domingo, 20 de dezembro de 2015

MUNDIAL INTERCLUBES 2015 – FINAL – BARCELONA X RIVER PLATE


Barcelona 3 x 0 River Plate – Estádio Internacional de Yokohama, Yokohama (Japão)

Comandado por trio Messi-Suarez-Neymar, Barcelona passa fácil pelo River Plate e conquista o Mundial Interclubes pela terceira vez nos últimos seis anos.

Deixar o Barcelona desconfortável em campo. Esta foi a estratégia adotada pelo River Plate na tentativa de equilibrar um confronto que as escalações no papel insistiam em fazer pender para o lado espanhol. O meio para colocar esta estratégia em ação? Picar o jogo com faltas em sequência, algo que o Barcelona não está nem um pouco acostumado. Para se ter uma ideia, enquanto o time que comete mais faltas por jogo no Campeonato Espanhol é o Espanyol, com uma média de 19 infrações por partida, o River Plate já havia cometido 15 faltas com pouco mais de 30 minutos.

Enquanto uns vão chamar o que o River Plate praticava de anti-futebol, outros vão defender que os times mais frágeis tecnicamente devem buscar os recursos ao seu alcance na luta pela vitória. E o fato é que durante meia hora, fora uma finalização do Messi muito bem defendida pelo Barovero, aos 10, o Barcelona se viu encaixotado e pouco conseguiu produzir. Até que, aos 35, a casa argentina caiu: de Neymar para Messi para Daniel Alves para Neymar para Messi para o fundo do gol.

O River Plate sentiu tanto o gol que nem mesmo o intervalo serviu para que o time retomasse a intensidade inicial. E para piorar a vida dos argentinos, uma incipiente tentativa de sair para o jogo foi respondida com uma avalanche catalã. Aos 3, Busquets lançou maravilhosamente Suárez, que fez 2 a 0. Dois que só não viraram três antes mesmo do minuto 15 porque Messi não estava em um dia calibrado e desperdiçou três chances seguidas. Mais certeiro, Suárez não bobeou e, aos 22, transformou assistência açucarada de Neymar em mais um tento. Três a zero.

Moribundo mas ainda lutador, o River Plate não desistiu de buscar o gol de honra, o que quase conseguiu em cabeçada do Alario, aos 31, e arremate de Martínez, aos 38, ambos parados em defesaças de Bravo. Enquanto isso, o Barcelona, já em ritmo de treino de luxo, trocava passes à espera do apito final, que chegou para confirmar mais um caneco para o clube mais vitorioso do século XXI.

Barcelona: Bravo; Daniel Alves, Piqué, Mascherano (Vermaelen) e Jordi Alba; Busquets, Rakitic (Sergi Roberto) e Iniesta; Messi, Neymar (Mathieu) e Suárez. Técnico: Luis Henrique.

River Plate: Barovero; Mercado, Maidana, Balanta e Vangioni; Ponzio (Lucho González), Kranevitter, Carlos Sánchez e Viudez (Driussi); Rodrigo Mora (Martínez) e Alario. Técnico: Marcelo Gallardo.

sábado, 12 de dezembro de 2015

RESPOSTA A TIAGO LEIFERT


Caro Tiago Leifert,

As palavras que se seguem são uma resposta à coluna de sua autoria recém-publicada no site GQ (11/12/2015). Muito provavelmente você jamais terá conhecimento do que escreverei nas próximas linhas, mas confesso que guardar o que eu pensava a respeito dos seus argumentos estava me trazendo sintomas fisiológicos desagradáveis.

Tantos foram os vespeiros em que você se meteu para expressar seu medonho argumento de que o futebol é pura e simplesmente negócio – ou business, se você preferir uma linguagem mais pomposa, e tenho certeza que vai – que passar por todos eles com o cuidado necessário exigiria, no mínimo, uma tese de doutorado. Prometo, porém, tentar ser breve sem ser muito superficial.

O primeiro ponto de fragilidade de seu argumento é baseá-lo na crença de que os torcedores são apenas de dois tipos, que você chamou de “xiita” e “modinha”. Será mesmo que, por exemplo, os não sei quantos milhões de flamenguistas espalhados pelo Brasil são ou “xiitas” ou “modinhas” e só? Cadê o torcedor que odeia os novos telões mas gasta aos montes colecionando camisas oficiais de seu clube? Ou aquele que deixa de ir no aniversário da filha para ir ao estádio mas faz questão de um banheiro limpo? Que solidez pode ter um argumento que se baseia nos extremos e esquece a maioria?

