sexta-feira, 17 de abril de 2009

SEGUNDA RODADA DA COPA DO BRASIL - PARTE 2

Central 0 x 3 Vasco – Lacerdão, Caruaru (PE)
Botafogo 2 x 1 Americano (nos pênaltis o Americano venceu por 5 x 4) – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Águia 2 x 1 Fluminense – Mangueirão, Belém (PA)

Olá amigos do FUTEBOLA!

O meio de semana foi recheado de jogos envolvendo tanto clubes brasileiros quanto europeus. Pela Copa do Brasil, a quarta-feira foi previsível com o Vasco atropelando o Central de Caruaru. Já no dia seguinte, toda a previsibilidade encontrada no jogo do Vasco passou longe dos duelos Botafogo 1 x 2 Americano, com o time de Campos se classificando nos pênaltis, e Águia de Marabá 2 x 1 Fluminense, com Thiago Neves agredindo o gandula. Na Europa, as semi-finas da Champions League já possuem seus confrontos definidos. O Chelsea, um dos classificados para esta fase, fez um jogo simplesmente único contra o Liverpool. Já o Manchester United acabou com o sonho do Porto de estar, uma vez mais, entre os quatro melhores times do “Velho Continente”. Vamos aos destaques dos confrontos, começando com a Copa do Brasil.


MANDOU BEM!

- Na fácil vitória do Vasco sobre o Central por 3 a 0, o meia Carlos Alberto, uma vez mais, foi bastante participativo no jogo, presente na criação de perigosas jogadas ofensivas. Outro cruzmaltino que esteve bem em campo foi o lateral-direito Paulo Sérgio. Após péssima atuação contra o Botafogo pela semi-final da Taça Rio, Paulo Sérgio voltou a aparecer nas bolas paradas, cruzamentos (deu assistência para o último gol, de Alan Kardec) e chutes longos. Agora que Carlos Alberto e Paulo Sérgio estão devidamente elogiados, podemos aplaudir o nome do jogo: Rodrigo Pimpão. O atacante vascaíno nem de longe paraceu um jogador que possui a finalização como principal deficiência. Nesta partida Pimpão conseguiu unir sua habitual velocidade com chutes potentes e certeiros. Pela direita deu um direcionado chute, obrigando o goleiro à boa defesa. Pelo meio, uma bomba que passou raspando o travessão. Pela esquerda, balançou a rede após arremate colocado no cantinho do goleiro. Até um belo gol de oportunismo ele marcou, após eficiente trama entre Carlos Alberto e Élton. Será que Pimpão está se dedicando mais nos treinamentos de finalização? Tomara. Ele e o Vasco só têm a ganhar com o seu esforço.

- O Americano não tinha nada a seu favor no duelo contra o Botafogo. Jogaria o primeiro jogo sob o risco de ser eliminado caso perdesse por 2 ou mais gols de diferença. Conseguiu vencer, mas foi por 2 a 1, o que forneceu ao Botafogo, além do fato de decidir em casa, a vantagem de jogar pelo simples placar de 1 a 0. O Americano chegou no Engenhão, foi pressionado por um empolgado Botafogo e sofreu um gol. O placar mostrava o resultado suficiente para o Fogão passar de fase e o Americano tinha tudo para sentir o peso do duelo. Não sentiu. Entrou no jogo, começou a levar perigo à meta botafoguense ainda no primeiro tempo e voltou para a etapa final com esperanças. As esperanças do time de Campos pareciam estar todas nos pés do jovem e veloz Kieza, que correspondeu às expectativas. Kieza foi o maior tormento do sistema defensivo botafoguense, que em nenhum momento conseguiu impedí-lo de jogar. Em um dos seus bons lances, Kieza recebeu passe de Eberson e empatou o jogo para o Cano. Veio então mais um momento que poderia fazer o Americano desisitir. A equipe se segurava na defesa com raça, apesar da falta de qualidade, até que nos acréscimos Maicosuel fez mais um gol para o Botafogo, devolvendo o placar da primeira partida e levando a decisão da vaga para os pênaltis. A torcida do Fogão cantava e o Glorioso estava com a confiança nas nuvens para as penalidades decisivas. Porém, o Americano uma vez mais se superou, converteu todas as cinco cobranças e garantiu a classificação.

