quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A TAL DA INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA


No Brasileirão de 2013, ninguém jogou mais do que Éverton Ribeiro. Ano passado, no Bi do Cruzeiro, foi a vez de Ricardo Goulart ocupar o posto de principal jogador do mais importante torneio do país. No biênio 2013/2014 como um todo, pode-se afirmar sem medo que Diego Tardelli esteve, no mínimo, entre os três melhores que atuaram por aqui. Ribeiro, Goulart e Tardelli. Todos na melhor fase da carreira. Todos conquistando espaço na Seleção Brasileira. Todos decidiram ir jogar em ligas sem importância para o futebol de alto nível.

Ricardo Goulart e Diego Tardelli foram para clubes da China. Éverton Ribeiro, para os Emirados Árabes. Poderíamos pensar estas transferências dos pontos de vista de Cruzeiro e Atlético Mineiro ou dos empresários dos jogadores, porém, a pergunta mais intrigante que se coloca é: O que faz um jogador que vive o melhor momento de sua carreira se transferir para um país sem expressão no futebol mundial?

Pois bem, a resposta que primeiramente vem à cabeça passa pela chamada “independência financeira”. Diz-se aqui e acolá que a carreira de jogador de futebol é curta e que ele precisa fazer o seu pé de meia com rapidez. Concordo desde que o jogador receba, aqui no Brasil, um salário minguado, o que não era, de modo algum, o caso de Ribeiro, Goulart e Tardelli. Com tudo o que recebiam nos clubes mineiros, os três recém-exportados poderiam garantir a aposentadoria (e o futuro de muitos descendentes) em pouquíssimos anos, sem a menor necessidade de sumir do mapa do futebol.

Não se deve comparar jamais a ida de Pelé para os Estados Unidos, nos anos 70, e a de Zico para o Japão, na década de 90, com as transferências de Ribeiro, Goulart e Tardelli. Pelé e Zico já estavam consagrados e eternizados. A ex-dupla cruzeirense, e até Tardelli, aos 29 anos, não somente têm um longo caminho pela frente como ainda possuem potencial para evoluir em termos técnicos, físicos, táticos e psicológicos. Porém, infelizmente, decidiram trocar toda a evolução possível por uma independência financeira que eles já vinham alcançando.

domingo, 25 de janeiro de 2015

TORNEIO DE MANAUS 2015 – SÃO PAULO X FLAMENGO


São Paulo 0 x 1 Flamengo – Arena Amazônia, Manaus (AM)

Com gol do zagueiro Samir na reta final do confronto, Flamengo vence São Paulo e conquista o Torneio de Manaus.

O ritmo “devagar quase parando” de Flamengo e São Paulo na Arena Amazônia tornou o embate decisivo do Torneio de Manaus pouco empolgante. E esta mesma lentidão trouxe algo que caracterizou todo o duelo: como nem Fla, nem Sampa, apertava ou adiantava a marcação, as transições defesa-ataque foram em grande parte realizadas com passes curtos, e não através de chutões ou bolas rifadas. Maicon e Ganso, pelos paulistas, e Canteros e Léo Moura, pelos cariocas, foram os que melhores aproveitaram a falta de pegada na meiúca para iniciarem o jogo com bola de pé em pé.

De modo geral, apesar de uma partida equilibrada, pode-se afirmar que o Flamengo foi superior ao São Paulo no quesito criação ofensiva. Nos primeiros 20 minutos, o organizador Arthur Maia obrigou Rogério Ceni a realizar duas boas defesas, uma em cobrança de falta e outra após costurar toda a zaga tricolor. Após o intervalo, já perto do minuto 30, Luiz Antônio, que entrara havia pouco tempo, arriscou um perigoso chute longo e, logo depois, cruzou de maneira perfeita para o zagueiro Samir, à la centroavante matador, completar e fazer o gol do triunfo.

Até então, o São Paulo havia construído apenas uma jogada digna de nota: no fim do primeiro tempo, Luís Fabiano fizera ótimo pivô e deixara Thiago Mendes cara a cara com Paulo Victor, mas o meia paulista não aproveitou. Com 15 minutos para o final e a desvantagem no placar, era possível esperar um último gás dos tricolores, mas, verdade seja dita, o Fla esteve mais perto de ampliar o escore (Canteros manchou sua ótima atuação com duas finalizações péssimas) do que o Sampa de empatar (Pato arriscou forte arremate nos acréscimos).  

