sábado, 9 de abril de 2011

NA VITÓRIA OU NA DERROTA, HOJE E SEMPRE GUARANI!


Há um século atrás, a literatura, a música e o futebol, três preciosas pérolas de nossa cultura, se uniram no nascimento de um dos mais importantes clubes do futebol brasileiro. Escrito em meados do século XIX por José de Alencar, o romance “O Guarani” inspiraria uma ópera homônima do compositor e maestro campineiro Carlos Gomes. Ópera esta que, no dia 2 de abril de 1911, seria homenageada e passaria a dar nome a um recém-fundado clube de futebol da cidade de Campinas, o Guarani Futebol Clube.

Hoje, o FUTEBOLA está aqui para parabenizar este símbolo do futebol brasileiro pelos seus 100 anos de vida. Amigos, não é nada fácil completar um século de vida, e durante tanto tempo seria impossível um clube não encontrar pedras pelo caminho. No caso do Guarani, a maior pedra foi encontrada recentemente e hoje o clube está distante da elite do futebol estadual e nacional. Para os que amam o esporte bretão, a atual situação do Bugre Campineiro entristece, porém não apaga os grandes feitos e conquistas do clube.

O Guarani só viria a se tornar personagem frequente na elite do futebol paulista a partir do final da década de 40, quando o presidente da Federação Paulista de Futebol, Roberto Gomes Pedrosa, implantou o profissionalismo no interior de São Paulo e criou a 2ª Divisão do Paulistão, que dava ao Campeão o direito de disputar a Primeirona – o Guarani conquistaria o seu acesso em 1949. No entanto, dois pontos se destacam e não podem deixar de ser lembrados sobre o período amador do Guarani. O primeiro deles remonta à 1927, quando, como convidado, o Guarani disputou seu primeiro Campeonato Paulista, organziado pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos), e terminou na 4ª colocação. Outra memória que deixa o torcedor alviverde feliz é a passagem do centroavante Zuza pelo clube na década de 40. Com invejável faro de gol, Zuza entrou para a galeria de ídolos do Guarani como maior artilheiro de sua história e também do clássico contra a Ponte Preta, o “Derby Campineiro”.

A partir da década de 70, o Guarani não só começaria a montar onzes de primeiro nível do futebol brasileiro como a revelar craques do maior dos quilates. No triênio 74/75/76, o Bugre conquistou o Tricampeonato do Interior de São Paulo, sendo que no último ano também conquistaria o 1º turno do Paulistão contando com com nomes que ficariam para sempre nas lembranças do torcedor. A escalação? Neneca; Miranda, Amaral, Nelson e Deodoro; Flamarion e Zenon; Davi, Renato, Andre Catimba e Ziza. Dois anos mais tarde, em 1978, o Guarani escreveria de vez o seu nome nos anais do futebol nacional ao conquistar o Campeonato Brasileiro. Vale – e muito! – ressaltar que até hoje o Guarani é o único clube do interior a ter conquistado um Brasileirão. Além de possuir valiosos nomes que já vinham desde a grande campanha de 1976, como o goleirão Neneca, o lateral Miranda e os cracaços Zenon e Renato, a Seleção Alviverde de 1978 ainda cotava com dois gênios do futebol brasileiro: o dono do meio-campo Zé Carlos e o garoto Careca, que com apenas 17 anos já mostrava aquele futebol que o tranformaria em um dos maiores atacantes do planeta bola. Completando o Esquadrão Bugrino comandado pelo treinador Carlos Alberto Silva estavam os defensores Mauro, Gomes e Edson e os avantes Capitão e Bozó.

Após levantar o caneco nacional em 1978, o Guarani continuou brindando o amante do futebol com grandes equipes. Em 1982, liderados pela dupla Careca / Jorge Mendonça, o Alviverde Campineiro terminou o Brasileirão em 3º lugar. Quatro anos mais tarde, em 1986, com uma equipe maravilhosa que tinha Ricardo Rocha, Marco Antônio Boiadeiro, Evair e João Paulo, o Bugre chegaria a final do Brasileiro, perdendo a decisão – vejam que ironia – para o São Paulo de Careca. No ano de 1988, este timaço ganharia o reforço do talentosíssimo meia Neto e alcançaria outro vice-campeonato, desta vez o do Paulistão. Já em 1994, novamente sob a batuta de Carlos Alberto Silva, seria a vez de Amoroso e Luizão encantarem o país e o Guarani terminar o Brasileiro na 3ª colocação.