Depois de ter começado mal, caro Leifert, as coisas se tornam ainda piores com sua afirmação de que quem sustenta o clube é o que você chamou de “modinha”. O que você esquece é que se hoje existem, por exemplo, os tais “modinhas” indo à Arena Corinthians – você prefere falar Arena do que Itaquerão, certo? –, isso se deve aos fiéis corintianos que se multiplicaram nos anos 50, 60 e 70, quando o time não ganhava nada e quem estava “na moda” era o Santos de Pelé. Foram os corintianos que sofreram 23 anos sem comemorar um título que sustentaram simbolicamente a grandeza do clube para que, hoje, os que você chamou de “modinhas” queiram gastar dinheiro para comprar uma camisa onde se lê “Bando de Loucos”. Sem os fiéis não há os “modinhas”.

Para comprovar seu argumento de que são os “modinhas” que sustentam os clubes, você nos diz que é só olhar o Barcelona para constatar que só há turistas nos Camp Nou. Caro Leifert, não sei se você deveria ter mais vergonha de fazer uma afirmação dessas ou de acreditar, como transparece em sua coluna, que foram os smartphones e seus usuários que levaram a civilização aos estádios. É inegável que desde Ronaldinho Gaúcho e principalmente por causa do Messi o Barcelona tornou-se um clube admirado em todos os continentes. No entanto, não precisa ser um cientista social para compreender o quanto o ato de torcer para o Barcelona significa na construção da identidade catalã. Você diz que o Camp Nou está sempre lotado com 100 mil turistas e eu te pergunto: será que são mesmo turistas os que sempre gritam pela independência da Catalunha aos 17min14s de cada jogo, em referência ao ano de 1714, um marco na história do movimento separatista? Não faz muito tempo o Barcelona foi multado por seus torcedores terem vaiado o hino espanhol no Camp Nou. Seriam esses turistas?

Por fim, até porque já me alonguei bastante, gostaria de lhe dizer que, diferente do que você pensa, ninguém precisa ser ensinado a torcer pelo marketing do clube. Não existe modo certo ou errado de torcer, e a graça, caro Leifert, é justamente essa. Aprendemos a torcer vivendo, e não lendo um manual, muito menos um manual escrito por um profissional de marketing com os mesmos argumentos que os que você possui.

Nos mesmos minutos em que meu time jogava a final de um campeonato, eu fazia prova de vestibular para cursar Jornalismo e realizar meu sonho de trabalhar com esportes. Poucos sabem o que é tentar fazer uma prova com a cabeça no Maracanã. Os fogos pipocavam fora da sala. Seriam os torcedores do meu time comemorando ou os rivais debochando? E não é que um espírito de porco apareceu na porta da sala para avisar que os adversários tinham aberto o placar? O mais cruel de tudo foi que enquanto todo mundo bradava ser impossível conseguir comprar um ingresso para o Maracanã, um amigo meu havia sido sorteado com três e me oferecera um de graça. A prova não me deixou ir.


Faltavam dez questões de umas 90 quando eu resolvi “chutar o balde”, “chutar as questões” e correr para o bar mais próximo. Cheguei à frente da televisão ainda meio sem norte e perguntando como estava o panorama. O resultado parcial de empate não era favorável, mas o gol, que acabaria por ser o do título, não tardou a sair. Quando vi a bola tocando na rede saí pulando e movendo partes do corpo que eu nem sabia que se moviam. Acho que eu gritava também, não lembro. Também não lembro se distribuí alguns abraços. Mas lembro que depois de muito saltar, sentei no meio-fio e chorei pela primeira vez com o meu clube. Aqueles segundos de pulos, gritos (?), abraços (?) e choro, caro Leifert, não se ensinam. Eles não são “business”...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PRÊMIO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2015



FUTEBOLA DE OURO: Renato Augusto (Corinthians)
FUTEBOLA DE PRATA: Jadson (Corinthians)
FUTEBOLA DE BRONZE: Elias (Corinthians)

SELEÇÃO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2015

GOLEIRO – Cássio (Corinthians)
Seria um exagero dizer que Cássio agarrou em 2015 a mesma monstruosidade que havia agarrado em 2012. No entanto, mais seguro e experiente do que nunca, Cássio passou muita confiança aos seus companheiros e tem uma enorme parcela não apenas no fato de o Corinthians ter acabado a competição como a defesa menos vazada, mas na própria conquista do título. A volta à Seleção Brasileira é uma recompensa merecidíssima pelo grande campeonato feito por Cássio.