Se não dizem nada de definitivo sobre como serão os próximos meses rubro-negros, as atuações vitoriosas no Torneio de Manaus pelo menos mostram que o ano de 2015 já começou para o Flamengo.  

Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura (Pará), Wallace, Samir e Anderson Pico (Thallyson); Cáceres (Márcio Araújo) e Canteros, Nixon (Alecsandro), Arthur Maia e Everton (Luiz Antônio); Marcelo. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

São Paulo: Rogério Ceni; Bruno (Hudson), Lucão, Edson Silva e Reinaldo (Carlinhos); Souza (Denílson) e Maicon; Thiago Mendes, Ganso (Pato) e Michel Bastos (Cafú); Luís Fabiano (Alan Kardec). Técnico: Muricy Ramalho.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

TORNEIO DE MANAUS 2015 – FLAMENGO X VASCO


Flamengo 1 x 0 Vasco – Arena da Amazônia, Manaus (AM)

No primeiro Clássico dos Milhões de 2014, Flamengo bate Vasco com gol de Everton e sai na frente no Torneio de Manaus.

Alguns fundamentalistas adoram bradar que todo Flamengo versus Vasco deve ser encarado como uma decisão. Pois se o confronto em Manaus esteve longe de ter a cara de uma final de campeonato, também não foi um daqueles amistosos sem sal e sem atrativos.

Na etapa inicial, o Flamengo teve mais a bola e maior presença no campo de ataque, porém não conseguiu transformar o domínio de posse e terreno em chances de gols. Por quê? Principalmente por dois motivos. O primeiro é a enorme dificuldade que o time apresenta, desde o ano passado, para criar diante de um adversário atrás da linha da bola. O segundo, a falta de entrosamento de Nixon e Marcelo, uma dupla de potentes avantes que tem tudo para dar certo em um futuro próximo.

Assim, o Vasco, comandado pela boa atuação do zagueiro Rodrigo, não só não encontrou muitos problemas para se defender das investidas rubro-negras como foi mais perigoso no ataque e exigiu difíceis defesas do goleiro flamenguistas Paulo Victor. Destaque positivo para o participativo meia Bernardo e negativo para o atacante Rafael Silva, que não procurou jogo e nem foi encontrado.

O clássico voltou um pouco mais quente do intervalo e, aos 7 minutos, Everton aproveitou uma paçocada do volante Sandro Silva para colocar o Flamengo em vantagem. Em um ataque veloz, logo depois, o Fla quase ampliou o escore e deu a impressão de que faria o rival sofrer com contra-golpes velozes. No entanto, foi só uma impressão, pois Martín Silva pouco trabalhou até o apito final.

A necessidade de colocar a redonda na rede obrigou o Vasco a se fazer mais presente no campo de ataque, e com as entradas de Yago e Marquinhos do Sul pelos flancos e a aproximação de Montoya e Marcinho no meio, o time viveu um bom momento por volta dos 30 minutos, com duas chances reais de empatar. Porém, este bom momento nem durou muito nem foi suficiente para impedir que o Flamengo conquistasse o primeiro triunfo do ano.

Flamengo: Paulo Victor; Léo Moura (Pará), Wallace, Samir e Anderson Pico; Cáceres (Márcio Araújo), Canteros, Everton (Luiz Antônio) e Arthur Maia (Mugni); Nixon (Alecsandro) e Marcelo (Bressan). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Vasco: Martín Silva; Jean Patrick (Nei), Luan, Rodrigo e Crhistiano (Henrique); Sandro Silva (Julio dos Santos) e Guiñazu (Lucas); Montoya, Marcinho e Bernardo (Marquinhos do Sul); Rafael Silva (Yago). Técnico: Doriva.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

FLUMINENSE E UNIMED – NADA RESTOU APÓS O FIM


Quando a Unimed chegou ao Fluminense, o clube vivia – meio como um morto-vivo, é verdade – o pior momento desde que Oscar Cox reunira seus companheiros e o fundara, lá em 1902. O Fluminense, amigos, disputava a Terceira Divisão, e, por isso, uma olhada rápida poderia dar a entender que a enorme diferença entre o momento da chegada da Unimed, em 1999, e da sua saída, em 2014, significa que a parceria de 15 anos foi um sucesso. Pelo lado do Tricolor, não vejo assim.

