Aos míseros 22 anos, o colombiano James Rodríguez encanta os
saudosistas. Quando a brazuca se acomoda em seus pés, o futebol parece retornar
aos tempos clássicos. Às vezes a impressão é até a de que a imagem da TV ficou
preta e branca. Não existe um tipo de passe que não conste em seu repertório.
Lança e toca curto com a mesma categoria. Joga rápido e cadencia com a mesma
beleza. Faz seu time rodar e o adversário tontear com a tranquilidade dos sábios.
Não satisfeito somente em comandar de forma sublime a
orquestra colombiana, James Rodríguez se mostra um solista de raro brilho. Dos
11 gols cafeteros no Mundial, o camisa
dez fez cinco e participou diretamente de outros cinco. Uma pena que a Colômbia
não tenha um pintor em sua delegação para retratar em quadros a arte que James
Rodríguez tem feito nos gramados. A vivida no peito e o arremate de bailarino
que abriu o placar contra o Uruguai mereciam circular em museus pelo mundo.
Toda categoria que vive nos pés de James Rodríguez vira fogo
nos pés de Robben. O carequinha holandês tem um estilo tão próprio de jogar que
diante de uma partida da Laranja se tornou comum a pergunta: “Quantas
arrancadas o Robben já deu?”. E que arrancadas! São rápidas até nas imagens
televisivas em super slow motion. E
mais impressionante é que no ápice de sua velocidade, mesmo que seus olhos
enxerguem apenas vultos ao redor, ele consegue pensar. “Mas ele só corta para a
esquerda”, vão gritar alguns. Não tem adiantado saber o que ele vai fazer.
O marcador do Robben é alguém que fica de skate, parado na
esquina, à espera para perseguir uma Ferrari que com certeza vai fazer a curva.
Os lances de Robben ignoram a lei da ação e reação. Robben age, mas seu
marcador não consegue reagir a tempo. Quando ele parou na linha do fundo diante
de Rafa Márquez, o mexicano sabia que ele iria cortar para a esquerda. Todo
mundo sabia. E daí? Pênalti e vitória laranja. James Rodríguez e Arjen Robben.
Tão futebolisticamente diferentes e tão brilhantemente iguais.
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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Capitanear a seleção de seu país em um Mundial deve ser muito
honroso para um jogador. Na Copa de 1990, dois goleiros estabeleceram recordes
em relação à braçadeira. Enquanto o norte-americano Tony Meola, com 21 anos e
109 dias, se tornou o mais jovem capitão em uma Copa, o inglês Peter Shilton,
com 40 anos e 292 dias, sagrou-se o mais velho. Cabe ao argentino Maradona a
marca de mais partidas como capitão na história do torneio: 16 jogos entre 1986
e 1994.
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