segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

INTERINOS E PODEROSOS


Seria cômico se não fosse trágico. Dos dez clubes melhores colocados do último Campeonato Brasileiro, sete começarão 2014 com um técnico diferente. Em alguns casos a decisão de mudança partiu dos próprios clubes. Em outros, dos treinadores. E em ambos podemos confirmar que continuidade é uma palavra que não tem muito valor no nosso futebol.

Grêmio e Atlético Paranaense, segundo e terceiro colocados, decidiram não contar mais com os trabalhos de Renato Gaúcho e Vagner Mancini. Nos dois casos, pelo menos aparentemente, nada de grave ocorreu nos bastidores que possa ter superado os bons resultados, pois tanto Renato como Mancini exalaram elogios e agradecimentos nas declarações sobre suas respectivas saídas. O Santos (sétimo), por sua vez, já parecia haver demitido Claudinei Oliveira há séculos.

Osvaldo de Oliveira acredita que terá neste mesmo Santos melhores condições para realizar seu trabalho em 2014 do que no Botafogo (quarto). Enderson Moreira viu na troca do Goiás (sexto) por Grêmio um grande salto na carreira. Cuca deixou o Atlético Mineiro (oitavo) para encher os cofres na China. De todos os casos, o mais emblemático é o de Tite. Idolatrado pelos torcedores, adorado pelos jogadores e respeitado pelos diretores, por que diabos Tite saiu do Corinthians?

Diante deste troca-troca ensandecido, é possível observar uma enorme contradição: os treinadores são, simultaneamente, poderosos e descartáveis. Ao mesmo tempo em que recebem salários astronômicos e possuem mais poderes do que deveriam para montar elencos e apontar diretrizes táticas, técnicas, físicas e psicológicas (lembrando que é comum a comissão técnica ser escolhida pelo próprio técnico), os treinadores não têm ideia de como será o amanhã. São todos interinos, mas interinos com autoridade.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

BATENDO BAFO - ROMÊNIA 1990



 


A chamada Era de Ouro da Seleção Romena se deu nos anos 90, quando, liderada pelo cracaço Gheorghe Hagi, ela participou de todas as três edições da Copa do Mundo desta década. Não só participou como sempre conseguiu avançar até a fase mata-mata. No “BATENDO BAFO” de hoje, os amigos podem ver as figurinhas da Romênia no Mundial de 1990, que marcou o início desta fase áurea.

Como não poderia deixar de ser, os grandes protagonistas da equipe – Hagi, Lacatus, Balint, Iovan, Lung – jogavam pelo Steaua Bucareste, equipe que na segunda metade dos anos 80 se colocou como uma das mais poderosas do Velho Continente, tendo um retrospecto glorioso na Taça dos Campeões da Europa: Campeão em 1986, Semifinalista em 1988 e Vice em 1989. Nos torneios nacionais, o Steaua venceu cinco vezes o Campeonato Romeno e três vezes a Copa da Romênia entre 1984 e 1989.


Na Copa do Mundo de 1990, a Romênia caiu naquele que se mostrou um grupo dificílimo, com o surpreendente Camarões de Roger Milla, a Argentina de Maradona, então detentora do título Mundial, e a sempre forte União Soviética. Com uma vitória sobre os soviéticos, uma derrota diante dos camaroneses e um empate com os argentinos, os romenos avançaram para as oitavas de final, quando acabaram eliminados pela Irlanda na disputa por pênaltis.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL!!!













O FUTEBOLA deseja a todos os amigos um Natal de muita paz, alegria e, claro, futebol.

sábado, 21 de dezembro de 2013

MUNDIAL DE CLUBES 2013 - MAIS SOBRE O QUE O ATLÉTICO MINEIRO FEZ DE MENOS...