Em sua carta de despedida, como em quase todas as cartas de despedida, a Unimed buscou lembrar os pontos positivos do relacionamento e se focou nos títulos que o Fluminense conquistou com o seu nome estampado no peito. Poderia ter lembrado, também, os craques que trouxera para o clube, de Romário a Conca. E só... Alguns troféus e alguns craques.

Em 15 anos, a parceria foi incapaz de render ao Fluminense um centro de treinamento à altura de um clube cuja folha salarial dos jogadores ultrapassa os cinco milhões de reais mensais. A construção de um CT de boa qualidade – não precisa ser algo interplanetário como o que o Manchester City acabou de inaugurar – era algo perfeitamente cabível em mais de uma década de casamento.

O exemplo dado acima foi o de um CT, mas poderíamos incluir aqui um departamento médico de última geração (ainda mais se levarmos em conta a área de atuação da Unimed), uma reforma no Estádio das Laranjeiras, a construção de um museu digno da riquíssima história tricolor, um centro para honrar a tradição olímpica do clube...

Mais por culpa do Fluminense do que da Unimed, pois cabia ao clube entender a necessidade de se estruturar enquanto recebia um volumoso aporte financeiro, muitos torcedores tricolores se encontram, agora, mesmo após o fim do casamento, rezando para que a Unimed siga pagando os jogadores que trouxe. Ou seja, para ela seguir fazendo o único de bom que fez em 15 anos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PRÊMIO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014



CRAQUE FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014

FUTEBOLA DE OURO – RICARDO GOULART (CRUZEIRO)

FUTEBOLA DE PRATA – ÉVERTON RIBEIRO (CRUZEIRO)

FUTEBOLA DE BRONZE – D’ALESSANDRO (INTERNACIONAL)

SELEÇÃO FUTEBOLA BRASILEIRÃO 2014

GOLEIRO – FÁBIO (CRUZEIRO)

O menos vazado do torneio foi o gremista Marcelo Grohe. O melhor goleiro do país, quando falamos dos 90 minutos de jogo, segue sendo o botafoguense Jefferson. Porém, como um todo, o grande arqueiro do Brasileirão foi, assim como em 2013, o cruzeirense Fábio. Além de dar sequência a sua excelente fase que já parece durar milênios, o sempre sereno Fábio também foi essencial em termos psicológicos para a vitoriosa campanha azul. O Cruzeiro caiu na Libertadores, perdeu três partidas seguidas para o rival Atlético Mineiro (duas no Brasileiro e a primeira da final da Copa do Brasil) e viveu uma baita má fase em outubro. Em todos os casos, porém, o time mostrou concentração para superar os obstáculos e retomar o caminho rumo ao Bi nacional. Neste ponto, o capitão Fábio tem muitos méritos.

LATERAL-DIREITO – MAYKE (CRUZEIRO)

Aos 22 anos, Mayke ainda tem muito a evoluir até seu destino mais do que provável de lateral da Seleção Brasileira. Mesmo se considerarmos que do campeonato passado, quando revelou-se uma ótima opção ofensiva pelos flancos, para este, sua evolução já foi grande. O estilo ofensivo do Cruzeiro faz um bem enorme a Mayke, assim como Mayke faz um bem enorme ao estilo ofensivo do Cruzeiro. Com muita velocidade, precisão nos cruzamentos e oito passes para gols (o melhor assistente do torneio fora os meio-campistas) não é exagero colocá-lo como uma das principais armas do poderoso campeão.

ZAGUEIRO CENTRAL – RHODOLFO (GRÊMIO)

Todos sabemos que um sólido sistema defensivo – e o do Grêmio foi o mais sólido do campeonato – não depende só dos defensores. Goleiro, volantes, meias e até atacantes são fundamentais para uma retaguarda forte. Este conhecimento, porém, não diminui em nada o grande Brasileiro realizado pelo capitão gremista Rhodolfo, que retribuiu com muita seriedade e segurança toda a confiança que o treinador Felipão, ato contínuo a sua chegada, depositou sobre ele.