- Atualmente, aqueles que apreciam o bom futebol tem obrigação de assistir Maicosuel jogar. O camisa 10 alvi-negro é um poço sem fundo de criatividade ofensiva. Dos seus pés saem dribles desconcertantes, passes milimétricos, chutes indefensáveis... O principal receio que eu tinha quanto seu futebol, era que talvez ele se escondesse em alguns jogos. Estava completamente enganado, pois a cada jogo seu, mais ele se mostra participativo. Contra o Americano ele criou jogadas por todos os cantos do campo, mandou uma bomba no travessão, quase fez um gol na pequena área, marcou saída de bola do Americano e fez um golaço, que poderia ser o da classificação. Quanto ao pênalti perdido, em nada muda meu encanto com seu futebol. Em 1976, com mais de 130 mil torcedores no Maracanã, Zico, então com 23 anos, perdeu sua cobrança de penalidade na disputa, contra o Vasco, que valia a Taça Guanabara e o Flamengo ficou sem o troféu. Na final do Mundial de Clubes da FIFA em 2000, o vascaíno Edmundo,um dos maiores ídolos do clube cruzmaltino, desperdiçou sua cobrança de pênalti e o Vasco perdeu, em pleno Maracanã, a taça de Campeão Mundial para o Corinthians. Guardadas as devidas proporções, foram dois rápidos exemplos que vieram em minha cabeça para mostrar ao Maicosuel que qualquer grande jogador pode perder pênalti decisivo e que ele ainda pode gravar seu nome na galeria de ídolos do Fogão.

- A defesa do Fluminense esperava, após o pesadelo que teve ao enfrentar Juan e cia no Fla-Flu de domingo, uma vida relativamente fácil contra o Águia de Marabá. Aí, em uma daquelas peças que o futebol brasileiro adora aprontar, o Águia aparece em campo contando com um atacante que devia se chamar “Perigo”. Aleílson, o número 11 do time paraense, desintegrou completamente o sistema defensivo tricolor e a cada contra-ataque puxado pelo seu time ele conseguia uma excelente jogada. Só na 1ª etapa foram 3 jogadas suas eficientíssimas. A primeira resultou em gol, a segunda o goleiro Fernando Henrique salvou e a última, que resultou no pênalti sofrido por Flamel, levou o seu time para o intervalo vencendo por 2 a 0. Após o intervalo o Águia continuou bem postado na tática de contra-ataques até cerca de 30 minutos, porém o cansaço por ter corrido a partida inteira e uma defesa fraquíssima nas bolas aéreas fez com que o Fluminense conseguisse diminuir o placar. Nunca havia assistido o atacante Aleílson atuar, mas tenho certeza que esta foi uma de suas melhores apresentações.

MANDOU MAL!

- O Botafogo mostrou, uma vez mais, contra o Americano, sua característica que mais me desagrada. Já faz mais de 2 anos que o Botafogo insiste em se desligar da partida após conseguir um resultado que lhe favorece. No duelo contra o time de Campos, a equipe botafoguense esteve excelente até abrir o marcador com um golaço de Juninho e o goleiro Renan não havia sofrido sustos. Alguém seria capaz de explicar o motivo de a equipe decidir relaxar na partida? Será que os jogadores ou o treinador Ney Franco não tem o conhecimento de que esta estratégia é furada? Estar com a cabeça no duelo contra o Flamengo domingo é uma desculpa aceitável? E o que mais espanta é que na goleada aplicada contra o Vasco no sábado, ficou a prova de que atacar um adversário perdido em campo é a melhor das estratégias. Porém, o Botafogo insiste em mostrar o caminho para times quase nocauteados se erguerem. Nada contra a classificação do Americano, porém realmente me deixa muito chateado esta “mania” do Botafogo.

- O torcedor tricolor poderia esperar um duelo fácil contra o Águia. Comentaristas poderiam apostar em goleada do Fluminense. Dirigentes do Flu poderiam fazer o balanço do mês descartando o jogo de volta. Resumindo: Muitos poderiam acreditar que o Fluminense teria vida fácil no Mangueirão. Agora me espanta os jogadores e a comissão técnica do Fluminense não possuírem nenhum conhecimento do adversário. A cada contra-ataque certo armado pelo time paraense, mais se podia perceber que o Flu não tinha idéia do que iria enfrentar. Será que algum assistente do Parreira analisou, antes do jogo de quinta-feira, o Águia atuando? Posso queimar a língua, mas acredito que não. O Fluminense esperava enfrentar um time que iria se retrancar com a finalidade de perder por menos de 2 gols, porém duelou contra uma equipe muito bem estruturada para jogar no contra-ataque e que sabia o que fazer em campo. Repito, posso estar enganado quanto ao conhecimento do Águia pelo Fluminense, mas acho que desta vez o estudioso Parreira não estudou o capítulo que devia.

- Sei que estou sendo o mais previsível possível, por isso serei breve ao criticar Thiago Neves. Não pode de maneira alguma um jogador querer agredir um gandula, por mais errado que o “catador de bolas” esteja. Pior ainda quando o agressor é uma das estrelas da equipe. Não estou nem falando da imagem do jogador, que a esta altura seus acessores devem estar tentando consertar. Estou falando do prejuízo que Thiago deu ao Fluminense dentro de campo. Será que vem punição mais séria por aí?

ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA…

- Simplesmente monumental o jogo entre Chelsea e Liverpool. Nem a ausência dos dois capitães (Terry do Chelsea suspenso e Gerrard do Liverpool contundido) influenciou a partida. Literalmente do primeiro ao último minuto o jogo foi elétrico. Na primeira etapa o Liverpool foi em busca do resultado (havia perdido o jogo de ida por 3 a 1 em casa) e, contando com a ajuda de um perdidíssimo Chelsea, conseguiu abrir 2 a 0, mesmo com o Fernando Torres sumido em campo. Para ser sincero, o Liverpool nem precisou jogar muito para marcar estes dois gols, tamanha a fragilidade que o oponente mostrava. Por isto, acredito que a bronca que o treinador do Chelsea Guus Hiddink deu em sua equipe no intervalo foi gigantesca, já que o time voltou com outra atitude para o restante da partida, chegando à surpreendente vantagem no marcador. Em minha opinião dois motivos foram fundamentais para a espetacular virada de placar do Chelsea para 3 a 2: O primeiro, a atuação decisiva de Drogba, que marcou um gol e deu uma assistência para Lampard virar a partida. O segundo, o número de faltas cometidas pelo Liverpool em seu campo defensivo. Estas infrações deram origem ao gol de empate do Chelsea, marcado pelo brasileiro Alex em uma bomba de longa distância, e fez com que os “Azuis” permanecessem mais tempo rondando a área do goleiro vermelho Reina. Porém, o que foi mais incrível na partida, não foi a virada do Chelsea, mas sim o que veio a seguir. Se aos 35 minutos o jogo estava 3 a 2 para o Chelsea, aos 43 estava 4 a 3 Liverpool. I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L. A explicação para está reviravolta no placar, só pode ser encontrada em um mundo subjetivo. O que teve o Liverpool? Raça, garra, peso da camisa, tradição, coração... Seriam os minutos finais de intensa pressão vermelha, afinal, bastava um gol para a classificação. Mas eis que para terminar a noite com chave de ouro, um dos maiores jogadores da história do Chelsea decidiu aparecer novamente. Com um chute milimétrico da entrada da área, Lampard empatou novamente e definitivamente o jogo. Placar final: Chelsea 4 x 4 Liverpool. O colunista Antony Kastrinakis, do diário inglês “The Sun”, definiu com excelência a partida:

“O Liverpool, mesmo eliminado, é um dos maiores clubes do mundo.”

“Drogba e Lampard são fantásticos. Quando um dos dois joga bem, o Chelsea vence. Quando ambos estão bem, a equipe azul é imbatível”

ENQUANTO ISSO EM PORTUGAL...

- Durou menos de 6 minutos o sonho do Porto de eliminar o gigante Manchester United da Champions League. Com um gol sensacional de Cristiano Ronaldo, a equipe inglesa obteve a vantagem necessária para avançar de fase e decidiu controlar o jogo. É fato que esta tática não é a mais adequada para se manter uma vitória, ainda mais para um time que exala ofensividade como é o Manchester United. A prova disso foi que, mesmo sem ser em grande número, os portistas conseguiram chances para empatar o placar em chutes longos e bolas paradas. No sólido esquema defensivo mostrado pelo time de Alex Fergusson, os destaques, em minha opinião, foram os meias Giggs e Rooney. Rooney como meia? Isso mesmo. Atuando com 2 linhas de 4 homens, o Manchester apresentava, na linha mais adiantada, Giggs aberto pela esquerda e Rooney aberto pela direita. Em nenhum momento da partida foi possível assisitir o Porto atacar pelos lados do campo, sem que ou Giggs, ou Rooney, cada um por seu respectivo lado, estivessem na marcação. A força do Manchester não está apenas na qualidade técnica que seus jogadores possuem, mas também na obediência tática que mostram. É de encher os olhos assistir um veterano consagrado com Giggs e um craque rebelde como Rooney, suando até a última gota em prol de toda a equipe.

JOGADA RÁPIDA!

Em 2007, Chelsea, Liverpool e Manchester United se classificaram para as semi-finais da Champions League. No ano seguinte, 2008, novamente estes três times ingleses estiveram entre os quatro mais bem colocados da principal competição européia. Em 2009 pouca coisa mudou no torneio. Se o Liverpool foi eliminado, o Arsenal deu suas caras entre os semi-finalistas. Novamente três equipes inglesas entre as quatro melhores da Europa: Chelsea, Manchester United e Arsenal. Na Inglaterra o ditado “Dinheiro não traz felicidade”, está completamente fora de moda.

2 comentários:

  1. "I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L". Muito gay! hehehehehe

    Abraço, Didiiiiiiii!

    Aleminho

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  2. FABIANO DE ALENCAR DA CONCEIÇÃO19 de abril de 2009 às 11:46

    Diano Velho de Guerra!!

    Que jogaço foi esse na Inglaterra hein!

    Eu nunca vi times ingleses fazerem jogo franco um contra o outro.

    Pra mim o Liverpool mereceu a classficação só por causa desse jogo e se o Gerrard tivesse em campo a história do jogo mudadria.

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