terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

BATENDO BAFO - ATLÉTICO MINEIRO 1987

Um dos maiores times da história do Atlético Mineiro acabou vítima da própria excelência. Na Copa União de 1987, o Galo tinha uma verdadeira Seleção Alvinegra, com o goleiro João Leite, que defendeu o clube por mais de uma década, o zagueiro Luizinho, titular absoluto da inesquecível Seleção Brasileira de 1982, o habilidoso meia Renato e o impetuoso e arisco ponta Sérgio Araújo. E para completar, o comandante deste esquadrão era o técnico Telê Santana.

O regulamento do torneio previa dois grupos de oito clubes. Na primeira fase, os clubes de um grupo enfrentariam os do outro, enquanto na segunda fase, os confrontos seriam entre clubes do mesmo grupo. Os dois primeiros colocados de cada grupo ao final de cada fase se classificariam para a semifinal do torneio. O Atlético Mineiro foi tão excepcional, que, sem perder sequer uma partida (10 vitórias e 5 empates), acabou as duas fases na liderança de seu grupo. Como neste caso o regulamento indicava a classificação do segundo colocado do grupo, o Flamengo acabou avançando à semifinal para enfrentar o... Atlético Mineiro.

E assim, diante de um Flamengo que se classificara na vaga aberta pela grandiosa campanha alvinegra, o Atlético Mineiro acabaria eliminado da Copa União de 1987 após uma derrota por 1 a 0, no Maracanã, e outra por 3 a 2, no Mineirão.






segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

GÊNIOS DAS PALAVRAS

Sexo e futebol
por Luis Fernando Verissimo
Jornal do Brasil - 11/09/1998

No que se parecem o sexo e o futebol?

No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio, mas também caem para um lado ou para o outro, e às vezes há um deslocamento.

Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura.

No sexo, como no futebol, muitas vezes acontece um cotovelaço no olho sem querer, ou um desentendimento que acaba em expulsão.

Aí um vai para o chuveiro mais cedo. Dizem que a única diferença entre uma festa de amasso e a cobrança de um escanteio é que na grande área não tem música, porque o agarramento é o mesmo, e no escanteio também tem gente que fica quase sem roupa.

Também dizem que uma das diferenças entre o futebol e o sexo é a diferença entre a camiseta e a camisinha. Mas a camisinha, como a camiseta, também não distingue, ela tanto pode vestir um craque como um medíocre.

No sexo, como no futebol, você amacia no peito, bota no chão, cadencia, e tem que ter uma explicação pronta na saída para o caso de não dar certo.

No futebol, como no sexo, tem gente que se benze antes de entrar e sempre sai ofegante. No sexo, como no futebol, tem feijão com arroz, mas também tem o requintado: a firula e o lance de efeito. E, claro, o lençol.

No sexo também tem gente que vai direto no calcanhar. E tanto no sexo quanto no futebol o som que mais se ouve é aquele "uuuuuuu".

No fim, sexo e futebol só são diferentes, mesmo, em duas coisas.

No futebol, com a devida exceção ao goleiro, não se pode usar as mãos.

E o sexo, graças a Deus, não é organizado pela CBF.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

CAMPEONATO CARIOCA 2014 – 7ª RODADA – FLAMENGO X FLUMINENSE


Flamengo 0 x 3 Fluminense – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Banho de bola! Conca toma conta do jogo, Walter estreia com gol e Fluminense bate Flamengo por 3 a 0 com autoridade.

Nos lentos primeiros minutos do clássico, o Flamengo se mostrou mais disposto a buscar o ataque e a ter a bola em seus pés. É verdade que não chegou a pressionar, mas Léo Moura avançou bem pela direita, o reestreante Everton se movimentou bastante e André Santos, aos 16, acertou um belo chute na trave.

No entanto, aos poucos, Conca começou a transformar a zona central do campo no seu feudo. No meio de um punhado de volantes e de meias, o pequenino argentino fez, até o apito final, o que bem entendeu. Acelerou e diminuiu o ritmo, deu passes longos e curtos, driblou e sofreu faltas... Aos 27, colocou a redonda na cabeça de Michael: um a zero Flu. Depois, aos 36, com o Fla perdido, deu novo passe para o substituto de Fred quase ampliar.

No fim da etapa inicial, o Tricolor recuou em excesso e deu oportunidades para o Flamengo vislumbrar o empate. No segundo tempo, porém, isso não voltou a se repetir. Após o intervalo, o Fluminense retornou dominante. Logo aos três minutinhos, Conca, imparável, cruzou, Gum quase marcou e Elivélton, no rebote, fez dois a zero.