QUARTO ZAGUEIRO – GIL (CORINTHIANS)

Gil impressiona pela constância. Enquanto o cruzeirense Dedé participou de apenas 21 partidas no campeonato e o atleticano mineiro Léo Silva de somente 24 (ambos também candidatos ao posto de melhor zagueiro do país), Gil esteve presente em nada menos do que 34 jogos do Corinthians. E ainda vale lembrar que, em 2013, quando também fez parte da Seleção FUTEBOLA, Gil atuou em 36 partidas. E mais... Além de constante, o zagueiro corintiano consegue aliar potência física e jogo limpo, tendo cometido apenas 20 faltas em todo o Brasileiro.

LATERAL-ESQUERDO – ZÉ ROBERTO (GRÊMIO)

Impossível não se assustar e se admirar com a fluência e inteligência do quarentão Zé Roberto para atuar na lateral. Felipão chegou ao Grêmio na 14ª rodada e, logo na seguinte, Zé Roberto seria escalado como titular na lateral-esquerda, sua posição quando no início de carreira, nos anos 90. Até o final do torneio, o Grêmio disputaria mais 24 partidas, sendo que em 22 delas Zé Roberto esteve em campo para lecionar verdadeiras aulas de como se atuar na lateral. E o melhor, sem perder um pingo da sua habitual categoria de meio-campista.

VOLANTE – SOUZA (SÃO PAULO)

Solidez na marcação, bons passes curtos para iniciar a transição defesa-ataque, ocupação de espaços no meio-campo e, até, surpreendentes aparições ofensivas para marcar gols (três) e dar assistências (também três). Tudo isso esteve no cardápio do ótimo volante Souza, que ao lado do seu companheiro Denilson, foi essencial para que o São Paulo pudesse atuar com o badalado quarteto ofensivo formado por Ganso, Kaká, Alan Kardec e Pato (depois Luís Fabiano).

VOLANTE – LUCAS SILVA (CRUZEIRO)

Lucas Silva é um dos raros volantes brasileiros capaz de lançar, passar, chutar e marcar. Ao final do Brasileiro de 2013, quando também foi escolhido para a Seleção FUTEBOLA, esperava-se que o ainda jovem cruzeirense evoluísse a ponto de realizar um ano de 2014 estupendo. Bom, se Lucas Silva não cresceu tanto assim, pode-se afirmar que ele novamente fez um excelente campeonato. O interesse do Real Madrid em seu futebol que nos diga.

MEIA DIREITA – ÉVERTON RIBEIRO (CRUZEIRO)

É verdade que Éverton Ribeiro não foi tão espetacular em 2014 quanto havia sido em 2013. Porém, também é verdade que ele continua fazendo barbaridades e que o Cruzeiro depende – e muito! – do seu futebol. Driblador, impetuoso, inquieto e ótimo passador, ninguém no futebol brasileiro cria tantas oportunidades de gols para seus companheiros como ele, que não somente foi o líder de assistências do torneio (11 passes para gol) como o jogador que mais passes deu para finalização e o segundo que mais cruzamentos sobre a área acertou.  

MEIA ESQUERDA– D’ALESSANDRO (INTERNACIONAL)

Como deixar fora da Seleção de um campeonato um jogador que as estatísticas apontam como um dos dez melhores nos quesitos passes certos, assistências para gol, assistências para finalização, dribles, faltas recebidas e viradas de jogo certas? Pois este é D’Alessandro, o líder técnico, tático e psicológico do Internacional. Um Craque de bola – assim mesmo, com “C” maiúsculo – que chama o jogo para si a todo o momento e nunca se esconde em campo. Sem dúvidas o maior responsável pela boa campanha colorada.