Não são poucos os torcedores por todo o Brasil que sentem falta de ver o Brinco de Ouro lotado e grandes craques vestindo o tradicional manto alviverde do Guarani Futebol Clube. Eu sou um destes, e continuarei torcendo para ver o Bugre de volta para o seu lugar, que é ao lado dos gigantes do nosso futebol.

PARABÉNS, GUARANI!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Se existe algo melhor do que ler uma boa história de futebol, esta é ler uma boa história de futebol escrita por João Saldanha. Magnífico livro que não pode faltar nas prateleiras de quem ama o futebol.



Os Subterrâneos do Futebol

Autor: João Saldanha

Editora: Livraria José Olympio

quinta-feira, 7 de abril de 2011

COPA LIBERTADORES 2011 - FASE DE GRUPOS

Nacional 2 x 0 Fluminense – Estádio Centenário, Montevidéu (URU)


Complicou de vez! Depois de ter realizado um bom 1º tempo no Centenário de Montevidéu, o Fluminense retornou do intervalo de maneira completamente diferente, sofreu dois gols do matador Garcia e está em situação delicadíssima no Grupo 3 da Libertadores.


Para esta importantíssima partida, o treinador interino fixo Enderson Moreira escalou o Fluminense no 4-2-2-2, esquema já característico deste Flu pós-Muricy Ramalho, com: Ricardo Berna; Mariano, Gum, Edinho e Júlio César; Diguinho e Valencia; Conca e Souza; Fred e Emerson. Pelo Nacional, o técnico Carrasco esquematizou sua equipe no 4-3-3 com: Muñoz; Godoy, Jádson, Coates e Gabriel Marques; Piriz, Cabrera e Pereyra; Charquero, Garcia e Viudez.


Diante de um Estádio lotado e pulsante, a primeira tarefa do Fluminense após o apito inicial seria impedir o Nacional de gostar do jogo, ou seja, esfriar a partida. E o Tricolor foi perfeito nesta missão, não só anulando qualquer ação ofensiva uruguaia nos primeiros 15 minutos como ameaçando o goleiro Muñoz em duas oportunidades, uma com o Souza e outra com o Emerson. Este bom início tranquilizou o Flu, que criou raízes no campo de ataque e dominou o duelo até o intervalo. No entanto, apesar da maior posse de bola e de tentar dinamizar seus ataques, variando avanços pelos dois flancos e pelo centro, o Tricolor pecou pela falta de poder ofensivo e não arquitetou mais nenhuma clara oportunidade de balançar as redes até o fim da 1ª etapa.


Para a tristeza do torcedor tricolor, o castigo por o time não ter aproveitado a superioridade no 1º tempo não tardaria a chegar. Foram necessários apenas 5 minutinhos para o Cabrera alçar a pelota na área, o Edinho mostrar que não possui nenhum cacoete para o jogo aéreo e o centroavante Garcia, alguns centímetros impedido, marcar um belo gol de cabeça. O Fluminense sentiu o tento sofrido, mas sentiria mais ainda a entrada do veterano meia argentino Gallardo, aos 8 minutos. Com sua gigantesca qualidade no passe, Gallardo infernizou o sistema defensivo tricolor, participando de uma boa trama segundos após entrar em campo. Aos 21 minutos, quando o Fluminense ainda estava totalmente perdido, Gallardo deu espetacular assistência para o Garcia tocar na saída do Ricardo Berna e colocar 2 x 0 no placar. Placar este que só não foi novamente alterado aos 23 minutos pois o Gum salvou sobre a linha outra ótima finalização do endiabrado Garcia, após mais um passe do não menos endiabrado Gallardo.


Diante de uma situação crítica, o técnico Enderson Moreira, que já havia colocado o Deco em campo, tentou aumentar a força ofensiva da equipe com as entradas do Araújo e do Rafael Moura nos lugares do Júlio César e do Diguinho, porém de nada adiantou. Estes jogadores que entraram, assim como os apagados Conca e Fred, nada conseguiram fazer para levar o Flu ao empate. Nos últimos 20 minutos da 2ª etapa, os uruguaios não encontraram dificuldades para segurar o resultado e o único problema que tiveram foi a expulsão do Gallardo, já aos 40 minutos.


