Pirlo e Balotelli de um lado, Suárez e Cavani de outro. Sem
dúvida jogadores capazes de desequilibrar tecnicamente um embate tão decisivo
quanto o Itália versus Uruguai que
valia vaga nas oitavas da Copa do Mundo. No entanto, se tal confronto não
primou pelo brilhantismo técnico, foi um prato cheio para análises táticas,
psicológicas e físicas.
A primeira etapa foi uma ilustração mais clara impossível de como
esquemas táticos podem ser iguais nos números da prancheta e completamente
diferentes em estilo. A Itália e o Uruguai tinham três zagueiros, dois alas, um
tripé de meio-campistas e uma dupla de ataque. Em números, um 3-5-2 pra lá e
outro pra cá. Em conteúdo, porém, era uma Itália de troca de passes e de cadencia
e um Uruguai de marcação cerrada e de busca rápida ao ataque. Estilos tão
diferentes quanto o do arquiteto italiano Pirlo e o do doberman uruguaio Arévalo
Ríos.
O Uruguai conhece tanto o seu estilo próprio de jogo que
mesmo obrigado a vencer possui a mente no lugar para não se lançar ao ataque
como se não houvesse amanhã. Os celestes só tomaram a iniciativa com uma hora
de partida, após a expulsão do italiano Marchisio. A partir daí, chamou a
atenção a fraqueza física italiana, que pagou caro por ter de encarar seus três
jogos na região norte-nordeste, sendo dois deles à uma hora da tarde. O Uruguai
soube se impor e coube ao zagueiro Godín marcar mais um gol consagrador em sua
carreira.
Todo refinamento técnico ausente na peleja entre os campeões
mundiais esteve nos pés de James Rodríguez, que não deixa Robben e Neymar
monopolizarem a briga pelo posto de craque da Copa. O camisa dez colombiano
entrou no intervalo contra o Japão, quando o escore apontava um a um, e
desfilou seu repertório de passes curtos e longos, lentos e rápidos, rasteiros
e flutuantes. Deu duas assistências de visionário e fez um gol tão lindo que
deu dó do zagueiro nipônico Yoshida. Dos nove gols colombianos no Mundial,
Rodríguez anotou três e participou diretamente de outros cinco. Isso que é
liderança técnica!
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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Ao entrar em campo para os minutos finais contra o Japão,
nesta terça-feira, o goleiro colombiano Mondragón, com 43 anos e três dias, se
tornou o jogador mais velho a disputar um jogo de Copa do Mundo. O antigo detentor
do recorde era o atacante camaronês Roger Milla (42 anos e 39 dias), que, no
entanto, segue como o mais velho a ter marcado um gol no torneio.
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