A vitória italiana sobre a Inglaterra não foi somente um jogo
eletrizante. Foi um jogo eletrizante aditivado por um duelo de estilos. A Azzurra
– pasmem! – tratou a bola com doçura e valorizou seus ataques com pacientes
trocas de passes. A Inglaterra – pasmem! – foi leve, veloz, sem buscar o
contato corporal e com volantes e avantes mais técnicos do que físicos. A sede de
vitória e uma certa fragilidade defensiva de ambos, somadas ao calor desgastante
de Manaus, abriram o duelo e resultaram em 17 melhores momentos, dando a sensação
de que um gol italiano ou inglês estava sempre maduro.
O bom jogo coletivo de ataque por parte de Itália e
Inglaterra deve ser ressaltado, mas o que encantou mesmo foi a atuação de gala
de Pirlo. Que facilidade para domar a sempre rebelde e imprevisível bola. E a
visão de jogo? Às vezes parecia que seus olhos estavam em uma torre de
iluminação, enxergando todo o campo. O corta-luz para o gol do Marchisio merece
ser emoldurado.
E se o assunto é show individual no sábado, Pirlo não está
sozinho. O que o costarriquenho Campbell jogou no histórico triunfo por 3 a 1
diante de um Uruguai sonolento e sem sal foi de esbugalhar os olhos. Potência,
agilidade, chutes certeiros, gol do empate, assistência, movimentação, faltas
sofridas... Destroçou Lugano, Godín e companhia e entra na briga com o holandês
Robben pelo prêmio de melhor atuação individual da Copa.
No contundente três a zero colombiano sobre a Grécia, James Rodríguez
retribuiu aos torcedores toda a emoção proporcionada no canto do hino nacional.
Na ausência de Falcão, chamou a responsabilidade de ser o líder técnico, não se
escondeu em momento algum, armou a trama do primeiro gol com lançamento
primoroso e corta-luz estupendo, cobrou o córner que resultou no segundo tento
e ainda fez o terceiro.
Para fechar grandiosamente um sábado de grandiosas atuações
individuais, o centroavante Drogba saiu do banco aos 16 da etapa final, quando
seu time perdia por um a zero para o Japão, inflou seus companheiros e torcedores
e em menos de cinco minutos a Costa do Marfim já vencia por dois a um. Depois
disso, deu uma aula de proteção de bola, armou contra-ataques e quase anotou dois
belos gols.
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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Os suecos Tore Keller e Nils Liedholm possuem dois recordes
interessantes. O primeiro é o jogador mais velho (33 anos e 159 dias) a marcar
3 gols em uma mesma partida de Mundial, feito conquistado no duelo contra Cuba
em 1938. Já Liedholm é o jogador mais velho (35 anos e 263 dias) a balançar as
redes em uma final de Copa, marca alcançada diante do Brasil em 1958.
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