O dois quase virou três, pois com um jogo coletivo encaixado e muita participação ofensiva (inclusive de Jean, Bruno e Carlinhos), o Flu se aproveitou da confusão na retaguarda rubro-negra e criou três ótimas chances antes do minuto 20. Sem nenhuma profundidade em seu ataque e incapaz de assustas Cavalieri, o Flamengo começou a trocar seus homens de frente, mas a substituição que deu o que falar veio pelo lado tricolor.

Aos 28, Renato Gaúcho lançou mão de Walter, e o rústico e refinado atacante fez, logo em sua estreia, tudo aquilo que dele se espera. Tabelou, ocupou espaços vazios, balançou as redes aos 40 (em mais uma falha do zagueiro equatoriano Erazo, que bobeou em todos os gols sofridos pelo Fla) e ainda acertou o poste.

O Flamengo, que só conseguiu acionar o artilheiro Hernane para arrematar uma única vez em 90 minutos, quase marcou o seu gol de honra aos 44, com o argentino Mugni. Não seria nada, porém, capaz de abalar a supremacia e a maiúscula vitória verde, branca e grená.

Flamengo: Felipe; Léo Moura, Wallace, Erazo e André Santos; Muralha e Amaral; Everton (Gabriel), Elano (Mugni) e Paulinho (Igor); Hernane. Técnico: Jayme de Almeida.

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Elivélton e Carlinho; Valencia (Wágner), Jean e Diguinho; Conca; Rafael Sóbis (Chiquinho) e Michael (Walter). Técnico: Renato Gaúcho.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

FUTEBOL É ARTE






















Através do expressionismo e do chamado “action painting”, o britânico Ben Mosley busca retratar o drama e a paixão do esporte em suas telas. E o futebol, o bom e velho esporte bretão, não poderia ficar de fora do catálogo de Mosley, o único a ter pintado dois murais no lendário Estádio de Wembley e dono de uma exposição permanente no Club Wembley. Uma de suas mais preciosas obras chama-se “Half Time 1966”, onde o artista retrata o treinador Alf Ramsey e os jogadores da Seleção Inglesa no vestiário de Wembley, durante o intervalo da final da Copa do Mundo de 1966, contra a Alemanha. A Inglaterra, anfitriã do Mundial, venceria a partida por 4 a 2 e acabaria como a grande Campeã.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

COPA LIBERTADORES 2014 – BOTAFOGO X DEPORTIVO QUITO


Botafogo 4 x 0 Deportivo Quito – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Artilheiro da Libertadores de 2011, Wallyson marca três vezes e Fogão se garante na fase de grupos do principal torneio sul-americano com goleada sobre o Deportivo Quito.

Diante de uma partida que envolve toda a tensão de um mata-mata e a obrigação de reverter uma desvantagem, o Botafogo poderia ter optado por um jogo mais jogado, com bola no chão. Para isso, porém, seriam necessários entrosamento e treinamento que o Fogo atual ainda não tem. A saída, então, foi apostar num ritmo mais intenso, explorando bolas longas e cruzamentos sobre a área equatoriana.

Na primeira etapa, com Wallyson e Lodeiro ligados, Edilson e Jorge Wagner calibrados e Ferreyra de referência, foi sempre nas bolas aéreas, que o Bota construiu os seus melhores momentos. Lodeiro e Ferreyra cabecearam com perigo, o mesmo Ferreyra acertou o poste e Wallyson, aos 36, aproveitou cruzamento de Edilson e desvio de Jorge Wagner para, num belíssimo arremate, abrir o escore.

Com o gol, o Deportivo Quito, sempre postado com duas linhas de quatro e uma fisicamente forte dupla de centroavantes (Calderón/Estupiñán) para prender a atenção de Dória e Bolívar, foi às cordas como um boxeador atordoado. Porém, conseguiu chegar ao intervalo com o placar que levaria o jogo para as penalidades e o pensamento de que dos males possíveis acontecera o menor.

À primeira vista, a etapa final não se mostrava promissora para o Botafogo, que passou a encontrar problemas até para alçar a redonda na zona do agrião e começou a cometer faltas duras e reclamar com a arbitragem. Mais aflita, a torcida já se irritava com as seguidas falhas técnicas do centroavante Ferreyra, e pedia cada vez mais alto por Elias. Elias veio, e o jogo mudou. E como mudou!

Primeiro, aos 21, ele deu vida a um contra-ataque que terminou em passe de Lodeiro e drible e finalização perfeita de Wallyson. Aos 34, quando o Bota recuava perigosamente seduzido pela sensação prematura de dever cumprido, foi o próprio Elias quem acionou o herói da noite. Mais um de Wallyson: três a zero. Já nos acréscimos, ele voltou a ser decisivo ao dar assistência de cabeça para Henrique fechar uma vitória maiúscula e que embala o Fogão rumo a uma sempre traiçoeira fase de grupos de Libertadores.

