quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS
















Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.

Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani

UMA IMAGEM
















“Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível!” Descanse em paz, Joelmir Beting, o criador do “gol de placa”.

COPA SUL-AMERICANA 2012 - SEMI FINAL - SÃO PAULO X UNIVERSIDAD CATÓLICA


São Paulo 0 x 0 Universidad Catolica (CHI) – Morumbi, São Paulo (SP)

São Paulo cria duas mãos cheias de oportunidades de gols e, mesmo sem balançar as redes da Universidad Católica, garante a inédita vaga na decisão da Copa Sul-Americana.

Escalado pelo Ney Franco com um onze inicial que o torcedor já conhece até de trás para frente, o São Paulo foi para o confronto organizado no 4-2-3-1 com: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Tolói, Rhodolfo e Cortêz; Denílson e Wellington; Lucas, Jádson e Osvaldo; Luís Fabiano. Sonhando repetir o feito da Universidad de Chile, Campeão da Copa Sul-Americana no ano passado, a Universidad Católica precisava vencer ou empatar com mais de um gol. Para tal, o técnico Martín Lasarte montou o time no 4-1-4-1 com: Toselli; Álvarez, Andía, Martínez e Parot; Costa; Ríos, Peralta, Silva e Cordero; Castillo.

Se por desconhecimento ou lapso de memória algum espectador não soubesse que o empate mudo classificava o São Paulo – o jogo de ida, no Chile, terminou em 1 a 1 – seria impossível perceber a vantagem tricolor pelo que ambos os times fizeram durante os 90 minutos. O cenário do embate foi o de um São Paulo que tentava e conseguia penetrar na retaguarda adversária a todo o momento, enquanto a Universidad Católica apenas fazia das tripas o coração para se salvar.

Na 1ª etapa, comandado pelo infernal Lucas, que só era parado pelas inchadadas chilenas, o Sampa fez o diabo e só não abriu o placar porque ou pecou nas finalizações ou esbarrou no goleiro Toselli. O arqueiro chileno salvou desde bola parada do Rogério Ceni até finalizações na área de Luís Fabiano, Jádson e Osvaldo. A única diferença após o intervalo foi a troca de lado dos times, pois o Tricolor continuou mais perigoso e a Universidad desesperada, como espelha os três cartões amarelos recebidos em menos de 20 minutos, dois deles por entradas nada diplomáticas no serelepe Osvaldo. Contudo, a pontaria são-paulina não estava em dia, e nem mesmo o “Fabuloso” foi capaz de superar Toselli, o único nome digno de nota nos visitantes, que só tentaram algo perto de uma ação ofensiva nos cinco minutos finais. Muito pouco, ou melhor, nada para quem precisava levantar o véu da noiva no mínimo uma vez.

Com a classificação para a finalíssima, o São Paulo, assim como na goleada sobre a outra Universidad, a de Chile, nas quartas de final, prova que existe outra maneira para se jogar com o regulamento debaixo do braço sem ser o recuou excessivo e a espera do caminhar do relógio. Daquela vez os gols saíram em profusão e o placar final foi de cinco a zero. Desta, apesar de quase uma dezena de “melhores momentos”, não.   

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

GUARDIOLA NA SELEÇÃO BRASILEIRA X PENSAMENTO RETRÓGRADO

A escolha de Pep Guardiola para comandar a Seleção Brasileira no Mundial em que será mandante, assim como a de Abel Braga, Felipão, Muricy Ramalho, Paulo Autuori, Tite ou Vanderlei Luxemburgo, tem suas vantagens e desvantagens. Porém, encarar a nacionalidade de Guardiola como um contra é voltar ao lado mais segregador dos primórdios do futebol.

Quando o esporte bretão ainda engatinhava em terras tupiniquins, existiam clubes como o Rio Cricket e o São Paulo Athletic Club, que eram verdadeiras colônias inglesas. O Rio Cricket, por exemplo, não contou com sequer um brasileiro desde sua fundação até sua extinção. Bradar que Guardiola não pode treinar a Seleção Brasileira porque é espanhol – ou catalão, está cada dia mais difícil saber – é um golpe em tudo o que o futebol brasileiro caminhou até se tornar um esporte de todos e para todos. E uma forma agressiva de ignorar o que nomes como o uruguaio Ondino Viera, o húngaro Bella Gutman, o argentino Filpo Nuñez e outros grandes treinadores fizeram pela consolidação da forma brasileira de jogar futebol.

