A sensação após o sufocante triunfo nos pênaltis contra o
Chile é a de desgaste extremo. A tremedeira retorna só de lembrar que levamos
uma bola na trave aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação. Não foi só o
coração que veio à boca, mas todos os órgãos pareceram trocar de lugar, tamanho
rebuliço interior. Esperava-se muito dos chilenos, mas eles fizeram bem mais.
Esperava-se mais do Brasil, mas nós fizemos bem menos, e precisamos que Júlio
César nos lembrasse que já foi o melhor goleiro do planeta.
Assim como os mexicanos na fase de grupos, os chilenos colocaram
para fora todo o seu potencial, enquanto nós não passamos nem perto disso. O
Chile jogou mais no Mineirão do que o muito que já havia jogado no Maracanã, na
histórica vitória diante da Espanha. Além de uma capacidade mental que o deixou
à vontade diante do turbilhão de emoções e da entrega máxima (o heroísmo de Medel
lembrou a inesquecível atuação do paraguaio Gamarra, contra a França, em 1998),
o Chile foi taticamente sublime. Os 30 primeiros minutos chilenos na etapa
final foram os mais perfeitos em termos táticos de todo este Mundial, com uma
marcação por pressão tão encaixada e intensa que obscureceu o Brasil.
Somente quando o gás chileno acabou que o Brasil conseguiu
afrouxar a corda do pescoço e voltou a assumir a iniciativa de atacar, assim
como fizera durante boa parte de um primeiro tempo em que foi superior, marcou
adiantado, colocou o Neymar no jogo, fez um a zero (gol contra do Jara) e deu
mole ao deixar Sánchez empatar. Nos melhores (mas não tão bons) momentos brasileiros
no primeiro tempo e na prorrogação, faltou consistência. O Brasil atacou, mas
não se impôs. Pressionou, mas não dominou. Cresceu, mas não se agigantou.
Assustou, mas não atemorizou. Uma vez mais, o Brasil explodiu no hino, mas não
explodiu no jogo. Ainda assim avançamos. Em enorme parte graças ao emocionado e
emocionante guardião Júlio César.
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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Entre as Copas do Mundo de 1962 e 1994, a Bulgária ficou 17
partidas consecutivas sem sequer uma vitória. Por outro lado, o Brasil, somados
os Mundiais de 2002 e 2006, triunfou 11 vezes seguidas.
E a anulação do gol do Hulk? Ombro ou braço?
ResponderExcluirGrande Aleminho!
ExcluirAcho que foi braço do Hulk, mas confesso que só formei minha opinião após ver o replay em super slow motion. Ele pode até não ter tido a intenção, mas o braço estava bem aberto e isso o beneficiou.
Abração!!!