PONTA DE LANÇA – RICARDO GOULART (CRUZEIRO) – PRÊMIO FUTEBOLA DE OURO

Após dar adeus à Libertadores, no dia 14 de maio, o Cruzeiro precisava rapidamente levantar a cabeça com o Brasileiro já em andamento. E foi aí que Ricardo Goulart entrou em ação pela primeira vez. Dos oito jogos após a queda na Libertadores, o Cruzeiro venceu sete, com Goulart marcando pelo menos um gol em todos os triunfos. O campeonato seguiu com os celestes firmes e fortes na liderança, até que, entre as rodadas 25 e 31, o time viveu sua única má fase no torneio. A conquista do Bi passaria, obrigatoriamente, por um mês de novembro vitorioso. E foi aí que Ricardo Goulart voltou a entrar em ação, anotando gols em quatro dos cinco triunfos seguidos que culminaram na antecipada conquista cruzeirense. Assim, por ter sido o protagonista nos dois momentos mais cruciais da campanha do Bi, Ricardo Goulart leva o Prêmio FUTEBOLA de Ouro 2014.

CENTROAVANTE – GUERRERO (CORINTHIANS)

Que Guerrero gosta de jogos importantes nós já temos certeza desde que ele marcou os únicos dois gols da campanha que deu ao Corinthians o Mundial de Clubes de 2012. E, neste Brasileiro de 2014, o peruano voltou a mostrar seu poder de decisão em partidas relevantes. Se não, vejamos. De seus 12 gols no torneio, nove ocorreram contra rivais estaduais ou adversários na briga por vaga na Libertadores. E mais... Sete destes gols ajudaram o Corinthians a sair de campo com os três pontos. Amigos, não é pouca coisa o que o Guerrero fez neste Brasileirão.

TÉCNICO – MARCELO OLIVEIRA (CRUZEIRO)

Em 2013, o grande mérito de Marcelo Oliveira foi o de conseguir transformar, rapidamente, quase 20 contratações em um time de muita consciência tática. Neste Brasileirão, porém, o treinador cruzeirense aqui está, como o melhor do campeonato, por outros motivos: conseguir realizar alterações numa equipe cuja espinha dorsal estava pronta e manter o alto rendimento após algumas derrotas relevantes, tanto no Brasileiro como em outros torneios. A titularidade assumida pelo lateral Mayke e pelo volante Henrique, assim como o rápido encaixe de Marcelo Moreno no comando do ataque e as ótimas utilizações dos atrevidos Alisson e Marquinhos foram alguns dos tiros certeiros de Marcelo Oliveira neste torneio.



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

COPA SUL-AMERICANA 2014 – RIVER PLATE CAMPEÃO!


 
River Plate 2 x 0 Atlético Nacional – Monumental de Nuñez, Buenos Aires (Argentina)

Com dois gols nascidos de milimétricos escanteios cobrados por Pisculichi, River Plate vence o Atlético Nacional e conquista a Copa Sul-Americana.

Existem jogos dominados por um time do início ao. Existem jogos nos quais um time controla as ações ofensivas na primeira etapa e vê o adversário ganhar as rédeas da partida após o intervalo. E existem, também, os jogos multifacetados, repleto de alternâncias e de imprevisibilidades. Pois assim foi o duelo em que o River Plate superou o Nacional para levantar a Sul-Americana.

O início do jogo viu um domínio dos donos da casa, com muitas bolas alçadas sobre a área e ótimas aparições do volante Sánchez pelo lado direito. Porém, o passar do relógio e o aumento do número de faltas cometidas pelo River ajudaram o Nacional a acalmar o estádio e esfriar a partida.

Foi então que, de repente, perto do minuto 30, os argentinos adiantaram os volantes Rojas e Ponzio, forçaram a marcação no campo colombiano e começaram a construir uma chance de gol atrás da outra. Em um período de menos de cinco minutos, o atacante Teo Gutiérrez, que já havia parado uma vez nas mãos do goleiro Armani, finalizou mais três bolas para ótimas defesas do arqueiro do Nacional.

Aí, quando o gol argentino estava madurinho, o trio ofensivo colombiano formado por Cardona, Berrío e Ruiz passou a transformar a vida dos defensores do River em um verdadeiro inferno, construindo três ótimas chances de gols antes do fim do primeiro tempo, que só terminou após Teo Gutiérrez, mais uma vez, parar em Armani.

O imprevisível embate voltou do intervalo para apresentar a todos a qualidade sobrenatural do meia argentino Pisculichi para cruzar bolas na área: em dois escanteios, um aos 9, outro aos 13, Piscu foi certeiro para encontrar Mercado e, depois, Pezzella. Dois a zero River. E o Nacional desabou...