Apesar da derrota, a classificação tricolor para a próxima fase ainda é possível. Além de ter que ganhar o seu próximo duelo, contra o Argentinos Juniors, na Argentina, o Fluminense terá que torcer por uma combinação de resultados. Vale dizer que esta postagem foi escrita antes do encerramento do duelo entre Argentinos Juniors e América do México.


JOGADA RÁPIDA!


Pela Copa do Brasil, o Botafogo e o Vasco garantiram suas vagas na próxima fase da competição. O “Glorioso”, com dois gols do Loco Abreu, bateu o Paraná por 3 x 0 e agora irá enfrentar o Avaí, adversário consideravelmente mais forte do que o próprio Paraná e o River do Sergipe, que foram eliminadas pelo Bota neste torneio. Já em São Januário, o Vasco precisou suar litros e mais litros para vencer o ABC por 2 x 1, com o gol da classificação, assinalado pelo meia Bernardo, ocorrendo somente aos 32 minutos da 2ª etapa. Agora, nas oitavas de final, o Cruzmaltino enfrentará o Náutico.

terça-feira, 5 de abril de 2011

UMA IMAGEM...


Rivais no campo político, norte-americanos e iranianos confraternizam antes do duelo válido pela Copa do Mundo de 1998.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

POSTAGEM 500!

Olá amigos do FUTEBOLA!


Hoje o blog está comemorando 500 postagens e gostaria de compartilhar com todos a minha grande felicidade pela marca.


Desde que dei o pontapé inicial do FUTEBOLA, posso afirmar com todas as letras que o meu interesse pelo "esporte bretão" só aumentou, assim como também aumentaram o número de jogos vistos, o de livros na prateleira, o de documentários na estante... E prometo melhorar cada vez mais.


Alguns meses atrás, um grande amigo meu veio até mim e disse:


- Diano, inventei um slogan para o seu blog: "FUTEBOLA - Futebol com História"


Ainda não estampei este slogam aqui no blog, mas sempre penso nele quando estou escrevendo uma nova postagem. Meu objetivo é transformar este espaço em um lugar onde os torcedores encontrem não só os comentários dos jogos atuais, sejam os disputados em nossos gramados ou pelo resto do mundo, mas também histórias que mantenham viva a memória do futebol. Acredito que, pouco a pouco, estou conseguindo construir esta minha meta. Falando em histórias, aqui vai uma que li faz apenas dois dias, mas tenho certeza de que nunca esquecerei.


Corria a I Guerra Mundial e, em uma determinada frente de batalha, ingleses e alemães duelavam nos cansativos e intermináveis combates de trincheiras, onde cada metro de terreno conquistado era de extrema importância. Foi então que chegou a noite de Natal e o que parecia impossível ocorreu. Por livre e espontânea vontade, os rivais saíram de suas trincheiras para beber, conversar, comer... E neste clima inimaginável, eis que surge uma bola de futebol. Isso mesmo, em meio ao combate, alemães e ingleses largaram suas armas e iniciaram uma partida de futebol. Realmente o futebol é muito mais que um simples jogo.

domingo, 3 de abril de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA RIO - 6ª RODADA





RESULTADOS


Nova Iguaçu 3 x 2 Cabofriense / Madureira 2 x 1 América / Volta Redonda 1 x 2 Fluminense / Macaé 2 x 1 Boavista / Duque de Caxias 0 x 2 Flamengo / Americano 0 x 0 Olaria /Vasco 4 x 0 Bangu / Botafogo 1 x 1 Resende


Vasco 4 x 0 Bangu – São Januário

Com uma atuação nota 10 do meia Felipe, sem dúvidas a melhor desde o seu retorno, o Vasco goleou o Bangu por 4 x 0 e se manteve na ponta do Grupo A da Taça Rio.

Ainda buscando a formação ideal para a sua equipe, Ricardo Gomes deixou o jovem Bernardo no banco de reservas e organizou o Vasco em um 4-4-2 com: Fernando Prass; Allan, Dedé, Anderson Martins e Ramón; Rômulo, Felipe Bastos, Felipe e Diego Souza, Éder Luís e Alecsandro. Pelo lado do Bangu, o ex-volante e agora técnico Marcão mandou o Alvirrubro de Moça Bonita para o jogo também no 4-4-2, com: Thiago Leal; Gedeílson, Abílio, Diego Padilha e Fabiano Silva; Joziel, Rafael, Ricardinho e Tiano; Pipico e Somália.