Botafogo: Jefferson; Edílson, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos e Gabriel; Wallyson (Henrique), Lodeiro e Jorge Wagner (Rodrigo Souto); Ferreyra (Elias). Técnico: Eduardo Hungaro.

Deportivo Quito: Ramirez; Chinga, Bonjour, Romero e Vayas; Andrade, Olivo (Bravo), Feraud (Morales)e Vega; Calderón e Estupiñán (Lara). Técnico: Garay.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

NOMES DOS ESTÁDIOS - MOÇA BONITA

Todos conhecem o simpático estádio do Bangu Atlético Clube como Estádio Moça Bonita, pois, quando de sua inauguração, em 1947, se localizava na região da estação ferroviária de Moça Bonita. Abre parêntese. O local era conhecido como Moça Bonita pois lá vivia uma belíssima mulher que encantava os cadetes da Escola de Realengo. Fecha parêntese. O nome oficial do estádio, porém, é uma homenagem a um dos mais importantes personagens da história do “clube proletário”: Guilherme da Silveira Filho. Dr. Silveirinha, como ficou carinhosamente conhecido, era filho de Manoel Guilherme da Silveira Filho, Ministro da Fazenda entre 1949 e 1951, três vezes Presidente do Banco do Brasil e Presidente da Companhia Progresso Industrial do Brasil, que possui uma ligação mais do que íntima com a vida banguense. Guilherme da Silveira Filho assumiu a presidência do Bangu em 1937, e lá ficou até 1949, sendo, assim, aquele que por mais tempo exerceu o cargo na história do clube. Foi durante seu comando que o clube construiu o novo estádio, após a impossibilidade de continuar mandando suas partidas no tradicionalíssimo Estádio da Rua Ferrer. O desejo do Dr. Silveirinha era que a nova casa alvirrubra fosse chamada de Estádio Proletário. Hoje, porém, seu desejo se mistura a uma homenagem e o palco possui o nome de Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho.  

domingo, 2 de fevereiro de 2014

CAMPEONATO CARIOCA 2014 – 5ª RODADA – VASCO X BOTAFOGO


Vasco 1 x 0 Botafogo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Vasco bate reservas do Botafogo por 1 a 0 e chega à terceira vitória consecutiva no Carioca.

Independentemente da derrota, vale gastar algumas linhas para criticar a opção do Botafogo de escalar uma equipe reserva. Diante da desentrosada e desértica apresentação contra o Deportivo, em Quito, na última quarta, seria muito mais válido ao Bota a repetição da equipe titular diante do Vasco, para, assim, dar mais ritmo, conhecimento e padrão ao time.

Com a pelota rolando, não seria exagero dizer que o primeiro tempo foi pra lá de sonolento, tamanha a lentidão das equipes. Ligeiramente com mais sede de vitória, o Vasco, principalmente pelo flanco esquerdo de seu ataque, causou um certo desgaste nas luvas do goleiro Renan, que precisou realizar saídas pelo alto e defesas em finalizações de Edmílson e Fellipe Bastos. O Botafogo... Bom, sem inspiração individual e coletiva, encontrou enormes dificuldades para organizar algo próximo de uma trama ofensiva.

O clássico voltou para a etapa final com um Botafogo um pouquinho – bem pouco – mais interessado em atacar (Gegê cobrou bela falta para também bela defesa de Martín Silva), mas nada que aumentasse o volume da partida. Emoção mesmo, o espectador só viria a ter por um pequeno período perto do minuto 30. Primeiro, aos 27, Elias desperdiçou a melhor chance de gol botafoguense ao cabecear livre, leve e solto, para fora. Menos de dois minutos depois, aos 29, o centroavante Thalles (que entrara no lugar de Fellipe Bastos, numa substituição ousada para o padrão Adilson Batista) completou de cuca uma bela jogada do Edmílson, que ganhou todos os duelos individuais com o zagueiro Dankler.

Em desvantagem, o Bota até tentou se lançar mais à frente, mas a raça de Guinãzu, a competência do zagueiro Rodrigo e a segurança do goleiro Silva, todos os três em ótima jornada, foram suficientes para garantir uma nova vitória ao Vasco. Já o Botafogo, com cinco pontos em cinco rodadas, paga o preço por um planejamento que ignora o torneio por completo.
  
Vasco: Martín Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Marlon; Aranda, Guiñazu e Fellipe Bastos (Thalles); Bernardo (Pedro Ken); William Barbio e Edmílson (Danilo). Técnico: Adilson Batista.

Botafogo: Renan; Alex, Dankler, André Bahia e Anderson; Rodrigo Souto e Fabiano; Otávio (Wallyson), Renato (Daniel), Gegê (Henrique); Elias. Técnico: Eduardo Hungaro.