Com o River Plate tranquilo e muito bem postado em campo, as ligações diretas alviverdes, única estratégia na transição defesa-ataque em todo o jogo, não funcionaram uma vez sequer nos mais de 30 minutos que a equipe tinha para buscar um empate. Desta forma, depois de uma hora de um jogo eletrizante, o River Plate não encontrou problemas para segurar a vantagem e garantir o caneco.

¡Congratulaciones, River Plate!

River Plate: Barovero; Mercado, Pezzella, Funes Mori e Vangioni; Ponzio (Kranevitter), Sánchez, Rojas e Pisculichi (Driussi); Mora e Teo Gutiérrez (Cavenaghi). Técnico: Marcelo Gallardo.

Atlético Nacional: Armani; Bocanegra, Nájera (Murillo), Henríquez e Valencia; Mejía, Bernal e Díaz (Guisao); Cardona, Berrío (Cárdenas) e Ruiz. Técnico: Juan Carlos Osorio.

domingo, 7 de dezembro de 2014

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 – 38ª RODADA – PALMEIRAS X ATLÉTICO PARANAENSE


Palmeiras 1 x 1 Atlético Paranaense – Allianz Parque, São Paulo (SP)

Incapaz de vencer o Atlético Paranaense em casa, Palmeiras apenas empata e precisa da ajuda do Santos para escapar do rebaixamento.

O cronômetro nem havia atingido o minuto dez e aqueles que acreditavam em um Atlético Paranaense sem ambição provavelmente já tinham mudado de opinião, pois este foi o período necessário para Dellatorre arrematar com perigo, Nathan ver sua finalização ser salva sobre a linha e, por fim, aos 9, o zagueiro Ricardo Silva subir alto para abrir o placar.

Logo aos 18, porém, para alívio dos alviverdes, veio o empate: Gabriel Dias chutou, a bola bateu no braço de Dráusio, o juiz marcou pênalti e Henrique converteu. Mesmo com a igualdade no placar, a única alternativa palmeirense era atacar, postura que deixou sua fragilíssima defesa completamente exposta.

O cenário era o seguinte: o Palmeiras, comandado por um capenga Valdívia – que mesmo mancando é de longe o mais técnico dos alviverdes –, fazia um esforço enorme para tentar criar ações ofensivas, enquanto o ágil ataque atleticano não encontrava dificuldades para infernizar Lúcio e companhia.

Até a chegada do intervalo, qualquer lado poderia ter voltado às redes. Pelo Atlético, mais intenso e perigoso, Nathan, duas vezes, e Douglas Coutinho fizeram Prass comer o pão que o diabo amassou. Já pelo Palmeiras, esforçado e limitado, Renato e Wesley deram trabalho a Weverton.

O lá e cá do primeiro tempo não se repetiu na etapa final, pois o Atlético perdeu potência de contra-ataque e passou a exagerar nos chutões para frente. Como os resultados parciais dos rivais Bahia e Vitória não garantiam nada ao Palmeiras, a busca pelos três pontos seguia. Como que se rastejando em campo pela contusão, Valdívia acertava passes brilhantes e mantinha o Alviverde no campo de ataque.

O tempo passava, o Palmeiras atacava sem muita infiltração (apenas os argentinos Mouche e Cristaldo assustaram Weverton) e as atenções começavam a se voltar para Salvador, onde qualquer gol do Vitória rebaixaria o Alviverde. Ato contínuo ao apito final que decretou o empate em São Paulo veio o gol em Salvador. Porém, este foi do Santos, contra o Vitória. E o Palmeiras, enfim, se livrou...

Palmeiras: Fernando Prass; João Pedro, Lúcio, Nathan (Victorino) e Victor Luis; Gabriel Dias e Renato; Wesley (Cristaldo), Valdívia e Mazinho (Mouche); Henrique. Técnico: Dorival Júnior.

Atlético Paranaense: Weverton; Mário Sérgio, Dráusio, Ricardo Silva e Lucas Olaza; Otávio e Paulinho Dias; Douglas Coutinho e Nathan (Matteus) e Marcos Guilherme; Dellatorre (Pedro Paulo). Técnico: Claudinei Oliveira.