Os primeiros 20 minutos do duelo, ou seja, do apito inicial até a parada técnica, foram agitados e com diversas oportunidades de gols. No Vasco, Felipe Bastos e Felipe apareciam bem nas tramas ofensivas e incomodavam bastante o sistema defensivo adversário, enquanto o Bangu tinha no meia Tiano, que mandou uma bomba no travessão em cobrança de falta, seu principal jogador. Porém, este equilíbrio apresentado nesta primeira parte do confronto não retornaria após a parada técnica. O motivo? O volante alvirrubro Rafael recebeu o segundo cartão amarelo, aos 18 minutos, e foi mais cedo para o chuveiro. Com um homem a mais em campo e, consequentemente, mais espaços para arquitetar tramas ofensivas, o meia Felipe deu início a um verdadeiro show de bola. Teve lindo passe para Éder Luís carimbar a trave, milimétrica assitência para o zagueiro Dedé abrir o placar, aos 40 minutos, outra assistência, já na 2ª etapa, para Éder Luís acertar um belo arremate e ampliar a vantagem, bola perfeita para o Bernardo deixar o Alecsandro livre, leve e solto e marcar o seu primeiro gol pelo clube e, por fim, uma finalização de gigantesca categoria que fechou a goleada vascaína. Isso mesmo, amigos, dos quatro gols do Vasco o Felipe participou diretamente de três deles com passes e ainda marcou o quarto. Atuação que entra para a galeria das melhores do Cariocão 2011.

Além do espetáculo proporcionado pelo Felipe, o Vasco também contou com ótimas apresentações do zagueiro Dedé, cada vez mais idolatrado pelos torcedores, do Éder Luís, que por pouco não marcou um gol de placa, e do meia Bernardo, que entrou na metade da 2ª etapa e não deixou o ritmo da equipe cair. Por outro lado, Diego Souza esteve em um nível abaixo dos companheiros e o Alecsandro, apesar do gol, precisará mostrar mais se quiser permanecer entre no onze inicial. No Bangu, o destaque maior ficou por conta do goleiro Thiago Leal, cuja presença evitou que a equipe sofresse uma goleada semelhante à sofrida pelo América na Taça Guanabara, quando o “Diabo” levou 9 x 0 do Vasco.

Além de deixar o Vasco na ponta da tabela, esta ótima atuação contra o Bangu tem tudo para influenciar na partida da próxima quarta-feira, quando o “Gigante da Colina” enfrentará o ABC pela Copa do Brasil e precisa da vitória para avançar – o empate sem gols leva a decisão para os pênaltis e qualquer outro empate dá a classificação ao ABC. Se repetir o futebol deste domingo, o Vasco tem tudo para avançar no torneio nacional.

JOGADA RÁPIDA!

Depois de um 1º tempo horroroso, no qual saiu derrota por 1 x 0, o Botafogo cresceu na etapa final e conseguiu empatar o duelo contra o Resende com um gol do zagueiro artilheiro Antônio Carlos. Apesar de manter o Botafogo na zona de classificação para a próxima fase, o empate não foi nada bom para o Fogão, pois o obriga a vencer o Clássico contra o Flamengo na próxima rodada para não precisar ter que torcer contra o Olaria e o Fluminense.

BIBLIOTECA DO FUTEBOLA

Para quem gosta de futebol e de política, ou melhor, para quem gosta de quando o futebol e a política se misturam, este é um livro que deve ser lido. "Palmeiras x Corinthians 1945 - O Jogo Vermelho" conta a história do duelo amistoso e beneficente para o MUT (Movimento Unificador dos Trabalhadores) que teve o objetivo de arrecadar fundos para a campanha eleitoral do Partido Comunista do Brasil (PCB). O autor Aldo Rebelo conta com detalhes os momentos mais importantes da organização deste histórico confronto e, é claro, de como foi o jogão de bola.


Palmeiras x Corinthians 1945 - O Jogo Vermelho

Autor: Aldo Rebelo

Editora: Unesp