LATERAL-DIREITO – Fagner (Corinthians)
Uma contusão na reta final fez com que Fagner jogasse apenas 26 partidas no Brasileiro de 2015, muito menos, por exemplo, do que as 35 que havia jogado em 2014. A questão é que, mesmo assim, nenhum lateral no Brasil foi tão completo e eficiente como o corintiano. Mesclando posicionamento defensivo e poder de marcação com bom passe e potência para apoiar pelo flanco, Fagner é capaz de atacar sem deixar buracos e de defender sem deixar de ser opção na frente. E isso tudo ele mostrou no Brasileirão de 2015.

ZAGUEIRO – Gil (Corinthians)
Gil é, de longe, o melhor zagueiro do futebol brasileiro. E não é de hoje, basta ver que esta é a terceira aparição seguida de Gil na Seleção FUTEBOLA. Duro sem ser faltoso (comete uma média de menos de uma infração por partida), vigoroso sem ser lento, sólido pelo alto e firme por baixo, o zagueiro ainda prima por uma regularidade invejável – dos últimos 114 jogos do Corinthians em Brasileiros, Gil esteve em campo em 104. Já passou da hora de ganhar oportunidades como titular da Seleção Brasileira.

ZAGUEIRO – Jemerson (Atlético Mineiro)
Assim como Gil, Jemerson também é quarto-zagueiro. No entanto, como seria um crime inafiançável deixar qualquer um dos dois fora da Seleção FUTEBOLA, o corintiano, mais experiente, foi deslocado para beque-central para que o atleticano pudesse esbanjar toda sua potência em sua posição. Aos 23 anos, Jemerson ainda precisa receber um acabamento final, algo que deve ser visto positivamente, pois, mesmo sem estar pronto, é um zagueiraço pelo alto e um zagueirão por baixo. E ainda arruma tempo para subir ao ataque e fazer uns golzinhos.

LATERAL-ESQUERDO – Douglas Santos (Atlético Mineiro)
Em um campeonato no qual os laterais-esquerdo que mais se destacaram foram os jovens (como o santista Zeca e o flamenguista Jorge), nenhum foi tão constante como o atleticano Douglas Santos. Do início ao fim da competição, Douglas Santos mostrou um futebol sério de muita velocidade para atacar, disposição para marcar e sobriedade para passar. Uma contratação certeira do Galo que tem tudo para figurar entre os melhores da posição por anos a fio.

VOLANTE – Rafael Carioca (Atlético Mineiro)
Nos melhores momentos do Atlético Mineiro no campeonato, impressionou a capacidade do volante Rafael Carioca para distribuir passes, fazer circular a redonda e iniciar tramas ofensivas de seu próprio campo. Não à toa foi o jogador que mais acertou passes em todo o campeonato (sem sequer se aproximar da lista dos que mais erraram). E em sua fase mais confiante, o volante ainda aparecia no ataque para arriscar chutes longos. A prova – mais uma – de que volante bom é volante bom de bola.

VOLANTE – Elias (Corinthians) – PRÊMIO FUTEBOLA DE BRONZE
As merecidas convocações para a Seleção Brasileira (misturadas à incompetência dos que organizam o calendário) permitiram que Elias jogasse apenas 24 partidas neste Brasileirão. E foi mais do que o suficiente para que o volante corintiano mostrasse seu futebol intenso, vertical e letal. Não existe sequer uma equipe no Brasil taticamente capaz de bloquear as investidas avassaladoras de Elias, que com cinco gols e sete assistências (números assombrosos para um volante) foi um dos protagonistas da conquista corintiana.

VOLANTE – Renato Augusto (Corinthians) – PRÊMIO FUTEBOLA DE OURO
Renato Augusto de volante? Isso mesmo, foi como um volante pela esquerda que Renato Augusto esbanjou todo o repertório que lhe consagrou como o melhor jogador do Brasileirão de 2015. Mesclando passes curtos certeiros com inteligência tática, Renato Augusto se movimentou pela faixa central, investiu pelos flancos, adentrou a área rival, passou curto, passou longo... Em síntense: ditou o ritmo do Corinthians e comandou tecnicamente aquela que foi incontestavelmente a melhor equipe do Brasileirão. O bom retorno à Seleção Brasileira tem tudo para se solidificar.

