Brasil 0 x 0 México – Castelão, Fortaleza (CE)
Impressionante como os mexicanos realmente passaram a se
inflar de uma confiança que somente Uruguai, Argentina e Itália pareciam ter
diante de nós. Não é aquele “sí se puede” que simboliza as missões quase
impossíveis, mas algo do tipo “nós sabemos que podemos”. E puderam mais uma vez,
pois o empate sem gols deixa um delicioso gosto de nachos crocantes na boca dos
mexicanos e de feijoada estragada na dos brasileiros.
Os mexicanos marcaram como se não houvesse o amanhã (o “Capitão
Azteca” Rafa Márquez foi gigante), se dedicaram de corpo e alma às funções
táticas, não abdicaram de atacar em momento algum e apresentaram um arsenal
poderoso de arremates, com seis chutes longos perigosíssimos. Também cometeram
erros, é verdade, mas aí foi a vez de aparecer Ochoa, que com defesas tão milagrosas
quanto maravilhosas foi não só o melhor em campo como colocou um goleiro na
lista das melhores atuações individuais deste Mundial.
A opção por falar primeiro dos méritos mexicanos se deu para
deixar claro que não existe aquilo de que o Brasil só perde (ou empata, no caso)
para ele mesmo. Mas se empatamos contra uma carne de pescoço, por que o gosto ruim?
Porque, além dos motivos históricos que nos obrigam sempre a vencer, o México
jogou o seu máximo, enquanto o Brasil deixou a desejar. Não foi uma
apresentação decrépita a verde e amarela, mas o time dependeu muito do Neymar,
que, diga-se de passagem, aceitou a responsabilidade, foi para cima, driblou,
apanhou e parou em Ochoa duas vezes. Isso tudo sem um pingo de ajuda de
Ramires, Paulinho (já tá na hora do Fernandinho), Oscar e Fred. Bernard entrou
com ímpeto e escapa desta lista.
Ao lado do frágil jogo coletivo de ataque, nosso principal
problema foi a falta de solidez do meio-campo (principalmente quando Bernard
entrou para abrir o jogo), que mais uma vez obrigou o incansável Luiz Gustavo a
se multiplicar e exigiu demais de Thiago Silva (enfim um monstro) e David Luiz.
Amigos, é justamente esta fragilidade na meia-cancha, mostrada também contra a Croácia,
a responsável por boa parte das pulgas que saltitam em nossas orelhas.
Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e
Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho; Ramires (Bernard), Neymar e Oscar (Willian);
Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
México: Ochoa; Rodríguez, Márquez e Moreno; Aguilar, Herrera
(Fabián), Vázquez, Guardado e Layún; Giovani dos Santos (Jiménez) e Peralta
(Chicharito). Técnico: Miguel Herrera.
----------------------------------------
HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
O mexicano Antonio Carbajal e Mohamed Al-Deayea, da Arábia
Saudita, são os goleiros que mais sofreram gols na história dos Mundiais, com
25 gols sofridos. Carbajal disputou cinco edições da Copa do Mundo (1950-1966),
dividindo o recorde de Copas jogadas com o alemão Lothar Matthaüs (1982-1998) e
com o italiano Gianluigi Buffon (1998-2014). Já Al-Deayea participou de quatro
Mundiais (1994-2006).
Nenhum comentário:
Postar um comentário