E neste exato momento, com as obscuras situações de Engenhão e Maracanã, é justamente o que vem ocorrendo. Desde o dia 6 de abril, há mais de três meses, quando empatou com o Duque de Caxias, em Moça Bonita, que o Flamengo não disputa uma partida na cidade do Rio de Janeiro. É compreensível que o clube busque alternativas fora do estado, mas estas não podem o impedir de adotar uma posição ativa e protagonista para resolver, principalmente, a situação com o Maracanã, onde ele se sente, realmente, em casa.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

UMA IMAGEM


















Improviso

Foto: Jessica Hilltout

domingo, 7 de julho de 2013

CAMPEONATO BRASILEIRO 2013 - 6ª RODADA – BOTAFOGO X FLUMINENSE







RESULTADOS
Flamengo 2 x 2 Coritiba
Náutico 1 x 3 Ponte Preta
Atlético Paranaense 1 x 1 Grêmio
Portuguesa 1 x 1 Cruzeiro
São Paulo 0 x 2 Santos
Bahia 0 x 2 Corinthians
Internacional 5 x 3 Vasco
Goiás 1 x 0 Vitória
Botafogo 1 x 0 Fluminense
Atlético Mineiro 3 x 2 Criciúma

ARTILHARIA
4 Gols
Éderson (Atlético Paranaense)
Fernandão (Bahia)
William (Ponte Preta)
MaxiBiancucchi (Vitória)

Botafogo 1 x 0 Fluminense – Arena Pernambuco, São Lourenço da Mata (PE)

Seedorf decide “Clássico Vovô” com contribuição de Diego Cavalieri e coloca Fogão na liderança isolada do Brasileiro.

Oswaldo de Oliveira repetiu dez dos onze titulares que venceram o Flu no jogo que deu o título carioca ao Botafogo e montou o time no 4-2-3-1 com: Jefferson; Lucas, Bolívar, Dória e Julio César; Marcelo Mattos e Gabriel; Lodeiro, Seedorf e Vitinho; Rafael Marques. Com três Campeões da Copa das Confederações pela Seleção Brasileira, o Fluminense foi para o clássico organizado pelo Abel Braga no 4-2-3-1 com: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Digão e Carlinhos; Edinho e Jean; Rhayner, Wágner e Rafael Sóbis; Fred.

Não foi um domínio avassalador, mas o Fluminense foi mais incisivo e fértil no primeiro tempo do clássico. Enquanto o Fogo não se encontrava entre apostar na velocidade ou na troca de passes, o Tricolor mantinha a redonda em seus pés e dava trabalho ao goleiro Jefferson em arremates longos – como os de Bruno e Fred – e bolas alçadas na área, que originaram cabeçadas de Fred, Sóbis e Gum. Se fosse boxe, o Flu teria vencido o primeiro tempo por pontos, mas como futebol é bola na rede e o tricolor não soube converter em gols os espaços deixados pelo rival, o intervalo chegou com o placar mudo.

Para a etapa derradeira, o Botafogo voltou bem mais ligado e consciente do que fazer para se encaixar ofensivamente – e muito porque Seedorf começou a encontrar os espaços que não encontrara antes. No entanto, assim como o Flu não conseguiu penetrar na área rival quando era mais presente no campo de ataque, o Bota também levou perigo à meta rival apenas nos chutes de longe, com Vitinho e Dória. Neste momento, o gol que mais amadurecia era o alvinegro, mas duas escapadas de Rafael Sóbis devolveram o equilíbrio total ao confronto. E foi neste cenário que a genialidade de Seedorf fez a diferença: aos 39 minutos, o holandês soltou o sapato de fora da área, Cavalieri voou na bola sem a decisão que ela merecia e a criança foi dormir no fundo do barbante. Um a zero Fogão.

Um a zero que poderia ter virado dois em finalizações de Elias e Lucas que por pouco não encontraram o filó. Assim como um cruzamento venenoso do Carlinhos, já nos acréscimos, quase enganou Jefferson e igualou tudo. O apito final veio para premiar o coelho tirado da cartola pelo mágico Seedorf em um clássico de muito equilíbrio. E para colocar o Fogão na tão desejada liderança do Brasileirão.

CURTINHAS PELO BRASILEIRÃO!

- A “pré-temporada” possibilitada pela Copa das Confederações não mostrou resultados imediatos em Flamengo e Vasco. Principalmente em termos defensivos. O que as defesas rubro-negra e cruz-maltina falharam diante de, respectivamente, Coritiba e Internacional, não está no gibi, para usar uma gíria dos antigos. Os erros de posicionamento e fundamento dos defensores podem ser colocados na conta dos próprios e, também, dos treinadores Mano Menezes e Paulo Autuori.