Poderia escrever exclusivamente sobre a relaxada (no sentido positivo e negativo da palavra) vitória do Bayern de Munique sobre o Raja Casablanca, que rendeu ao clube bávaro seu terceiro título Mundial. Porém, não sou permitido pela pífia apresentação atleticana na semifinal – assim como também foi fúnebre a atuação nos 3 a 2 diante do Guanghzou, que valeu a terceira colocação. Falar mais do Atlético ainda é necessário.

Por motivos técnicos (qualidade no passe), físicos (intensidade), psicológicos (paciência e atenção) e táticos (dinâmica e movimentação), o Atlético Mineiro de hoje não seria capaz de atacar o Raja Casablanca da forma que o Bayern atacou na primeira etapa da final, quando os alemães encaminharam bem o título ao fazer o placar final de 2 a 0. O Atlético seria capaz, sim, de marcar por pressão como o Bayern marcou. E através desta marcação, não deixaria os marroquinos das arquibancadas se empolgarem e os do campo colocarem as manguinhas de fora.

Repito: o Atlético do Cuca não teria condições de atacar da mesma forma que o Bayern de Guardiola. No entanto, com marcação avançada e roubadas de bola no campo do oponente, o Galo conseguiria ser dominante de sua própria forma. Ronaldinho teria espaços para descobrir ainda mais espaços, Diego Tardelli teria mais oportunidades para finalizar, Jô teria bolas mais redondas para transformá-las em gols, Réver e Leonardo Silva teriam mais escanteios a favor para meter a cabeça...


Assim como diante do Bayern de Munique, o Raja Casablanca não entrou em campo contra o Atlético confiante na vitória. Podia até sonhar com ela, mas não tinha confiança de que poderia superar o time do ídolo Ronaldinho. A grande diferença da final para a semifinal foi que o Bayern, marcando lá em cima, não deu oportunidade para o Raja ganhar confiança. O Atlético, por sua vez, deixou o anfitrião se encher de crença no próprio taco, e, com isso, escutou, na última quarta-feira, um dos apitos finais mais doloridos de sua história. 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

NOMES DOS ESTÁDIOS - ESTÁDIO DA GÁVEA


Presidente do Flamengo entre 1933 e 1938, José Bastos Padilha é considerado um dos maiores responsáveis pelo crescimento da popularidade do clube, hoje autointitulado “O Mais Querido do Brasil”. Aquela que talvez tenha sido a principal medida neste sentido foi contratar o “Maravilha Negra” Fausto, o “Diamante Negro” Leônidas da Silva e o “Divino Mestre” Domingos da Guia, que além de craques do mais elevado quilate eram os jogadores negros mais famosos do país numa época em que o futebol se tornava mais popular dia após dia. Padilha também foi um dos mais atuantes na construção da sede da Gávea, que, entre muitas instalações, conta com um estádio de futebol, o popularmente chamado Estádio da Gávea. Inaugurado em 1938 palco do lendário Fla-Flu da Lagoa, em 1941, o estádio tem como nome oficial Estádio José Bastos Padilha, uma homenagem ao empresário que se tornou um dos mais marcantes Presidentes da história do Rubro-Negro.  

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

MUNDIAL DE CLUBES 2013 - NÃO PODIA TER JOGADO ESSA BOLINHA...


Para os jogadores brasileiros, ser Campeão Mundial de Clubes só é menos importante do que ser Campeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira. Para os torcedores, a glória clubística é ainda maior que a canarinho. Daí ser compreensível o desconforto que o Atlético Mineiro apresentou diante do Raja Casablanca, um desconforto que ainda foi potencializado pelo fato de ser a estreia no torneio e de o clube não disputar uma partida a sério desde a final da Libertadores, em julho. Tal desconforto, porém, não ameniza as críticas que o Atlético merece por ter jogado um futebol tão medíocre na derrota para o Raja Casablanca por 3 a 1.

Em 90 minutos mais acréscimos, o Galo apresentou apenas cinco minutos de Ronaldinho – autor de um belíssimo gol de falta, seguido por uma jogada tão linda quanto inofensiva, no meio-campo – e duas oportunidades que o Jô não foi capaz de empurrar para o fundo das redes. Fora isso, a atuação ofensiva do Atlético foi de uma pobreza franciscana.

Não apostou nem nos lançamentos nem na bola de pé em pé, não marcou pressão nem contra-atacou, não foi dominante pelos flancos nem pela meiúca, não driblou, não tabelou, não arrematou... Sequer testou as luvas do goleiro Askri, herói da vitória diante do Monterrey. O deserto ofensivo foi tão grande que nem mesmo alçar bolas na área para Jô, Réver e Leonardo Silva o Atlético conseguiu.

Para piorar, soma-se à tamanha fraqueza ofensiva uma postura defensiva que não passou segurança em momento algum. Os meias abertos Moutaouali e Hafidi e, principalmente, o atacante Iajour, fizeram o diabo na retaguarda alvinegra com muita velocidade e bola no chão. Assustador como, mesmo com um excesso de conservadorismo e sem se lançar ao ataque na busca por exercer uma pressão, o Atlético deixou buracos atrás.

É claro, lógico e evidente que perder faz parte do jogo, assim como também foi cristalina a superioridade do Raja Casablanca, que merece todos os aplausos pelo que já conquistou até o momento no Mundial. No entanto, após quase cinco meses de preparação, o Atlético Mineiro tinha a obrigação de apresentar um futebol de melhor nível técnico e tático no Marrocos. Podia até perder, mas não com essa bolinha tão pequenininha...


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

MUNDIAL DE CLUBES 2013 - PRESSÃO!


A inimizade entre futebol e lógica e a ainda recente façanha do Mazembe não nos permitem colocar o Atlético Mineiro na decisão do Mundial de Clubes antes do apito final do duelo contra o Raja Casablanca. Vamos papear, então, sobre o melhor caminho para que este apito final não traga nenhuma surpresa desagradável ao Galo Mineiro.

Sem mistérios e indo direto ao ponto, adotar uma marcação por pressão intensa tornaria a vida dos atleticanos bem mais fácil diante dos anfitriões do Mundial. Todos os pontos fortes que o Raja Casablanca apresentou nas duas vitórias conquistadas neste Mundial – contra os neozelandeses do Auckland City e os mexicanos do Monterrey, ambas por 2 a 1 – virariam cinzas diante de uma marcação adiantada por parte dos mineiros. Se não, vejamos.

O Raja Casablanca possui apreço pela posse de bola. Tanto nas saídas de jogo quanto na criação das tramas de ataque, a aposta é na troca de passes. O capitão Moutouali, que joga aberto pela direita no esquema 4-4-1-1, e Chtibi, o ponta-de-lança, são os marroquinos com maior qualidade técnica da equipe.

Uma marcação pressão atleticana dificultaria que a bola chegasse a estes dois e, o que é ainda melhor, a deixaria mais tempo com os jogadores defensivos, de enorme limitação técnica – que nos diga a trombada à la Trapalhões dos zagueiros Benlemaalem e Oulhaj, que resultou no gol do Auckland City, e os enormes espaços que o Monterrey encontrou e não soube aproveitar.

O grande benefício que uma marcação por pressão traria ao Atlético, entretanto, seria esfriar o ímpeto da torcida local. No embate contra o Monterrey, os marroquinos lutaram com unhas e dentes por cada bola e demonstram uma entrega que dificilmente seria possível sem a energia emanada pelas arquibancadas. Sufocar o Raja Casablanca desde o primeiro giro do relógio será essencial para não deixá-lo ganhar confiança.


Com Marcos Rocha, Fernandinho, Diego Tardelli, Ronaldinho e Jô, é inegável que o Galo tem uma baita força ofensiva. Porém, o caminho para uma classificação tranquila à decisão do Mundial passa, também, pelo que estes serão capazes de fazer sem a redonda em seus pés.