Qual seria a coerência em idolatrar Carlitos Tévez, Petkovic e Darío Conca, só para citar craques que recentemente foram proclamados os melhores jogadores do nosso principal torneio nacional, e, por outro lado, não aceitar que um estrangeiro treine a Amarelinha? Ainda mais se lembrarmos que este estrangeiro foi um dos principais pilares de um esquadrão que jogou, e ainda joga, um futebol que encanta grande parte da torcida brasileira. Encanta e massageia as suas melhores lembranças.

O pior da rejeição a um treinador estrangeiro é constatar que uma já longínqua – vivemos uma era onde dois anos é uma eternidade – entrevista do Andrade, ídolo e ex-treinador do Flamengo, pode ser consistente. Em dezembro de 2010, Andrade, Campeão Brasileiro um ano antes, com todos os méritos de quem foi essencial para a conquista, buscava nas suas cor e raça a explicação para estar desempregado desde abril. Negar Guardiola por suas origens é fortalecer a tese de Andrade, pois xenofobia e preconceito racial caminham lado a lado.

É claro que as cabeças que comandam o nosso futebol – infelizmente estas não nos passam muita confiança e segurança – devem colocar na mesa todas as possibilidades da contratação de Guardiola. Um vitorioso nato que possui experiências apenas em instruir um mesmo grupo. Um dos mentores de um estilo que abalou as estruturas táticas atuais, mas que não teria tempo hábil para o implantar numa equipe que se encontra apenas algumas horas por mês. Um sedento por treinar o maior símbolo do futebol mundial sem nunca ter visto in loco uma partida do Campeonato Brasileiro.

Não são poucas as análises para serem levadas em consideração antes de incluir Guardiola em um dos momentos mais importantes da história da Seleção Brasileira. Sua nacionalidade, porém, não é e nem pode ser uma destas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

OLHO TÁTICO - PREMIER LEAGUE 2012/2013 - MANCHESTER CITY













Focado no Nacional depois do adeus à UEFA Champions League, Manchester City visita o Chelsea – que está a um fio de também ser eliminado no principal torneio de clubes da Europa – e, apesar de mais seguro atrás e criativo na frente, não passa de um empate mudo. Com o resultado, a 13ª rodada termina com os “Citzens” ainda invictos, mas um pontinho atrás do rival Manchester United, líder da Premier League com 30 pontos.

Organizado no cada dia menos comum 4-2-2-2, o Manchester City foi o dono das ações ofensivas durante todo o embate. Não que Peter Cech tenha realizado defesas magníficas ou o torcedor do Chelsea necessitado tomar remédios para pressão alta, mas, de fato, quem esteve mais perto de balançar as redes sempre foi o City. E até os minutos finais o desejo dos visitantes foi a vitória, basta observar que as duas alterações realizadas por Roberto Mancini foram no ataque: Dzeko e Agüero deram lugares a, respectivamente, Tévez e Balotelli. Contudo, faltou ser letal na zona decisiva para sair de Stamford Bridge com os três pontos.

Em termos ofensivos, duas movimentações chamaram a atenção na boa atuação dos atuais Campeões Ingleses. Desta feita como volante, ao lado de Barry, o marfinense Yayá Touré, não raro escalado como meia atacante por Mancini, foi importante ao realizar a “sanfona”. Em outras palavras, ao se aproximar dos defensores para arredondar a saída de bola e ao encostar nos avantes para participar das conclusões das tramas. Curioso como Yayá Touré se tornou um jogador mais dinâmico após sair do Barcelona, justamente a equipe que mais preza pela dinâmica ofensiva no futebol atual.

Quem também apresentou uma movimentação digna de destaque foram os meias David Silva e Milner. Diferente do que a prancheta pode sugerir, ambos não ficaram estagnados nos flancos do campo, como se fossem proibidos de aparecer pelo meio ou de, momentaneamente, inverterem posições, o que confundiu mais ainda a insegura defesa do Chelsea. E mais, quando o City não tinha a bola em seus pés, David Silva e Milner recuavam para formar com a dupla Touré/Barry uma linha de quatro. Linha esta que foi a responsável por anular o que o Chelsea tem hoje de melhor: a criatividade do trio formado por Mata, Oscar e Hazard.