MEIA – Jadson (Corinthians) – PRÊMIO FUTEBOLA DE PRATA
Os números são de grande valia para se entender como Jadson chegou ao posto de segundo melhor jogador do Brasileirão. Dos 71 gols corintianos no Brasileiro, 25 saíram se seus pés – foram 13 gols e 12 assistências. E não é só. Some-se a isso o fato de o meia terminar o torneio entre os top 6 das seguintes estatísticas: assistências (1º colocado), passes para finalização (1º), cruzamentos certos (2º), gols marcados (3º), passes certos (5º) e finalizações certas (6º). Sem dúvidas Jadson foi o grande responsável pelo Timão ter tido o melhor ataque do torneio.

 ATACANTE – Luan (Grêmio)
Se o Vasco tivesse conseguido a façanha de escapar da degola, o meia cruz-maltino Nenê poderia estar presente na Seleção FUTEBOLA. Se a comissão técnica do Santos não tivesse sido incompetente a ponto de adotar a preguiçosa estratégia de poupar todo o time na reta final do Brasileiro, o meia praiano Lucas Lima poderia estar presente na Seleção FUTEBOLA. Porém, o ágil, impetuoso, inteligente e dinâmico gremista Luan não tem nada a ver com o erro dos outros, e com atuações ainda melhores do que as do ótimo ano de 2014 merece estar presente no melhor onze do Brasileirão.

ATACANTE – Ricardo Oliveira (Santos)
Um bom homem de área é capaz de transformar as melhores qualidades de seus companheiros em gols. Foi exatamente isso que fez Ricardo Oliveira nos grandes momentos que o Santos viveu no Brasileirão, quando recebeu de peito aberto a categoria de Lucas Lima, a impetuosidade de Gabigol e a agilidade de Marquinhos Gabriel e converteu tudo isso em bola na rede. No total foram 20 gols, números que garantiram a artilharia do torneio, seu retorno à Seleção Brasileira e sua vaga na Seleção FUTEBOLA.

TÉCNICO – Tite (Corinthians)
Tite merece elogios pela montagem tática do grande campeão brasileiro de 2015, mas o maior mérito do treinador corintiano foi o de fazer sua render tecnicamente o melhor que poderia por um tempo longo o bastante para garantir o caneco com sobras. Cássio voltou a ostentar uma segurança que não tinha há três anos. Gil e Fagner mantiveram a impressionante regularidade dos últimos torneios. Os jovens Felipe, Guilherme Arana e Malcom amadureceram uma década em 2015. Ralf e Vagner Love ressuscitaram. Elias, Jadson e Renato Augusto jogaram bem próximo do muito que sabem. Tite foi grande por extrair toda a técnica que seus comandados poderiam dar no momento.



domingo, 6 de dezembro de 2015

CAMPEONATO BRASILEIRO 2015 – 38ª RODADA – CORITIBA X VASCO


Coritiba 0 x 0 Vasco – Couto Pereira, Curitiba (PR)

Vasco não supera Coritiba (e de nada adiantaria superar) e retorna à Segundona do Brasileirão um ano após o acesso.

Pode parecer estranho, mas a vitória do Coritiba na última rodada, diante dos reservas do Palmeiras, de certa forma tornou a vida do Vasco um pouco mais fácil no Couto Pereira. Já sem a necessidade de vencer a qualquer custo, o Coritiba entrou em campo sem a faca entre os dentes e deixou que o Vasco decidisse qual deveria ser o ritmo do confronto. E o que decidiu o Vasco? Pois bem, receoso em repetir a postura dos seus últimos jogos, quando iniciou de forma intensa e cansou em demasia na etapa final, o Cruz-Maltino não se lançou ao ataque desde cedo.

Desta forma, com um Coritiba sem a mínima vontade de se envolver em um jogo quente e um Vasco guardando gasolina para não deixar o carro morrer no meio da estrada, o primeiro tempo foi escasso em chances de gols. Fora uma escapada do alvinegro Nenê bem neutralizada pelo goleiro Wilson e um arremate torto do alviverde Henrique, os torcedores, de ambos os lados, passaram os primeiros 45 minutos mais preocupados com o que faziam Avaí e Figueirense do que com o que se desenrolava no Couto Pereira.