- E as fragilidades defensivas dos quadros da Gávea e de São Januário permitiram também que os refinados Alex e D’Alessandro mostrassem o muito que sabem. E não só pelos golaços que marcaram. O “coxa-branca” Alex se destacou principalmente pela letalidade nas bolas paradas. Cada bola que alçava era um pandemônio na zaga rubro-negra. Já o colorado D’Alessandro desfilou categoria, movimentação e passes certeiros para liderar tecnicamente o Internacional. Para os que gostam dos chamados “meias à moda antiga”, Alex e “Dalê” foram um espetáculo á parte no fim de semana.

sábado, 6 de julho de 2013

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - VASCO X INTERNACIONAL - 1979

Vasco 0 x 2 Internacional

Campeonato Brasileiro de 1979 – Primeiro jogo da final

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ) – Público: 58.565

VASCO: Leão; Orlando Lelé, Gaúcho, Ivan e Paulo César; Zé Mário, Guina (Zandonaide) e Dudu (Paulinho); Catinha, Roberto Dinamite e Wilsinho. Técnico: Oto Glória.

INTERNACIONAL: Benítez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão e
Cláudio Mineiro; Valdir Lima (Toninho), Jair e Batista; Chico Spina
(Adílson), Bira e Mário Sérgio. Técnico: Ênio Andrade.

Gols: Chico Spina aos 28’ do 1º tempo e aos 10’ do 2º tempo.


No Campeonato Brasileiro com o maior número de clubes da história – inacreditáveis 94! –, Internacional e Vasco chegaram à grande decisão, um confronto de ida e volta com o primeiro jogo no Maracanã. O regulamento, pra lá de diferente, fez com que os colorados tivessem atuado, até então, em 21 partidas, enquanto os cruz-maltinos, em apenas 12. E o que mais chamava atenção era que nenhum deles ainda havia experimentado o gosto amargo da derrota. O Vasco contava com o apoio de 60 mil torcedores, a segurança do goleiro Leão e a explosão de Roberto Dinamite na busca por uma grande vitória que o aproximaria do segundo caneco brasileiro de sua história. Porém, aquela hoje distante quinta-feira, 20 de dezembro, já tinha dono: o ponta Chico Spina. Num Internacional com cracaços do quilate de Mauro Galvão, Batista, Jair, Mário Sérgio e Falcão (que não atuou no Maracanã por motivos físicos), foi Chico Spina, substituto do Valdomiro, quem decidiu o embate com dois belos gols e colocou o Colorado com a mão na taça. A confirmação do título – o único Brasileiro conquistado de maneira invicta até hoje – viria três dias depois, num lotado Beira-Rio, com nova vitória, desta vez por 2 a 1. 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O FUTEBOL BRASILEIRO AGRADECE

Não só pelos prêmios individuais distribuídos pela FIFA, existe uma quase unanimidade de que Fred, Neymar e Paulinho – em ordem alfabética – foram os grandes nomes da vitoriosa campanha brasileira na recém-terminada Copa das Confederações. E é possível enxergar, sem muito esforço, uma semelhança entre os três: todos foram convocados e disputaram o torneio como jogadores de clubes tupiniquins.

Há alguns anos, Fred fazia seus gols – menos do que atualmente – pelo Lyon. Hoje, Neymar é a mais nova estrela do Barcelona. Paulinho, um nome que tem tudo para dar certo no Tottenham. E é justo dizer, principalmente no caso da “Jóia”, que o acerto com o Velho Continente foi um estímulo a mais para o desempenho nas Confederações. No entanto, não há dúvidas de que Fluminense, Santos e Corinthians são os clubes protagonistas pelo estupendo nível demonstrado pelo trio com a camisa canarinho.

No lado dos que querem menosprezar o jogo jogado em nossos gramados, aqueles adeptos do “o futebol por aqui é nivelado por baixo”, o consenso é o de que Fred, Neymar e Paulinho se destacaram apenas por questões físicas, por estarem próximos ao meio da temporada, enquanto os que atuam na Europa – tanto os companheiros como os adversários – estavam em fim de temporada. Se é verdade que o ritmo de jogo intenso é um fator essencial – vide a derrota recente de um “descansado” Atlético Mineiro para um “caliente” Newell’s Old Boys –, ele não pode apagar as outras positividades dos três craques brazucas.

Tecnicamente, Paulinho tem impecáveis visões de jogo, de campo e de bola, Fred uma capacidade de finalização rara e Neymar... bom, além de chutar com as duas – que canhota! – e de correr e driblar com as cinco que parece ter, Neymar foi, e muito provavelmente será por um bom tempo, o principal foco de criatividade da Seleção. Taticamente, Neymar se esforçou como nunca para ocupar os espaços, Fred mantinha os zagueiros rivais sempre em estado de alerta e Paulinho fez o tudo que já estamos acostumados. Foi leonino na marcação, como contra a Espanha, e chegou à área adversária para fazer o que a galera mais gosta. Sem falar que, psicologicamente, o trio soube se integrar ao ambiente de família característico dos times comandados por Felipão e se energizar com a atmosfera criada pelas arquibancadas.


O muito que brilharam Fred, Neymar e Paulinho nestas Confederações impacta diretamente no futebol por aqui jogado. É válido acreditar que não é necessário estar na Europa para ser um dos pilares da Seleção Brasileira ou um craque de nível Mundial.