Com o rival Manchester ainda a dividir suas atenções com a Champions League e o Chelsea mais perdido que cupim em metalúrgica, o Manchester City, pelo elenco, entrosamento e consistência que possui, pode conseguir uma arrancada nas próximas rodadas que o coloque no caminho certo na busca pelo inédito Bicampeonato Inglês.

domingo, 25 de novembro de 2012

CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 37ª RODADA – SPORT X FLUMINENSE








Sport 1 x 1 Fluminense – Ilha do Retiro, Recife (Pernambuco)

Fluzão e Sport fazem jogo eletrizante, mas empate complica vida dos pernambucanos na luta contra a degola e deixa o Tricolor com a necessidade de vencer na última rodada para se tornar a melhor campanha da era dos pontos corridos.

Para repetir a leonina atuação da vitória contra o Botafogo, no último fim de semana, o Sport foi a campo sem poder contar com o lateral-direito Cicinho e organizado pelo Sergio Guedes no 4-2-3-1 com: Saulo; Renato, Aílson, Diego Ivo e Reinaldo; Moacir e Tobi; Gilsinho, Hugo e Felipe Azevedo; Gilberto. O campeoníssimo Fluminense tinha a missão histórica de vencer para alcançar os 79 pontos, ultrapassar o São Paulo de 2006 e se tornar o maior pontuador do Brasileirão por pontos corridos. Para isso, Abel Braga esquematizou sua equipe no 4-3-1-2 com: Diego Cavalieri; Wallace, Digão, Leandro Euzébio e Carlinhos; Valencia, Jean e Edinho; Thiago Neves; Rafael Sóbis e Fred.

Com a autoridade de quem já tem o caneco em sua sala de troféus, o Fluminense ignorou a pressão da pulsante Ilha do Retiro, tomou para si o controle do jogo, alternou ataques velozes pelos lados com valorização da troca de passes e, aos 26 minutos, após escanteio cobrado por Sóbis, Fred – sempre ele! – estufou o barbante. Vendo a vaca pernambucana ir para o brejo, ainda mais com o gol da Portuguesa diante do Internacional, não restava opção aos rubro-negros a não ser partir para o ataque, tarefa que se tornou mais fácil com o já costumeiro recuo do Fluminense diante de um resultado positivo. Assim, quando o 1º tempo já agonizava, depois de Hugo ter duas boas chances para igualar, Felipe Azevedo o fez ao receber assistência de Gilberto na única bobeada do Leandro Euzébio, até então em excelente jornada.

O tento nos acréscimos da 1ª etapa prometia um Sport “na pressão” após o intervalo. Que nada. Novamente o Flu conseguiu diminuir o volume do adversário e criar as melhores tramas ofensivas, como uma cabeçada do Sóbis que Saulo defendeu milagrosamente e um gol do Fred bem anulado por um joelho de impedimento. Foi então que, aos 30 minutos, tudo mudou. Rubro-negros nas arquibancadas e no campo se encheram de ímpeto, força, garra e deram ao confronto quinze minutos finais de arrepiar. Henrique, Willians, Gilsinho e Felipe Azevedo alucinaram o duelo. Vieram chutes a tirar tinta da trave, defesas espetaculares – para variar – de Diego Cavalieri, Digão e Valencia salvando bolas sobre a linha quando os torcedores já arredondavam a boca para gritar “Goooooool”.

Tudo isso intercalado com contra-ataques do Flu, que tentava aproveitar os muitos espaços deixados pelo “possuído” Sport e podia, a qualquer momento, marcar o gol que decretaria, ali, o rebaixamento pernambucano. O gol decisivo não veio de nenhum dos lados, mas, mais uma vez, o Fluminense mostrou a lógica de ter estampado em sua camisa um plano de saúde. Ô time para deixar a pressão do espectador lá no alto!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

ELÓIGICO E SUAS LÓGICAS















Elóigico é um fanático torcedor do São Sebastião Futebol Clube que sempre coloca a paixão à frente da razão – como quase todos os torcedores, né? E quem fica perdida com tanto fanatismo de Elóigico é sua filha, Edinha, que mora junto com seu pai em uma simples casinha que vive futebol 24 horas por dia.


Desenho de Paulo Sales e roteiro de Diano Massarani