Veio a segunda etapa e o Vasco realmente voltou mais ligado e adiantado, encurralando o Coritiba em seu próprio campo. A questão foi que sem a precisão nos passes de Andrezinho, suspenso, e com Nenê surpreendentemente cometendo erros em sequência, os cruz-maltinos não conseguiam superar nem o gramado molhado nem a retaguarda alviverde. E para piorar, o Figueirense vencia o Fluminense, resultado que, por si só, degolaria o Vasco.

Aos 22, o espigado Leandrão entrou no lugar do volante Bruno Gallo, mas a limitação técnica vascaína era tamanha que o time não conseguia sequer alçar a bola na área curitibana. E foi num cenário de chutão para cá e chutão para lá que, logo depois da expulsão de Jorge Henrique por chutar água em um gandula, chegou o apito final para decretar o empate sem gols e mais um rebaixamento na história vascaína. O terceiro desde 2008. A história do Gigante da Colina nunca esteve tão manchada...

Coritiba: Wilson; Leandro Silva, Walisson Maia, Juninho e Carlinhos; Luís Cáceres (Ícaro), Alan Santos (Rafael Marques), Negueba e Juan (Thiago Lopes); Kléber e Henrique Almeida. Técnico: Pachquinho.

Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Diguinho (Mateus Vital), Serginho, Bruno Gallo (Leandrão) e Nenê; Jorge Henrique e Riascos (Rafael Silva). Técnico: Jorginho.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

COPA DO BRASIL 2015 – FINAL – PALMEIRAS X SANTOS


Palmeiras 2 (4) x (3) 1 Santos – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Em decisão de alta voltagem, Palmeiras bate Santos no tempo normal e nos pênaltis e conquista a Copa do Brasil pela terceira vez em sua história.

Com apenas 11 míseros segundos Gabriel Jesus recebeu de Lucas Barrios e desperdiçou uma chance incrível de fazer o pulsante Allianz Parque tremer ainda mais. Chutão na bola para cá, chutão na bola para lá, falta daqui, falta acolá e, aos 7, o santista Victor Ferraz mandou na trave a oportunidade de esfriar a turbilhonante torcida alviverde.

O passar do tempo fez com que o número de faltas diminuísse – foram 10 apenas nos primeiros 15 minutos – e o equilíbrio inicial desse lugar à pressão palmeirense. Comandado por um Barrios inteligente tanto para fazer o pivô como para se posicionar entre os defensores, o Palmeiras viveu seus melhores momentos na partida entre os minutos 15 e 35, período em que Dudu esteve perto de marcar por duas vezes e Barrios só não o fez porque Vanderlei salvou sua cabeçada de forma magnífica.

A etapa inicial terminou com o Palmeiras perdendo potência e um exagero de bolas rifadas por ambos os lados. Indiscutivelmente a partida se mostrava mais tensa e pegada do que bem jogada. No entanto, aos 11 minutos do segundo tempo, veio o lance mais refinado do embate. E que lance! De Robinho para Barrios para Robinho para Dudu para o fundo das redes. Um a zero Palmeiras.

Ato contínuo o Alviverde se posicionou para aproveitar os contra-ataques e deixou com os santistas a obrigação de tomar a iniciativa ofensiva. Porém, depois de mais de uma hora preferindo fazer cera e dar chutões para frente ao invés de explorar a categoria de seus avantes, o Santos não conseguiu se concentrar para trabalhar a redonda e tramar ofensivamente. E para piorar a vida praiana, Dudu, aos 39, voltou às redes após assistência de cabeça de Vitor Hugo.

A mesma bola parada que iniciou o tento que poderia dar o caneco aos palmeirenses originou o lance que o santista Ricardo Oliveira, aos 42, concluiu em gol para deixar o placar em 2 a 1 e mandar a decisão para os pênaltis. Aí, brilhou o goleiro palmeirense Fernando Prass, que converteu a última cobrança e garantiu a terceira Copa do Brasil da história alviverde.

Palmeiras: Fernando Prass; João Pedro (Lucas Taylor), Jackson, Vitor Hugo e Zé Roberto; Arouca e Matheus Sales; Robinho, Dudu e Gabriel Jesus (Rafael Marques); Barrios (Cristaldo). Técnico: Marcelo Oliveira.

Santos: Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz (Werley), Gustavo Henrique e Zeca; Renato e Thiago Maia (Paulo Gustavo); Gabriel (Geuvânio), Lucas Lima e Marquinhos Gabriel; Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior.